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sexta-feira, setembro 01, 2023

Para entender os militares é preciso reler “Os idos de março e a queda em abril”

Publicado em 1 de setembro de 2023 por Tribuna da Internet

Os Idos De Março E A Queda Em Abril - Antonio Callado E Outros - Traça  Livraria e Sebo

Foi o primeiro livro sobre o golpe militar de 1964

José Carlos Werneck

Quando tanto se discute a participação dos militares na política, é sempre reler “Os Idos de Março e a Queda em Abril”. Foi o primeiro livro publicado sobre a história do Movimento de 1964. Impresso no mês seguinte à queda do presidente João Goulart, relata de modo detalhado a realidade daqueles dias.

Relato fiel do que de fato aconteceu, é um livro instigante, de agradável leitura, que prende o leitor da primeira à última página. Até hoje é muito utilizado por aqueles que buscam informações sobre acontecimentos que marcaram a história política brasileira e seus protagonistas.

GRANDES JORNALISTAS – Seus autores são oito jornalistas do “Jornal do Brasil”, matutino que se destacou na campanha para derrubar o governo do presidente João Goulart: Alberto Dines, Antonio Callado, Araujo Netto, Carlos Castelo Branco, Claudio Mello e Souza, Eurilo Duarte, Pedro Gomes e Wilson Figueiredo. 

 O conjunto das narrativas, coerente com o que foi publicado no veículo para o qual trabalhavam seus autores, é favorável ao movimento civil/militar vitorioso. O mais importante da obra está relacionado à possibilidade de melhor compreender a atuação dos profissionais da Imprensa brasileira daquele período.

Continua, até hoje, como uma das melhores fontes para os interessados em conhecer em detalhes a trajetória do movimento civil/militar e o início do regime de governo que permaneceu no País por longos 21 anos.


Prefeitos se "arrependem", mas sabiam


Milhares de prefeitos, incluindo de cidades sulbaianas como Itabuna e Ilhéus, cumpriram a promessa de fechar as portas das prefeituras nesta quarta-feira, em protesto contra a forma com que o governo do petista Lula distribui os recursos que arrecada do cidadão através de impostos.

As principais causas da paralisação foram a queda nos valores do Fundo de Participação dos Municípios e o atraso das emendas parlamentares. Além disso, a maioria dos prefeitos reclama que o governo e o Congresso criam despesas obrigatórias sem dar aos municípios meios para arcar com elas.

Segundo a Confederação Nacional de Municípios, o movimento saiu do Nordeste, onde havia começado na semana passada, e atingiu cidades em 16 estados. Nas redes sociais, dezenas de prefeitos dizem que votaram em Lula, mas se arrependeram porque com Bolsonaro eram mais respeitados, tinham mais verbas e suporte.

A choradeira dos prefeitos arrependidos foi ironizada por centenas de internautas. Eles lembraram que os prefeitos sabiam o que Lula tinha feito nas gestões passadas, conheciam o mensalão, o petrolão e as propinas da Obdebrecht. Além disso, Lula está fazendo justamente o que ameaçava durante a campanha: inchar o estado, aumentar impostos e gastar sem limite.

Independente das gozações, os prefeitos, de todos os lados políticos, estão empenhados em pressionar o governo para que as emendas sejam liberadas com rapidez e o FPM seja aumentado. O problema é que a queda da economia reduz a arrecadação do imposto de renda e do IPI, justamente a base do FPM.

A CNM diz que é preciso achar uma solução, porque “os municípios vivem uma crise estrutural”, com o número de prefeituras endividadas explodindo de 7% para 51% neste primeiro ano da gestão do petista Lula. "Os prefeitos podem ser enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal por gastar mais do que arrecadam".

