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segunda-feira, dezembro 27, 2010

Veja o que pode mudar na Previdência em 2011

Gisele Lobato e Ana Magalhães
do Agora

Em 2011, quem está perto de se aposentar não precisa temer mudanças profundas nas regras do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que possam obrigar os segurados a adiarem seus planos.

A explicação dos especialistas é que, apesar de o novo governo ter anunciado um aperto de cinto para 2011, não há interesse em assumir o desgaste político de uma reforma que mude os direitos de quem já está no mercado de trabalho, devido ao bom desempenho da economia.

Porém, a Previdência Social não está livre de mudanças. Em visita neste mês ao interior de São Paulo, o atual ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, disse que é preciso acabar com "injustiças" nas regras do INSS. E citou como exemplo a pensão.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda

Com açúcar, com afeto

Os passos de Dilma

Segunda-feira, 27/12/2010

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal / Dilma; a mãe, Dilma Jane; Igor; Zana; e o pai, Pedro Rousseff.  Dilma na infância com bom padrão de vida em Belo Horizonte Dilma; a mãe, Dilma Jane; Igor; Zana; e o pai, Pedro Rousseff. Dilma na infância com bom padrão de vida em Belo Horizonte
Infância

Da infância confortável de classe média na capital mineira à adolescência cercada de livros, festinhas e o contato com a pobreza influenciada pelas freiras do Colégio Sion

27/12/2010 | 00:16 | Rosana Félix, enviada especial

Corria o ano de 1947 e a nova Constituição brasileira, promulgada em setembro do ano anterior, assegurava liberdades civis e coletivas, como o voto feminino e o pluripartidarismo. Essas e outras conquistas sinalizavam que o país recomeçaria a trilhar o caminho da democracia, interrompido pelo governo autoritário do Estado Novo. Mas as decisões tomadas pelo então presidente, general Gaspar Dutra, levaram ao caminho inverso. A submissão aos Estados Unidos e a divisão provocada pela Guerra Fria foram o pano de fundo para o fechamento do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e de vários sindicatos, além do rompimento diplomático com a União Soviética.

Nesse clima de repressão foi que Dilma Vana Rousseff nasceu, em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Mas sua infância transcorreu tranquilamente, sem interferências do clima político brasileiro. O pai, o búlgaro Pedro Rousseff, conseguiu oferecer um padrão muito bom de vida para a família, que incluía a mulher, a professora Dilma Jane da Silva, o primeiro filho, Igor (a pronúncia é Igór), e a caçula Zana.

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal / Ampliar imagem
No Paraná

Na viagem de formatura, estadia em Curitiba

Quando a turma de Dilma no Sion se formou no 4.º ano do Colegial – o último ano do ensino fundamental –, as meninas celebraram com uma viagem para o Sul do Brasil. Passaram por São Paulo, Curitiba, Mafra e Porto Alegre, conforme relembra Maria Clotilde Quintela, a Clô.

A memória não ajuda muito, mas Clô diz que, com certeza, passaram pelo Teatro Guaíra. “Nem me lembro se a gente assistiu alguma peça ou se visitamos só por fora. Mas o nome do teatro me marcou muito.” No roteiro, as principais atrações turísticas de cada cidade e muita bagunça nos quartos de hotéis, divididos por duas ou mais alunas.

Para a idade e para a época, Dilma já conhecia um bom pedaço do Brasil. Com a família, passava férias no Rio de Janeiro ou Espírito Santo e vez ou outra viajava de avião. Quem daquela época diria que pelos próximos quatro anos ela poderá ir aonde quiser, provavelmente com seu próprio “AeroDilma”? (RF)

Em uma casa espaçosa na Rua Major Lopes, na Zona Sul de BH, Dilma fazia algumas travessuras, como subir em árvores, e outras brincadeiras comuns, como andar de bicicleta. Mas sua diversão principal sempre foi a leitura. Monteiro Lobato foi uma das primeiras paixões. A educação, desde cedo, foi rígida. No Jardim de Infância Isabela Hendrix tinha aulas de inglês. De origem norte-americana e linha metodista, a escola também apresentava a Bíblia às crianças.

Alguns detalhes só são possíveis de reconstruir com a ajuda de um álbum de recordações da médica Marisa Andrade Chaves, 63 anos, que dos 4 aos 6 anos conviveu com Dilma no Isabela Hendrix. Com a ajuda da irmã mais velha, Marisa colou as fotos de todos os colegas, ao lado dos nomes. A presidente do Brasil ganhou lugar de destaque, na primeira página, ao lado da autora. “Eu sempre gostava de ficar com as crianças mais introspectivas. Eu procurei a amizade dela e tive uma resposta muito boa. A casa dela era muito receptiva, e a mãe, sempre muito linda e querida”, conta Marisa, que conseguiu manter vivas as memórias de décadas atrás com a ajuda de sua relíquia infantil. “A Dilma, mesmo criança, tinha um olhar muito observador.”

Livros e ponche

Dilma começou o ensino fundamental no tradicional Colégio Sion, exclusivo para meninas. Tido como o melhor da cidade na época, oferecia aulas de etiqueta, francês e religião, e as alunas eram de famílias de classe média alta ou ainda mais ricas. A panelinha dela girava em torno das amigas Maria Clotilde Quintela, Sônia Macedo, Márcia Machado, Sara Oliveira e Eliana Laender principalmente.

Dilma manteve as leituras, e fazia muitas sugestões às amigas. “A gente se divertia muito. Não falávamos bobagem, nem palavrão. Discutíamos muito sobre livros. A Dilma sempre foi muito intelectual, uma pessoa muito amável, legal”, conta Maria Clotilde, a Clô. Também as ajudava a estudar, principalmente para as provas de Matemática e História. “Ela já tinha uma visão de mundo diferente. Não era fácil. A gente ficava estudando a noite inteira e ia fazer prova com olheira no dia seguinte.”

Mas nem só de livro se faz a adolescência. A partir dos 14, 15 anos, o grupo de amigas começou a frequentar algumas festinhas, chamadas de “Hora Dançante”. Rapazes do Colégio Loyola rodopiavam as meninas nos salões improvisados na casa de alguém, e todos bebiam um ponche de frutas feito pela mãe da (o) anfitriã (o). Também aprontavam. Às vezes escapuliam do colégio no fim do dia para fugir do “especial”, a condução do Sion que transportava as alunas. Divertiam-se andando na rua livremente, mas às vezes pegavam um trólebus (ônibus elétrico) e tentavam paquerar o condutor.

“Muitos rapazes se interessavam por ela. Ela era uma pessoa risonha, feliz, de muito boa índole e honesta. Mas não tinha essa coisa de namorar, como tem hoje, ficar sozinhos. Era uma coisa mais de andar de mão dada na rua, e escondido”, relembra Clô, que teve um romance adolescente patrocinado por Dilma. O contato com rapazes interessantes também ocorreu no CEC, Centro de Estudos Cinematográficos de Belo Horizonte.

Luto e realidade

Em 1962, com apenas 14 anos, Dilma perde o pai. Pedro Rousseff é lembrado como pessoa de poucas palavras, mas seu rigor contribuiu para que Dilma viesse a ser boa aluna. Os dois também costumavam assistir a óperas juntos, e ele incentivou o amor da filha pelos livros. Ainda nova, já tinha lido clássicos universais como Germinal, de Emile Zola, e Humilhados e Ofendidos, de Dostoiévski.

