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segunda-feira, abril 24, 2023

Supremo perde tempo ao julgar 1.093 réus sem flagrante do dia 8 de janeiro

Publicado em 24 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Charge: Enquanto isso no STF. - Blog do AFTM

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

Carlos Newton

A Justiça precisa ser uma velha senhora, austera, rigorosa e compreensiva, sempre usando luto pela culpa que carrega ao permitir que haja tamanha desigualdade social num país potencialmente tão rico. Nesse sentido, o ministro Alexandre de Moraes foge à regra, ao abandonar o comedimento e exercitar uma Justiça espetaculosa, mais preocupada com as aparências do que propriamente com a lei.

Moraes não é o único ministro a proceder assim, muito pelo contrário, porque de alguns anos para cá o Supremo Tribunal Federal passou a trabalhar baseando em interpretações das leis, num contorcionismo jurídico que tirou da cadeia um ex-presidente corrupto e até lhe devolveu os direitos políticos, em meio a um cenário amplo de proteção à impunidade, pois o Brasil se tornou o único país da ONU (são 193) a não prender criminosos após condenação em segunda instância colegiada.

SHOW DE JUSTIÇA – O ataque aos Três Poderes, em 8 de janeiro, veio a radicalizar essa Justiça espetaculosa, que já se configurava nas severíssimas penas aplicadas ao ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que incluíram até bloqueio de conta bancária da mulher dele e apreensão de dinheiro vivo existente na residência. Não se viu isso nem mesmo no caso da prisão de Al Capone, cuja esposa e filhos foram deixados em paz, na forma da lei, que somente pune os autores dos crimes.

No caso da mulher de Daniel Silveira, o ministro Moraes se baseou numa lei inaplicável, pois o réu não foi condenado por corrupção ou dano material ou moral. E até desconheceu recente jurisprudência do Supremo, no julgamento do Habeas Corpus nº 95009.

O STF concluiu que os mandados que autorizam a busca e apreensão de quaisquer bens do acusado, por permitirem excessos, violariam a garantia da pessoalidade da pena, pois acabaria por, indiretamente, punir aos familiares do acusado, privando-os de “bens que poderiam ser convertidos em recursos financeiros com os quais seriam eventualmente enfrentados os tempos amargos que se seguem a sua prisão”, afirmou o então ministro Eros Grau.

SHOW NÃO PODE PARAR – Agora, o espetáculo prossegue com esses os julgamentos simultâneos, uma inovação que só pode ser atribuída ao Princípio da Economia Processual, que curiosamente não foi obedecido na anulação das condenações de Lula, que jogou no lixo o trabalho desenvolvimento por dez diferentes magistrados, em três instâncias, cujas decisões sobre o mérito foram simplesmente atiradas na cesta de lixo.

Não existem julgamento conjunto, cada réu paga pelos crimes que cometeu de forma individual. Mas o Supremo interpretou o Código de Processo Civil (art. 55) e está julgando em conjunto se aceita as denúncias criminais contra 100 dos envolvidos no 8 de Janeiro. O placar parou em 8 a 0, faltando os votos de Nunes Marques e André Mendonça. Quer dizer, o STF já aceitou processar, de uma só vez, esses 100 denunciados, que agora se tornaram réus. E esta semana vai julgar mais 200 denunciados.

É pura bobagem e perda de tempo. Pelo Princípio da Economia Processual, os ministros deveriam ter recusado a denúncia contra os 100 envolvidos, porque a eles é atribuído apenas o levíssimo crime de incitação, cuja sentença máxima é de seis meses e não leva ninguém à cadeia, especialmente quando já até cumpriram parte de pena.

294 RÉUS DE VERDADE – Em tradução simultânea, foram presas 2.182 pessoas pelos atos criminosos na Praça do Três Poderes. Em flagrante delito, apenas 219 envolvidos foram apanhados dentro dos prédios invadidos. Outros 795 foram logo liberadas, por velhice, comorbidade e outras razões humanitárias. Depois do dia 9, mais 75 pessoas foram presas por envolvimentos no vandalismo, com base em filmagens e fotos que também caracterizaram flagrante delito. Assim, são apenas 294 réus de verdade. Somente eles é que devem ser julgados, um a um.

Os outros 1.093 envolvidos que restaram só podem ser denunciados por incitação ao crime, repita-se. Portanto, caberia ao Supremo acabar logo com esses processos, absolvendo todos os réus sem flagrante, pois já basta o que sofreram ao serem presos e ficarem amontoados na cadeia. Mas quem se interessa?