Na Bahia, o prefeito de Irecê, Elmo Vaz (PSB), declarou que a UPB repassou dados de que mais de 50 % das prefeituras paralisaram as atividades. “Em Irecê, a prefeitura só está atendendo emergências de saúde, além dos serviços de limpeza, coleta de lixo e o setor de tesouraria, que não podem paralisar”. Com Brasil 61

https://www.aregiao.com.br/archives/  



Guerra na Ucrânia: entenda por que ataques com drones têm sido cada vez mais comuns




Custo inferior ao de outras armas e perda de tropas têm feito exércitos investirem nos equipamentos

Por Mathias Brotero e Américo Martins

A Rússia viu um dos maiores ataques de drones em seu território nesta quarta-feira (30), desde o início da guerra. Aviões de transporte que estavam parados em um aeroporto na cidade de Pskov, próximo da fronteira entre Rússia e Estônia, ficaram danificados.

Autoridades russas não relataram mortes ou feridos e alegaram ter frustrado quase todos os ataques. Enquanto isso, representantes do governo ucraniano relataram que diversos grupos de drones voaram em direção à capital Kiev, no que está sendo descrito como um dos ataques mais fortes desde a primavera no país.

Avanços solitários em zonas de combate cada vez mais ocupadas por máquinas tem sido uma realidade cada vez mais comum na guerra – seja pelo ar, ou pela água.

Ataques navais

Na região da península da Crimeia, por exemplo, o uso de drones navais tem sido frequente.

“Se ao passo que a Rússia controla parte do Mar Negro, a Ucrânia se utiliza de drones navais com o objeto de destruir ou minar a capacidade e presença russa. Não apenas de meios navais naquela região do conflito, mas também na tentativa de destruição de importantes instalações da Rússia”, explica Augusto Teixeira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lançou um site, chamado “United24”, que recebe todos os tipos de doações. Uma das iniciativas está focada na arrecadação de fundos para formar o que a plataforma chama de “primeira frota mundial de drones navais”.

A ideia é comprar 100 embarcações. Cada drone custa em torno de US$ 250 mil.

Ataques aéreos

Pelos ares, os ataques a Rússia usando veículos não tripulados também tem sido frequentes. Em maio, por exemplo, o Kremlin, complexo onde trabalha o presidente russo Vladmir Putin, sofreu com uma ofensiva. Já no início de agosto, um arranha-céu em Moscou viu ao menos dois ataques de drones.

Apesar da Ucrânia não reivindicar ataques específicos, o presidente ucraniano disse que ofensivas ao território russo são inevitáveis.

Um levantamento feito pela rede britânica BBC aponta que, só neste ano, já foram lançados mais de 160 ataques aéreos e mais de uma dúzia de ataques pelo mar, com dispositivos não tripulados, na Rússia ou em regiões ucranianas controladas pela Rússia.

O investimento em drones está diretamente ligado ao custo destes equipamentos, que são mais baratos do que outras armas, como mísseis. Além do dano físico, os drones também tem um impacto psicológico, conforme detalha o coronel da reserva e mestre em ciências militares, Paulo Roberto da Silva Gomes Filho.

“São armas que – como são adaptadas – têm uma capacidade de transporte, uma capacidade de carga muito pequena. Então leva uma quantidade de explosivos muito baixa, que não causa grandes impactos no alvo. Mas tem a finalidade de mostrar para os russos, para o cidadão comum russo, que o país tá em guerra”, diz Filho.

Nas linhas de contato, o uso de drones também tem sido frequente. Em entrevista à CNN Brasil, militares ucranianos relataram que a falta de armas os motiva a buscar outras maneiras de atacar.

De acordo com eles, a maioria dos drones usados são caseiros. Dependendo da munição carregada, o equipamento pode ser utilizado contra tropas da infantaria e até tanques.

O especialista Gilberto Buffara, CEO da Stella Tecnologias, que produz drones no Brasil, explica como os equipamentos encontrados pela reportagem no front de batalha funcionam.

“Ele voa com a granada em cima e ele solta. A granada cai na vertical, em cima do tanque de guerra”, diz. De acordo com Buffara, existem diferentes maneiras de controlar drones. Uma delas é utilizando óculos, como se o piloto estivesse dentro do drone.

“Esse está virando um profissional importante nas forças terrestres ucranianas”, explica. Em busca de modernização, empresas querem dar cada vez mais autonomia aos equipamentos.

