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domingo, outubro 09, 2022

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Lula sobre apoio de Zema a Bolsonaro: 'Povo não é gado'

 

O candidato à presidência ressaltou em BH, neste domingo (9/10), que sua gestão fez muito mais por Minas do que o atual governo


09/10/2022 12:21 - atualizado 09/10/2022 17:32



















Ígor Passarini, Matheus Muratori e Natasha Werneck

Na corrida presidencial neste segundo turno das eleições, os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foram atrás de apoio para tentar uma “transferência de votos”. Em Minas Gerais, por exemplo, o governador Romeu Zema (Novo), eleito em primeiro turno, declarou que está ao lado do atual chefe do Executivo. Em coletiva de imprensa em Belo Horizonte neste domingo (9/10), o petista disse que a oposição só não pode pensar “que o povo é gado”.

“Quero deixar bem claro que o governador Zema tem liberdade de apoiar quem ele quiser. Não me oporei e nem pensava que fosse diferente, eu nunca pensei que fosse diferente. Segundo, a única coisa que tem que levar em conta é não pensar que o povo é gado, é não pensar que o povo pode ser tangido para lá ou para cá. O povo tem consciência do que está acontecendo no país. Então, é só tomar cuidado para não tratar o povo como rebanho, tratar o povo como cidadão de inteligência, consciente, sabendo do que quer”, ressaltou Lula em BH.


Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belo Horizonte ao lado de apoiadores
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belo Horizonte ao lado de apoiadores, neste domingo (9/10)(foto: Tulio Santos/EM/DA Press)
Segundo ele, se comparar seu governo com o de Bolsonaro, o governador poderá se arrepender.
 
“Belo Horizonte pode medir quatro anos meu com qualquer quatro anos de Bolsonaro, porque se o governador souber 10% do que nós fizemos em Minas Gerais, ele terá um problema de remorso ao não me apoiar. Quando ele souber que no nosso governo em 13 anos foram colocados à disposição do governo de Minas Gerais R$ 260 bilhões (...) Se ele souber tudo que nós fizemos, o Reginaldo (Lopes) vai levar para ele, só para saber e tomar cuidado quando falar”, disse ao mostrar uma colinha com todos os feitos de sua gestão em Minas.

 Ver galeria . 10 FotosLula, que estava em uma caminhonete, passou bem próximo de apoiadores durante a caminhada; candidato a presidente mostrou muita animaçãoTúlio Santos/EM/DA Press
Lula, que estava em uma caminhonete, passou bem próximo de apoiadores durante a caminhada; candidato a presidente mostrou muita animação(foto: Túlio Santos/EM/DA Press )
Lula continuou: “Agora, ele é livre. Ele é livre, e eu vim tentar convencer o povo mineiro que a gente pode fazer mais por Minas Gerais, a gente pode contribuir com uma participação coletiva, entre federativa com os nossos estados".

Lula em BH 

Lula participou de um ato em cima de uma caminhonete, a partir da Praça da Liberdade, na Savassi, e que terminou na Praça Tiradentes, na Região Centro-Sul da cidade. 
 
Ele discursou ao chegar à Praça Tiradentes. O cortejo começou por volta de meio-dia, mas apoiadores do petista começaram a se concentrar nas proximidades do Palácio da Liberdade por volta das 9h.
 
 Ver galeria . 19 FotosLula discursou ao lado de apoiadores na Praça Tiradentes, em BH, na tarde deste domingoJair Amaral/EM/DA Press
Lula discursou ao lado de apoiadores na Praça Tiradentes, em BH, na tarde deste domingo(foto: Jair Amaral/EM/DA Press )
O ato faz parte de uma estratégia adotada pela campanha petista adotada na reta final do primeiro turno, ampliando o corpo a corpo com o eleitorado.

Lula terminou à frente no primeiro turno, com 48,43% dos votos válidos no último domingo (2/10). O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, teve 43,2%.