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Magnânimo, o ministro Alexandre de Moraes esteve na Prisão da Papuda e experimentou a quentinha dos réus. Deu uma bela foto, nessa série de espetaculosidades judiciais. Mas nada a ver com o requintado menu do Supremo, é claro. (C.N.)

Ao ocultar importantes imagens, o Planalto propiciou o fortalecimento do bolsonarismo

Publicado em 24 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Veja imagens sem cortes do ex-ministro do GSI nos ataques ao Planalto em  8/1 - Câmera 2 | CNN BRASIL - YouTube

Foi ilusão pensar (?) que as imagens não seriam vazadas

Pedro Dória
O Globo

Durante os próximos meses, o foco da política brasileira estará numa CPI onde duas histórias serão contadas a respeito da Intentona de 8 de janeiro. Numa, o personagem principal será o ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou boa parte do ano eleitoral incitando um golpe em caso de vitória do adversário. Na outra, são os bolsonaristas, que terão todos os holofotes que desejarem para convencer a opinião pública de que o governo Lula é responsável pela tentativa de golpe.

Eles não tinham palco político relevante desde que deixaram o poder. Agora, terão todas as câmeras, farão muitas lives, escorrerão novamente para além de suas bolhas. Tudo isso porque o Palácio do Planalto ainda não entendeu que política, em 2023, ocorre na forma de histórias contadas em picotes de vídeos e memes no ambiente digital.

HAVIA UM AVANÇO – É uma derrota. Nos últimos quatro meses debatemos muito políticas públicas. Não fazíamos isso havia quatro anos. Há muito com que discordar do governo, mas, mesmo com uma tentativa de golpe, as conversas mais importantes foram sobre arcabouço fiscal, reforma tributária, reforma do ensino médio, Bolsa Família, o papel do Brasil perante o mundo, regulação das redes. É para esses debates que governos existem.

A CPI, que consumirá as energias do Congresso Nacional, nascerá porque alguém, no Planalto, decidiu que era boa ideia ocultar do público que o general Gonçalves Dias, até quarta-feira ministro do Gabinete de Segurança Institucional, esteve no palácio durante o ataque.

Numa das versões, o próprio Dias negou à Presidência que houvesse fitas. Ele diz que comunicou ao presidente que a câmera estava quebrada. No mínimo, o general é uma testemunha da maior importância a respeito do maior ataque orquestrado à Presidência desde a Intentona Integralista de 1938.

ABRIU A GUARDA – Jamais existiu a possibilidade de que um vídeo assim, a que muitos bolsonaristas no coração do Planalto ou da PF teriam acesso, não viesse a público. No momento em que o governo escolheu ocultar uma informação assim importante, deu ao bolsonarismo a oportunidade de escolher quando divulgar e ditar os termos.

As redes sociais e grupos de zap se empestearam, na própria quarta-feira, com a “prova” de que tudo havia sido orquestrado pelo governo. As imagens não provam nada. Mas que buraco o governo cavou para si próprio!

Uma coisa o movimento bolsonarista sabe fazer bem: instalar a confusão num país com 150 milhões de contas de WhatsApp. Eles sabem contar uma história no meio digital. Juntam cacos de fatos com doses de ambiguidade e mentiras abertas, empacotam tudo, e desmontar depois é muito mais difícil.

GANHARAM UM PICADEIRO – Mas há muito que o bolsonarismo não sabe fazer. Tem dificuldades de responder quando está sob pressão, não sabe organizar uma estrutura sucessória, tem dificuldades de escapar da própria bolha quando não é posto no centro do picadeiro por outros. Sem governo, o bolsonarismo só fala com os seus. Por culpa do atual governo, ganhou de presente um fato político que fez instalar uma CPI. É o picadeiro. Passaremos os próximos meses discutindo Lula versus Bolsonaro.

Nós já havíamos saído dessa fase. A lista de derrapadas de Lula não é curta. Num episódio, não percebeu que estava ao vivo numa entrevista para a internet e falou do desejo de vingança que teve contra o então juiz Sergio Moro. Deu holofotes para o senador por duas semanas.

