"Jeremoabo Lamenta a Perda de Espedito Soares Lima:
Um Ícone de Nossa Comunidade"
Fonte: JV PORTAL / JEREMOABO TV
RP: 9291/BA
Foto: Espedito Soares Lima
Compartilhamos a profunda saudade pela partida de Espedito Soares Lima, conhecido como seu “DÍ”, nosso amigo e irmão. Sua ausência deixa um vazio em nossos corações e uma imensa saudade em nossas vidas.
Espedito foi muito mais do que um amigo, era um verdadeiro irmão, alguém em quem podíamos sempre confiar e contar. Sua presença era luz em nossos dias, trazendo alegria, sabedoria e amizade sincera. Deixará uma marca indelével em todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Ex-funcionário público do Estado, Espedito dedicou anos de sua vida ao serviço como Escrivão do Cartório Crime da Comarca de Jeremoabo/BA, onde sua dedicação e competência eram reconhecidas por todos. Sua presença era sinônimo de integridade, gentileza e profissionalismo, sendo admirado por sua conduta exemplar e seu caráter íntegro.
Homem íntegro, excelente pai de família, grande esposo, funcionário respeitado por todos, amigo de fé, grande conhecedor das Leis, homem de fé e de total confiança em DEUS, mesmo na via crucies que teve que enfrentar. Juntos, trabalhamos por um bom período, como sacristão na Igreja Matriz de São João Batista, tendo como Pároco Mons. Francisco.
Seu Dí, deixa sua esposa Ana, casal de filhos: Elisana e Laninho (casado) e uma netinha. Para angustia de todos e dos amigos, seu Dí deixa uma tia de 98 anos, chamada de Maria conhecida como Dinha, católica fervorosa, a qual era tratada pelo mesmo como sua mãe. Ela pelo seu lado, está chorando amargamente sua partida, tratado como seu filho, seu companheiro e, como diz ela meu tudo.
Seu Dí, foi autor de vários poemas, compôs letras musicais com o seu colega de trabalho, cantor e compositor, nosso grande amigo Ery de Carvalho, aonde Ery chegou a gravar dois CDs. Em sua trajetória de vida, certa época, o mesmo candidatou-se ao pleito como candidato a Vereador, não obtendo a votação necessária que lhe desse a condição de representar à altura a comunidade Jeremoabense. Já dizia o velho político mandatário de Jeremoabo o Cel João Sá, que na política de Jeremoabo, as cadeiras haviam de cair e as trepeças de subir. Os homens de bem que procuram respeitar o próximo com dignidade, estes são tidos como mão de figa, casquinha, ou mesmo, não representam nada em comparação aos que se beneficiam com a miséria dos outros na compra e venda de votos. Com toda sua simplicidade, agradeceu a Deus por não ter sido eleito, para não ter que presenciar o que estava ao seu redor.
Seu legado perdurará através das memórias afetuosas que compartilhamos e do exemplo de retidão que nos deixou. Expressamos nossas mais sinceras condolências à família e amigos de Espedito Soares Lima, em especial aos colegas do Fórum Dr. Jonas de Carvalho Gomes, neste momento de profunda tristeza e saudade. Que sua alma descanse em paz.
Em nome da Família JEREMOABO TV, rogamos ao nosso DEUS o descanso eterno, aonde nos solidarizamos com todos os familiares.
INFORMATIVO
O corpo de Espedito Soares Lima, será velado em sua residência, sita à Rua Duque de Caxias, ao lado do Cartório.
O sepultamento será às 10:00hs no Cemitério Alto Bonito "SECOF".
POEMA
MEU JERE (moabo) – Espedito Lima
MEU JERE!