O presidente também ficou atrás do petista em Minas Gerais, com 43,6% dos votos. Lula recebeu 48,29%. Em BH, contudo, Bolsonaro pontuou 46,6%, contra 42,53% do ex-presidente.

Minas é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram 12.655.228 eleitores no primeiro turno, atrás somente de São Paulo - com 27.189.714 votos
https://www.em.com.br/

Berço de campeões de votos no RJ tem suspeita de curral eleitoral armado

*Arquivo* São Paulo, SP, 06.10.2022 - O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (União), em São Paulo após reunião com o ex-presidente Lula (PT). (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)
*Arquivo* São Paulo, SP, 06.10.2022 - O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (União), em São Paulo após reunião com o ex-presidente Lula (PT). (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

Base eleitoral dos campeões de votos para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro, a cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, se tornou um curral eleitoral com envolvimento de homens armados, de acordo com relatos feitos por candidatos ao TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral).

O auge do ambiente hostil aos adversários do prefeito da cidade, Waguinho (União Brasil), foi um confronto no bairro Roseiral, no qual homens armados, entre eles um segurança do político, expulsaram militantes de uma candidata do local.

A campanha conjunta dos deputados federal Daniela do Waguinho (União Brasil), mulher do prefeito, e estadual Márcio Canella (União Brasil) contou também com o apoio de oficiais da ativa da Polícia Militar, entre eles a comandante do batalhão da cidade.


Daniela e Waguinho foram os mais votados nesta eleição, assumindo um "título" que costumeiramente era obtido por políticos sem uma base eleitoral definida, com votos espalhados por todo o estado.

A votação recorde ajudou a União Brasil a eleger seis deputados federais e oito estaduais, além de alçar Canella a um dos cotados para tentar a presidência da Assembleia.

O resultado também fez o grupo ser cortejado pelos dois presidenciáveis para a campanha na Baixada Fluminense. Eles ficaram neutros em relação à eleição presidencial e ainda não definiram apoio no segundo turno.

Waguinho tende a apoiar Lula (PT), enquanto Canella deve endossar o presidente Jair Bolsonaro (PL). O prefeito esteve com o petista na quinta-feira (6) em São Paulo para discutir a provável adesão à candidatura presidencial.

A mulher do prefeito obteve 49% dos votos válidos dados a candidatos a deputado federal na cidade. Belford Roxo deu 114 mil dos 213 mil que ela recebeu no estado, superando inclusive os 97 mil votos do ex-presidente Lula no município.

As proporções de Canella são semelhantes. Ele obteve 108 mil votos na cidade (também 49% dos válidos para deputado estadual na cidade) de um total de 181 mil no estado.

O grupo político apoiou a reeleição do governador Cláudio Castro (PL), que obteve 72,5% dos votos da cidade —média superior aos 58,7% obtidos em todo o estado.

Os relatos sobre o suposto curral eleitoral estão sob análise da Procuradoria Eleitoral e do Ministério Público do Rio de Janeiro. O TRE-RJ afirmou que aumentou a segurança na cidade.

Waguinho e Canella negaram, em nota, terem cerceado a campanha de adversários. Daniela não retornou aos contatos feitos por meio de sua assessoria de imprensa.

Os relatos de intimidações na cidade mais claros foram feitos pela ex-deputada Sula do Carmo (Avante), ex-vice-prefeita da cidade. Ela afirma que sofreu retaliação desde julho, quando anunciou sua pré-candidatura, tendo como auge o conflito no Roseiral, na última semana de setembro.

"Apareceram uns trogloditas e foi uma coisa horrível. Participo de política na cidade há 33 anos e nunca vi uma coisa dessa. Saíram mais de 30 homens armados indo para cima das meninas que faziam campanha para mim. Foi uma correria, e uma grávida perdeu o bebê", disse a ex-deputada.