A confusão da semana passada a respeito das lojas digitais asiáticas se tornou o tema principal de desgaste do governo nas redes sociais, depois na opinião pública. As crises deste governo se resumem sempre a isto: comunicação feita sem disciplina e incompreensão do mundo digital.

domingo, abril 23, 2023

Lula está tropeçando, porque não traçou plano de governo, diz Tarcísio de Freitas

Publicado em 23 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Tarcísio Gomes de Freitas

Tarcisio pode ser um candidato fortíssimo à Presidência

Sérgio Quintella
Veja

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), de 47 anos, receberá Jair Bolsonaro em um evento em Ribeirão Preto, no interior paulista, no início de maio. Dizendo-se grato ao ex-chefe, Tarcísio acredita que o nome do capitão continuará forte no campo da direita, principalmente porque, em sua avaliação, o governo petista “não está sabendo aproveitar as janelas de oportunidade”.

“Lula não está entregando aquilo que o Brasil esperava”, afirma o governador, que recebeu a reportagem de Veja em seu gabinete. Além das críticas ao atual mandatário, Tarcísio falou de seus planos para o estado que comanda, com destaque para a grande agenda de privatizações. A seguir, os principais trechos.

Após 100 dias de governo, o senhor foi bem avaliado pelo Datafolha, inclusive por eleitores de Fernando Haddad. Isso o surpreendeu?
O caminho que estabelecemos, de buscar o desenvolvimento do estado de São Paulo, assim como dignidade e diálogo, o que chamo de governo 3D, é um caminho acertado. Isso traz a esperança nas pessoas de uma boa condução, independentemente da linha partidária, ideológica. As pessoas não votaram em mim, mas acreditam que eu possa entregar resultados.

A chegada de Bolsonaro dos Estados Unidos pareceu um pouco apagada. Como será o papel dele na oposição?
Todos os presidentes que saíram do poder tiveram um período de reflexão e silêncio por um certo tempo. Mas a figura do Bolsonaro é muito forte. Vejo isso quando vou ao interior e estou na rua. Sempre aparece um para mandar um abraço para o capitão. Ele é um grande líder da direita brasileira. Vai continuar a ser relevante e também decisivo. Tenho certeza que ele terá papel muito importante na política nos próximos anos.

Avalia que decisões como a distribuição gratuita de canabidiol, também conhecido como maconha medicinal, representam uma espécie de traição ao eleitorado conservador que o apoia?
Pessoalmente não sofri críticas, apenas alguns comentários isolados nas redes. Fui eleito com o público conservador, de centro-direita, e tenho uma pauta para São Paulo que estava muito clara. Quando sancionei o projeto do canabidiol, estava pensando em pessoas que têm esclerose múltipla, entre outras, que vão se beneficiar do fornecimento dos medicamentos que foram testados e aprovados, e que podem ser obtidos até sinteticamente. Não tem nada a ver com a questão de drogas.

Como se define, ideologicamente falando?
Eu governo para todos e sempre fui coerente com o que falei. Nunca neguei que eu era favorável à vacina e contra a sua obrigatoriedade, por exemplo. Ninguém pode dizer que foi enganado por mim. Mantenho uma linha coerente. Em tempo de descrença, o cumprimento de promessa e compromisso é uma ferramenta poderosa.

Como acha que o centro e a direita poderão enfrentar Lula ou seu candidato em 2026?
Observe que estamos diante de uma grande oportunidade, uma nova divisão de cadeias globais de produção, mas o governo não conseguiu mostrar como vai buscar o desenvolvimento, como vai buscar a redução da desigualdade, o crescimento econômico, a redução da inflação. Estamos com uma janela de oportunidade, uma avenida, e não estamos sabendo aproveitar. E, se não der resultado, o governo vai chegar fragilizado em 2026. Então obviamente a gente espera para ver o que vai acontecer e, se o governo não der resposta, o outro campo se fortalece.

Se o ex-presidente se tornar inelegível e pedir para o senhor ser candidato a presidente em 2026, aceitaria, como fez para o governo de São Paulo no ano passado?
Confio no Judiciário e confio que no final das contas ele pode e deve concluir pela inocência dele. Fui honrado pela população e tenho planos importantes para o estado. Estou focado na gestão. Muita coisa vai se consolidar no longo prazo.

Mas e se o governo Lula der essas respostas, como a direita e o centro deverão fazer para derrotar o candidato de Lula?
Se for bem, a esquerda se torna mais competitiva. Só não enxerguei esse caminho ainda.

Que tal os primeiros meses da gestão Lula?
Lula e seus aliados não tinham um plano para o Brasil e não mostraram ainda a que vieram. Vimos a reedição de programas antigos e outros que foram repaginados. Só que o cenário hoje é totalmente diferente. O que a gente quer ver ainda não foi mostrado. Como o governo vai capturar as oportunidades que estão sendo geradas lá fora? Como o Brasil pode emergir como um grande destino de investimentos e de novas tecnologias? Como a gente vai mostrar para o mundo o nosso compromisso com a solvência, o nosso compromisso fiscal, que mostre a linha da redução da despesa? Se você não reduzir despesa, lá na frente vai ter que aumentar tributo. Isso não está claro para ninguém e vejo grande insegurança nos investidores.

