Folha de S. Paulo
Eleição indireta agravou crise, diz procurador-geral
Depois de participar de uma sessão solene no Supremo em homenagem a Brasília, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que a eleição indireta realizada pela Câmara Distrital que escolheu Rogério Rosso como governador apenas "agravou" a crise política local e reforça a necessidade de uma intervenção federal. "Ele teve 13 votos, sendo que 8 foram das pessoas mais escandalosamente envolvidas com esse esquema criminoso. Independentemente de quem tenha sido eleito, não faço qualquer juízo da pessoa dele, parece-me evidente que não haverá condições de proceder a um saneamento da máquina administrativa do DF", disse.
Governo pedirá quebra de sigilo no caso Alstom
O Ministério da Justiça vai encaminhar nos próximos dias pedidos para que Suíça e França quebrem o sigilo bancário de 19 pessoas e empresas suspeitas de ter recebido suborno da multinacional francesa Alstom. A empresa é investigada sob suspeita de ter pago propina por contratos com o Metrô e a Eletropaulo em gestões do PSDB no governo paulista. Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil e alvo de um dos pedidos de quebra de sigilo, negou ter conta no exterior: "Pode quebrar o sigilo que quiser".
Conselheiro do TCE diz que não recebeu propina
Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, disse que não vê problemas no pedido de quebra do seu sigilo bancário na Suíça e na França. "Não há contas em meu nome na França, na Suíça nem em qualquer outro lugar do mundo. Em meu nome não há conta", frisa. "Pode quebrar o sigilo que quiser." Marinho afirmou inicialmente que não comentaria as suspeitas do Ministério Público Estadual e Federal porque a investigação em torno da Alstom está protegida por segredo de Justiça. Segundos depois mudou de ideia. Disse que nunca apreciou no Tribunal de Contas contratos da Alstom. Ele afirma que um documento anexado por seus advogados na investigação aponta que os contratos sob suspeita da Eletropaulo são de 1983 e 1990. O de 1993 é um contrato batizado de Gisel (Grupo Industrial para o Sistema Eletropaulo), que tinha como objetivo modernizar o sistema elétrico paulista; o de 1990 é um aditivo ao negócio original. "Mas eu entrei no Tribunal de Contas em 1997."
ONGs fazem "rodízio" para driblar limites de repasse de emendas
Três ONGs que receberam recursos do Ministério do Turismo têm vinculações entre si e pagam com dinheiro público empresas representadas pelos próprios associados. A Folha apurou que integrantes dessas entidades respondem a ações na Justiça e subcontratam empresas com problemas judiciais. Órgãos de controle e o próprio ministério investigam se a troca de funcionários e subcontratação das mesmas empresas são usadas para driblar o teto de repasses imposto pelo governo. A PAB (Premium Avança Brasil), com sede em Luziânia (GO), o IEC (Instituto Educar e Crescer), do Distrito Federal, e Equipe Chakart, de Goiânia (GO), receberam R$ 11,6 milhões do Ministério do Turismo nos últimos três anos. Em 2009, Ao menos 19 congressistas destinaram recursos a elas. Desde o ano passado o ministério impôs uma restrição de valor de recebimento por entidade, de R$ 1,8 milhão por ano. O temor do ministério é que essas vinculações entre as entidades sirva para driblar o teto daqui para a frente.
Entidades negam fazer parcerias entre si
O Instituto Educar e Crescer, a Premium Avança Brasil e a Equipe Chakart negam parceria entre si e dizem ser concorrentes no mercado de festas.
A Premium Avança Brasil admitiu, porém, que contrata Idalby Ramos, secretária da IEC, quando há "volume excessivo de projetos". Idalby confirmou que prestou assessoria para a entidade concorrente. Sobre o processo que ela responde em Mato Grosso, sua defesa diz que "o juiz não se manifestou se aceita ou não a ação". Para Idalby, o fato de a mãe dela ser conselheira de entidade concorrente não representa dilema ético nem ilegalidade. Procurada, a mãe dela não ligou de volta, assim como Robson e Caroline Quevedo, do IEC.