O luto pelo pai ocorreu mais ou menos na mesma época em que Dilma começou a ter um contato maior com a realidade social brasileira. Algumas freiras do Colégio Sion se preocupavam em semear a solidariedade e expandir a visão de mundo de suas alunas. Clô lembra da Mére (mãe) Malvinita, que nos fins de semana as levava para o Morro do Papagaio, uma das maiores favelas de Belo Horizonte. Junto com os rapazes do Loyola, conduzidos pelo Padre Meyer, formavam o Grupo Gente Nova, que fazia trabalho voluntário para a comunidade carente. “A gente distribuía remédio e dava vermífugo para as crianças. Também ajudamos a construir a igreja e a escola, carregando balde de cimento. Os meninos construíam, a gente ajudava, e ficávamos lá o dia inteiro, várias vezes.”

Nessas visitas, Dilma tinha contato com a pobreza que hoje ainda atinge 30 milhões de brasileiros – considerando a população que vive com menos de R$ 140 por mês. O contato com as desigualdades ajudou a forjar a personalidade da presidente do Brasil, que na juventude entrou para grupos de luta armada com o objetivo de derrubar a ditadura e construir um governo que trabalhasse para a distribuição de renda.

Fonte: Gazeta do Povo

A hipocrisia e a covardia de Michel Temer, exaltando Quércia depois de morto

Helio Fernandes

É lógico, a corrupção tem que ser combatida, não por causa da ÉTICA e da MORAL, e sim pelo DESPERDÍCIO de dinheiro. Se houvesse a obrigação de “folha corrida”, como se falava antigamente, nenhum governo poderia ser formado, nomeado, constituído.

Collor sofreu impeachment, não quero discutir isso agora. Mas FHC foi quinhentas vezes mais corrupto, sendo que DOOU e ENTREGOU o país, comprou o segundo mandato, ainda queria o terceiro, como Menem (Argentina) e Fujimori (Peru), tão desregrados quanto FHC.

Há dezenas de anos prego a RENOVOLUÇÃO, nada estaria como está. E a primeira das reformas (que jamais será feita) deveria ser a dos partidos. As cúpulas não deixam, pois elas é que CONTAMINARAM e DESTRUÍRAM a representatividade.

Num regime não tão corrupto ou execrável, Michel Temer nunca chegaria perto do que chegou. Jamais passou de deputado (e até várias vezes, suplente que assumiu). Foi combatido duramente a vida inteira por Orestes Quércia, que foi tudo. Não respondeu.

Não quero fazer acusação ou “compensação” de atentados à moral. Mas agora o vice vem a público “chorando a morte do meu amado Quércia”. Por que essa exibição da falta de caráter que ninguém desconhece?

***

PS – Como o “macaco” famoso da televisão, eu só queria entender: CORRUPÇÃO é palavra usada apenas para a apropriação de dinheiro?

PS2 – E o desapreço pelo povo, o desprezo por toda a comunidade (que é a chave da vida de Temer) não vale nada? Já disse ontem: não quero absolver Quércia. Mas essa corja que domina a vida pública desde 1930, jamais será desautorizada historicamente? (Condenada pessoalmente, sei eu não será).

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Faltam 4 dias para a posse, Dona Dilma aparenta completa tranquilidade. Na véspera do Natal, estava em Porto Alegre, “desceu 1 minuto” para cumprimentar repórteres. Marcou ponto?

Helio Fernandes

A expectativa geral não é nem de longe o ministério. Quando há dias, perguntava aqui mesmo se “seria Dona Dilma estrategista”, me referia precisamente a essas articulações. Era um terreno minado, cheio de obstáculos naturais e armadilhas nem tanto.

Toda e qualquer transição, tem o óbvio: o desespero dos derrotados, a arrogância dos vitoriosos. Neste caso, junta-se mais o ainda presidente, que faz a patética proclamação não escrita, de que “gostaria de ficar mais algum tempo”. E que o porta-voz Gilberto Carvalho ratifica; “Se houver dificuldade, Lula pode voltar”.

Não existe governo sem dificuldades, nem mesmo nas ditaduras. Estas dificuldades estarão na razão direta dos avanços e até mesmo dos retrocessos. Não é contradição e sim a reafirmação de que governar é contrariar interesses. Ou então, o que raramente acontece, satisfazer vontades e necessidades do povo. Aí, a elite endinheirada ou enriquecida, protesta imediatamente. Não se quer, não se exige , não se espera o empobrecimento dos ricos, e sim o enriquecimento dos pobres. Mesmo porque não existe fórmula para isso, nem à vista nem a prazo. (A elite do dinheiro é fanática pelo “Bolsa Família”. Uma multidão não precisa trabalhar, a culpa não cai em cima deles).

Lula conseguiu o que ninguém admitia. Isolado na fortaleza do Poder, e protegido pelos donos de órgãos de comunicação. Está deixando o governo, com a mesma cicatriz-tatuagem de Vargas: “PAI dos pobres e MÃE dos ricos”. Lula é hoje o ÍDOLO maior desses “proprietários da opinião pública”, que bradavam: “Lula quer acabar com a LIBERDADE DE EXPRESSÃO”.

Pode ter sido um jogo de cartas marcadas entre o presidente que sai e a presidente que entra. No auge e no apogeu do grupo dos “DIREITOS HUMANOS”, tudo se encaminhava para isso. Todos eles, que pregavam abertamente a censura total e irreversível, foram esquecidos, abandonados, demitidos sem decreto no Diário Oficial.

Não existe o inesperado em matéria de Poder, tudo é programado, planejado, executado, da forma exibida ou da forma contrária, ninguém se lembra de mais nada. Logo depois de vitoriosa, Dona Dilma começou a se pronunciar como ESPECIALISTA na PRIMEIRA EMENDA. A impressão: não tivesse feito outra coisa na vida, a não ser estudar, absorver e admirar a Constituição dos EUA.

E Lula? Não está aí para coisa alguma, não perde o sono com qualquer problema, existente ou agravado e fundamentado por ele mesmo. E o secretário particular que permanecera? Agora sem função específica, mas não intocável como imagina.

Dentro do ponderável, Dona Dilma surpreenderá muita gente. O imponderável nunca está sujeito a análise ou formulação, acontece e pronto. Em 1945, Vargas queria “Constituinte com Prestes”. Em 1950, Golbery e Lacerda quase impedem a sua posse. Nesse distante 1951, ninguém imaginava que o 1954 estava tão próximo e tão fora de expectativa.

***

PS – Gostaria de imaginar qual seria (ou será) o primeiro grande impacto de Dilma sobre a opinião pública. Falo em matéria de choque, de confirmação de planos, projetos, compromissos.

PS2 – Também seria esclarecedor, qual Ministro ficaria mais íntimo e mais assíduo com Dona Dilma. Os da “casa”, do Planalto (principalmente Palocci reabilitado) não contam. Mas nenhuma dúvida: no mesmo cargo, Palocci não terá nem 20 por cento da influência e importância de Dona Dilma.

PS3 – Dilma jamais repetirá Lula em relação a Palocci ou a qualquer outro: “Espero que ele me dê sinal verde para reduzir os juros”. Pode até não haver perseguição. Mas não esperem concessão da parte dela.

PS4 – A camisa 10, com o nome de Dilma, será vestida unicamente por ela. Não dividirá o Poder com ninguém, para errar ou para acertar. Meirelles sabia disso, tentou escapar da guilhotina, só que ele é especialista em FMI e não em Revolução Francesa.

PS5 – Palocci tem dois sonhos ou obsessões. Ficar os 4 anos na Casa Civil, e depois, seja o que Deus quiser. E quem será a Erenice Guerra de Palocci? Com a reputação que trouxe do município, e “consolidou” na Fazenda, pode ser um caseiro qualquer.

