Luiz Fernando Lima
Aliado a isso, some-se a tentativa do candidato ao Senado, José Carlos Aleluia (DEM), de tirar das mãos da equipe da capixaba Bete Rodrigues, marqueteira de Souto, a estratégia de sua campanha, reforçando as especulações sobre as dificuldades que a coordenação vem enfrentando. Além destes supostos problemas, esta semana a aliança sofreu novos abalos. De acordo com informações de outra fonte do DEM, o candidato a vice Nilo Coelho (PSDB) estaria sendo apontado como o pivô de ações que provocaram uma reorganização no comando da campanha de Serra na Bahia.
Cúpula do DEM e PSDB reafirma união
A entrada efetiva do ex-deputado Murilo Leite (PSDB) na coordenação executiva é vista como mais um indício de que a relação entre os aliados não é das melhores. Lideranças de ambos os partidos negam que haja qualquer dissonância dentro da coligação. Muito embora os sinais da fragilidade tornaram-se públicos desde quando os tucanos negaram compor a chapa proporcional junto com os candidatos da legenda amiga.
Sobre o papel que será cumprido por Leite na campanha de Serra, que vem à Bahia nesta sexta para lançar o Plano Nacional de Segurança Pública, a coordenadora nacional da campanha tucana, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), garante que foi motivada apenas pela necessidade de intensificar os trabalhos no estado. De acordo com a senadora, este fato não muda em nada a linha de comando, que continua sobre a tutela do presidente estadual da legenda, Antônio Imbassahy.
A senadora sul-mato-grossense insiste que a adesão não tem nenhuma relação com dificuldades de conciliação entre o DEM e o PSDB. “Aumentamos o volume da campanha na Bahia. Estamos enviando mais materiais como cartazes, adesivos entre outros materiais para que possamos crescer de produção no estado. Este mesmo movimento está sendo feito em outros estados”, afirmou.
A informação é confirmada por fontes dos democratas ligadas à candidatura de Paulo Souto. Segundo elas, houve realmente um atraso no envio de material por parte do comitê central do presidenciável. Mas isto já foi regularizado e as coisas começam a caminhar com mais velocidade.
Para Imbassahy, este é o momento oportuno para que a campanha ganhe fôlego. “O processo eleitoral começa na televisão, vai para a rua, volta para a televisão e segue para rua novamente só que com mais força, após os debates e programas eleitorais”, analisa. Imbassahy não quis comentar sobre a entrada de Leite na campanha.
Serra desembarca sexta em Salvador
Diante de todo este quadro de suposto desentendimento entre as legendas, a coordenação de campanha de Serra resolveu instalar um núcleo próprio dentro do comitê de Paulo Souto.
Isto, segundo os organizadores, para aproximar ainda mais as candidaturas dos dois candidatos. Entretanto, os deputados democratas não parecem favoráveis a aglutinação. Muitos já declaram que não vão se engajar na campanha do presidenciável. Em alguns extremos, nem na de Souto há pró-atividade por parte dos correligionários do Legislativo.
A despeito de todo este revés, Serra não parece predisposto a abandonar a Bahia. Prova disto é a informação dada na tarde de ontem, através do Twitter, por ACM Neto (DEM), em que ele garante que o candidato tucano volta ao estado na próxima sexta-feira (13), para lançar o plano nacional de segurança do programa de governo. O evento, segundo o deputado federal, será realizado no Senac, no Centro Histórico de Salvador, a partir das 15h.
Fonte: Tribuna da Bahia