PSDB acusa Sensus com dado errado
O PSDB utilizou dados incorretos para basear a notícia-crime que o partido pretende apresentar hoje ao Ministério Público Eleitoral contra o Instituto Sensus, por divulgação de pesquisa fraudulenta. A Folha verificou que os advogados dos tucanos usaram uma pesquisa feita pelo instituto em Santa Catarina para atacar outra, nacional. As informações referiam-se ao nível econômico dos entrevistados pelo Sensus em pesquisa divulgada na semana passada, que apontou um empate técnico entre os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). O PSDB encontrou cinco supostas irregularidades, relatadas em relatório produzido após análise, por técnicos do partido, nas 2.000 folhas de resposta da pesquisa contratada por um sindicato de São Paulo ligado à Força Sindical. A principal delas, conforme citou anteontem o advogado do PSDB Ricardo Penteado, é justamente a que se baseou em dados errados.
Dilma e Serra disputam audiência na TV
Os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) travaram em pleno feriado uma disputa pelos telespectadores em aparições ao vivo no horário nobre em emissoras de TV aberta. Dilma concedeu entrevista de mais de uma hora ao apresentador José Luiz Datena, do programa "Brasil Urgente", da Bandeirantes. Serra falou por cerca de 20 minutos a Carlos Nascimento na bancada do "SBT Brasil". Logo no início da entrevista, questionada se acreditava em Deus, Dilma disse crer em uma "força superior" e na "deusa mulher que é Nossa Senhora". Há cerca de dois anos, em sabatina da Folha, Dilma respondeu à mesma pergunta afirmando: "Eu me equilibro nessa questão. Será que há? Será que não há? Eu me equilibro nela".
Judiciário troca comando polêmico por discreto
Ao final desta semana, o comando do Judiciário terá uma mudança radical de perfil. Saem de cena os atuais presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto, e entram Cezar Peluso e Ricardo Lewandowski, reconhecidamente mais discretos e de menor atuação política.
Em ambos os casos, a mudança refletirá diretamente na forma como o Poder Judiciário vem se relacionando com os outros Poderes da República e até mesmo com setores organizados da sociedade civil.
Ministro votou contra veto a "fichas-sujas"
Ricardo Lewandowski, 61, é um ministro discreto que pretende evitar se envolver em polêmicas durante seu mandato como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que começa hoje e tem dois anos de duração. Carioca criado em São Bernardo do Campo (SP), onde se graduou, Lewandowski é especializado em direito público e nos anos 80 teve atuação política próxima aos peemedebistas em São Paulo.
Grupo invade nova Câmara no aniversário de Brasília
No dia em que Brasília completou 50 anos, um grupo de 60 manifestantes, formado na maior parte por estudantes, invadiu a nova sede da Câmara do Distrito Federal para protestar contra o atual governador do DF, Rogério Rosso (PMDB). O movimento de alunos da UnB, que promoveu a invasão ontem à noite, se autodenomina "Fora Arruda e toda máfia" e alega que Rosso não tem legitimidade para governar já que 8 dos 13 deputados que votaram nele são suspeitos de ter participado do mensalão do DEM.
Culto simultâneo atrai em SP e no Rio 2 milhões de fiéis da Igreja Universal
Um culto simultâneo da Igreja Universal do Reino de Deus reuniu cerca de 1 milhão de pessoas em São Paulo e mesmo número no Rio de Janeiro, segundo cálculos da Polícia Militar. Os eventos causaram quilômetros de congestionamentos em ambas as capitais. O culto organizado pela Iurd em todo o país ganhou o nome de "O Dia D", no qual fiéis supostamente em dúvida deveriam afirmar sua ligação com a igreja. É o primeiro evento do gênero, e a expectativa da Universal é que o culto tenha reunido 8 milhões de pessoas.
