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"Povo sem parlamento é povo escravo": A Necessidade de Renovação e Participação na Política Local
A frase "Povo sem parlamento é povo escravo" carrega um alerta poderoso: sem representantes competentes e comprometidos com os interesses coletivos, a sociedade se torna refém de práticas políticas inadequadas, onde os interesses particulares suplantam o bem comum. Em muitos municípios, como Jeremoabo, essa realidade se evidencia pela falta de competência e o oportunismo de alguns vereadores, que falham em suas atribuições fundamentais.
A Crise de Representatividade
Embora não seja justo generalizar, é inegável que a atuação de parte dos vereadores está aquém do esperado. Suas ações, muitas vezes, limitam-se a iniciativas paliativas, como "tapar buracos, trocar nome de escolas, doar título de cidadão ou conceder seus próprios aumentos de vencimentos" na infraestrutura urbana, sem apresentar soluções estruturais para os problemas enfrentados pela população. Essa abordagem superficial reflete não apenas a falta de visão estratégica, mas também o despreparo para lidar com questões que exigem planejamento, conhecimento técnico e comprometimento.
Promessas de campanha não cumpridas são outro reflexo da ausência de seriedade na política local. Sem bases sólidas em dados e estudos, muitas propostas são lançadas apenas como ferramentas de convencimento eleitoral, sem a intenção real de implementação. O resultado é a frustração do eleitorado e a perpetuação de problemas que poderiam ser resolvidos com uma gestão responsável e eficiente.
Oportunismo e Alianças Questionáveis
Além da incompetência, o oportunismo político é um problema recorrente. Muitos vereadores se dedicam mais a alianças políticas motivadas por interesses pessoais do que ao trabalho legislativo que realmente beneficie a população. Essa prática mina a confiança dos cidadãos, comprometendo ainda mais a credibilidade das instituições políticas locais.
O caso específico dos mourões e ripões desaparecidos do Parque de Exposição de Jeremoabo exemplifica a gravidade dessa situação. Os vereadores não apenas foram ineficazes em investigar e identificar os responsáveis pelo desvio, mas também negligenciaram o dever de registrar formalmente a ocorrência, expondo uma omissão inaceitável diante de um possível crime de peculato ou furto.
O Papel da Sociedade
Um aspecto crucial, porém frequentemente ignorado, é a responsabilidade da população nesse cenário. O desinteresse em acompanhar e cobrar o trabalho dos vereadores permite que a incompetência e o oportunismo se perpetuem. Muitos cidadãos desconhecem as funções básicas dos vereadores e se envolvem apenas superficialmente com o processo político, o que reduz a pressão por transparência e eficiência.
Caminhos para a Transformação
Para romper esse ciclo vicioso, é essencial uma mudança de postura tanto dos representantes quanto dos representados. Os vereadores precisam atuar com ética, preparo e foco no bem coletivo, enquanto a sociedade deve exercer uma cidadania ativa, acompanhando de perto o trabalho legislativo, cobrando ações concretas e denunciando irregularidades.
A frase inicial nos lembra que um parlamento eficiente é uma das bases de uma sociedade livre e democrática. A renovação política deve começar na conscientização de cada cidadão, que, ao exigir mais de seus representantes, pavimenta o caminho para uma política mais ética e comprometida com o bem-estar de todos. Afinal, a democracia não se fortalece apenas com votos, mas com participação contínua e vigilante.