Até agora o governo não conseguiu formar uma base no Congresso. Como prevê a vida do presidente daqui para a frente?
Eles distribuíram 37 ministérios e até agora não conseguiram formar a base sólida. Vão ter dificuldade na aprovação de medidas. Também vejo dificuldades em propostas de emendas à Constituição e propostas mais estruturais. É claro que existe disposição do Parlamento em ajudar o Brasil. Mas entendo que esse é um governo que terá muita dificuldade política, com um Parlamento mais autônomo e que conquistou o seu espaço. O governo está preso ao passado.

Os governos dos maiores estados têm se empenhado para vender o maior número possível de empresas. Enquanto isso, Lula caminha no sentido contrário, e até barrou a privatização do Porto de Santos, desenhada pelo senhor no Ministério da Infraestrutura. Foi uma derrota?
Está claro qual o caminho que mobiliza capital em menos tempo, proporcionando governança e eficiência. A desmobilização de ativos é fundamental. Eu ainda acredito na privatização do Porto de Santos. Para mim, o projeto é redentor para a Baixada Santista. Estamos falando de dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos que trariam perspectiva para a região. Quando conversei com o presidente Lula, ele disse que não tinha dogma e encararia o projeto desde que fosse benéfico. Tive uma conversa com o ministro Márcio França, dos Portos e Aeroportos, e há uma resistência muito grande da parte dele.

Então o assunto não foi totalmente descartado pelo governo federal, na sua avaliação?
O governo federal excluiu algumas empresas do programa de concessões e privatizações, e o Porto de Santos não está na lista. Interpreto que a porta ainda está aberta.

Há algumas privatizações com potencial para resistências no horizonte, como a da Sabesp, maior empresa de saneamento básico do país. Acha que vai conseguir levar adiante?
Espero que o estudo sobre a Sabesp aponte que poderemos mobilizar muito capital em menos tempo, levar saneamento onde ele não chega atualmente. Quando alguém pensa que seu município, hoje atendido pela Sabesp, poderá perder investimentos em caso de privatização, isso é falso. Os contratos estarão mais bem amarrados. Vamos levar mais saneamento básico para a Baixada Santista e para a região de Guarulhos, entre outras, além de assumir metas de despoluição dos rios Tietê e Pinheiros.

A preocupação com a segurança nunca foi tão grande e hoje o problema chegou com força às escolas. O que pode ser feito para evitar que não se repitam episódios como o de uma professora assassinada dentro da sala de aula em São Paulo por um aluno de 13 anos?
De forma estrutural, vamos cuidar da saúde mental, com a contratação de psicólogos para atender alunos e profissionais da educação. Vamos também contratar segurança privada, com vigilantes desarmados. Não queremos transformar uma escola naquilo que ela não é. A escola tem que ser local de alegria, de barulho de criança. Não será local do medo, com detector de metal, não. Mas terá mais segurança.

Uma de suas prioridades de governo é combater a chaga da cracolândia do centro de São Paulo. Vários gestores tentaram fazer isso e fracassaram. O que o senhor fará de diferente?
Queremos pegar essa pessoa que hoje sucumbe ao álcool e às drogas e primeiro tratá-la. Depois, ofereceremos oportunidades de trabalho. No estado, há falta de profissionais na indústria de celulose, na lavoura, na construção civil, por exemplo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente entrevista de Tarcísio de Freitas, que é candidatíssimo à Presidência em 2026. No site da Veja, o jornalista Daniel Pereira assinala que a recente formação de um bloco reunindo PSD, MDB, Republicanos e outras legendas é um ponto de partida para negociações futuras destinadas a viabilizar voos mais altos do governador paulista. Se Bolsonaro não for candidato, Tarcísio de Freitas será um adversário duríssimo para a esquerda(C.N.)


'Não há justiça se ela for lenta', afirma novo presidente do TJRJ

 



Vera Araujo


O desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, eleito presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) para o biênio 2023-2024, afirmou que sua prioridade será trazer mais tecnologia à administração da Corte fluminense. Antes de tomar posse, o novo presidente disse, em entrevista, quais serão os pilares de sua gestão, que incluem digitalização dos processos e ampliação da Justiça itinerante. Ele frisou ainda que "não há Justiça se ela for lenta".