Drones de ataque, como o “kamikaze”

A lista dos drones usados na guerra da ucrânia é extensa e os equipamentos podem ter mais de uma função. No caso dos drones kamikaze, também chamado de munição vagante, existem diferentes modelos, além dos caseiros.

O drone americano Switchblade 300, por exemplo, usado pelo exército ucraniano, tem asas menores e retráteis e é conhecido por ser prático de carregar. O equipamento é catapultado do chão como um canivete com mola, com as asas abrindo logo após a saída. Ele tem autonomia de cerca de 15 minutos e alcance de até 10 quilômetros.

Mas também há modelos kamikaze maiores, como é o caso do iraniano Shahed 136, que vem sendo usado pela Rússia. O alcance do drone é motivo de debate, mas estima-se que a aeronave possa chegar entre 1.000 e 2.500 quilômetros de distância do ponto de partida. A aeronave foi usada em missões como ataques a infraestrutura de energia.

Drones de reconhecimento

Existem drones usados para outros tipos de missão, como o drone turco Bayraktar TB2, um dos mais usados pelas forças ucranianas. Ele possui mísseis e pode servir para atacar.

Mas o equipamento também pode ser usado para observação e reconhecimento, principalmente pelos 12 metros de asa, que dão a ele mais sustentação e contribuem para uma autonomia de até 27 horas, além de um alcance de até 300 quilômetros.

Enquanto fatores como distância e tamanho do alvo determinam o drone que será usado, a capacidade de improvisação contribui para uma presença cada vez maior de diferentes drones na guerra.

“Há uma proliferação absurda de diversos tipos de drones, desde aqueles empregados pela infantaria em pequenas frações de tropa, até aqueles que vão ser empregados pela artilharia para contribuir com ataques em profundidade ou até drones sendo utilizados como mísseis, para focos em profundidade, como vimos recentemente no ataque contra Moscou”, explica o professor Augusto Teixeira (UFPB).

Desde o dia 24 de fevereiro de 2022, ao menos 22 mil drones de ataque já foram contratados e cerca de 15 mil equipamentos entregues às forças armadas da ucrânia, segundo o governo ucraniano.

Com tropas cada vez mais escassas, os drones têm sido uma saída para seguir com uma guerra que parece não ter prazo para acabar. Para o coronel Paulo Roberto, durante guerras, as armas estão em constante evolução.

“Toda guerra é um laboratório dessa eterna disputa entre a espada e o escudo.”

“Então alguém inventa a espada, o sujeito inventa um escudo. Aí o cara inventa uma espada maior, aí o escudo, a flecha, daqui a pouco inventa a metralhadora, o escudo não adianta mais…É uma eterna disputa”.

CNN

31 A eterna tentação de controlar a imprensa - Editorial

 




Ao tentar impor restrições ao trabalho da imprensa, CPMI do 8 de Janeiro reverbera a tentação de controlar o jornalismo. A liberdade de imprensa é sempre incômoda ao poder

CPMI do 8 de Janeiro reverbera a tentação de controlar o jornalismo. A liberdade de imprensa é sempre incômoda ao poder.

A liberdade de imprensa, um dos sustentáculos do regime democrático, sempre foi incômoda para o poder. De tempos em tempos, aparece alguém tentando, de modo mais explícito ou mais sutil, cercear o livre exercício do jornalismo pelas mais variadas razões. Tal pretensão autoritária não deve causar surpresa. Como preconiza o mais básico dos manuais do ofício, o jornalismo envolve necessariamente lançar luz sobre fatos de interesse público, fatos estes que alguns detentores circunstanciais do poder gostariam de manter longe dos olhos da sociedade.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), foi um dos que não resistiram à tentação de se arvorar em editor de jornal, tentando controlar, ora vejam, o que o jornalismo pode ou não publicar. No dia 28 passado, Arthur Maia editou uma norma que vedava aos profissionais de imprensa credenciados para cobrir os trabalhos da CPMI a publicação de documentos classificados como “confidenciais” pelo colegiado. Quais seriam as consequências mundo afora se o jornalismo publicasse apenas o que o poder estatal autoriza publicar?