Helio Fernandes /Tribuna da Imprensa|

Os legisladores de Brasília

Carlos Chagas

Dos 81 senadores, 27 foram eleitos em 2006 e vão continuar até 2014. Eles ou seus suplentes. E 54 senadores foram recém-eleitos em outubro, dentro da renovação dos dois terços. Ficarão até 2017, eles ou seus suplentes.

Os 513 deputados eleitos em 2006 precisaram renovar seus mandatos em outubro. Nem todos, pois se uns desistiram, outros tentaram novas funções, valendo registrar que 280 conseguiram manter suas cadeiras, ou seja 233 novos deputados estarão assumindo junto com os velhos, em fevereiro.�

Somados aos senadores, os deputados perfazem 594 parlamentares prontos para oferecer sua experiência ao aprimoramento do arcabouço legislativo nacional.

Conforme Jean Jacques Russeau, no “Contrato Social”, os legisladores precisam “de uma inteligência superior, que vê todas as paixões humanas sem experimentá-las, que fazem por merecer uma glória apenas distante, talvez até mesmo trabalhando em silêncio num século, para benefício do seguinte”.

Confere? Se quiserem, acrescente-se às qualidades que deveriam ser inerentes a todo parlamentar as exigências feitas por Maximilian Robespierre, referidas em sua excepcional biografia escrita por Ruth Scurr:

“Seriam necessários filósofos tão iluminados quanto intrépidos: que vivenciaram as paixões do homem, mas cuja principal paixão seria o horror à tirania e o amor pela humanidade; pisando sobre a vaidade, a inveja, a ambição e todas as fraquezas das almas mesquinhas, inexorável quanto ao crime armado com poder, indulgente quanto ao erro, simpático à miséria e terno e respeitoso com o povo.”

Pois é. Nem na França revolucionária encontraram-se modelos para preencher tais requisitos, já que Rousseau havia morrido sem conviver com o Terceiro Estado, nem com a Assembléia, muito menos a Convenção e o Diretório. E Robespierre, incorruptível, foi logo depois responsável pelos dois anos de terror que levaram dezenas de milhares de cidadãos à guilhotina.

Entre nós, fica o problema: qual o papel de nossos 594 legisladores prestes a jurar ou renovar o juramento de aprimorar as instituições? Senão filósofos, serão ao menos iluminados? Intrépidos a que ponto? Sem paixões? Com amor à humanidade, despojados de vaidade, inveja e ambição? Inimigos do crime urdido nos escalões do poder, preocupados com a miséria, dedicados ao povo?

É bom lembrar que felizmente sem o sangue que afogou Paris, os legisladores de Brasília devem acautelar-se com as consequências do que aconteceu por lá. Os parlamentares franceses apenas prepararam o palco para a entrada de Napoleão. Os nossos correm o risco de seguir caminho parecido. O corso daqui dos trópicos nasceu em Garanhuns, criou-se em São Paulo, está prestes a mudar-se para São Bernardo e terá chances de repetir o Dezoito Brumário…

MELHOR NO PRIMEIRO MINUTO

Marcadas absurdamente pela Constituição para o primeiro dia de janeiro, as posses de presidente da República e de governadores estaduais têm gerado cansaço, atrasos no relógio, ausências e muita improvisação. De que maneira os governadores do Norte e do Nordeste, por exemplo, mesmo na parte da manhã, prestarão juramento nas Assembléias, assumirão e receberão os cargos nos palácios e conseguirão viajar a Brasília a tempo de assistir, de tarde, a entrega do poder a Dilma Rousseff? Uma correria dos diabos, sujeita aos percalços da natureza e do tráfego aéreo.

Vai uma sugestão: o primeiro dia de janeiro começa um minuto depois da meia-noite do dia 31 de dezembro. Por que os novos governadores não prepararem as cerimônias de posse para aquele momento, de madrugada, ficando livres para voar em seguida até a capital federal? Claro que haverá prejuízos relacionados com as comemorações de Ano Novo, mas sacrifícios, quem não haverá de fazê-los?

Fonte: Tribuna da Imprensa

Posse de Dilma tem 30 autoridades internacionais confirmadas

Daniella Jinkings, da Agência Brasil

Brasília – No próximo sábado (1º), cerca de 20 mil pessoas devem acompanhar a cerimônia de posse da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Para garantir que tudo corra bem, foi realizado hoje (26) o último ensaio antes do evento, promovido pelo cerimonial do Itamaraty. Segundo o chefe do cerimonial, embaixador George Prata, o objetivo é fazer um “ajuste fino” para que não ocorram problemas.
Trânsito foi interrompido na Esplanada dos Ministérios para o ensaio geral

Para que o ensaio fosse feito, o trânsito foi interrompido na Esplanada dos Ministérios. A cerimônia de posse está prevista para começar às 14h10, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. Dilma seguirá em direção ao Congresso Nacional dentro do Rolls-Royce presidencial. O carro já foi usado no ensaio desta tarde, entretanto, no lugar da presidenta eleita, estava a funcionária do Senado Juliana Rabelo.

O carro presidencial será acompanhado por batedores motorizados e agentes da Polícia Federal. De acordo com Prata, foram ensaiadas duas chegadas ao Congresso Nacional, onde ocorrerá o juramento à Constituição. Caso o tempo esteja ensolarado, Dilma entrará com o carro aberto e subirá pela rampa principal, no entanto, se houver chuva, ela entrará com o carro fechado pela chapelaria.

Do Congresso, Dilma seguirá para o Palácio do Planalto para receber a faixa presidencial e discursar. “Tudo isso vai variar de acordo com o tempo. Ensaiamos as duas versões. Caso chova, ela não subirá pela rampa do Palácio do Planalto e fará o discurso dentro do palácio. A presidenta também adiantou que prefere ir sozinha no carro presidencial”, afirmou o embaixador.

Cerca de 1,3 mil homens das Forças Armadas vão fazer a segurança da cerimônia. Segundo o coronel do Comando do Planalto, Carlos José Penteado, as três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica - estão envolvidas. “Estamos nos preparando há mais de seis meses. Este é o momento de levantarmos os problemas e corrigi-los”.

Depois da cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma recepcionará chefes de Estado, ministros e outras autoridades em um coquetel no Itamaraty. A previsão é que o evento termine às 21h. Segundo o chefe do cerimonial do Itamaraty, até o momento 30 autoridades internacionais, sendo 12 chefes de Estado estão confirmados para a cerimônia.

“Estão confirmados os chefes de Estado da Bolívia, Venezuela, Colômbia, do Peru, Uruguai, Paraguai, Suriname e Chile. A delegação da Argentina ainda não confirmou. Também devem vir o primeiro ministro da Coreia do Sul, o príncipe das Astúrias e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton”, disse.
Fonte: A Tarde

TJ-BA terá desafio de julgar 350 mil processos

Luciano da Matta/Agência A TARDE
O tribunal atingiu apenas 23% do objetivo inicial, com 24.262 sentenças proferidas
Valmar Hupsel Filho l A TARDE*

Até o final de 2011 o Tribunal de Justiça da Bahia terá o desafio de julgar mais de 350 mil processos referentes ao “estoque” acumulado pelo não cumprimento da Meta 2 de 2009 e 2010. Estipulada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para dar mais celeridade à Justiça, a Meta 2 determina que as Cortes estaduais julguem até o final do ano todos os processos distribuídos até 31 de dezembro de 2006. No caso de processos trabalhistas, eleitorais, militares e da competência do tribunal do Júri, o prazo para julgamento dos processos têm data de até 31 de dezembro de 2007).

