Fernanda Chagas
A maioria dos 107 políticos baianos que tiveram seus nomes enquadrados na lista enviada pelo Ministério Público Estadual (MPE) para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, consequentemente, correm riscos de terem suas candidaturas impugnadas, ao contrário do que se esperava, se dizem tranquilos quanto à ameaça. Eles atestam que estão regulares e, nas entrelinhas, deixam escapar que o sentimento é de que tudo não passa de “pirotecnia e desrespeito com suas imagens”. Figuram na relação do TRE, figuras conhecidas como: Coriolano Sales, Benito Gama, Genebaldo Correia, Joélcio Martins, Tonha Magalhães, Neusa Cadore, Virgínia Hagge, Everaldo Bispo, entre outros.
Contudo, o procurador regional eleitoral, Sidney Madruga, manda um recado: a possibilidade de impugnação é latente. “Até porque em muitos desses casos não encontramos a documentação correta nos autos”, alertou, complementando que a partir do momento em que forem intimados terão prazo de sete dias para defesa que, posteriormente, será encaminhada ao Ministério Público para análise. “Mas, de antemão, deixo claro que o parecer final é dado pelo TRE”.
As ações ajuizadas envolvem desde a recém-aprovada lei da “Ficha Limpa”, que responde por 36 impugnações à supostas irregularidades em gastos de campanha e também a rejeição, por tribunais de contas, da prestação de contas no exercício de cargo público.
O julgamento, com base no Artigo 71 da Justiça Federal, segundo ele, fica a cargo das Câmaras. “Ou seja, se a restrição foi de quando os gestores estavam no poder e nesse período o parlamento deu parecer favorável, vale o que os vereadores julgarem”, explicou.
Postulantes foram pegos de surpresa
Foi o caso do deputado estadual Isaac Cunha (PT), que se disse surpreendido com a inclusão de seu nome na lista por ausência de quitação das contas de campanha de 2006. Segundo ele, na ocasião teve sua prestação de contas aprovadas, assumiu o mandato um ano depois com a saída do então petista Zilton Rocha para o Tribunal de Contas do Estado e disputou a Prefeitura de Jequié em 2008.
“Já estamos esclarecendo a situação junto à Justiça Eleitoral. Agora é desarmar as centrais de boato dos nossos adversários em toda a Bahia, sobretudo em Jequié, onde a atuação do nosso mandato junto com os governos Lula e Wagner nos credencia a buscar a reeleição de deputado estadual”, afirmou Isaac.
“Apresentei pedido de revisão, mas posso adiantar que não se confirma. Fui prefeita (de Pintadas) por oito anos e não tenho na minha trajetória nenhuma conta rejeitada”, disparou, sem esconder a indignação. (FC)
Fonte: Tribuna da Bahia