O Estado de S. Paulo
Eleitorado feminino garante no Ibope vantagem de Serra sobre Dilma
Os eleitores jovens, do sexo feminino e das Regiões Sul e Sudeste são os principais responsáveis pela vantagem de 7 pontos porcentuais de José Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem. O pré-candidato tucano tem 36% das intenções de voto, e a petista, 29%. Pela primeira vez, o Ibope detectou um empate entre Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) - ambos aparecem com 8%. Nos últimos sete meses, Ciro perdeu metade de seus eleitores. Em relação à pesquisa do mesmo instituto feita em março, os dois principais concorrentes apenas oscilaram 1 ponto - Serra para cima, Dilma para baixo. A diferença entre os dois passou de 5 para 7 pontos.
Líderes se distanciam, indica média móvel
Atualizada pela inclusão da mais recente pesquisa Ibope, a média móvel das pesquisas de intenção de voto mostra um pequeno crescimento da vantagem de José Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT). A diferença média entre ambos, que chegou a ser de 4,1 pontos há duas semanas, é agora de 5,8 pontos. Mais importante do que os valores é a trajetória das curvas de intenção de voto média de cada um dos pré-candidatos à Presidência. A inclusão da pesquisa Ibope confirmou uma mudança que havia sido iniciada pela pesquisa anterior, do Datafolha: as curvas de Serra e Dilma pararam de se aproximar e, lentamente, estão se distanciando.
Pré-candidatos buscam voto de brasileiros que moram no exterior
Os pré-candidatos estão de olho no voto dos brasileiros fora do País. É um eleitorado que pode chegar a 3 milhões, embora só 174 mil já tenham transferido o título para um dos 146 municípios eleitorais no exterior. Eles têm até o dia 5 para se cadastrar, segundo prazo definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TSE colocou no ar propaganda convocando os brasileiros no exterior a votar. Anúncios com informações sobre como se cadastrar e o prazo final para transferir o título foram distribuídos às emissoras brasileiras com veiculação no exterior.
Emissário do PSB vai medir hoje 'risco Ciro'
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, vai procurar hoje o deputado Ciro Gomes (SP), com uma missão: medir o "risco Ciro" no quadro eleitoral, caso o partido decida descartar de vez sua participação na corrida presidencial. O PSB, o PT e o Palácio do Planalto temem que Ciro saia atirando e prejudique a candidatura petista de Dilma Rousseff. Foi movido por esse temor que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou publicamente sua intenção de também procurar Ciro para uma conversa nos próximos dias, a fim de acalmá-lo e aplacar suas mágoas. A direção do PSB só se reunirá para tratar do assunto no dia 27, mas, nos bastidores do partido, a avaliação é de que o descarte da candidatura é iminente.
'Acho que a UNE tem de ficar neutra'
Na galeria de seus ex-presidentes, a União Nacional dos Estudantes (UNE) ostenta a foto do pré-candidato do PSDB José Serra. Entre 1963 e 1964, o tucano que vai disputar a sucessão do presidente Lula comandou a entidade estudantil, partindo para o exílio enquanto estava no posto. Hoje, 46 anos depois e com R$ 10 milhões em verbas federais no cofre, a organização tenta conter a forte pressão para declarar apoio formal a Dilma Rousseff (PT), candidata de Lula e rival de Serra na eleição. Boa parte das correntes internas da UNE vai defender durante o 58.º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que se realiza no Rio entre hoje e domingo, o apoio a Dilma. Resta saber se eles conseguirão convencer os demais e emplacar a proposta. "A minha opinião é que a UNE tem de manter uma postura de independência no pleito, sem declarar apoio formal a nenhum dos candidatos", diz o presidente, Augusto Chagas. A única vez em que a UNE declarou apoio a um candidato foi em 2002, no segundo turno, quando a entidade optou por Lula após um plebiscito.
Arcebispo faz sermão por ficha limpa
Na presença de políticos locais, a maioria envolvida nos escândalos de corrupção dos últimos governos, o arcebispo de Brasília, dom João Braz de Aviz, aproveitou a comemoração dos 50 anos da capital federal para cobrar a aprovação do projeto ficha limpa. O chefe religioso tratou da crise política instalada no DF desde novembro e falou em "traição". As declarações foram feitas na missa celebrada na virada de meia-noite de terça-feira para ontem, na Esplanada dos Ministérios, em um altar montado diante do Congresso Nacional. A fila de políticos sentados em cadeiras que ladeavam o altar só não estava completa porque o governador cassado, José Roberto Arruda, que deixou a prisão no dia 12, não compareceu.