Não é papel do presidente da CPMI – nem de qualquer outra autoridade – definir que tipo de informação o jornalismo pode levar a conhecimento público. O Estado simplesmente não dispõe dessa atribuição. Ainda mais contraditório é o fato de que a norma restritiva para a imprensa foi editada por quem preside uma comissão parlamentar que investiga um ataque contra a Constituição que reconhece a liberdade de imprensa como garantia fundamental do Estado Democrático de Direito.

Além de evitar a publicação de documentos ditos “confidenciais”, a norma censora se prestava, nas palavras de seu idealizador, a “proteger o direito à intimidade e a vida privada” dos deputados e senadores membros da CPMI, haja vista que o conteúdo de algumas mensagens trocadas entre eles por celular veio a público por meio de veículos jornalísticos.

Aqui se vê como a pretensão de controlar a imprensa sempre se apresenta revestida de bons motivos. No caso em tela, como pretensa defensora do direito à privacidade dos parlamentares. Mas, apesar das vestes aparentemente civilizadas, a justificativa é inteiramente descabida. Não cabe controle prévio da imprensa. E, na hipótese de eventual equívoco por parte do jornalismo, há sempre a possibilidade de posterior responsabilização pelas vias judiciais. Como dissemos neste espaço, “um jornal não lava as mãos pelo que publica. Ele é responsável pelo conteúdo que sai em suas páginas, sejam impressas ou digitais” (ver editorial O limite da imprensa já está na Constituição, 20/8/2023).

A imprensa, livre e independente, incomoda. Não é por outra razão que jornalistas e veículos de imprensa figuram entre as primeiras vítimas dos déspotas e autoritários que ascendem ao poder. Por isso, no regime democrático, a liberdade de imprensa é ponto inegociável. Impor qualquer limite ao trabalho jornalístico além do que está estabelecido na Constituição é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Entre outros graves danos, deixaria a população refém do poder estatal.

A imprensa é “o cão de guarda da sociedade”, diz o conhecido aforismo. De fato, a constante vigilância exercida pelo jornalismo é proteção – algumas vezes, a única – da população perante o Estado, em suas diversas esferas.

Diante da repercussão negativa do caso – que veio justamente da denúncia feita pela imprensa –, o presidente da CPMI recuou do ato que impôs sanção aos jornalistas que divulgarem informações confidenciais vazadas por membros do colegiado. Manteve, no entanto, a decisão de proibir que profissionais da imprensa capturem “imagens de conteúdo privado de terceiros sem autorização”.

Todo esse episódio lembra a importância da defesa das liberdades. Mesmo num colegiado do Congresso cujo objetivo é investigar atos antidemocráticos, tenta-se restringir a liberdade de imprensa. Ou seja, o preço da liberdade continua sendo a eterna vigilância. 

O Estado de São Paulo

Ao contrário do casal Bolsonaro, Wassef e ex-assessor não ficaram em silêncio em depoimento à PF




Advogado Frederick Wassef assumiu recentemente que recomprou Rolex que Bolsonaro recebeu de presente e que foi vendido ilegalmente

Eles foram convocados a depor no mesmo momento para que não pudessem combinar versão em comum sobre suposto caso de corrupção das joias

Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e o tenente Osmar Crivelatti, ex-assessor da Presidência da República, não ficaram em silêncio durante depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o caso das joias nesta quinta-feira (31). A informação foi confirmada pela própria PF à CNN.

Além deles, também não ficaram em silêncio o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o pai dele, general Mauro Lourena Cid.

Por outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) não se pronunciaram aos agentes. A defesa do casal apresentou uma petição para eles ficarem em silêncio.

Junto com eles, também ficaram em silêncio: Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República e advogado de Bolsonaro, e coronel Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência da República.

Bolsonaro chegou a dizer à PF que “jamais mudou de versão” sobre o assunto, referindo-se a depoimento já dado anteriormente em São Paulo.

Assim, apesar de oito pessoas terem sido convocadas para depor simultaneamente, apenas quatro deram declarações. A CNN ainda não teve acesso ao conteúdo dos depoimentos.

