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domingo, janeiro 31, 2021

Bolsonaro diz que não é obrigação do governo levar oxigênio para o Amazonas


Bolsonaro diz que não é obrigação do governo levar oxigênio para o Amazonas
Foto: Reprodução/ G1

O presidente Jair Bolsonaro defendeu neste sábado (30) que "não é competência" e "nem atribuição" do governo federal levar oxigênio para o Amazonas. O estado, que enfrenta colapso no sistema de saúde, teve a crise agravada pela falta do insumo para atender pacientes da Covid-19. O presidente disse que o governo federal enviou recursos financeiros para o estado enfrentar o problema. "Não é competência nossa e nem atribuição levar o oxigênio pra lá, demos os meios",afirmou Bolsonaro.

 

Bolsonaro elogiou ainda a atuação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dizendo que "não há omissão" diante da crise. "Ele trabalha de domingo a domingo, vira a noite, duvido que com outra pessoa teria tido a resposta que ele está dando", declarou. "Agora, ele (Pazuello) ficou sabendo em uma sexta-feira do problema do gás e na segunda foi em Manaus, na terça programou tudo e na quarta começou a chegar já o oxigênio lá com aviões da força aérea e balsa. Logo depois ele começou a transportar o pessoal doente também de Manaus para outras capitais aí da redondeza em especial para os hospitais universitários", completou.

 

A Polícia Federal iniciou uma investigação sobre a conduta do ministro na crise sanitária do Amazonas (veja aqui). O ministro enviou 120 mil unidades de hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Bahia Notícias

Prefeitura de Paulo Afonso decreta toque de recolher para conter pandemia de Covid-19


Prefeitura de Paulo Afonso decreta toque de recolher para conter pandemia de Covid-19
Vídeo da prefeitura mostra ruas vazias | Foto: Reprodução/ Instagram

A prefeitura de Paulo Afonso, no norte da Bahia, decretou toque de recolher até 12 de fevereiro para tentar frear o avanço da pandemia de Covid-19. A norma começou a valer na noite desta sexta-feira (29).

 

De acordo com o decreto, o toque de recolher vai das 23h às 5h. A cidade fechou a sexta-feira (29) com 75% de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19, o que representa uma melhora na situação vista na quinta (28), quando a taxa atingiu os 100%.

Bahia Notícias

Em meio a confusão de conceitos, STF julga direito ao esquecimento

 

por Renata Galf|Folhapress

Em meio a confusão de conceitos, STF julga direito ao esquecimento
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

Em sua primeira sessão de 2021 nesta próxima quarta-feira (3), o STF (Supremo Tribunal Federal) tratará do chamado direito ao esquecimento. O julgamento é visto com atenção por parte da sociedade porque pode ter impactos negativos para a liberdade de expressão.

E justamente a primeira questão que caberá ao tribunal responder é se o direito ao esquecimento existiria no Brasil.

Em linhas gerais, entre os que defendem esse ponto, ele seria o direito de que uma pessoa não tenha exposto ao público indefinidamente um fato ocorrido em determinado momento de sua vida, como nos buscadores da internet, por exemplo.

Há, no entanto, muita divergência entre especialistas, não só se o direito ao esquecimento deveria existir, mas também em relação ao o que estaria abarcado pelo conceito do direito ao esquecimento.

Uma das avaliações é a de que o termo tem servido como um guarda-chuva que inclui situações muito distintas. Apesar de o conceito não constar na legislação brasileira, ele já foi reconhecido em diferentes ações judiciais no país, inclusive em algumas decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Do mesmo modo que há quem entenda que é possível reconhecer o direito ao esquecimento a partir da legislação que já existe hoje -pois ele seria uma ponderação de valores do direito à informação em contraposição à intimidade e à privacidade-, há quem entenda que isso só seria possível a partir de uma lei específica. "‹

"‹Paulo Rená da Silva Santarém, professor do UniCeuB e integrante da Coalizão Direitos na Rede, entende que reconhecer o direito ao esquecimento por meio de uma decisão judicial poderia ter um efeito negativo.