Governo vê pressão da Queiroz Galvão
A Queiroz Galvão vai negociar nos próximos dias uma forma de garantir maior participação na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). O anúncio da possível saída da empresa do consórcio que venceu o leilão anteontem foi entendido pelo governo apenas como um sinal de pressão da construtora para assegurar uma parcela significativa da obra em suas mãos.
AGU processa juiz e procuradores que ameaçaram leilão
A guerra de liminares que ameaçou a realização do leilão da usina Hidrelétrica de Belo Monte deve chegar ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Advocacia-Geral da União (AGU) prepara as representações contra os procuradores e o juiz federal do Pará, responsável pela concessão das liminares.
O Globo
Ação do governo levou grupo estatal a ganhar Belo Monte
Uma decisão do governo no dia do leilão da hidrelétrica de Belo Monte mudou o rumo da disputa pela segunda obra mais cara do PAC. A Eletrobras avisou os dois consórcios na briga pela usina que o projeto deveria ter rentabilidade de apenas 8%, bem abaixo dos 12% esperados pela iniciativa privada. Com isto, o grupo liderado pe lª construtora Andrade Gutierrez foi obrigado a refazer as contas e aumentar a tarifa proposta para a energia. Já a Chesf, por ser estatal, apostou que poderia oferecer uma tarifa bem menor e venceu. Técnicos do governo informaram que a mudança de critério foi uma reação à pressão das empreiteiras. O consórcio vencedor gastará R$ 100 milhões para desmatar a área que será alagada pela usina.
Festa e protesto em Brasília
Sob ameaça de intervenção federal, Brasília comemorou ontem seu aniversário de 50 anos com festa movimentada e eclética, orçada em R$ 8 milhões. Pelo menos cerca de 600 mil pessoas passaram pela Esplanada dos Ministérios, segundo os cálculos da Polícia Militar. Um público grande também era esperado para os shows de Daniela Mercury, Paralamas do Sucesso, Nando Reis, Milton Nascimento e Zélia Duncan, além de eventos paralelos. Recémeleito em votação indireta, o governadortampão Rogério Rosso (PMDB) enfrentou protestos nas cerimônias oficiais, prestigiadas por poucos governadores e autoridades federais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou dos eventos.
Petista defende PAC; tucano ataca MST
Dias depois de o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), dizer que o PAC é uma lista de obras inacabadas, sua adversária na corrida à Presidência, Dilma Rousseff (PT), rebateu os ataques com ironia. Entrevistada por uma hora e meia no programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes, disse que algumas obras inauguradas por Serra antes de deixar o governo foram entregues à população com dinheiro do PAC.
— Fizemos parcerias com o governo de São Paulo nas obras do Rodoanel, nas favelas de Heliópolis e Paraisópolis e nas represas Billings e Guarapiranga.
Essas parcerias são do PAC, então como o PAC não existe? — disse ela, que, em seguida, descartou a ideia de que é uma mulher brava e Serra, bonzinho.
MST invade fazenda de multinacional na Bahia
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam ontem a Fazenda Barrinha, em Eunápolis, a 644 km de Salvador, que pertence à multinacional Veracel, empresa que cultiva eucaliptos para a produção de celulose. Esta é a 16afazenda ocupada na Bahia durante o Abril Vermelho — ações organizadas pelo MST para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos em confronto com a tropa de choque da PM do Pará. De acordo com Márcio Mattos, um dos coordenadores do movimento, a intenção do MST é ocupar pelo menos 30 fazendas até o fim de abril. Esta é a terceira vez que o MST ocupa a Barrinha, que possui 4.700 hectares e se situa às margens da BR-101, a 20 km de Eunápolis, onde fica a fábrica da empresa.