Imagens do dia do tumulto mostram homens vestidos de preto e armados andando em grupo agredindo militantes de Sula. Ao fundo, estava um caminhão de som de Daniela do Waguinho.

Um dos envolvidos na confusão é o policial militar Fábio Sperendio, assessor de Canella que também atua como segurança do prefeito de Belford Roxo.

A limitação à campanha de Sula se tornou mais evidente em maio, quando o prefeito desapropriou o galpão que sempre usou em suas campanhas eleitorais. Houve a tentativa de tomar posse do imóvel na véspera do evento de lançamento da candidatura da ex-deputada, em julho.

"O prefeito quer o monopólio da cidade. Eu evitei fazer política lá porque ele sempre mandava equipe para perseguir. Ficava mandando recados de que não podia entrar lá. Comerciante que colocasse adesivo meu ele mandava fechar", disse a ex-deputada.

O candidato derrotado a deputado estadual Danielzinho (PSDB) também registrou no TRE-RJ dificuldades para realizar campanha no município. Único vereador de oposição da cidade, ele afirma que a prefeitura interditou espaços que usaria para o lançamento de sua campanha. Procurado, ele não respondeu à reportagem.

O deputado estadual Dr. Deodalto (PL), com base eleitoral na cidade, afirma que conseguiu fazer campanha em alguns pontos centrais da cidade, mas teve adesivos e placas arrancados no município.

"Tinha muita gente armada fazendo campanha. Foi muito complicado este ano", disse ele.

A Folha ouviu relatos semelhantes de outros dois candidatos, sob a condição de anonimato.

A campanha dos dois campeões de votos contou ainda com o apoio explícito de três oficiais da ativa da Polícia Militar, o que é proibido pelas regras da corporação. Eles participaram de um ato de campanha de Daniela e Canella em Rocha Miranda, zona norte da capital. Um dos oficiais é a tenente-coronel Daniele Neder, comandante do 39º Batalhão da PM, sediado em Belford Roxo.

Resultado é reconhecimento da população, diz deputado reeleito Canela afirmou, em nota, que sua votação recorde foi "reconhecimento da população por tudo o que foi feito, o que está sendo feito e a esperança que dias ainda melhores virão".

Ele afirmou que está na vida pública de Belford Roxo há dez anos. "Toda a minha campanha foi feita na base do diálogo e de inúmeras caminhadas, olhando nos olhos dos eleitores. E nesse pleito fui o deputado mais votado do estado."

Waguinho se manifestou por meio da assessoria de imprensa da prefeitura. Disse que o galpão usado em campanhas anteriores de Sula foi desapropriado para a construção do Hospital do Idoso.

Em relação aos estabelecimentos fechados que sediariam eventos do vereador Danielzinho (PSDB), declarou que não tem poder para fechar espaço político de qualquer candidato. Não esclareceu, porém, a razão do envolvimento da Guarda Municipal no episódio.

Em relação ao conflito no bairro Roseiral, o município disse que "as coordenações das campanhas já analisaram o caso e tomaram as providências".

Procurada, a assessoria da deputada Daniela do Waguinho não respondeu aos questionamentos.

A Polícia Militar disse em nota que o envolvimento dos oficiais na campanha está sob apuração da Corregedoria.

YAHOO

Influencers evangélicos aderem a Bolsonaro e criam nova onda de reação a Lula

 

Deive Leonardo

Deive Leonardo tem 33 milhões de seguidores nas redes sociais

Anna Virginia Balloussier
Folha

“Por favor, meu lindo, talvez você não goste do Bolsonaro, mas esqueça o Bolsonaro e olhe só para a ideologia”, diz Deive Leonardo. Não o conhece? Então você talvez não seja evangélico. Somando Facebook, Instagram, TikTok, Kwai e YouTube, Leonardo agrega 33 milhões de seguidores que acompanham mensagens proselitistas como “Deus é perfeito em amar”. O milagre da multiplicação de visualizações se perpetua por WhatsApp e Telegram.

