Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Quebradores de pedras podem ajudar a preservar sítios arqueológicos

Cristina Laura l Sucursal Juazeiro


Ivan Cruz/Agência A TARDE
Vândalos destruíram proteções e passarelas em volta das pedras com inscrições e pinturas rupestres

A ação de vândalos aos sítios arqueológicos de Paulo Afonso (546 km de Salvador) preocupa arqueólogos e pesquisadores do Campus VI da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) que buscam ajuda para estruturar os 112 sítios até o momento catalogados no povoado de Rio do Sal. Estes foram destruídos inicialmente pela atividade pedreira, tradicional na região e agora são alvo de vandalismo.

Do total, 64 sítios arqueológicos ainda estão intactos apresentando as pinturas rupestres e presença de civilização datada de nove mil anos, mas 48 foram destruídos e a pouca estrutura para visitação tem sido alvo de vândalos que com revólveres, atiraram contra as placas colocadas nos locais e destruíram as proteções e passarelas de madeira colocadas em volta das pedras com as inscrições.

Mas a situação também pontua uma preocupante situação social. “Desde 2008, as 70 famílias que vivem na comunidade de Rio do Sal pararam a atividade de quebrar as pedras para fazer paralalelepídedos e, na época assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o compromisso de a prefeitura pagar uma bolsa no valor de um salário mínimo até que as famílias tivessem nova atividade para geração de renda”, explica Cleonice Vergne, arqueóloga responsável pelo Centro e Antropologia e Arqueologia de Paulo Afonso (Caapa).

O acordo só funcionou por seis meses e depois disso, a administração municipal posterior não deu continuidade colocando em lados opostos a preocupação de preservar a história e a necessidade de garantir emprego e renda a mais de 300 pessoas. O que poderia andar junto em trabalho educativo e busca por novas atividades de trabalho acabou em intimação do Ministério Público aos envolvidos.

Sem ajuda - A arqueóloga explica que cada trabalhador quebrava um milheiro a custo de R$ 100 e os atravessadores chegam a vender até por R$ 60 o m². “Isso sem falar no risco que eles corriam com o material usado para quebrar as pedras como dinamite que causou várias mutilações”, ressalta o diretor da Uneb em Paulo Afonso, Juracy Marques. Os arqueólogos lembram ainda que a atividade provocava doenças nas pessoas que ao quebrar as pedras entravam em contato com o pó que petrifica os pulmões e causa a morte.

De acordo com o secretário de Turismo Jânio Soares a prefeitura decidiu não renovar o acordo por entender que essa medida seria paliativa e não ajudaria as famílias que poderiam ficar acomodadas recebendo o salário sem uma atividade em andamento. “Temos total interesse em apoiar o projeto dos pesquisadores, em incluir os sítios nos roteiros turísticos da cidade, mas sabemos que é preciso sentar com representações dos governos estadual e federal para ter uma ideia do que poderá ser feito de concreto”, explica.

As pesquisas que possibilitaram o trabalho de estruturação e catalogou os sítios em condições de visitação receberam recursos da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema), mas o trabalho poderia ter sido mais abrangente se houvesse apoio municipal, diz Cleonice Vergne.

“A prefeitura recebe os royaltes mensais da Chesf e poderia contribuir com o pagamento das bolsas para que as famílias que deixaram de trabalhar nas pedreiras pudessem ser capacitadas em novas atividades que resultariam em novas profissões e geração de renda”, explica.

Na comunidade de Rio do Sal, vivem hoje as 70 famílias que tiveram de abandonar a atividade nas pedreiras. Sem saber o que fazer e onde procurar trabalho, os ex-quebradores de pedras dizem estar esquecidos pelo poder público.

Fonte: A Tarde

Em destaque

PSB quer apoiar Lula disputando a reeleição com Alckmin de vice

Publicado em 15 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Siqueira diz que Alckmin deve ser mantido na chap...

Mais visitadas