"Nós não temos no Brasil uma norma, uma lei vigente que assegure qualquer tipo de direito ao esquecimento. Nessa medida, essa construção por meio de uma decisão judicial seria muito ruim, porque ela deixaria tudo muito em aberto. E aí teríamos uma situação que podemos chamar de insegura, porque as pessoas não saberiam extrapolar essa decisão para uma outra situação."

Uma das complexidades do tema é justamente que, com a amplitude do termo, as ações que chegam ao Judiciário invocando tal direito são extremamente variadas, indo desde a correção, remoção ou alteração de uma informação, até censura à menção de determinada pessoa ou então solicitando a desindexação em ferramentas de busca na internet -o que faz com que certos resultados deixem de ser mostrados.

Com isso, decidir que esse direito existiria sem definir um conceito com critérios claros para analisar situações concretas poderia acabar gerando insegurança nas instâncias inferiores.

Não bastaria, por exemplo, o STF estabelecer que existe o direito ao esquecimento e que ele é justificado com base na proteção da dignidade da pessoa humana ou da intimidade. Seria preciso delimitar o alcance de uma decisão como essa.

Caso contrário, o resultado mais provável seria um grande aumento de pedidos na Justiça relacionados ao direito ao esquecimento e que, sem balizas nítidas, acabaria tendo decisões muito díspares.

A doutoranda e pesquisadora do Núcleo Legalite da PUC-Rio Isabella Zalcberg Frajhof elenca algumas das perguntas que precisariam ser respondidas quanto aos critérios para aplicação.

"Qual conteúdo está ou não protegido? Como delimitar o que é ou não interesse público? Existem exceções, se sim, quais são? Ele se aplica a pessoas públicas?"

Ela afirma que o Brasil inclusive é signatário de tratados internacionais que tratam da liberdade de expressão e que estabelecem, como um dos parâmetros, que restrições a este direito estejam expressamente previstas em lei.

Com isso, Isabella diz ser possível sustentar que justificar a restrição da circulação de informação no direito ao esquecimento poderia ser considerado desproporcional, ainda que se argumente que ele estaria fundamentado em direitos como o da intimidade e da privacidade.

"Isto ocorre por conta da indefinição do que seja o direito ao esquecimento", diz ela.

O caso concreto que o STF julgará envolve a exibição de um episódio do programa televisivo Linha Direta, que reconstitui um crime mais de 50 anos depois de sua ocorrência.

Os familiares de Aída Curi -jovem que foi violentada e assassinada na década de 50 e cujo caso foi amplamente divulgado pela imprensa à época- pedem uma indenização à TV Globo.

Os familiares de Aída recorreram de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que, apesar de ter reconhecido a existência de um direito ao esquecimento, negou o pedido para o caso específico.

Segundo a decisão, "o direito ao esquecimento (...) não alcança o caso dos autos, em que se reviveu, décadas depois do crime, acontecimento que entrou para o domínio público, de modo que se tornaria impraticável a atividade da imprensa para o desiderato de retratar o caso Aida Curi, sem Aida Curi". Apesar das divergências, boa parte dos que defendem o direito ao esquecimento veem a passagem do tempo como um dos elementos centrais para a discussão.

Assim, uma determinada informação que já circulou licitamente no passado e que, portanto, já é pública, poderia ter sua republicação considerada como ilícita no presente.

Juliana Abrusio, que é diretora do Instituto LGPD e professora da Universidade Mackenzie, ressalta que muitas vezes pedidos de remoção de conteúdo são entendidos genericamente como um alegado direito ao esquecimento.

Segundo ela, entretanto, dados e informações que se tornaram públicos de maneira ilícita, como nudes divulgadas sem autorização, não têm nenhuma relação com direito ao esquecimento.

"Ele é um conteúdo que, num outro tempo, não só poderia como deveria ter sido postado. Era importante saber que houve tal processo criminal, era importante saber que tal pessoa estava sendo investigada."

"[O direito ao esquecimento] é uma virada de página de algo do passado remoto que era necessário circular mas que, passado um tempo, para limpar os estigmas e para que a pessoa tenha dignidade para continuar a viver em sociedade, ela precisa que aquilo a deixe", disse Abrusio.