Apesar de ser um dos três tribunais que, em números absolutos, mais julgou processos no Brasil, atrás apenas Rio de Janeiro (32,9 mil) e São Paulo (105,9 mil), o TJ-BA atingiu apenas 23% do objetivo inicial, com 24.262 sentenças proferidas. Para cumprir a Meta 2 de 2010, os magistrados baianos tinham que julgar 103.438 processos. O desempenho do tribunal baiano foi menor que a média nacional, de 37%.

O juiz-assessor da presidência do TJ-BA, Ricardo Schmitt ressalta que além dos mais de 22 mil processos referentes à Meta 2 de 2010, a Corte baiana ainda julgou e deu baixa em mais de 300 mil processos referentes à Meta 2 de 2009, quando o objetivo era julgar processos distribuídos até 31 de dezembro de 2005.

Em 2009, o Judiciário baiano ficou em último lugar entre os tribunais estaduais em número de processos julgados. “Haviam muitos processos que constavam como ativos não estavam no sistema”, disse. O magistrado informa que o TJ-BA optou pela aquisição de um sistema novo para “ter uma base de dados mais confiável”.

Pendência - Schmitt acredita ser possível zerar todo o estoque de 350 mil processos distribuídos até 31 de dezembro de 2005 e 2006 – 70 mil da Meta 2 deste ano e 290 mil de 2009. “Se não zerarmos, chegaremos muito perto”, disse.

Em 2009, o TJ-BA deixou de cumprir 3 das 10 metas estipuladas pelo Conselho Nacional de Justiça e teve que incorporá-las ao trabalho deste ano. “Embora termos julgado mais de 300 mil processos, fechamos o ano de 2010 apenas com a Meta 2 pendente”.

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde desta segunda-feira,

Dois catadores de latinhas acham mão ao revirar lixo

Da Redação

Dois catadores de lixo reciclável tomaram um grande susto, no início da noite deste domingo, 26, quando recolhiam latinhas de alumínio de uma lixeira instalada no passeio da Praça Municipal, em frente à Câmara de Vereadores de Salvador.

Ao revirar os sacos plásticos, eles encontraram uma mão humana entre os detritos. O membro foi recolhido por uma guarnição da Polícia Civil e encaminhada ao Departamento de Polícia Técnica (DPT).

De acordo com um morador de rua, que não quis se identificar, a mão é de um homem que foi visto pela manhã, saindo aos gritos do Hotel Monte Carlo, na Rua Rui Barbosa, com a mão decepada. A história não foi confirmada pela polícia, que investiga o caso.

Segundo os policiais, será aberta uma investigação a fim de saber se trata de um crime de esquartejamento.

Fonte: A Tarde

domingo, dezembro 26, 2010

Dilma não terá céu de brigadeiro, prevê Ana Amélia

Jornalista de economia e senadora eleita Ana Amélia Lemos (PP-RS) confia na competência da presidenta para superar dificuldades nos mundo financeiro a partir de 2011. Elogia Aécio e Aloysio Nunes assim como Marta e outras mulheres na política



Fabio Góis

A senadora eleita Ana Amélia Lemos(PP-RS) entende que a futura presidente Dilma Rousseff (PT) vai ter um desafio ao conduzir a economia a partir do ano que vem.

“Os desafios para ela serão enormes, gigantes, porque ela não vai ter, como teve o presidente Lula, um céu de brigadeiro na economia. Vai ter de muitas demandas sérias, mas eu acredito e aposto na competência”, disse Ana Amélia, que foi jornalista da área de economia por 33 anos no Rio Grande do Sul, em entrevista durante cerimônia do Prêmio Congresso em Foco.

Ao lado de José Serra (PSDB) nas eleições passadas, Amélia é só elogios para Dilma, que assumiu a Casa Civil durante a crise do mensalão no governo Lula. “Estive num projeto com o José Serra, mas penso que ela, que comandou com braço forte a Casa Civil, depois da crise que viveu aquela área, pode fazer um grande governo.”

Amélia destaca as diferenças da presidenta com seu antecessor. “Ela é diferente do presidente Lula e o Brasil pode experimentar um novo tipo de gestão na administração política, especialmente na área administrativa do governar.”

A senadora eleita tem grandes expectativas que os colegas de plenário melhorem a imagem do Senado. Ela diz que a credibilidade ficou “abaladíssima” com a descoberta dos atos secretos em 2009, que chegavam a empregar parentes até do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-SP).

Para Amélia, alguns “novos” mas conhecidos parlamentares vao contribuir para combater esse quadro. Cita os nomes dos oposicionistas Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Itamar Franco (PPS-MG), e dos governistas Marta Suplicy (PT-SP), Roberto Requião (PMDB-PR) e Luiz Henrique (PMDB-SC).

Mesmo com a experiência de jornalista, Amélia afirma que a internet ainda é um mundo a ser explorado. Dá como exemplo entrevista anterior que concedeu ao Congresso em Foco em outubro passado. “Para minha surpresa, a repercussão foi muito grande”, contou ela.

Leia aquela entrevista: “Ninguém pode pensar em amordaçar a imprensa”

Fonte: Congressoemfoco

Manchetes dos jornais: Brancos e negros têm acesso desigual ao SUS

O GLOBO

Brancos e negros têm acesso desigual ao SUS
Idealizado como sistema de atendimento universal, o SUS revela um pouco do abismo racial no país. Dados do Relatório das Desigualdades Raciais, estudo produzido pelo economista Marcelo Paixão, da UFRJ, mostram que brancos e negros têm acesso desigual à saúde pública. Entre mães de filhos brancos, 71% fizeram mais de 7 consultas pré-natais. No caso de mães de filhos pretos e pardos, o percentual cai para 42,6%. A incidência de tuberculose e hanseníase entre homens pretos e pardos é 45% maior que entre brancos. Beneficiários de 55,2% dos atendimentos do SUS, pretos e pardos se dizem mais insatisfeitos – embora, para esta população, normalmente mais pobre, o sistema tenha importância 19,5% maior do que a declarada pelos brancos. O relatório se baseia nos resultados do Pnad.

PMDB se queixa do espaço perdido para o PT no Ministério
A redução dos recursos orçamentários administrados pelo PMDB no futuro governo de Dilma Rousseff deu início a uma rebelião silenciosa na bancada do partido. Apesar de integrar a chapa com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), a legenda não se conforma por ter perdido espaço para o PT. No futuro governo, os petistas passarão a gerenciar um orçamento de cerca de R$250 bilhões, enquanto o PMDB ficará com R$84,9 bilhões, já descontando o Ministério da Previdência, porque os recursos da pasta são comprometidos praticamente em sua totalidade com o pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais.
Os peemedebistas incluem na conta os orçamentos dos ministérios da Saúde, de R$77,1 bilhões, e das Comunicações, de R$4,4 bilhões, que foram para o PT, e o da Integração Nacional, de R$5,4 bilhões, que foi para o PSB.
SAE, uma pasta sem orçamento
Em troca, o PMDB passou a administrar pastas de menor expressão, como Turismo e Previdência, além de uma pasta sem orçamento, a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Mesmo descontando os orçamentos dos ministérios técnicos, como Fazenda e Planejamento, o PT somará, ainda, cerca de R$215 bilhões. Além da Saúde, que tem parte da verba bloqueada para o custeio do Sistema Único de Saúde, o PT continuará controlando o Ministério da Educação, que chegará a R$63,6 bilhões. Há ainda o Ministério do Desenvolvimento Social, com R$43,1 bilhões, sendo que apenas o Bolsa Família responde por R$13,4 bilhões.
O PMDB ficará com R$84,9 bilhões mas, como compensação, concentrará em suas mãos alguns campeões de emendas parlamentares, como o Ministério do Turismo, que teve sua verba inflada em quase R$2,8 bilhões na passagem do Orçamento pelo Congresso. Há também o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Agricultura.