Foto: Família. "Serra da Santa Cruz"
Eu hoje vim aqui, no teu monte, na tua serra, do cavaleiro, do vaqueiro e da cruz, do Chico e do gato, contemplar-te, te ver e recordar:
Do teu tempo de criança, do teu primeiro caminhar, do teu chorar e do teu sorri;
Da época das tuas casas de taipa com chão batido e cores da cal ou coloridos rústicos;
Das tuas olarias, a fabricarem adobes, tijolos, ladrilhos e telhas, agora, para residências mais avançadas, com o uso das carnaubeiras, para sustentação de caibros, ripas e cobertura;
Dos teus casarões, revestidos, às suas frentes, com azulejos coloridos e de origem portuguesa;
Das tuas cozinhas com fogão de lenha, sobre trempe, panela de barro com carne e feijão, a chaleira com água fervendo e o café torrado no velho caco;
Dos barris com água sobre o lombo do jumento, apanhada lá nos cajueiros ou da caixa-d’água, para encher banheiros, potes, porrões e moringas;
Das roças, de mandioca e aipim, batata, de milho, feijão e arrozal ao teu redor;
Da lama, na rua, passeios e calçadas nos meses do inverno - maio, junho, julho e agosto e no verão, nas trovoadas, seu rio cheio, o vaza dos barris e irapiranga ou vermelho;
Do seu povo sempre hospitaleiro, guerreiro, amigo e ordeiro;
Das tuas festas, na cidade e no interior, com reza, novenas, festejos e casamentos arranchados;
Da tua casa de força, de onde era gerada sua energia, para te alumiar e te fazer mais bonita ao seu estilo de cidade interiorana;
Dos piqueniques aos domingos e feriados, nos sítios ou na beira dos seus próprios rios;
Da espera o ano inteiro, de sua grande festa, a do seu padroeiro, de João, o Batista, o grande precursor, do Deus que é verdadeiro, com ramo, leilão zabumba, noiteiros, alvoradas, girândolas, fogos de vara, bolo, canjica, pamonha e milho assado;
Dos seus natais, com pastoril disputado entre o azul e encarnado, com fervor e muito brio;
Dos seus bailes na filarmônica, frequentada pela sua sociedade, a elite antiga, animados pela banda 24 de junho, formada por rapazes, moços e velhos, inclusive alfaiates;
Suas vendas, seus botecos, sua feira livre e seu grande mercado em estilo colonial, bela obra, literalmente destruída;
Das aves que encantavam sua cidade, com sua sonorização, pelas manhãs e tardes, principalmente as cigarras, além das andorinhas que se aninhavam na sua igreja matriz;
Seus patos a atravessarem suas artérias, como se fossem verdadeiros transeuntes, em passos lentos, calculados, como a desfilarem civicamente em dia solene;
Seus carros de boi, com o zunido de suas rodas, de madeira e circundadas por aros de ferro, a passar pela tua cidade, pelas manhãs e tardinhas, transportando quase tudo.
AH, MEU JERE!
Também recordo:
Que fostes das cruzadas e das missões, dos intendentes, coronéis e capitães;
Dos bravos e inteligentes, da música e poesia, como também assim, um exímio orador, da velha freguesia;
Seus missionários que viviam com seus índios e que não foram, da velha igreja, seus incendiários;
Dos que jamais ousaram um dia, serem varões da covardia, abraçaram sempre a vitória, que com honra e glória, festejavam sua história;
Dos parques e dos circos, partidas de futebol, do cinema e matinês, nas tardes dos seus domingos;
Das serestas pelas madrugadas, com seus velhos cancioneiros, dos grandes violonistas, que sempre foram seus parceiros;
Do seu estábulo, na entrada da tua cidade, lá na corrente, é verdade, que saudade que agente sente, é um passado que se foi, mas continua no presente;
Dos seus regos e riachos, da sua pedra furada com frondosas árvores, muito aconchegante e bastante procurada;
És tu, a nossa terra, nosso colosso, nosso rincão, nosso berço, nosso pai e nossa mãe, nosso cunhado e nosso irmão;
Nosso sobrinho, nosso genro, nosso sogro, nossa sogra e nossa nora, o marido e a mulher, a casa onde vivemos, o torrão onde moramos, nosso novo e nosso velho, aquele a quem tanto amamos.
O seu hino lhe encanta, sua bandeira te acalenta e seus brasões lhe fortalecem, pelo teu povo és honrado e por todos os seus filhos exaltado, no presente e no passado.
Por fim,
Salve!
Ó terra da Jerimum e da Jurema, do teu 06 (seis) de julho, comemorado todos os anos, desde 25, com muito brilhantismo e orgulho.