Em seu livro "Direito ao Esquecimento", o autor Luiz Fernando Moncau critica o que ele considera ser uma confusão conceitual referente ao direito ao esquecimento, tanto no debate acadêmico quanto nas próprias decisões judiciais.

"Aglutinar diversos interesses distintos em torno de uma expressão guarda-chuva como 'direito ao esquecimento' pode ter consequências nefastas para a realização da Justiça."

Segundo ele, isso abre espaço para decisões contraditórias e divergentes, que "não são capazes de ofertar um mínimo de previsibilidade aos cidadãos e empresas e que acabam por permitir interpretações elásticas ao ponto que oferecer riscos inaceitáveis para a liberdade de expressão".

Ele diz que um dos problemas está na discussão sobre os elementos que seriam necessários para que pudesse se falar em direito ao esquecimento.

"Alguns autores ignoram o elemento tempo, outros ignoram a necessidade de que a informação tenha sido divulgada de maneira lícita e seja verdadeira", exemplifica Moncau.

Para além de definir se o direito ao esquecimento existe, quais seus elementos constituintes e como eles devem ser avaliados, há uma terceira discussão que envolve as obrigações advindas deste direito.

Professor da UERJ e representante do Instituto Brasileiro de Direito Civil como amigos da corte no processo, Anderson Schreiber entende que, apesar de o caso em discussão envolver um programa televisivo, provavelmente o Supremo abordará também a desindexação.

"Não acho possível emitir uma decisão sobre direito ao esquecimento sem refletir sobre a questão dos motores de busca."

Isso porque, para ele, o direito ao esquecimento hoje está muito ligado aos buscadores.

"O motor de busca, pelo próprio formato, tende a transmitir uma imagem da pessoa que pode estar deturpada, porque você pega um fato antigo e transforma aquele fato no principal fato. Os dez primeiros resultados são sobre ele. Parece que aquele fato define aquela pessoa."

Já Paulo Rená acredita que não seria adequado que o Supremo entrasse na questão da desindexação neste julgamento, pois o caso concreto não oferece elementos suficientes para tal discussão.

Bahia Notícias

Ângelo Coronel, presidente da CPI das Fake News, recebeu R$ 40 milhões de verba extra do governo, diz jornal


Coronel foi um dos contemplados com recursos adicionais

Breno Pires e Patrik Camporez
Estadão

Presidente da CPI que investiga as fake news bolsonaristas, o senador baiano Angelo Coronel (PSD) recebeu sinal verde do Palácio do Planalto para direcionar R$ 40 milhões de recursos extras do orçamento a obras em seu reduto eleitoral. A verba consta na planilha informal do governo, obtida pelo Estadão, que registra um repasse de R$ 3 bilhões a 285 parlamentares às vésperas das eleições da nova cúpula do legislativo.

No Congresso, Coronel se define como independente, mas tanto ele quanto seu partido, o PSD, estão fechados com os dois candidatos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro. A legenda fechou apoio a Arthur Lira (Progressistas-AL) na disputa pelo comando da Câmara e a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado.

MAIOR FATIA –  O PSD, chefiado por Gilberto Kassab, recebeu a maior fatia do bolo disponibilizado pelo governo às vésperas das eleições no legislativo. Foram R$ 600 milhões, 20% dos R$ 3 bilhões. E na lista dos parlamentares do partido que puderam indicar recursos, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito aparece entre os quatro mais contemplados.

A pedido dele, o governo já destinou R$ 30 milhões para obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e outros R$ 10 milhões a ações do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).

Ao Estadão, o senador afirmou que não há qualquer relação entre o direcionamento de recursos e as eleições do Congresso. “É minha obrigação, como parlamentar, correr atrás de obras para o meu estado. É normal, mas em nenhum momento foi em troca de votação”, disse. A verba já tinha sido prometida desde o ano de 2019, argumentou. Desde então, ele diz que não tratou mais com o governo sobre as verbas extras.

INTERLOCUÇÃO – Coronel contou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) manteve a interlocução para garantir os repasses — que foram dados em 30 de dezembro, período em que o governo reforçou a cooptação de parlamentares. “Aqui o nosso interlocutor direto perante o governo é o Davi Alcolumbre”, disse.