Marina usará institutos para tentar voltar em 2014
Depois de deixar o Senado em 31 de janeiro, Marina Silva usará dois institutos para levar adiante o projeto de disputar a Presidência novamente em 2014. Marina ficará sem mandato no Senado. Apesar de ter afirmado em seu discurso de despedida do Congresso que, "a priori", não se colocará como presidenciável, seus aliados já traçam os planos para a verde continuar nos holofotes e manter o capital político dos quase 20 milhões de votos obtidos em outubro.
Marina planeja continuar morando em Brasília para ficar próxima dos filhos, radicados na cidade. Trabalha para criar na capital o Instituto Marina Silva, responsável por guardar o acervo acumulado nos dois mandatos de senadora e na passagem pelo Ministério do Meio Ambiente (2003-2008). A expectativa é que surjam convites para palestras no Brasil e no exterior. Um aliado acredita que ela irá se sustentar financeiramente com o dinheiro arrecadado nas palestras. Devem acompanhar Marina no projeto seus assessores mais próximos do gabinete no Senado, como Carlos Vicente, Pedro Ivo e Jane Villas Boas.

São Bernardo se prepara para receber Lula
A vontade dos amigos era fazer um megaevento para receber de volta o cidadão mais ilustre de São Bernardo do Campo. Até uma comissão de 30 pessoas foi formada. Mas, após muitas considerações, a euforia foi contida e ficou então marcada uma recepção mais modesta para o sábado, quando Luiz Inácio Lula da Silva volta à cidade, assim que deixar a Presidência.
As boas-vindas vão começar por volta das 20h, em frente ao condomínio residencial onde ele voltará a morar.
O entusiasmo dos amigos de Lula teve de ser mediado por essa comissão, que reúne representantes dos diretórios petistas dos sete municípios da região do ABC paulista, vários sindicatos e entidades do movimento social.
- Isso estava virando uma loucura. Em toda esquina da cidade tinha um grupo organizando uma festa - contou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

Para amigos, presidente não vai ficar em casa
Amigo do presidente Lula, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), um dos que presidiram o Sindicato dos Metalúrgicos onde Lula começou sua trajetória política, conta que a cidade está eufórica com a volta do seu cidadão mais ilustre. Mas, passado esse clima, o prefeito considera que será muito difícil ele conseguir "voltar ao passado".
- Ele gostaria, e nós todos de São Bernardo gostaríamos, que ele voltasse como era no passado. Mas a gente sabe que não vai ser mais assim. Mesmo querendo, não dá. Lula é hoje um cidadão do mundo, não vai conseguir ficar aqui como antigamente - disse.

Hemorragia de José Alencar é controlada
Os médicos que acompanham o vice-presidente José Alencar informaram ontem que a hemorragia gástrica apresentada por ele foi controlada, mas que seu estado de saúde ainda é grave. Após passar por sessões de hemodiálise e transfusão de sangue, no hospital Sírio-Libanês, onde permanece na UTI, Alencar voltou a manifestar interesse em participar da cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília, no próximo sábado, mas a equipe médica continua cautelosa.
- Se fosse hoje, ele não iria. Mas vamos esperar até sexta-feira para fazer uma nova avaliação - disse o cardiologista Roberto Kalil, descartando inclusive o uso de um avião equipado com UTI para eventual viagem do vice-presidente a Brasília .
Segundo boletim médico divulgado às 13h30m, Alencar não apresentou sangramento intestinal nas últimas 20 horas e seu quadro clínico teve melhora. A equipe, ainda assim, descarta a possibilidade de nova cirurgia. A partir de agora, o tratamento será feito exclusivamente com medicamentos. Na última quarta-feira, os médicos decidiram interromper uma cirurgia feita às pressas e que já durava mais de três horas porque tumores na região abdominal dificultavam a localização da área que sangrava.


FOLHA DE S. PAULO

Cresce diferença entre salário público e privado
Os mesmos dados que mostram a queda do desemprego e o aumento da renda ao longo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também apontam, ao serem decompostos, o aumento da desigualdade entre o emprego público e o trabalho no setor privado.
Segundo levantamento feito pela Folha a partir das pesquisas mensais de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os rendimentos médios dos servidores públicos federais, estaduais e municipais, que já eram superiores, cresceram ainda mais que os da iniciativa privada nos últimos oito anos.
As diferenças começaram a se acentuar em 2006, ano em que a administração petista lançou o primeiro de dois pacotes de reajustes salariais generalizados para os funcionários do Poder Executivo. Governadores e prefeitos também aproveitaram os ganhos de receita para beneficiar o funcionalismo.
Em valores corrigidos pela inflação, o rendimento médio mensal no setor privado, incluindo assalariados, autônomos e empregadores, era de R$ 1.173 em dezembro de 2002, às vésperas do início do governo Lula.
De lá para cá, um aumento de 13% levou o valor a R$ 1.323 em novembro passado, pela pesquisa feita nas seis principais regiões metropolitanas -São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife.
No mesmo período, a renda no serviço público, formada basicamente por salários, teve expansão de 31% acima da inflação, passando de R$ 1.909 para R$ 2.494.

No Congresso em Foco: Serviço público paga mais que iniciativa privada

Crescimento e carga tributária permitiram reajustes
O crescimento da economia e da carga tributária permitiu à administração petista acomodar nas contas federais um aumento dos gastos com pessoal de mais de 60% acima da inflação em oito anos, contra pouco menos de 4% nos oito anos anteriores.
Em 2011, de acordo com as previsões orçamentárias, as despesas chegarão a R$ 199,6 bilhões, considerando no cálculo a contribuição patronal para a aposentadoria dos servidores.
Pelo mesmo critério, o quadro de pessoal consumia R$ 79 bilhões em 2003, último Orçamento elaborado pelo governo FHC, e R$ 37,9 bilhões em 1995, quando a previsão de gastos vinha do governo Itamar.
Medidos como proporção do Produto Interno Bruto, os valores não chegam a mostrar um cenário de descontrole: de 2003 para 2011, há uma alta de 4,6% para 5,1% do PIB, ainda abaixo dos 5,4% de 1995.

Dilmoteca básica
A presidente eleita, Dilma Rousseff, tem na formação literária uma das mais marcantes diferenças em relação a seu antecessor, Lula. Em entrevista para compor o perfil biográfico, Dilma citou Proust e autores que vão de Jorge Amado ao poeta japonês Bashô.
No início deste ano, numa das sessões de entrevistas que concedeu à Folha, Dilma Rousseff falava sobre suas preferências no futebol. Declarou-se fã do Atlético, em Minas Gerais, e do Internacional, no Rio Grande do Sul.
Recordou-se de sua primeira vez no Maracanã, no Rio, em 1969. Um jogo do Flamengo. Estava na clandestinidade. "Eu fiquei assim abestalhada com as bandeiras. Você já viu as bandeiras?", perguntou e já respondeu: "É de perder o fôlego".
Mas foi uma memória seletiva. Não se lembrava do placar nem contra quem o Flamengo jogava. Com quem estava? Nenhuma lembrança.
Começou então a falar sobre como as imagens vão se colando -ou não- na memória das pessoas. "Eu fico pensando se sou eu ou se todo mundo é assim. Você sabe que eu nunca havia me lembrado disso até hoje?", disse.
A recordação veio porque a conversa era para compor um perfil biográfico. Naquele instante, esporte e cultura popular dominavam a entrevista. Foi quando ela citou suas referências literárias.
"Sobre a memória, quem tem razão era o [Marcel] Proust. Ele falava do sabor e do odor, dois sentidos primitivos que suportam um edifício imenso da recordação".
Descreveu o trecho do romance "Em Busca do Tempo Perdido", publicado no início do século passado, no qual Proust fala de comer madeleines e tomar chá -e como o cheiro e o sabor desencadeiam recordações.
De todas as diferenças entre a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, uma das mais marcantes é sólida formação literária da próxima ocupante do Palácio do Planalto.
Não há um autor favorito na prateleira de Dilma. "Depende da fase", diz. "Em matéria de poesia, eu gosto do João Cabral de Melo Neto, muito". Aí cita Cecília Meireles, Fernando Pessoa e completa: "Agora, eu consigo além disso gostar do Bashô. Sabe quem é Bashô?".
Com prazer, ela mesma responde: "Foi um monge japonês que inventou o haicai". A lista de citações não para. "Gosto apaixonadamente de uma mulher chamada Emily Dickinson, "a senhora de Amherst". Não tenho "um" gosto. Depende. Gostei do Proust para mais de metro. Agora, também adorei, aos 13 anos, quando meu pai me deu o Jorge Amado".
O que de Jorge Amado? "Foi "Capitães da Areia" , "São Jorge dos Ilhéus", todos os outros. Amei de paixão o Machado de Assis, mas também o Monteiro Lobato. A Emília, o Pedrinho, a Narizinho, o Visconde, a Cuca."

