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segunda-feira, janeiro 15, 2024

A educação midiática será fundamental no combate às fake news


Charge do Niniu (Arquivo do Google)

Marcelo Copelli

O início do último ano foi marcado não apenas pela posse do novo presidente da República, Lula da Silva, caracterizando a interrupção do período de retrocesso e aniquilação das políticas públicas promovidas pela gestão anterior, bem como pelos atos contra a democracia alavancados por bolsonaristas, sejam eles os ditos patriotas usados como massa de manobra, mas também por financiadores ocultos e que agiam covardemente nos bastidores do cenário nacional.

Todo esse contexto ratificou a imperativa necessidade de educação midiática como política pública para o país Brasil, ultrapassando o simples combate à desinformação ou categorização das chamadas fake news. É preciso esclarecer de forma mais contundente as dinâmicas das falsas notícias e o papel da comunicação de modo amplo e determinante. O debate torna-se fundamental para a sociedade e para a manutenção do sistema democrático.

PAPEL DAS MÍDIAS – Faz-se então necessária uma compreensão sobre o papel das mídias na conjuntura nacional, viabilizando verdadeiramente a constituição de uma autonomia crítica, o entendimento das dinâmicas de desinformação, permitindo  a percepção do papel das plataformas no processo de divulgação das falsas notícias. É preciso que a população esteja habilitada a acessar, avaliar, analisar os diversos conteúdos apresentados e ao mesmo tempo construir um pensamento crítico em relação às mídias.

Com isso, e somente assim, será possível capacitar os receptores das notícias, de forma analítica, sobre os conteúdos e os seus processos de produção.  Com a educação midiática a sociedade passará a dispor de forma concreta os instrumentos para entender como funciona a propaganda e quais as suas estratégias de persuasão e de condução do nosso olhar apenas para determinadas percepções.

Longe de ser um simples conjunto de ferramentas para lidar com as mídias ou uma maneira de controlar os conteúdos em circulação, a demanda se insere como elemento de política pública que pauta o direito à informação como direito humano fundamental.


Ex-comandantes ganharam salários ilegais fingindo receber “propostas” de trabalho


Comandante do Exército diz a Pacheco que força tem se mantido 'imparcial diante do delicado momento' do país

General Freire Gomes mentiu descaradamente

Tácio Lorran e André Shalders
Estadão

 Ex-integrantes da cúpula do governo de Jair Bolsonaro ganharam da Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência direito de receber salário extra do governo por seis meses. Um dirigente civil e dois ex-comandantes das Forças Armadas tiveram o benefício da “quarentena” reconhecido pela CEP depois de apresentarem propostas de trabalho na iniciativa privada. Porém, quando procuradas pela reportagem do Estadão, as entidades não confirmaram as ofertas de emprego aos militares e ao ex-diretor. Em um caso, os valores recebidos na quarentena passam de R$ 100 mil.

As supostas propostas de emprego foram apresentadas à CEP pelo general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército de março a dezembro de 2022; e pelo almirante Almir Garnier Santos, chefe da Marinha de abril de 2021 até o fim do governo Bolsonaro. O dirigente civil é o ex-diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Garigham Amarante Pinto, atual assessor da Liderança do PL na Câmara dos Deputados.

SEM COMENTÁRIOS – Procurados, os ex-comandantes não se manifestaram. Garigham alegou que apresentou à CEP uma proposta de trabalho que recebeu.

A quarentena busca evitar que servidores do topo da hierarquia usem informações privilegiadas obtidas na função para beneficiar empresas privadas – a chamada “porta giratória”. Ministros, secretários e outros servidores graduados precisam consultar a CEP caso pretendam ir para o setor privado após sair.

Se a Comissão entender que há risco de conflito de interesse, pode submeter o demissionário à quarentena. Ele ou ela fica então impedido de trabalhar na empresa privada por seis meses, mas mantém o salário de seu antigo cargo.

