A
matrícula dos convocados na primeira chamada do vestibular para o 1º
semestre do ano que vem ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de janeiro. As
próximas chamadas e o calendário de matrículas do 2º semestre serão
disponibilizados no site da Uneb. Provas aconteceram no final de
novembro
Comissão de Direitos Humanos do Senado defende que a Polícia Federal investigue restos mortais da década de 1970
Em
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com.br
A Comissão de Direitos Humanos do Senado vai solicitar à
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informações sobre a
localização de ossadas encontradas no Pará que podem pertencer a
militantes de esquerda que participaram da Guerrilha do Araguaia, e
pedir ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), que a Polícia
Federal investigue o caso. Após audiência pública para tratar do tema no
Senado na terça-feira, o membro do Comitê Paraense pela Memória,
Verdade e Justiça Paulo Fonteles sofreu intimidação de agentes da Abin
ao retornar a Belém (PA), conforme denunciou o senador João Capiberibe
(PSB-AP) no plenário do Senado na noite de anteontem. “A Abin foi
convidada e não mandou representante para a audiência. Quando cheguei em
Belém havia dois carros atrás de nós. Imagine um negócio desses”, acusa
Fonteles.
João Capiberibe contatou o ministro da Justiça, que prometeu empenhar a Polícia Federal na investigação
do caso. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT),
telefonou para Capiberibe na noite de terça para se inteirar do assunto.
“Eu acho isso um absurdo e um abuso. Uma pessoa é convocada pelo Senado
e em seguida essa pessoa é ameaçada”, lamentou o senador em seu
discurso no plenário.
Matéria publicada com exclusividade pelo Estado de Minas em
3 de novembro denunciou o desaparecimento de ossadas encontradas no
Forte do Castelo, em Belém, que teriam sido levadas em operação
organizada pelos agentes Magno José Borges e Armando Souza Dias, da Abin
do Pará, que durante a ditadura militar pertenceram ao Destacamento de
Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna
(DOi-Codi) e estiveram no Araguaia. Além do relato de Fonteles, o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém à
época, Moacir Martis, e um ex-agente da Abin atestaram a existência das
ossadas. Depoimento do ex-militante da Aliança Libertadora Nacional
(ALN) e sargento do Exército Amado Tupiassu e outras evidências levam a
crer que as ossadas eram de guerrilheiros do Araguaia.
Ao
deixar o aeroporto na terça-feira, Paulo Fonteles notou que estava
sendo perseguido e enviou uma foto de celular para o telefone do senador
Capiberibe, que se pronunciou no plenário: “Eu acho isso um absurdo e
um abuso. Uma pessoa é convocada pelo Senado e em seguida essa pessoa é
ameaçada”. A senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da Comissão de
Direitos Humanos, defendeu a convocação de diretores da Abin para
esclarecimentos. O presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
lamentou o fato e informou que apoia a convocação de representantes da
agência e aguarda o recebimento do pedido.
Segundo
denúncia de Fonteles, uma rede de inteligência da agência atua
fortemente abafando informações de violações de direitos humanos e na
intimidação de militantes desde a ditadura. Dois processos de
investigação estão abertos pela Polícia Federal para investigar se isso
de fato acontece, um em Marabá e outro em Belém.
Um
ex-cabo do Exército procurou Paulo Fonteles na segunda-feira e relatou
que em 1992 foram encontradas entre cinco e sete ossadas no forte
durante uma escavação no banheiro, exatamente ao lado do prédio onde
hoje funciona a Casa das Onze Janelas. Todas elas tinham perfuração no
crânio. O oficial superior, quando ficou sabendo, teria mandado que o
buraco fosse tampado para que ninguém mais ficasse sabendo.
Logo
após a matéria publicada no Estado de Minas, Fonteles recebeu uma
mensagem anônima numa rede social, apontando uma área na Região
Metropolitana de Belém onde estariam enterrados o famoso guerrilheiro do
Araguaia Oswaldão e o dirigente do PCdoB, Maurício Grabois. “Fiz
contato com um ex-soldado que serviu no local e atuou no Araguaia e
descobrimos que a área realmente pertenceu ao Exército”, contou ele.
Foto: Divulgação
Buracos localizados na Rua Jardim Imperial, na Boca do Rio
Foto: Emerson Nunes/Arquivo/Política Livre