Lupi quer mínimo de R$ 560 no ano que vem
Confirmado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, para permanecer no cargo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, defendeu o salário mínimo em R$ 560 em 2011, acima dos R$ 540 pregados pela equipe econômica de Dilma.
Folha - Há conflito com outros ministérios?
Carlos Lupi - Nunca tive briga. A opinião de um ministro é essa, a de outro é aquela, e quem decide é o Lula. Toda vez que tem conflito, o Lula entra para o lado do trabalhador. Em toda discussão de salário mínimo de que participamos, vencemos o Planejamento e a Fazenda.
Como é que o Lula poderia ser favorável a flexibilizar a legislação [trabalhista]? Como é que ele não ia fazer uma política regionalizada?
Como lidar com a necessidade de expansão dos empregos no Nordeste e os fluxos migratórios?
Está começando a mudar. As usinas de cana de açúcar de Pernambuco e Alagoas já estão pegando os trabalhadores de São Paulo. A geração de emprego e o ganho real de salário é que fizeram a diferença. É o ciclo virtuoso da economia. E por isso sou defensor de que o aumento do salário mínimo tem de ser de R$ 560, porque R$ 580, nesse momento, é uma puxada que não dá para suportar. Mas R$ 540 é muito pouco.

Congresso tem profusão de leis que prestam apenas homenagens
Oito leis foram publicadas no "Diário Oficial" da União no último 13 de abril. Sete tinham o único objetivo de prestar homenagens.
Nesta data, o aeroporto de Marabá (PA) passou a se chamar João Correa da Rocha, e a refinaria de petróleo em Pernambuco, Abreu e Lima. Rodovias foram batizadas no Ceará, no Rio Grande do Sul, em Goiás e em Minas Gerais.
Essa edição do diário exemplifica o que se tornou praxe no Legislativo: aprovar leis que dão nome a rodovias, criam datas nacionais e reconhecem heróis.
Elas passam pelo rito normal -aprovadas em comissões na Câmara e no Senado, avaliadas no governo e sancionadas pelo presidente.
Tentando evitar a prática, uma nova lei fixou critérios para criar datas festivas.


O ESTADO DE S. PAULO

No recesso da Câmara suplente custa até R$ 114 mil
Com a renúncia de deputados federais para ocupar vagas no Executivo, pelo menos 12 suplentes terão direito de assumir o cargo, receber o salário de janeiro, usar verba indenizatória, contratar assessores sem concurso público e usufruir de auxílio moradia. A Câmara está em recesso e só volta ao trabalho em fevereiro de 2011, quando tomam posse os deputados eleitos em outubro. O gasto do Legislativo com cada um desses parlamentares será entre R$ 102,5 mil e R$ 113,7 mil. Na montagem do ministério, a presidente eleita, Dilma Rousseff, escolheu quatro deputados que terão de se afastar da Câmara. De acordo com a legislação, o parlamentar que for tomar posse em Executivos estaduais ou no federal deve se afastar ou renunciar até a próxima sexta-feira

No Congresso em Foco: Com aumento, congressista vai custar R$ 1,9 milhão por ano

Decisão do Supremo gera confusão sobre quem deve assumir
Decisão tomada no início do mês por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou atrito com a Câmara, deixou a assessoria jurídica da Casa atônita e suplentes desnorteados.
No último dia 9, o STF concedeu liminar, a pedido do PMDB, determinando que a vaga decorrente da renúncia em outubro do deputado Natan Donadon (PMDB-RO) seja ocupada pelo primeiro suplente do partido do titular, ou seja, do PMDB.
A exigência contraria a regra adotada ao longo de todos os anos pela Câmara. Na substituição dos titulares, a Casa convoca o suplente seguindo a ordem da lista de eleitos encaminhada pela Justiça Eleitoral, o que leva em conta a coligação partidária.
No caso de Donadon, a Mesa da Câmara deu posse ao deputado Agnaldo Muniz (PSC), eleito primeiro suplente pela coligação Rondônia Mais Humana no ano de 2006.

Suely Caldas: A agenda de Dilma
Até as eleições de 2012 a presidente Dilma Rousseff terá um ano e meio para aproveitar a força política das urnas e fazer o Congresso aprovar uma agenda que Lula desistiu de tocar, mas é fundamental para a economia prosperar, para tornar mais limpa a prática política, para a dívida social recuar e para acabar com a miséria. Se conseguir, seu governo será bem avaliado e dará a ela cacife para ser reeleita em 2014, desta vez sem apadrinhamento algum. Será um período difícil, concentrado no prazo exíguo e, ao mesmo tempo, ampliado em múltiplos segmentos em que a ação do governo é fundamental e determinante para fazer o País avançar.
Dessa agenda tudo é prioritário, mas a reforma política se sobrepõe, porque ela abre caminho para facilitar, acelerar e viabilizar todo o resto. É uma espécie de mãe de todas as reformas.

Entrevista com Tarso Genro: ''Anistia a torturador foi o pior momento''
A seis dias de se tornar - em sua terceira tentativa - governador do Rio Grande do Sul, o ex-ministro Tarso Genro (PT) recorda, aliviado, o pior momento que viveu em toda sua vida política. Foi em abril passado, quando o Supremo Tribunal Federal entendeu que os benefícios da anistia também se aplicariam a indivíduos que torturaram durante o regime militar de 1964.
Uma de suas grandes causas, o combate aos abusos da ditadura, sofria um revés. Mas o troco, lembra ele, veio em seguida, quando a Corte Interamericana dos Direitos Humanos, da OEA, firmou um entendimento contrário - de que a Lei da Anistia não garantiria o perdão para os torturadores.
Depois de comandar a Prefeitura de Porto Alegre por duas gestões e passar por quatro ministérios do governo Lula, o futuro governador, hoje com 63 anos, amadureceu um plano para assumir o governo gaúcho: o modelo a ser seguido, para comandar um orçamento de R$ 30,8 bilhões, é o do próprio presidente, tanto na estratégia econômica como nas composições políticas. A respeito dessas alianças, admite que "a realidade do País é muito mais complexa do que aquela visão que tínhamos no início da nossa história". Ou seja, a ideia de um "campo popular" de um lado e "uma direita conservadora" de outro, não basta para governar. Daí o PT ter ao seu lado, em várias alianças nacionais, antigos adversários, como PP e PR. No caso gaúcho, para garantir o apoio e maioria na Assembleia, o governador eleito montou um governo de coalizão que inclui o PC do B, o PSB, o PDT, o PRB e o PTB.