Correio Braziliense
Gilmar Mendes vê “guerrilha de ONGs”
Mato-grossense formado pela Universidade de Brasília, Gilmar Mendes encerra um dos períodos mais polêmicos de sua história profissional. Deixa amanhã a presidência do Supremo Tribunal Federal, passando a função ao ministro Cezar Peluso. Foram dois anos de embates, discursos afiados e realizações. Alvo de críticas por falar fora dos autos, a gestão de Mendes de uma coisa não pode ser acusada: a de se esquivar de julgamentos controversos. Mendes colocou na pauta assuntos que levaram a mais alta esfera do Judiciário a uma exposição inédita na sociedade, como a fidelidade partidária e pesquisas com células-tronco. Não nega que um dos momentos mais difíceis da gestão foi o habeas corpus do empresário Daniel Dantas, em meio à Operação Satiagraha. Mendes concedeu a liberdade ao banqueiro, contrariando as atuações da Policia Federal, do Ministério Público e do juiz Fausto de Sanctis.
Protesto na nova sede da Câmara
Em meio às comemorações dos 50 anos de Brasília, cerca de 40 integrantes do movimento Fora Arruda ocuparam, por volta das 19h, parte da sede nova da Câmara Legislativa, no Setor de Indústrias Gráficas, que ainda não foi inaugurada pelos deputados distritais. Eles entraram pelas janelas que estavam abertas no subsolo do prédio, que custou cerca de R$ 120 milhões aos cofres públicos, e se acomodaram numa das amplas salas da sobreloja. A Polícia Militar foi chamada, mas, até o fechamento desta edição, às 23h, os manifestantes não tinham desocupado o edifício.
Exército de prefeitos
A ordem na campanha de Dilma Rousseff (PT) é atrair o maior número de prefeitos dos partidos aliados e transformá-los em cabos eleitorais. A estratégia é explorar um potencial de 3.904 administradores municipais que serão orientados a mostrar à população que as principais realizações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram o dedo da pré-candidata petista. Além disso, o discurso pré-determinado prevê repassar ao eleitor a tese de que, vitorioso, o pré-candidato do PSDB, José Serra, acabará com as benfeitorias proporcionadas pelo dinheiro extra do Bolsa Família, a ligação elétrica do Luz para Todos e as obras de saneamento básico previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Lula reabre a discussão
A defesa da reeleição pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicada ontem com exclusividade em entrevista ao Correio, reacendeu a discussão sobre o tempo ideal do mandato presidencial e o questionamento sobre a guinada no pensamento do petista, um dois maiores críticos da emenda que permitiu mais quatro anos a Fernando Henrique Cardoso à frente da Presidência. Aliados e integrantes da oposição interpretaram a declaração de Lula como uma resposta à sugestão do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, que, ao lado de Aécio Neves (PSDB-MG), pregou reforma eleitoral para criar o mandato único de cinco anos.
Tucano segue na frente
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra o pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) com 36% das intenções de voto e Dilma Rousseff, do PT, com 29%. O tucano está sete pontos percentuais à frente da ex-ministra da Casa Civil. No último levantamento, a diferença era de apenas cinco pontos. O estudo, encomendado pela Associação Comercial de São Paulo, revela ainda o pré-candidato do PSB, o deputado federal Ciro Gomes (CE) com 8% e a senadora Marina Silva, do PV-AC, com o mesmo percentual. As entrevistas foram feitas entre 13 e 18 de abril. Em um possível segundo turno, Serra venceria com 46% dos votos. Nesse cenário, Dilma Rousseff teria 37%.
Foco no Nordeste
A pré-campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República centrará fogo nos palanques de dois estados do Nordeste até o fim da semana. O planejamento riscado pelos tucanos é de reforçar a candidatura da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) ao governo do Rio Grande do Norte, além das articulações para a composição de uma aliança com o PMDB em Pernambuco. Nesse estado, Serra deseja subir no palanque do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Ex-governador entre 1999 e 2006, Jarbas analisa a possibilidade de disputar o governo local contra o atual governador, Eduardo Campos (PSB) candidato da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão será anunciada na semana que vem.
Fonte: Congressoemfoco