“É quem assumia, tocava e solicitava e intermediava junto aos ministérios para atender aos pleitos dos parlamentares”, completou. “A gente fala que precisa de ajuda nos municípios tais, tais e tais, e ele diz que vai ver e encaminhar. Isso aí, desde quando ele assumiu o Senado, tinha esse papel, que deveria ser até dos líderes, mas ele é quem fazia essa intermediação.”

Aliado do presidente Bolsonaro, Alcolumbre trabalha para eleger Pacheco seu sucessor. O Estadão revelou que foi Alcolumbre quem direcionou a maior parte dos R$ 3 bilhões liberados pelo governo.  

CRÍTICAS – Antes da pandemia paralisar a CPMI das Fake News, em março, Angelo Coronel fazias críticas duras ao governo e prometeu pautar a convocação do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Jair Bolsonaro, para uma audiência no colegiado. A convocação do secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, chegou a ser aprovada. A oposição pediu a antecipação da sessão, mas Angelo Coronel não aceitou.

Agora, com a aproximação do PSD com o Planalto e o apoio aos possíveis novos presidentes da Câmara e do Senado que estão com Jair Bolsonaro, existe uma preocupação entre parlamentares da oposição que integram a CPMI das Fake News de que os trabalhos não avancem. A leitura política é que, assim que houver a retomada dos trabalhos presenciais na Casa, o Planalto fará tudo o que for necessário para sepultar a comissão.

Arthur Lira (Progressistas-AL) condicionou a continuidade da CPI das Fake News à posição da maioria dos colegas. Mas, ao abordar a criação de CPIs de uma forma geral, afirmou que não é hora para “divisão e acotovelamento”. Pacheco foi procurado três dias seguidos pelo Estadão para que respondesse se está comprometido com a CPI das Fake News, mas não se manifestou.

POSTURA “IMUTÁVEL” – Angelo Coronel reitera que seguirá “independente” e que não mudará de postura na condução dos trabalhos. “Minha postura é imutável. Agirei com a imparcialidade como agi. Às vezes até interpretam que eu prejudico o governo”, disse. O senador costuma frisar que parlamentares aliados do Planalto já pediram que ele fosse retirado da presidência da CPI, o que não foi feito.

Ele disse que já conversou sobre a retomada da comissão com o “presidente”, numa referência a Rodrigo Pacheco, candidato do governo ao comando do Senado. “Eu me ponho como imparcial, independentemente de ter solicitações (de repasses de recursos) feitas por meu mandato aprovadas em ministérios. Tanto é que tive reunião com o Rodrigo Pacheco e disse que precisamos reabrir as sessões”, afirmou. “Ele garantiu que tão logo as sessões presenciais fossem retomadas, provavelmente no mês de abril, voltaríamos à nossa atividade.”

RELATÓRIO FINAL – O senador avaliou que um presidente de CPI não tem papel de “apertar” ou “folgar” os trabalhos da comissão. Ele observa que cabe ao presidente aprovar oitivas e requisições e encaminhar pedidos de indiciamento ao Ministério Público. “O crucial é o relatório final, que quem faz não é o presidente e sim a relatora, que é levado à votação na CPI para aprovar ou não”, disse.

Por sua vez, a relatora da comissão, Lídice da Mata, do PSB da Bahia, afirmou ao Estadão que não teme por uma mudança de postura de Angelo Coronel. Ela, porém, diz que os integrantes da CPI terão pela frente a pressão de lideranças aliadas do Planalto. “Desse governo, pode-se esperar tudo”, afirmou.

REDE DO ÓDIO –  Instalada em setembro de 2019, sem o aval do governo, a CPI das Fake News pode ser decisiva para abalar os métodos digitais do bolsonarismo. O colegiado é misto, formado por deputados e senadores, e já identificou que parte dos ataques virtuais contra adversários do Planalto e integrantes do Judiciário veio do computador usado por um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho “zero três” do presidente. Na lista de auxiliares do presidente que devem ser ouvidos está Tercio Tomaz, apontado como responsável por contas falsas.