No Senado, proposta limita ''farra da suplência''
No Senado, as mudanças relacionadas aos suplentes não devem ocorrer antes de 2015. A data foi estipulada em 2008, com o aval do senador Demóstenes Torres (DEM-PI), relator da proposta que põe fim à chamada farra da suplência - a facilidade com que pessoas conquistam mandatos de até oito anos sem receber votos para isso.
Atualmente os suplentes assumem sempre que o titular se licencia, renuncia ou morre. Segundo o projeto de Demóstenes, as vacâncias no Senado seriam preenchidas por dois critérios: no caso de o titular deixar o cargo até o penúltimo ano do mandato, deverá haver eleição para a escolha de um novo ocupante da vaga; e, se houver vaga aberta no último ano, esta será preenchida pelo candidato mais votado entre os não-eleitos.

Ex-presidente acusa vice por rombo no Grupo SS
Principal executivo do Grupo Silvio Santos até o mês passado, Luiz Sandoval aponta, pela primeira vez, os nomes de dois supostos responsáveis pela fraude bilionária no Panamericano: o ex-vice-presidente financeiro Wilson Roberto de Aro e o contador Marco Antônio Pereira da Silva. Em entrevista aos repórteres David Friedlander e Fausto Macedo, Sandoval conta que, quando o caso foi descoberto pelo Banco Central(BC), o contador admitiu ter maquiado os balanços para esconder o rombo de R$ 2,5 bilhões e disse ter agido a mando de Aro. Ao ser confrontado, afirma Sandoval, o ex-vice admitiu ter dado a ordem “para salvar o banco”. Procurado, Aro não se pronunciou. Pereira da Silva não foi localizado.

CORREIO BRAZILIENSE

O destino nas mãos de Dilma
O Brasil tem tudo para entrar no seleto grupo dos países mais ricos e industrializados do mundo. Mas, para isso, deverá aproveitar um fato histórico: nos próximos 20 anos, a população produtiva, entre 15 e 64 anos, será maioria no país. É ela que garantirá a riqueza a ser usufruída pelas gerações seguintes. O governo terá papel relevante nesse processo. Mas a máquina de crescimento será o setor privado: os mais de 4 milhões de empresas que empregam hoje 33 milhões de pessoas,
quatro vezes mais que o setor público, e garantem R$ 2 de cada R$ 3 produzidos na economia. As perspectivas são as melhores possíveis e as fronteiras estão escancaradas para uma enxurrada de investimentos. Tudo depende, porém, do que a presidente eleita,Dilma Rousseff, que sobe a rampa do Palácio do Planalto nesta semana, fará para atender as crescentes demandas da sociedade. Os brasileiros querem muito mais do que comida na mesa. Demandam serviços de qualidade e educação eficiente para conquistar salários melhores. Desejam viajar, ler, cuidar da aparência e poupar para o futuro.

Recuperação de Alencar surpreende os médicos
O vice-presidente da República, José Alencar, surpreendeu médicos e familiares na noite de Natal. De um quadro crítico de hemorragia digestiva que parecia não ter solução, ele apresentou melhora ontem a ponto de os médicos que cuidam de sua saúde já considerarem a hipótese de ele estar presente na posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, em Brasília, no próximo sábado. “Sua recuperação nas últimas 24 horas foi surpreendente”, disse ontem o médico Roberto Kalil Filho.
Alencar passou o Natal com sua família na unidade de tratamento intensivo (UTI) do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Houve ceia, troca de presentes e ele comeu até panetone na virada do dia 25. Faltando uma hora para o Natal, ele recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o desejou Feliz Natal e disse esperá-lo na cerimônia de posse.

Os frutos da Geração Petista
Emanuel (E) tem oito anos. Nasceu na mesma manhã em que Lula tomou posse como presidente da República. Ao longo desse período, aprendeu a ler numa escola, ganhou uma irmã e viu seus pais— que estão melhor financeiramente— se separarem. Ludmilla, por sua vez,veio ao mundo no dia em que Dilma foi eleita. O que será dela, que mora com os pais num pequeno barracão de fundos em Ceilândia?

No campo, o retrato é de avanços tímidos
Antes de chegar ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva criticava os donos do poder por incapacidade de distribuir propriedades de terra, pressionados pelos ruralistas. Oito anos depois, o retrato do campo brasileiro é de estagnação ou de avanços tímidos, com a política agrária, em muitos aspectos, voltada para o agronegócio, justamente o alvo das antigas críticas do petista. Para se ter uma ideia da relevância estratégica que o tema recebeu, nas 310 páginas do balanço dos oito anos produzidas pelo Executivo, só seis foram dedicadas ao setor.
O presidente não conseguiu atualizar os índices de produtividade nem assentar o número de famílias que o governo estabeleceu como meta em janeiro de 2003. Não reduziu, ainda, o número de latifúndios espalhados no país. Paradoxalmente, reduziu o conflito de terras e o interesse de famílias sem terra em busca de propriedades rurais, mas deixa o governo sob críticas dos principais movimentos sociais —MST, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Via Campesina. Mesmo desgostosos, apoiaram a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência.

Mulher em primeiro plano
Encarregada pela organização das atividades culturais da posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, no próximo sábado, na Esplanada dos Ministérios, a Fundação Cultural Palmares preparou uma festa em que as homenageadas serão as mulheres brasileiras. As cantoras Elba Ramalho, Zélia Duncan, Gabi Amarantos, Fernanda Takai e Mart’nália vão ser as responsáveis por comandar o evento na Praça dos Três Poderes, em frente ao Congresso, onde Dilma será empossada na condição de primeira mulher à frente do Executivo. Um grande palco, chamado “Centro-Oeste”, vai ser erguido para receber as cinco cantoras, que serão as principais atrações da noite da posse, no dia 1º. O show Cinco ritmos do Brasil está previsto para começar às 18h30, depois da transmissão do cargo e do discurso que Dilma fará ao povo, no parlatório do Palácio do Planalto.

PT e PMDB com força no 1º escalão
Os partidos do governador eleito, Agnelo Queiroz, e do vice, Tadeu Fillippeli, ficaram com a maioria dos cargos estratégicos. Hegemonia será ainda mais clara com o anúncio dos administradores regionais.

Ano de muitas oportunidades na Petrobras
Empresa começa em janeiro ciclo de renovação do quadro que deve se estender até 2013. Primeiro edital divulgado, com 838 vagas, prevê salários de até R$ 6.217,19. Mas especialistas avisam: a seleção será muito rigorosa.

Fonte: Congressoemfoco

Fotos do dia

Melanie Scheneider em ensaio para o site Morango Homens da Força de Pacificação durante ceia de Natal Decoração natalina ao longo de rio em Seoul
Crianças jogam futebol em quadra na rua Novo Oriente do Piauí, no bairro de Cangaíba Papa Bento 16 fala para milhares de fiéis na praça de São Pedro, no Vaticano Corpo do ex-governador Orestes Quércia é enterrado no cemitério do Morumbi

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Com alta dos juros, consórcio é vantajoso

Marcelle Souza
do Agora

Com taxas menores e parcelas mensais mais atrativas, o consórcio de veículos pode ser mais vantajoso diante das medidas para frear o crédito anunciadas pelo Banco Central. Isso porque a redução de crédito afetará diretamente o financiamento sem entrada e a longo prazo --o principal concorrente dos consórcios.

A Abac (associação das administradoras de consórcio) calcula que o crescimento do setor fique entre 7% e 10% em 2011. O cálculo considera a disposição dos bancos em aumentar as taxas de juros e as entradas para os financiamentos a longo prazo.

