Malu Gaspar
O Globo
A direção da campanha de Jair Bolsonaro decidiu transferir de Brasília para São Paulo a convenção do PL que vai oficializar a candidatura do presidente da República e de seu vice, o general Walter Braga Netto. A convenção está marcada para o próximo dia 22 e o local ainda não foi escolhido, uma vez que a decisão foi tomada nos últimos dias pela cúpula.
Os estrategistas de Bolsonaro querem aproveitar o evento, que deve reunir milhares de apoiadores, para reforçar a presença do presidente da República em São Paulo.
PALCOS PRIORITÁRIOS – O estado é um dos quatro palcos prioritários da ofensiva bolsonarista para tentar decolar nas pesquisas em julho. Os outros são Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
A avaliação da campanha é de que, ganhando um bom impulso votos nesses locais, o presidente pode garantir um lugar no segundo turno contra Lula. Para isso, Bolsonaro acha que tem que reforçar a campanha de seu ex-ministro, Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo paulista pelo Republicanos.
CHANCE EM SP – Em conversas com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que negocia uma aliança com Tarcísio em São Paulo, aliados de Bolsonaro ouviram que o candidato da direita que for para o segundo turno com o petista Fernando Haddad deve ganhar a eleição para o governo. Isso porque o eleitorado paulista tende a ser mais conservador e antipetista, especialmente no interior.
Por essa razão, a programação e os discursos do evento vão mirar no antipetismo para para ganhar impulso. Pesou na decisão também o fato de São Paulo ser o berço do PT. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, Lula tem 43% dos votos no estado e Bolsonaro 30%.
O líder nas pesquisas sobre a disputa para o governo estadual é Fernando Haddad, que aparece com 28% das intenções de voto no cenário com o socialista Marcio França (16%). Nesse levantamento, Tarcísio de Freitas está com 12% e o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), marcou 10%.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – As pesquisas ainda são primárias, porque grande parte do eleitorado (cerca de 30%) continua indecisa. Além disso, cerca de 30% dos eleitores que já declararam voto agora dizem que podem mudar mais à frente, o que favorece a terceira via, mas a grande mídia esconde este fato. (C.N.)