— Não há justiça se ela for lenta. Temos 6 milhões de processos digitalizados. A meta é ter uma Justiça digital, moderna, para focar na sociedade, que é a nossa cliente — comentou o presidente. — Pretendo fazer a reforma administrativa. Eu penso modernamente. Quero uma Justiça tecnológica, uma Justiça virtual. Temos também um papel social, por isso, quero ampliar os trabalhos da Justiça Itinerante — afirmou ele. (https://extra.globo.com/)

Nota da redação deste Blog - 

O que justifica as falhas, morosidade e injustiças do Judiciário?


Vossas Excelências, guardiões da carta magna de 1988, aplicadores da lei, necessitam antes de tudo, aplicar os mesmos pesos e medidas que utilizam em suas decisões proferidas em discursos longos e cheios de terminologias estranhas a população, sobre seu compromisso com a justiça em seu sentido mais amplo. Suas decisões interferem na vida de milhões de pessoas, no destino de quem vai governar o país, no futuro de uma mãe que é mantida presa por subtrair comida em um supermercado (e aqui não estamos a isentando do seu erro) enquanto outros que cometem crimes que levam essa mãe a tal situação de penúria e desemprego gozam de liberdade, prerrogativas e imunidade!

Que os senhores, tão bem pagos pela sociedade, com tamanha autoridade e muitas vezes inquestionáveis, possam ser merecedores de portar o termo justiça em seu sentido literal : “qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo”."(https://saemg.org.br/)



Governo Zema chama a Inconfidência de ‘golpe’ e diz que Tiradentes confessou ‘crimes’

Publicado em 23 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Governo Zema chama Inconfidência Mineira de 'golpe' e recebe críticas:  'Lutar por liberdade não é crime' | Sonar - A Escuta das Redes | O Globo

Governo Zema deu uma mancada que jamais será esquecida

Deu no Estadão

Em postagem comemorativa da Inconfidência Mineira nas redes sociais, o governo de Minas Gerais chamou o movimento contrário à coroa portuguesa de “golpe” e afirmou que Tiradentes foi o único inconfidente a confessar “crimes”.

Nos posts no Instagram e no Facebook, a maior parte dos comentários é de desaprovação; deputados mineiros da oposição criticaram a escolha de palavras. Após a repercussão negativa do texto, a palavra “crimes” foi substituída por “atos”.

DIZIA A MENSAGEM – No texto completo das postagens, lia-se: “A data de hoje recorda a luta dos Inconfidentes mineiros pela liberdade do Brasil e dos brasileiros. Temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus crimes. O único a fazê-lo foi Joaquim José da Silva Xavier, que tornou-se o Mártir Tiradentes ao receber a pena mais dura, em 21 de abril de 1792. Minas respira liberdade, está em nossa bandeira. Viva Tiradentes!”

Nos comentários da postagem no Instagram, usuários criticaram o texto. “Quais crimes? O de lutar pela liberdade?”, questionou um internauta. “Nem Tiradentes nem os Mineiros merecem esta nota oficial neste dia tão especial”, afirmou outro. “Um governo que não conhece a história do próprio Estado”, reclamou um terceiro.

Deputados e políticos da oposição também questionaram o texto e reclamaram do governador do Estado, Romeu Zema (Novo). O deputado federal Paulo Guedes (PT-MG) disse que “Zema não sabe o que foi a Conjuração Mineira, não sabe que lutar por liberdade não é crime, que defender sua nação não é golpe, não sabe distinguir inocentes de canalhas”.

ESTUDAR HISTÓRIA… – O deputado federal Odair Cunha (PT-MG) afirmou que “Romeu Zema deveria estudar história antes de ser governador de um Estado libertário como Minas Gerais”. A deputada estadual Lohanna (PV-MG) declarou que “o analfabetismo histórico é mais que vexatório: é um desrespeito a nossa história”.

Zema homenageou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) com a Medalha da Inconfidência na última sexta-feira, 21. O ex-presidente Michel Temer também foi homenageado, com o Grande Colar.

O Estadão entrou em contato com o governo mineiro, mas ainda não recebeu resposta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É inacreditável o que está acontecendo no Brasil e foi previsto por Nelson Rodrigues. O grande jornalista e escritor previu que íamos ser governados por idiotas, porque eles um dia seriam majoritários. Como se vê esse dia já chegou, com o governo mineiro esculhambando Tiradentes. É desanimador. (C.N.)