Nesse cenário, o consórcio oferece um custo menor. A operação possui uma taxa de administração que fica, em média, em 0,25% ao mês --inferior, portanto, aos juros do financiamento de carro que estão em 2% ao mês.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

Veja 3 revisões do INSS aceitas em 2011

Ana Magalhães
do Agora

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) passou a aceitar no posto previdenciário três novas revisões neste ano que os segurados podem garantir no ano que vem. Duas delas já podem ser pedidas nos postos previdenciários e a revisão do teto, apesar de reconhecida neste ano, deverá ser paga em 2011.

A primeira correção aceita neste ano foi o acúmulo do auxílio-acidente com a aposentadoria. Quem começou a receber o auxílio-acidente entre julho de 1991 e novembro de 1997 e se aposentou depois de setembro de 2009 --ou ainda não se aposentou-- pode receber os dois benefícios simultaneamente, mesmo se a soma superar o teto (R$ 3.467,40, hoje).

O INSS passou a aceitar o acúmulo nos postos em junho, após orientação da AGU (Advocacia-Geral da União), órgão que defende a Previdência na Justiça.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

Quem te viu, quem te vê

Arquivo Pesssoal

Arquivo Pesssoal / Retratos da presidente: Dilma com o irmão, Igor; a turma do Colégio Sion; Passeata dos Cem Mil, no Rio; e invasão de tropas na Faculdade de Letras de Minas Gerais; em uma festa com o amigo Calino Pacheco; com Leonel Brizola, no governo do Rio Grande do Sul; ministra da Casa Civil; e na vitória pela Presidência Retratos da presidente: Dilma com o irmão, Igor; a turma do Colégio Sion; Passeata dos Cem Mil, no Rio; e invasão de tropas na Faculdade de Letras de Minas Gerais; em uma festa com o amigo Calino Pacheco; com Leonel Brizola, no governo do Rio Grande do Sul; ministra da Casa Civil; e na vitória pela Presidência
De Minas à Presidência

Reportagem da Gazeta do Povo visitou locais onde Dilma Rousseff morou, estudou, militou e atuou como administradora pública. Ouviu antigos e novos colegas. E, de hoje até próxima sexta-feira, conta a história da primeira mulher a ser eleita president

Publicado em 25/12/2010 | Rosana Félix e André Gonçalves, correspondente

A mulher que há quatro décadas queria derrubar o governo militar será, a partir de 1.º de janeiro, a comandante em chefe das Forças Armadas do Brasil. Dilma Vana Rousseff, 63 anos, ao assumir a Presidência também se torna a líder do Exér­­cito, da Marinha e da Aero­­náutica. Tal destino não era so­­nhado pela petista até pouco tempo atrás, nem quando na infância fantasiava o futuro. Pela educação que teve, ela poderia ser uma ótima dona de casa, assim como colegas do antigo colégio. Mas acontecimentos da História brasileira e as escolhas que fez nesses anos todos a levaram a outro caminho.

Caminho esse que os leitores da Gazeta do Povo passam a conhecer um pouco melhor com a publicação desta série. De hoje até sexta-feira – véspera da posse de Dilma –, o jornal apresenta a trajetória da primeira mu­­lher eleita presidente do Brasil. Desde os primeiros passos em Belo Horizonte até o triunfo que a levou ao Palácio do Planalto.

Arquivo Pesssoal

Arquivo Pesssoal / Ampliar imagem

Para a produção da série, a reportagem visitou alguns dos locais onde Dilma morou, estudou, militou e atuou como administradora pública, tanto em Belo Horizonte como em Porto Alegre e Brasília. O objetivo foi resgatar histórias e reconstruir alguns períodos cruciais que moldaram a personalidade da presidente eleita.

Também foram feitas entrevistas com amigos, ex-colegas de luta armada, vizinhos e auxiliares. A maquiadora Rose Paz – uma das responsáveis pelo “upgrade” recente do visual de Dilma –, também conversou com a reportagem, quebrando um silêncio que durava desde quando a petista era ministra da Casa Civil.

Entretanto, a maioria das pessoas que são próximas a Dilma resolveu não falar. Passada a eleição e garantida a vitória, parentes e amigos preferiram manter a discrição. Os colegas de longa data, por outro lado, gostam de falar e têm orgulho do passado que os liga a Dilma.

Princípios

Todas as pessoas com as quais a reportagem conversou disseram que votaram na petista e/ou fizeram campanha aberta para ela. Mas há divergências, principalmente com a provável continuidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Ela tem uma visão política visando aos fins, os resultados. Na cabeça dela, e aí eu discordo um pouco, é preciso criar mais empregos, mais obras do PAC, e isso sem se importar se os rios estão sendo canalizados, por exemplo. O negócio é obra, obra, transposição do São Fran­­cisco”, afirma Apolo He­­ringer Lisboa, hoje médico e ambientalista e no passado líder do Polop (Orga­­­nização Política Operária), o primeiro grupo de resistência à ditadura militar do qual Dilma fez parte, em Belo Horizonte.

“O Brasil ainda não é justo. A justiça não é consumir, viajar de avião. É ter padrão de vida feliz. A perfumaria do consumo é importante para muita gente, mas o essencial é que a gente não tenha tanta violência, tanto trabalhador escravo no campo, tanta cracolândia por aí”, observa o livreiro Marco Antonio Meyer, também uma liderança do Polop. “Espero que a Dilma, que foi companheira, coloque em prática aqueles nossos ideais. Alguns precisam ser revistos, claro. Mas o básico é transformar o Brasil em uma sociedade justa. Essa é a semente da geração de 68, e a Dilma tem tudo para plantá-la.”

Transformação

A bandeira de Dilma continua a ser a redução da pobreza e da desigualdade de renda no Brasil, que era palavra de ordem nos movimentos contra a ditadura. Mas em outros aspectos ela mudou muito – inclusive no visual.

Quem acompanhou a transformação recente foi a maquiadora Rose Paz. O convívio permite revelações pessoais: a futura presidente é muito vaidosa, especialmente com a pele. Rose passou a trabalhar mais constantemente para a então ministra da Casa Civil a partir de 2007, ano em que Lula a teria escolhido para sucedê-lo. Ao longo dos três anos de convivência, o período mais difícil ocorreu em 2009, quando Dilma teve de tratar um câncer linfático. “A maquiagem mudou por causa dos efeitos do tratamento”, explica.

“Fico revoltada quando vejo nos jornais que a Dilma não gosta de se cuidar. Ela trata a pele desde os 25 anos. Mesmo hoje em dia poucas mulheres são assim”, diz a maquiadora. Segundo ela, a petista faz exercício diariamente, nunca dispensa filtro solar, evita ficar maquiada por muito tempo e sempre usa cremes no rosto para dormir.

Além disso, está sempre preocupada com o que veste. “Eu não diria que a Dilma é durona. Acho que, na verdade, ela é uma pessoa muito centrada, organizada, que sabe exatamente o que quer.”

Fontes

Para ajudar a recompor o período recente da História do Brasil, a reportagem consultou trechos da série Ilusões Armadas, do jornalista Elio Gaspari, e documentos do Arquivo Nacional e do Centro de Pesquisa e Docu­­­mentação de História Con­­­temporânea do Brasil (CPDOC). A Gazeta também usou como inspiração para os títulos desta e das próximas reportagens músicas do compositor Chico Buarque, um dos artistas que contestou a ditadura e foi exilado. Ele é um grande apoiador de Dilma, e trabalhou ativamente para ela na campanha eleitoral deste ano.

Fonte: Gazeta do Povo

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