GENERAL MENTIU – O ex-comandante Freire Gomes consultou a CEP em 20 de março do ano passado, três meses após deixar o comando do Exército. Informou pretender atuar como consultor de empresas que vendem produtos estratégicos para as Forças Armadas, e participar do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), de quem diz ter recebido uma proposta formal.

Procurada, a Abrablin negou taxativamente a oferta: “Marco Antônio Freire Gomes não faz parte do quadro da associação, bem como não houve qualquer tipo de convite ou sondagem para isso.”

Fundada há mais de duas décadas, a Abrablin atua com a regulamentação e promoção do mercado de veículos blindados. Após a decisão determinando a quarentena, em maio, Freire Gomes recebeu um pagamento de R$ 58.690,42 brutos, como civil, em junho passado. O benefício se juntou ao salário de R$ 37.792,02 que ele recebe como general da reserva.

O almirante Garnier Santos, ex-comandante da Marinha sob Bolsonaro

Almirante Garnier Santos também mentiu

OUTRA MENTIRA – Suspeito de ter apoiado a tentativa de golpe de Estado, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos disse, por sua vez, ter recebido uma proposta formal para trabalhar como consultor no Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Simde).

Segundo o ex-comandante da Marinha, o sindicato lhe enviou uma carta consultando-o sobre sua disponibilidade para atuar em atividades remuneradas e não remuneradas. No suposto convite apresentado à Comissão, o Simde chega a elogiar o “notório conhecimento” de Garnier sobre assuntos afetos à defesa. Questionado pelo Estadão, o sindicato informou que “não há planos de contratação no futuro próximo”. O Simde é um sindicato patronal que reúne entre seus filiados mais de 170 indústrias da base industrial de defesa.

De março a junho de 2023, Garnier recebeu R$ 107.084,88 brutos, como civil, relativos ao período de quarentena. Procurada, a Marinha confirmou o pagamento do benefício. Ele já ganha R$ 35.967,57 mensais como militar da reserva.

MAIS QUARENTENA – Ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o general Luiz Eduardo Ramos também relatou ter recebido uma proposta do Simde para ganhar a quarentena remunerada de seis meses. A carta-convite que Ramos teria recebido do Simde tem o mesmo teor da carta de Garnier Santos.

No caso do ex-secretário-geral da Presidência, o sindicato não respondeu ao Estadão sobre ter ou não feito o convite. Após o período de quarentena, no entanto, o militar não foi trabalhar na entidade. Procurado, ele não se manifestou.

Homem de confiança de Valdemar Costa Neto, Garigham Amarante Pinto lidava com as principais licitações do FNDE, inclusive as de ônibus escolares, com sobrepreço, ao avaliar em R$ 480 mil por um modelo de ônibus que, de acordo com a área técnica do FNDE, deveria custar no máximo R$ 270,6 mil.

TAMBÉM RECEBEU – Amarante consultou a CEP em dezembro de 2022, pouco antes de deixar o cargo no FNDE. Ao sair do cargo, Amarante disse pretender trabalhar justamente para uma fabricante de ônibus, a Agrale, como “consultor sobre financiamento estudantil”.

A Agrale é uma empresa fundada em 1962 e sediada em Caxias do Sul (RS), com quase mil funcionários. Procurada pela reportagem do Estadão, a companhia negou ter feito qualquer proposta.

“A direção da Agrale S/A não tem ciência desse assunto. Pode estar havendo algum engano”, disse a empresa por meio da assessoria de imprensa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A que ponto chega a ganância dessa gentalha que ocupa o poder nos gabinetes da Ilha da Fantasia… Civis ou militares, não há diferenciação. Não podem nem sentir o cheiro do dinheiro, que logo entram em puro êxtase. É deprimente. E ninguém se interessa em punição para esse tipo de “servidor”, desculpem a ironia. (C.N.)