Crivelatti e Wassef

Wassef foi o único ouvido pela PF fora de Brasília. Ele chegou à sede da PF em São Paulo por volta das 10h15. O depoimento durou cerca de quatro horas.

Antes de entrar no prédio ele falou com a imprensa e negou ter cometido qualquer irregularidade ou mudado de versão das suas declarações sobre as joias.

Há duas semanas, quando a PF identificou o nome de Wassef nos recibos de compra de um relógio Rolex, o advogado disse em nota que “jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos”, além de nunca ter participado de nenhuma tratativa, nem auxiliado nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta.

No dia seguinte, em uma coletiva convocada por ele, Wassef assumiu ter comprado o relógio e apresentou recibos do negócio, feito em uma loja nos Estados Unidos.

Na saída do depoimento desta quinta-feira, Wassef disse que não podia falar sobre o inquérito, que está em segredo de justiça.

Linha do tempo do caso das joias

    No dia 26 de outubro de 2021, a comitiva do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro retornou da Arábia Saudita em voo comercial;

    No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, os agentes da Receita Federal apreenderam um estojo com joias e uma escultura de um cavalo de ouro;

    Em dezembro de 2022, a Presidência da República solicitou a retirada dos bens apreendidos. No entanto, não ficou claro se a solicitação era para a Presidência ou para o ex-presidente, que teria que pagar impostos sobre os bens;

    Em 3 de março de 2023, o jornal “O Estado de São Paulo” revelou que a gestão de Jair Bolsonaro havia recebido presentes da Arábia Saudita que não haviam sido registrados no acervo da Presidência;

    Em 5 de março, foi revelado que um segundo kit de presentes de luxo, contendo objetos da marca Chopard, estava no acervo privado de Bolsonaro. O kit incluía um relógio, abotoaduras, caneta e anel;

    No dia seguinte, 6 de março, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, determinou a abertura de um inquérito para investigar as joias. O ex-presidente foi intimado a devolver os bens à União no prazo de cinco dias;

    Em 28 de março, foi revelado que Bolsonaro havia recebido um terceiro kit de joias da Arábia Saudita. A defesa do ex-presidente afirmou que os bens “foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República”;

    No dia seguinte, 29 de março, Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, foram intimados a depor no inquérito das joias;

    Em 11 de agosto de 2023, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o pai dele, o general Mauro Lourena Cid, o ex-advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, e o tenente do Exército Osmar Crivolatti;

    O inquérito aponta para uma “organização criminosa” com pelo menos quatro envolvidos na compra e venda de objetos valiosos da União, segundo a PF;

    Desde então, foram sendo revelados diversos casos que culminaram na intimação para o depoimento coletivo de hoje;

    No entanto, o depoimento não ocorreu, pois a defesa de Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro entrou com uma petição para permanecer em silêncio, alegando “conflito de competência” jurídica no caso.

CNN

China publica “novo mapa” e gera irritação de países vizinhos




“Novo mapa” publicado pela China gera irritação de países vizinhos como Filipinas, Índia e Malásia

Filipinas, Malásia e Índia acusam Pequim de reivindicar seu território

Por Rhea Mogul

As Filipinas tornaram-se os últimos vizinhos da China a opor-se ao seu novo mapa nacional, juntando-se a Malásia e Índia em declarações condenatórias acusando Pequim de reivindicar seus territórios.

A China publicou uma nova versão do seu mapa nacional na segunda-feira (28), como tem feito regularmente desde pelo menos 2006, para corrigir o que Pequim referiu no passado como “mapas problemáticos” que afirma deturparem as suas fronteiras territoriais.

As Filipinas disseram na quinta-feira (30) que rejeitaram o mapa devido à inclusão de uma linha tracejada em torno de áreas contestadas do Mar do Sul da China, tema que foi sujeito a uma decisão de um tribunal internacional, em 2016, que terminou favorável à posição filipina.

O mapa é a “mais recente tentativa de legitimar a suposta soberania e jurisdição da China sobre as características e zonas marítimas das Filipinas [e] não tem base no direito internacional”, afirmou o departamento de Relações Exteriores das Filipinas em um comunicado.