A CPI das Fake News anda em paralelo com o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal. Como mostrou o Estadão, as investigações do Supremo sobre ameaças, ofensas e notícias falsas espalhadas nas redes sociais contra integrantes da Corte fecharam o cerco sobre o “gabinete do ódio”, grupo de assessores do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

ARTICULAÇÃO – Na prática, o Planalto se movimenta para impedir qualquer CPI. É comum ministros dizerem que todos sabem como uma comissão começa, mas nunca como termina, porque investigações políticas, conduzidas pelo Congresso, podem levar até mesmo ao impeachment de um presidente.

Instalada em setembro de 2019, sem o aval do governo, a CPI das Fake News pode ser decisiva para abalar os métodos digitais do bolsonarismo. O colegiado é misto, formado por deputados e senadores, e já identificou que parte dos ataques virtuais contra adversários do Planalto e integrantes do Judiciário veio do computador usado por um assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho “zero três” do presidente. Na lista de auxiliares do presidente que devem ser ouvidos está Tercio Tomaz, apontado como responsável por contas falsas.

CERCO FECHADO – A CPI das Fake News anda em paralelo com o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal. Como mostrou o Estadão, as investigações do Supremo sobre ameaças, ofensas e notícias falsas espalhadas nas redes sociais contra integrantes da Corte fecharam o cerco sobre o “gabinete do ódio”, grupo de assessores do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Na prática, o Planalto se movimenta para impedir qualquer CPI. É comum ministros dizerem que todos sabem como uma comissão começa, mas nunca como termina, porque investigações políticas, conduzidas pelo Congresso, podem levar até mesmo ao impeachment de um presidente.

PF já abriu inquérito contra Pazuello por colapso na saúde pública no Amazonas

Publicado em 30 de janeiro de 2021 por Tribuna da Internet

No “obedece quem tem juízo”, Pazuello serve de escudo para Bolsonaro

Isabela Camargo
G1

A Polícia Federal abriu nesta sexta-feira, dia 29, por determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), inquérito para investigar a conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise sanitária do Amazonas. A investigação deve tramitar no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) porque Pazuello, na condição de ministro, tem foro privilegiado.

Lewandowski, relator da investigação, avaliou que, considerando a fase embrionária das investigações, Pazuello terá a prerrogativa de marcar dia, horário e local para ser ouvido em depoimento pela Polícia Federal. O ministro da Saúde é investigado por causa do colapso na saúde pública no Amazonas. Pacientes morreram pela falta de oxigênio medicinal nos hospitais e muitos foram transferidos para receber atendimento médico em outros Estados.

REPRESENTAÇÃO – O envio do caso a Lewandowski foi determinado na segunda-feira, dia 25, pela vice-presidente do STF, Rosa Weber – que está à frente do plantão judiciário durante o recesso. Lewandowski já é relator de outros temas ligados à pandemia e, por isso, foi designado como responsável pela análise. O pedido de inquérito foi enviado ao Supremo no sábado, dia 23, pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, com base em uma representação do partido Cidadania e em informações apresentadas pelo próprio ministro Pazuello – além de apuração preliminar da própria PGR.

Após o pedido da PGR ao Supremo, o Ministério da Saúde informou que aguardaria a notificação oficial para se manifestar. No documento enviado ao STF na última semana, a PGR afirma que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre um possível colapso do sistema de saúde na capital do Amazonas ainda em dezembro, mas só enviou representantes ao estado em janeiro deste ano. A PGR também aponta indícios de atraso para o envio efetivo de oxigênio hospitalar às cidades amazonenses – a falta do insumo levou à morte de dezenas de pacientes com Covid-19 neste mês.

Um outro fato chamou a atenção da PGR. No dia 14 de janeiro, portanto oito dias depois de Eduardo Pazuello saber do iminente colapso no sistema de saúde de Manaus, o ministério fez a entrega de 120 mil unidades de hidroxicloroquina, como medicamento para tratar a Covid-19, quase a mesma quantidade de testes do tipo PCR que havia sido entregue ao estado do Amazonas.