Vice-presidente nacional do PT, Quaquá defende demissão da ministra da Saúde


A esquerda está muito fundamentalista”, diz vice-presidente do PT | VEJA

Quaquá afirma que a ministra é inoperante e precisa sair

Deu em O Globo

Enquanto a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), saía em defesa da ministra Nísia Trindade, após a titular da Saúde se tornar alvo de críticas tanto da base do governo quanto da oposição, principalmente por causa da liberação de verbas da pasta e da nomeação do filho como secretário de Cultura em Cabo Frio, o vice-presidente do PT, deputado federal Washington Quaquá, renovava críticas à ministra, defendendo sua saída do cargo.

Disse Quaquá que Nisia Trindade tem recebido críticas também pela gestão dos hospitais federais no Rio. Ao Globo, o vice-presidente nacional do partido, afirmou que há demora na reabertura de leitos nas unidades, que vivem um sucateamento, diz ele, que classificou a gestão de Nísia como “inoperante e frágil”.

DISSE QUAQUÁ – “É uma ministra que dialoga muito pouco com o mundo da administração pública, não só da política. Para um governo da importância do governo Lula, a ministra é inoperante. Ela não tem o tamanho que o governo Lula precisa”, afirmou Quaquá, defendo que a ministra saia do cargo.

Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), saiu em defesa de Nísia Trindade. De acordo com a deputada, a ministra “está sendo alvo de intrigas” plantadas por “grupos políticos ávidos por abocanhar o ministério”.

“Ela (Nísia Trindade) tornou mais ágil a transferência de verbas para estados e municípios, que aumentaram em quase R$ 5 bilhões no final do ano. Por trás disso, obviamente, estão grupos políticos ávidos por abocanhar o Ministério da Saúde. A ministra já mostrou sua competência e seu compromisso com nosso projeto de país. Tem toda solidariedade do PT”, escreveu Hoffmann no “X”, antigo Twitter.

LINDBERGH APOIA – O deputado federal Lindbergh Farias (PT), que é namorado de Gleisi, também se pronunciou contra os ataques recebidos por Nísia Trindade e exaltou as qualidades da parlamentar enquanto ‘defensora intransigente do SUS’

Afirmou ser uma “ilação absurda” o fato de bolsonaristas terem impulsionado a vinculação da nomeação do filho da ministra, o músico Márcio Sampaio, como secretário de Cultura de Cabo Frio a um repasse da pasta à cidade na Região dos Lagos do Rio, no valor de R$ 55,4 milhões, no fim do ano passado. A nomeação ocorreu um mês depois da destinação dos recursos.

“Primeiro, ser secretário de Cultura não é nenhum prêmio, pelo contrário, é um enorme desafio que espero que seja exitoso. Mas, o fato não é esse. A verdade é que essa luta para aumentar os recursos da média e alta complexidade em Cabo Frio é antiga e eu participei desde o início” escreveu Farias nas redes sociais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Para quem conheceu Lindbergh Farias quando era presidente da UNE, é triste vê-lo envolvido em processos penais e defendendo acusados por corrupção. Ficar calado seria mais conveniente. (C.N.)

Equador se inspira na ditadura imposta a El Salvador para reduzir a criminalidade


Bukele tem 90% de aprovação e vai ser facilmente reeleito

Bukele tem 90% de aprovação e vai ser facilmente reeleito

Sandra Cohen
g1 Mundo

Nayib Bukele, o controverso e impetuoso presidente de extrema direita de El Salvador, se escora na aprovação de 90% para responder aos críticos que questionam o modelo autoritário imposto no país: intitula-se como “o ditador mais legal do mundo”.

Ele se tornou popular por ter domado a criminalidade e a atuação das gangues, conhecidas por maras, que dominavam o país nas últimas três décadas e imprimiam, em 2015, a taxa de 107 homicídios para cada 100 mil pessoas.

EQUADOR IMITA – Parte das medidas anunciadas no Equador por Daniel Noboa — criação de dois gigantescos centros penitenciários e compra de navios-prisão — se espelha no modelo aplicado por Bukele. O presidente salvadorenho construiu o Centro de Confinamento do Terrorismo, uma megaprisão de segurança máxima. Classificada por ele como a maior do mundo, abriga mais de 100 presos em cada uma de suas celas coletivas sem colchões.