A Índia foi a primeira a reclamar na terça-feira (29), quando protestou contra a inclusão do estado indiano de Arunachal Pradesh e do disputado planalto Aksai-Chin em território chinês.

“Apresentamos hoje um forte protesto através dos canais diplomáticos com o lado chinês sobre o chamado ‘mapa padrão’ da China de 2023, que reivindica o território da Índia”, disse o secretário dos Negócios Estrangeiros da Índia, Arindam Bagchi, num comunicado. “Rejeitamos essas alegações porque não têm base.”

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Malásia também rejeitou as “reivindicações unilaterais” da China, acrescentando que a nação do sudeste asiático “é consistente na sua posição de rejeitar as reivindicações de soberania, direitos soberanos e jurisdição de qualquer parte estrangeira sobre as características marítimas da Malásia”.

Durante uma entrevista a jornalistas na quarta-feira (30), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, rejeitou as queixas, dizendo que as revisões eram um “exercício rotineiro de soberania de acordo com a lei”.

“Esperamos que as partes relevantes possam permanecer objetivas e calmas e evitar interpretar excessivamente a questão”, acrescentou.

Tensões com a Índia

Desde a sua ascensão ao poder em 2012, o líder Xi Jinping tem procurado transformar a China numa superpotência global, impulsionando uma política externa agressiva e tomando medidas mais ousadas em vários pontos críticos em toda a Ásia.

A disputa sobre o mapa ocorre dias após o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e Xi terem tido uma rara reunião cara a cara na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento visto como um passo em direção a consertar o relacionamento tenso.

O encontro também ocorreu depois de a Índia e a China terem se envolvido na 19ª ronda de conversas para resolver a questão fronteiriça, e antes de uma potencial reunião entre Modi e Xi na reunião da cúpula do G20 em Nova Déli, na próxima semana – caso Xi compareça.

Embora pareça, pelo menos publicamente, que estão sendo feitos progressos nas suas disputas fronteiriças, os analistas dizem que esse nem sempre é o caso.

“A Índia e a China aproveitam todas as oportunidades para discutirem as suas diferenças, mas parece um passo em frente, dois passos atrás”, disse Akhil Ramesh, membro sênior do Fórum do Pacífico, um instituto de investigação de política externa, com sede em Honolulu (Havaí), focado no Indo-Pacífico.

“Neste clima, embora ambos os lados possam expressar publicamente o seu interesse em aliviar as tensões, não vejo isso acontecendo. Ambos os países estão trabalhando em prol dos seus próprios objetivos de serem líderes do Sul global.”

As fronteiras têm sido uma fonte de atrito entre Nova Déli e Pequim durante décadas, e a agitação na região já se transformou em guerra antes, terminando com a vitória chinesa em 1962. Nos anos seguintes, uma fronteira mal definida chamada Linha de Controle Real dividiu as nações mais populosas do mundo.

As tensões entre os dois países pioraram significativamente em 2020, após um conflito mortal no Vale de Galwan, perto de Aksai Chin – uma área controlada pela China, mas reivindicada por ambos os países.

As tensões têm aumentado desde então e escalaram em dezembro passado, quando um confronto entre tropas de ambos os lados no setor de Tawang, em Arunachal Pradesh, resultou em ferimentos ligeiros.

Pressão sobre Modi

Enquanto as tensões entre Pequim e Nova Déli se intensificam, políticos do principal partido de oposição da Índia, o Congresso, criticaram Modi por minimizar a questão da fronteira.

“A China é um criminoso habitual quando se trata de renomear e redesenhar mapas de territórios pertencentes a outros países”, disse o chefe do Congresso, Mallikarjun Kharge. “O governo Modi deve garantir que a ocupação ilegal chinesa de 2.000 quilômetros quadrados de território indiano ao longo da Linha de Controle Real acabe.”

Falando aos repórteres na quarta-feira, o legislador Rahul Gandhi disse: “Há anos que venho dizendo que o primeiro-ministro estava mentindo quando disse que nem um centímetro de terra foi perdido em Ladakh”.