Pessimismo é o modo mais racional de ver o mundo, mas causa a perda da esperança

Publicado em 23 de abril de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do Adão (site Um Brasil)

Luiz Felipe Pondé
Folha

Em artigo anterior, disse nesta coluna que o pessimismo era um pecado diante de Deus. Perguntaram-me o porquê. Acho que essa pergunta merece uma resposta atenta.

O pessimismo é o modo mais racional de ver o mundo. O otimismo — afora o otimismo vagabundo do capitalismo, do marketing e da prática motivacional — exige quase um milagre.

Não é por acaso que no cristianismo a esperança é vista como uma virtude teologal — para tê-la dependemos da graça de Deus.

CÂMARA DE TORTURAS – O pessimismo já apareceu de várias formas na filosofia ou mesmo nas religiões. A tradição trágica é um bastião desse pessimismo espiritual. Os gnósticos do início do cristianismo afirmavam que o mundo teria sido criado por um deus mau e que a criação era uma câmara de torturas. Fácil enxergar razoabilidade nessa teoria.

Grandes filósofos, como Schopenhauer (1788-1860), afirmavam que o mundo — e tudo dentro dele — era fruto de uma vontade perversa e cega. Freud (1856-1939) chegou perto do mesmo diagnóstico. O existencialismo quase todo foi uma forma chique e descolada de pessimismo. Os exemplos se multiplicam.

No dia a dia, tomado pela labuta, pela estupidez, pela histeria contemporânea, é fácil se contaminar pela desesperança. Mas por que ele seria um pecado diante de Deus? De cara, podemos lembrar quando, no livro do Gênesis, Deus olha para sua criação e diz que ela é boa. Mas a coisa não para aí.

PESSIMISMO DEMONÍACO – Na reflexão cristã medieval, autores como São Tomás de Aquino (1225-1274) já haviam identificado a tristeza profunda como um pecado, resultado da captura do coração — órgão da vontade para muitos filósofos medievais — pelo pessimismo demoníaco.

Essa contaminação do coração pela negatividade demoníaca faria com que a pessoa perdesse a esperança de que a vida e o mundo valiam a pena. Do ponto de vista teológico de então, o projeto negativo do demônio era, justamente, retirar a capacidade de a criação de Deus funcionar através da paralisação da ação do homem, protagonista da criação.

A tristeza profunda seria, então, o motor dessa negatividade na vida. O grande dano desse projeto demoníaco seria a perda da esperança. E como é possível viver sem esperança? Ou, dito de outra forma: pode-se viver o dia a dia sem alguma forma de investimento na vida ou nalgumas pessoas a sua volta?

APOSTE NO PIOR – Para além da teoria medieval sobre o pessimismo e o coração imobilizado por ele, uma das forças do pessimismo está no fato de ele poder ser alimentado pelo ceticismo mais sofisticado. Toda vez que você quiser ter a chance de acertar uma previsão sobre o mundo, aposte no pior. A chance de você acertar é enorme.

Outra força do pessimismo é que seu oposto, o otimismo, hoje em dia é quase absolutamente idiota e barato como perspectiva. Quase infantil. A grande justificativa desse otimismo barato de agora é o fato de que o desespero nunca esteve tão em alta, ao contrário do que está em voga dizer.

Albert Camus (1913-1960), filósofo argelino-francês, ele mesmo um pessimista trágico, parece-me, acertou quando disse que a esperança só é possível quando atravessada pela humildade. Humildade é uma virtude difícil, principalmente em nossa época, que é atravessada pelo orgulho e pela boçalidade como virtudes cantadas em prosa e verso.

ATEUS ENTENDEM DEUS – A humildade abre o coração para o reconhecimento de que nunca sabemos com certeza o que está acontecendo, seja na nossa vida, seja no universo. No coração do pessimismo reside o orgulho de supor ter compreendido todo o enredo das coisas. O pessimismo é o caminho mais curto entre dois pontos na vida.

Decorre dessa identidade camusiana entre esperança e humildade o fato de que toda esperança calcada no orgulho tem perna curta, porque a vida é uma máquina de moer todos os seres vivos. E os orgulhosos morrem mal.

Camus era um ateu convicto. Surpreende o fato de que, muitas vezes, ateus parecem entender melhor Deus do que os crentes, ávidos por reforçar seus postulados de salvação. A cegueira diante de Deus — o ateísmo em si — talvez seja uma forma peculiar de enxergar Deus. Quem sabe só os cegos verão Deus. Assim como os pecadores.

 


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