A drástica redução da criminalidade em El Salvador — de 107 para 2,3 homicídios por 100 mil habitantes em 2023 — foi obtida às custas do controle das instituições governamentais e do atropelo dos padrões democráticos.

O país está desde 2022 em estado de exceção, já renovado por 11 vezes. Bukele mandou 70 mil pessoas para as prisões, suspeitos de filiação às gangues, destituiu o procurador-geral e substituiu os juízes da Suprema Corte por aliados.

HÁ CONTROVÉRSIAS – O encarceramento indiscriminado de salvadorenhos levantou críticas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e outras entidades defensoras de direitos civis. As denúncias se somam à ausência de processos legais, prorrogando indefinidamente o tempo de prisão, e aos abusos e às condições precárias a que os presos são submetidos.

O presidente Bukele responde com desdém às críticas de que transformou o país num Estado policial: “De que lado eles estão? Das pessoas honestas ou dos criminosos?”

A dura abordagem ao crime organizado e o modelo populista fizeram de Bukele uma espécie de salvador da pátria. Ele está prestes a assegurar, em fevereiro, a reeleição, embora o segundo mandato presidencial em El Salvador seja inconstitucional.

FALSA RENÚNCIA – Para concorrer, o presidente, de 42 anos, se vale de uma artimanha decretada pelo Tribunal Constitucional, permitindo mandatos consecutivos caso o presidente renuncie a seis meses das eleições.

Bukele obedeceu à nova regra, tirou licença e foi substituído provisoriamente no comando do país por seu secretário particular.

Em plena campanha eleitoral, anima os comícios com o slogan “vote em mim ou os gangsteres serão libertados” e propaga seu modelo autoritário para outros países.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importante matéria de Sandra Cohen. Mostra que na vida tudo tem limites. Quando a democracia é usada para favorecer o crime e a impunidade, o resultado é o surgimento de “ditaduras criativas”, como a de Bukele, que pode ser adotada também no Equador e em outros países dominados pelas facções criminosas. Aqui no Brasil ainda não há esse possibilidade, embora libertar líderes de facções criminosas seja uma espécie de esporte preferido dos magistrados brasileiros, desde a primeira até a última instância. (C.N.)

Por que Lula decidiu atrair mais chuvas e trovoadas ao apoiar ação contra Israel?


Lula escala Celso Amorim para participar de reunião com Venezuela e Guiana  | O TEMPO

Lula e Celso Amorim estão conduzindo mal a política externa

Eliane Cantanhêde
Estadão

Por que, afinal, o presidente Lula decidiu atrair mais chuvas e trovoadas, dentro e fora do País, ao anunciar oficialmente apoio ao julgamento de Israel, por genocídio, na Corte Internacional de Justiça de Haia? Não precisava. Países não votam na Corte e não interferem no resultado. Bastava acompanhar de perto e ver no que daria, como fizeram China e Rússia, os dois principais integrantes dos Brics.

A explicação nos bastidores, ou melhor, nos palácios, é a tragédia humanitária em Gaza, transformada num gigantesco cemitério de crianças depois que Israel reagiu ao ataque terrorista do Hamas despejando sua ira e sua força na faixa que abriga(va) os palestinos. Mas, fora dos gabinetes envidraçados de Oscar Niemeyer, a interpretação é outra: a posição ideológica de Lula e do PT contra Israel.

NOTAS DA REPÚDIO – Depois de notas do Instituto Brasil-Israel e da Confederação Israelita do Brasil (Conib), cobrando a tradição de “equilíbrio e moderação” da política externa brasileira, veio a carta, igualmente dura, mas em formato erudito, do ex-chanceler Celso Lafer, de família judia da Lituânia, professor emérito da Faculdade de Direito da USP e especialista em Direito Internacional.

