Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, dezembro 08, 2009

Lembrai-vos de Ademar de Barros

Carlos Chagas

Serve para melar um pouquinho mais o quadro sucessório paulista o anúncio feito segunda-feira por Eduardo Suplicy, de que disputará no PT a indicação para concorrer ao governo do estado. Condições não lhe faltam: é senador de 6 milhões de votos e deixará qualquer companheiro para trás, seja Antônio Palocci, seja sua ex-mulher, Marta Suplicy. A pimenta que tornará ainda mais indigesta a disputa pelo palácio dos Bandeirantes refere-se à primeira conseqüência da decisão de Eduardo, que será o afastamento da já combalida candidatura de Ciro Gomes, desejada pelo presidente Lula mas rejeitada pela maioria do PT.

Mesmo sem dominar a cúpula do partido, o senador levará o resultado para as bases, que mais se aproximam dele. E deixará em sinuca o outro lado, ainda indeciso entre Geraldo Alckmin e Aluísio Nunes Ferreira.

Por mais estranho que pareça, a pulverização do eleitorado favorecerá Paulo Maluf, valendo lembrar paralelo igual verificado nos idos de 1962, quando depois de duas vezes derrotado para a presidência da República e duas para o governo de São Paulo, desgastado e ridicularizado, Ademar de Barros despontou como vencedor.

Os reflexos dessa situação inusitada se farão sentir na sucessão presidencial a ser disputada no mesmo dia. José Serra arriscaria o Planalto sem a garantia de uma retaguarda imprescindível em São Paulo ou optaria por uma reeleição tranqüila? Suplicy se esforçaria por tornar Dilma Rousseff vitoriosa entre os paulistas? E Maluf, serviria de fiel da balança, podendo inclinar-se para os tucanos ou para os companheiros?

Confusão nas Gerais

Em Minas não é menos complicada a armação sucessória. O PT oscila entre Patrus e Pimentel enquanto o governador Aécio Neves, da mesma forma como José Serra, para chegar ao Planalto necessita sedimentar a retaguarda com seu candidato, o vice-governador Anastásia. No PMDB, o ministro Hélio Costa reage à possibilidade de apoiar o candidato do PT, qualquer que seja, batendo de frente com o ex-governador Newton Cardoso.

O presidente Lula hesita em definir-se, irritando o PT mineiro, de um lado, e de outro fornecendo motivos para o PMDB nacional fazer caretas na hora de oferecer o companheiro de chapa de Dilma Rousseff. Com as dificuldades que agora cercam Michel Temer, até que Helio Costa preencheria a vaga, mas sua disposição é de não recuar na pretensão de ocupar o palácio da Liberdade, com base no mote popular de que melhor ter um pássaro na mão do que dois voando. Para complicar, Aécio Neves não sabe o que fazer com Itamar Franco, a quem já prometeu uma das candidaturas ao Senado, capaz de ser a sua própria, caso malogrem seus sonhos presidenciais.

Lobão no páreo

Senão com um suspiro de alívio, pelo menos aproveitando razoável moratória encontram-se o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff, depois que ventos de tempestade começaram a soprar sobre Michel Temer. Chegaram a engolir em seco quando parecia provável a indicação do presidente da Câmara, mas precisariam aceitá-la. O Lula não gosta dele, para Dilma tanto faz a certidão de batismo de seu vice. Tornando-se mais difícil a indicação do presidente licenciado do PMDB para companheiro de chapa da ministra, outros nomes começam a ser especulados. Helio Costa não quer, Nelson Jobim é cristão-novo, Geddel Vieira Lima fixou-se na Bahia. Sendo assim, desponta o nome do ministro Edison Lobão, com a vantagem de ser do Nordeste e tido pelo presidente da República como grata surpresa no comando do ministério das Minas e Energia.

Panorama visto da ponte

Eram quinze, hoje são dezoito os diretórios estaduais do PMDB que endossam a proposta de um candidato próprio do partido à presidência da República. Com cautela, o governador Roberto Requião continua trabalhando as bases peemedebistas, fiado na evidência de que em maioria elas rejeitam o acordo celebrado pela direção nacional, de apoio a Dilma Rousseff.

Requião não faz críticas à candidata do PT, muito pelo contrário, transitando numa avenida de duas mãos. Caso a convenção nacional do PMDB venha a optar pela aliança com a candidata do governo, poderá apoiá-la. Mas se por hipótese Dilma não decolar, com quem ficaria o presidente Lula? Serra, Aécio, Marina, Ciro e Heloísa não são hipóteses plausíveis. Vai daí que…

Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

“Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

Publicado em 16 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Valadares afirma que a anistia vai prosseguir no...

Mais visitadas