“Todos em Ladakh sabem que a China se apoderou das nossas terras. Esta questão do mapa é muito séria. O primeiro-ministro deveria falar sobre isso”, acrescentou.

Modi evitou, em grande parte, falar publicamente sobre a questão da fronteira, chegando ao ponto de dizer ao vivo na televisão, logo após os confrontos mortais de 2020, que “ninguém se intrometeu e ninguém está se intrometendo”.

No entanto, a Índia tomou várias medidas para reagir às ameaças percebidas da China, incluindo a proibição da plataforma de mídia social TikTok e de outros aplicativos chineses bem conhecidos, dizendo que eles representam uma “ameaça à soberania e à integridade”, ao mesmo tempo que se move para bloquear as gigantes chinesas das telecomunicações Huawei e ZTE de fornecerem sua rede 5G.

Em meio ao crescente nacionalismo em ambos os países, as preocupações em Nova Déli quanto à crescente assertividade de Pequim também reforçaram o relacionamento da Índia com os Estados Unidos, inclusive através do Diálogo Quadrilateral de Segurança, ou Quad – um agrupamento de Japão, EUA, Índia e Austrália amplamente visto como um contrapeso à China.

Pequim boicotou no início deste ano uma reunião de turismo do G20 organizada pela Índia no território Himalaia de Jammu e Caxemira, citando a sua oposição “à realização de qualquer tipo de reunião do G20 em território disputado”.

A Índia e o Paquistão reivindicam a região disputada da Caxemira na sua totalidade.

CNN

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Governo Lula presta contas sobre pagamento de orçamento secreto e verba política

Quinta-Feira, 31/08/2023 - 17h00

Por Redação

Câmara dos Deputados
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou a parlamentares, na terça-feira (29), uma prestação de contas sobre o uso de verba federal para atender aliados, detalhando como o Executivo tem usado o Orçamento para conseguir apoio no Congresso.

 

Assim como as emendas parlamentares comuns, essas verbas são usadas para conseguir apoio em votações na Câmara dos Deputados e no Senado. Ao contrário delas, porém, são distribuídas de forma desigual, sem transparência sobre o padrinho das indicações, como acontecia com as emendas de relator de Jair Bolsonaro, chamadas de orçamento secreto.

 

O documento obtido pela coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, detalha inclusive, como as próprias emendas de relator continuam sendo pagas neste governo, com novos padrinhos. O governo relata ter recebido R$ 2,043 bilhões em novas demandas de aliados da Câmara nesse tipo de emenda, das quais R$ 1 bilhão já foi pago.

 

O relatório foi entregue aos vice-líderes para que eles usem as informações para aplacar a pressão dos partidos da base aliada, já que deputados reclamam do ritmo lento das liberações.

 

O valor total em emendas parlamentares pago em 2023, segundo o relatório, é R$ 13,49 bilhões, incluindo restos do orçamento secreto. O documento foi entregue aos parlamentares por Valmir Prascidelli, secretário especial de assuntos parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).

 

A SRI foi procurada, mas não respondeu ao contato da coluna. O espaço está aberto a eventuais manifestações.

 

O deputado Bacelar, do PV da Bahia, que estava presente na reunião, disse que o governo mostrou os números para auxiliar no trabalho dos vice-líderes de mostrar às bancadas de seus partidos que estão sendo atendidas.

 

“O que dizem é que as emendas estão sendo pagas numa agilidade maior que antes. Como eu não recebia antes, eu não sei”, disse Bacelar.

 

Outro presente na reunião, o deputado José Nelto, do PP de Goiás, disse que o relatório demonstra a transparência do atual governo. “Tudo transparente, nada secreto. É muito melhor assim.”

 

Nos últimos anos, investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) mostraram que a falta de critério técnico no orçamento secreto faz com que o dinheiro público não chegue a quem precisa.

 

As modalidades de verbas para negociação política usadas pela gestão de Lula, citadas no relatório, são as Emendas de Relator (RP 9), Verbas dos Ministérios (RP 2 a 4) e as Emendas de Comissão (RP 8).

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