Endereçada ao chanceler Mauro Vieira, mas distribuída publicamente, a carta rebate à luz do direito a acusação de “genocídio” e acusa a África do Sul, autora da petição à Corte de Justiça, de tentar deslegitimar o Estado de Israel e aumentar o antissemitismo mundial, “em sintonia com os que almejam minar o direito à existência de Israel”.

“É um deslize conceitual de má-fé valer-se da imputação de genocídio para discutir as controvérsias jurídicas relacionadas à aplicação do direito humanitário e aos problemas humanitários em Gaza”, ensina Lafer, acusando a posição do governo de falta de consistência, coerência e obediência às regras do Direito Internacional.

MAIS CRÍTICAS – Na véspera, a ONG Human Rights Watch (HRW) divulgara seu relatório de 2023, criticando o Brasil por falhas no combate à violência policial e também em quatro conflitos internacionais: “declarações controversas” de Lula sobre a invasão da Rússia na Ucrânia, defesa de Nicolás Maduro na Venezuela e omissão em relação às violações na Nicarágua e aos crimes da China contra os Uigures.

Não há, porém, referências ao Brasil em relação à Guerra de Israel. Talvez porque o foco da HRW, pelo óbvio, é em direitos humanos, não em política externa e direito formal internacional. Mas a HRW é uma ONG, o Brasil é um País.

Uma coisa é a opinião de organizações independentes, outra é o posicionamento oficial de um Estado num conflito que, como sempre, tem dois lados.


Entrevista sobre os 30 anos da Rádio Vaza Barris - Parte da História que poucos lembram,.

 Nota da Redação deste BlogAssitindo a entrevista de Jovino em comemoraçao aos 30 anos da Rádio Vaza Barris, ocorreu um fato importante que fugiu a mémória do Jovino. 

O Clube DAR era um local muito popular entre a juventude da cidade de Jeremoabo. No entanto, o padre Francisco, da Igreja Católica, pregava contra o clube, dizendo que ele era um lugar de "cobras e lagartos", como se fosse uma "Sodoma e Gomorra" instalada em Jeremoabo, inclusive que as mocinhas que ali frequetava era mais lambidas do que bezerro novo.

O Fundador e Venerável da Loja Maçônica Filhos de São João em Jeremoabo , José Montalvão, aproveitou a condenação do padre para sugerir uma permuta de local com o Clube DAR. A Loja compraria o terreno dos Cajuaeiros para a construção de um novo DAR, e o Clube cederia o seu terreno para a construção da sede da Loja.

Antonio Lourenço de Carvalho (Tonho do  cantinho)estava Presidente do DAR e nós Venerável da Loja Mâçônica Filhos de São João  Jeremoabo.

A reunião dos sócios do Clube DAR aprovou a permuta, que foi constada em ata. No entanto, o padre Francisco mudou de opinião e passou a dizer que o Clube DAR era um "local abençoado".

A repercussão das críticas do padre Francisco foi grande, e muitos moradores de Jeremoabo ficaram indignados com a ideia de a Loja Maçônica tomar o terreno do Clube DAR.

O meu pai João Isaías Montalvão, também ficou preocupado com a situação. Ele nos convocou para uma conversa e sugeriu que ele desistisse da permuta. O nosso saudoso pai João Isaías Montalvao argumentou que o Clube DAR era o único clube social da cidade onde a juventude podia se divertir, e que não seria justo tomar um imóvel da coletividade.

Fiquei convencido com os argumentos do meu pai e decidi desistir da permuta. Logo depois, e encontrei com o Senhor Vicente de Paula Costa, que sugeriu que a Loja Maçônica fosse construída em um terreno seu, que poderia ser pago quando a Loja pudesse.

A Loja Maçônica Filhos de São João foi construída no terreno do Senhor Vicente de Paula Costa, e está localizada no mesmo local até hoje.