SEM COMPROVAÇÃO – Aras afirma que “a distribuição de cloroquina foi iniciada em março de 2020, inclusive com orientações para o tratamento precoce da doença, todavia sem indicar quais os documentos técnicos serviram de base à orientação”. A cloroquina não tem eficácia comprovada.

O procurador-geral defende o aprofundamento nas investigações sobre os “gravíssimos fatos imputados” ao ministro, “considerando que a possível intempestividade nas ações do representado, o ministro Eduardo Pazuello, o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados, pode caracterizar omissão passível de responsabilização cível, administrativa e/ou criminal”.

“Mostra-se necessário o aprofundamento das investigações, a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial”, diz Aras.

Ministro Ernesto Araújo ataca de novo a China, esquecendo a vacina e o agronegócio


20 charges sobre o nazismo e outros absurdos no governo Bolsonaro em 2020 – blog da kikacastro

Charge do Lane (Charge Online)

Pedro do Coutto

Reportagem de Igor Gielow, Folha de S. Paulo deste sábado, revela que, ao participar na tarde de sexta-feira de reunião virtual no Fórum Econômico Mundial, o chanceler Ernesto Araújo afirmou ser necessário um alinhamento para conter a ascensão do technototalitarismo, frase dirigida à China. O ministro das Relações exteriores se esqueceu do fornecimento da vacina contra a Covid-19 e do agronegócio comercial.

Não levou em consideração o fato do comércio com a China representar um terço de nossas exportações. A sessão do Fórum foi dirigida por seu presidente Borge Brende.

Realmente, Ernesto Araujo não possui condições de ocupar o cargo, inclusive já foi alvo de críticas do vice presidente Hamilton Mourão. Além de tudo isso, referiu-se indiretamente à política relativa à mudança da questão climática por parte dos Estados Unidos.

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O TELEFONEMA DE MORATO E O MISTÉRIO

Na questão que envolveu a exoneração de Ricardo Morato Filho pelo general Mourão, uma névoa de mistério ainda não dissipada permanece sem uma explicação. A qual deputado Morato se referia ao comentar a existência de articulações para o impeachment de Bolsonaro.

Morato, pelo que foi gravado, dialogava com um chefe de gabinete do parlamentar ainda a ser identificado. A conversa foi gravada e o governo possui a gravação das mensagens escritas, o que não permite perícia, salvo se o celular de Morato fosse apreendido, o que ainda não aconteceu.

Acrescento que falar pelo “celular” atualmente representa sempre um risco. Mas o ex-assessor nega as acusações;

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DÍVIDA PÚBLICA ATINGE 6,6 TRILHÕES DE REAIS

Matéria assinada por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigue, O Estado de São Paulo, informa que a dívida pública federal atingiu em dezembro 6,6 trilhões de reais representando 89% do PIB do país. Os dados são do Banco Central e o endividamento aumentou 18% do valor registrado em 2019.

Em O Globo, os repórteres Daniel Gulino e Jussara Soares analisam o acordo fisiológico entre o presidente Bolsonaro e o bloco do Centrão, que está se transformando em um jogo de pôquer. Bolsonaro admite recriar três ministérios depois da eleição de Rodrigo Pacheco e Artur Lira.

Além disso, o Centrão quer o Ministério da Saúde, partindo do princípio de que Pazuello será exonerado. Para mim o problema é de confiança. Os deputados desconfiam do presidente e o presidente não confia nos deputados. Um verdadeiro jogo de pôquer.


Militares sabem que corrupção não é nenhuma novidade nas Forças Armadas do país


Charges Zé Dassilva | NSC Total

Charge do Zé Dassilva (Arquivo Google)

Ascânio Seleme
O Globo

Falcatruas em compras não representam a menor novidade para as Forças Armadas brasileiras. Já no longínquo ano de 1991, O Globo noticiava que o Exército havia comprado fardas e roupa de cama e banho com preços bem acima dos praticados pelo mercado. A reportagem de Ricardo Boechat e Rodrigo França Taves rendeu aos dois o prêmio Esso, maior honraria jornalística daquela época.

E agora, aparece a dona Azenate Barreto Abreu como intermediária de compras superfaturadas de leite condensado para o Ministério da Defesa. Ela nega, diz que vendeu apenas duas caixas.