Foi nesse ecossistema virtual que o catarinense de 32 anos, símbolo do bom-mocismo cristão, interrompeu sua programação normal para algo atípico em seus perfis: falar sobre política.

ABRIR OS OLHOS – “Meus queridos, minha missão principal aqui é falar sobre Jesus, mas não posso olhar para o que estamos vivendo e não abrir os seus olhos, sabe?”

O colírio ideológico, no caso, o fez se posicionar a favor de Jair Bolsonaro (PL) contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após evitar o assunto publicamente no primeiro turno. Leonardo recorreu a uma justificativa replicada por outros influencers cristãos que não costumam entrar de peito aberto na disputa eleitoral, à moda de pastores de influência polpuda nas redes sociais, como Silas Malafaia e Cláudio Duarte.

Ele diz não enxergar no horizonte “uma guerra de dois políticos, mas de duas ideologias”. O atual presidente pode até não ser perfeito, mas é o que tem para hoje contra “uma ideologia que é maligna”, afirma.

POLÍTICA DO MEDO – O pastor saca, então, o argumento bolsonarista de sugerir que o Brasil, sob a guarda da esquerda, vai passar por crises semelhantes às de “irmãos da América Latina” como Venezuela, Nicarágua e Argentina.

O posicionamento de influencers como Leonardo é celebrado pela campanha de Bolsonaro por alcançar um público cristão ainda mais amplo. Não estamos falando, afinal, de líderes pouco acanhados para abraçar bolsonarismo — gente como o pastor André Valadão, que atribui à “falta de noção demais” o crente que opta pela esquerda.

O tom politizado pode eletrizar igrejas, mas por vezes assusta fiéis que veem nesses discursos apenas mais um capítulo da polarização que inflama o país. A coisa muda de figura quando propagadores da palavra de Deus que preferiam ficar de fora do debate decidem escolher um lado. O de Bolsonaro.

IDEOLOGIA DESTRUIDORA – “É sobre impedir que uma ideologia destruidora tome conta de nosso país”, diz o coach Wendell Carvalho num recado aos seus “imparáveis”, como chama aqueles que o seguem.

Carvalho cita vitórias da esquerda no continente, do Chile à Colômbia, ao pedir que quem lhe assista “coloque a mão na consciência”.

Não é sobre homem x versus homem y, “é sobre o que vai acontecer em relação à economia, à família, a valores que são fundamentais”, diz. E reforça que não é “plenamente fã” de Bolsonaro, mas ainda assim fecha com ele. Só no Instagram, Carvalho é acompanhado por 6,7 milhões de perfis. Há várias respostas mal-humoradas à sua declaração de apoio a Bolsonaro, como a do seguidor que diz: “Engraçado que o PT ficou 14 anos no poder e não viramos Cuba, Venezuela nem Chile. Todos os indicadores econômicos do atual governo apontam pra algo bem pior. Não entendi essa fala”.

AMPLO APOIO – Os comentários por ali, contudo, são quase todos favoráveis à mensagem. Tiago Brunet a elogia com um “boa!” e o emoji de duas labaredas. Também ele é exemplo de influencer que bolsonarizou.

Pastor e coach, fundador da Casa de Destino, Brunet é autor de best-sellers como “Especialista em Pessoas: Soluções Bíblicas e Inteligentes para Lidar com Todo Tipo de Gente”. O tipo de presidente com quem o Brasil terá que lidar, se depender dele, não virá do campo progressista.

Posicionar-se é preciso, diz em vídeo postado dois dias após a eleição que deu a Lula 48,4% dos votos válidos e a Bolsonaro, 43,2%. “Está muito fácil fazer isso este ano. Não é uma guerra de homens, não é uma guerra de partidos, eu nem me meto em política. Só que isso extravasou a política, é uma guerra de agenda.”