Essa história é interessante porque mostra como as disputas religiosas e políticas podem afetar a vida das pessoas e das instituições. No caso, as críticas do padre Francisco ao Clube DAR quase levaram à transferência do clube para um novo local, o que teria sido uma perda para a juventude da cidade.

A nossa decisão de desistir da permuta foi uma decisão acertada, que evitou um conflito desnecessário e garantiu que o Clube DAR continuasse a ser um local de lazer e diversão para a juventude de Jeremoabo.

Até o dia quando resolveram permutar com a hoje Rádio Vaza Barris.




Quantidade de pleitos não garante qualidade da democracia global - Editorial




Este ano baterá todos os recordes eleitorais no mundo, mas há risco de maior corrosão democrática

Por uma conjunção de calendários, este ano baterá todos os recordes eleitorais. Cerca de 2 bilhões, quase metade da população adulta do planeta, tomarão parte em votações em mais de 60 países de todos os continentes em 2024. Provavelmente só em 2048 o mundo voltará ter tantas disputas eleitorais. Até dezembro, haverá eleição no país mais poderoso (Estados Unidos) e no mais populoso (Índia). No Brasil, a disputa é pelas prefeituras e câmaras municipais. Na Indonésia, estão em jogo Presidência e Congresso. Na União Europeia, vagas no Parlamento. Haverá eleições em países com maioria muçulmana (Paquistão), católica (México) e anglicana (Reino Unido). Mesmo disputas em países pequenos podem ter importância global, como a ocorrida ontem em Taiwan, um desafio à influência da China.

Se, na quantidade, o ano parece a festa da democracia, em qualidade 2024 é menos vistoso. Os pleitos na Rússia, na Venezuela e no Irã demonstram que depositar o voto na urna é um passo imprescindível, mas insuficiente para um país ser democrático. Quando a oposição é perseguida, presa e impedida de participar, a eleição se transforma em mero teatro. Mesmo quando há alguma competição, a saúde da democracia não está garantida.

Universidades e centros de pesquisa dedicados a definir, classificar e medir sistemas políticos tendem a concordar que vivemos um período de corrosão democrática. Pelo sexto ano consecutivo, houve declínio da democracia em pelo menos metade dos países, diz a organização International IDEA, com sede na Suécia. É a queda mais longa desde o início das análises, em 1975. Para o também sueco instituto V-Dem, os avanços globais registrados nos últimos 35 anos estão desaparecendo. Na medição da Freedom House, sediada em Washington, a liberdade global caiu pela 17ª vez desde 2007. Caso políticos com tendências autoritárias ou seus aliados continuem no poder ou voltem ao Executivo em 2024, o que já não está bom poderá ficar ainda pior.

A origem dos riscos à democracia não é definida por coloração ideológica. No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador, de esquerda, erodiu a confiança no sistema político ao centrar suas forças contra a autoridade eleitoral. Impedido pela Constituição de buscar a reeleição, lançou como candidata a ex-prefeita da Cidade do México, uma fiel seguidora. As perspectivas para os Estados Unidos não são melhores. Mesmo depois do caos reinante em seu mandato, das tentativas de mudar os resultados de 2020, das mentiras, dos processos na Justiça e promessas absurdas, Donald Trump, da direita, segue competitivo nas eleições de novembro. Uma segunda passagem pela Casa Branca promete um teste institucional ainda maior.

Para sobreviver, a democracia precisa melhorar o bem-estar da população. Sem isso, vira alvo fácil de demagogos. Quase 75% dos sul-africanos, que também votarão neste ano, dizem estar dispostos a aceitar um regime autoritário se houver trabalho e combate ao crime. Candidatos a autocrata não faltam por toda parte, nem os meios para ascenderem. Sem regulação, redes sociais e aplicativos de mensagens são plataformas para todo tipo de desinformação. Para não falar na inteligência artificial. A onda populista deve servir de alerta a quem acredita nas liberdades individuais. A festa democrática de 2024 deveria celebrar não só a quantidade, mas também a qualidade.

O Globo

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