NO SUBSOLO DO DF – Segundo reportagem do Jornal de Brasília, Azenate é dona de três salas no subsolo de um prédio comercial no setor Sudoeste do Distrito Federal de onde saíram R$ 45 milhões em compras governamentais. Governos corruptos, como foi o de Fernando Collor, naquele ano de 1991, podem gerar um certo enfraquecimento moral coletivo.

Em meio a essa realidade, a agressão de Bolsonaro aos jornalistas na quarta passada, quando ele mandou todos enfiarem no rabo as latas de leite condensado, mostra o tamanho da lixeira em que o presidente do Brasil vai acabar sendo jogado.

Alegando falsamente que a imprensa o acusou de comprar R$ 15 milhões em leite condensado, disse que as latas serviriam “para enfiar no rabo de jornalista”.

NÃO LÊ NADA… – Sabe qual o problema do capitão? Ele lê tudo pela ótica odienta da sua timeline. Os jornais nunca atribuíram ao presidente a compra do leite, embora tenham relatado que havia indícios de superfaturamento.

 Uma vez que não lê jornais e não assiste a telejornais, o que ele acompanhou foi a repercussão da história nas redes sociais. E então explodiu no mar de esgoto que se viu.

Biden quer recriar a Guerra Fria contra a China, mas a Alemanha e o Japão não aceitam


Dilemas e desafios da  - Outras Palavras

A Nova Rota da Seda vai revolucionar o comércio mundial

Carlos Newton

Excelente matéria de Nélson de Sá, na Folha desta quarta-feira, mostrou a posição firme da chanceler Angela Merkel, que não aceita os apelos do neopresidente Joe Biden para levar a Alemanha a aderir à guerra fria ocidental contra a China. Também não aceita as pressões para boicotar a Russia, que está concluindo o novo gasoduto para abastecer a Europa.

É curioso lembrar que foram os países ocidentais, incluindo a Alemanha, que possibilitaram o veloz desenvolvimento da China, ao reinstalarem lá as fábricas altamente poluidoras que foram proibidas de funcionar em seus países de origem.

SEM CONCORRENTES – Com salários irrisórios e sem leis trabalhistas, os preços desses produtos chineses só tinham concorrentes em outros países asiáticos que também receberam fábricas poluentes, mas não têm a organização e a capacidade de exportação da China.

Agora, o gigante oriental está incomodando demais o mundo, ao construir a chamada Nova Rota da Seda, ligando a China à Europa por terra, mar e ar.

Nos últimos quatro anos Donald Trump tentou ressuscitar a antiga Guerra Fria, mas nenhum político de verdade levava a sério o patético governante americano. Agora a missão é de Joe Biden, porque os EUA mudam o presidente, porém a política externa é sempre a mesma.

NOVA ESTRATÉGIA – O fato concreto é que está difícil levar adiante essa nova Guerra Fria sem apoio da Alemanha e do Japão, e com a China fechada com a Rússia. Em tradução simultânea, Biden e seus aliados da OTAN terão de esperar e decidir uma nova estratégia.

De toda forma, fica difícil essa redefinição, porque a Nova Rota da Seda vai trazer desenvolvimento para os países ao longo do percurso, e o projeto chinês é extraordinário, com rodovias, ferrovias e navegação de cabotagem.

A única arma dos países ocidentais é o protecionismo, mas se trata de uma faca de dois gumes, vira uma guerra comercial. Portanto, a curto prazo os países da OTAN estão manietados.

NOVA PERESTROIKA? – A longo prazo, porém, sempre há uma esperança. As leis trabalhistas começaram a avançar na China, que já tem até Previdência Social. Existe também um clamor pelos avanços democráticos, mas isso o Partido Comunista chinês jamais permitirá. Se o gigante sofrer uma perestroika (reforma) e uma glasnot (abertura), vai se dividir numa série de países, exatamente como aconteceu à União Soviética.

Mas isso é apenas sonho. Existe a certeza de que  o Comitê Central não permitirá que essas reformas ocorram, e ninguém até quando a China vai continuar sendo o império do partido único.

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