TEMAS BOLSONARISTAS – Brunet contrapõe, na sequência, temas que Bolsonaro associa à esquerda (corrupção, drogas, aborto e ideologia de gênero) e à direita (princípios, valores e crescimento econômico). Não é uma escolha difícil, não para ele.

O pastor começa sua fala se colocando como “um pacificador” e dando o conselho para que ninguém seja “Maria vai com as outras”.

O ator Yudi Tamashiro, que tem planos de virar pastor e acumula seus milhões de seguidores na internet, foi com os colegas evangélicos ao declarar a predileção por Bolsonaro. Sofreu ataques por isso, inclusive de seguidores que o questionaram se endossar o presidente que chamou a Covid-19 de “gripezinha” e imitou pacientes com falta de ar era apropriado.

SOBRE O PAI – Seu pai morreu da doença na pandemia, o que ele próprio resgatou ao se defender das críticas: “Não preciso lembrar que meu pai se foi por Covid”.

Recordou na mesma gravação, publicada depois do primeiro turno, de uma médica que lhe disse que “só um milagre” salvaria o parente. “Eu acredito em milagres e na vontade de Deus. Se Deus quis assim, não é você que vai decidir o que é certo pra mim.”

Yudi ficou famoso pelo “Bom Dia & Cia”, programa infantil do SBT que apresentava ao lado da cantora Priscilla Alcântara, que migrou do gospel para o pop secular e engrossa o time de artistas anti-Bolsonaro.

FANATIZAÇÃO – Nem todos aderem à onda bolsonarista, contudo. A escritora e influencer evangélica Fernanda Witwtzk, que no Instagram é seguida por 673 mil, reproduziu um texto de um pastor que já ocupou um posto no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, então sob guarida de Damares Alves.

Guilherme de Carvalho diz que “o eleitor fanatizado pode ir pra sua versão preferida do inferno”, mas ele prefere “a pátria celestial”. Para chegar lá, “não precisamos vender a alma pra nenhum político”.

Outro pastor influente, que comanda no YouTube o canal Dois Dedos de Teologia, também sinalizou que nenhum dos candidatos o agrada. “Se por não votarmos nem em Lula nem em Bolsonaro estamos ‘lavando as mãos como Pilatos’, então qual dos candidatos é como Jesus Cristo?”

PASTORES POLÍTICOS – Para o antropólogo Flávio Conrado, um dos coordenadores da Casa Galileia, que monitora redes evangélicas, líderes como Malafaia e os senadores eleitos Damares Alves e Magno Malta “constroem seu capital pastoral junto com o político e se colocam nessa linha de frente”. Acabam servindo de bússola para uma elite de influencers cristãos, “que vão ser pautados por esses cabeças de rede”.

Nomes como Deive Leonardo e Tiago Brunet têm um motivo para não terem ladeado com Bolsonaro antes. “Eles têm muito a perder, dialogam com pessoas diversas. É uma audiência mais ampla do que Damares e companhia.” Indício disso é a incidência de reações negativas aos vídeos que postam a favor da reeleição do presidente, maior do que a vista nas páginas de bolsonaristas de primeira hora.

“Essas figuras são pressionadas a se posicionar, e o fazem de última hora, calculando o tom”, afirma Conrado. O peso que trazem para a campanha é uma ótima notícia para Bolsonaro, que ganha alcance em nichos ainda mais vastos da base evangélica, mas não só. Apesar da identidade cristã, muitos desses influencers difundem conteúdos consumidos por outros grupos, na forma de pílulas de autoajuda.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O segundo turno vai dividir de forma brutal os evangélicos, porque há pastores que são progressistas e se contrapõem aos conservadores, como Henrique Vieira, que acaba de se eleger deputado federal pelo PSOL no Rio de Janeiro, com apoio do casal Caetano Veloso e Paula Lavigne. A Igreja Católica enfrenta o mesmo dilema, porque também está dividida entre conservadores e progressistas. E no meio dessa confusão religiosa, seja o que Deus quiser. (C.N.)

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