Publicado em 3 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet
Josias de Souza
do UOL
No Brasil de antigamente, criminosos traídos choravam as mágoas na cadeia. Com o advento da delação premiada, as mágoas aprenderam a nadar. O lançamento de cúmplices ao mar tornou-se um esporte perigoso.
Paulo Cunha Bueno, defensor de Bolsonaro, brincou com fogo ao declarar que o golpe beneficiaria não o seu cliente, mas uma junta de generais palacianos. Marcus Vinícius, advogado do general Mário Fernandes, sentiu o cheiro de queimado.
“É PROMOTOR” – Em comentário reproduzido pelo Globo, o doutor manifestou sua “perplexidade” com a fala do colega. Indagou: Cunha Bueno “é advogado de defesa ou promotor?”. Avalia que ele ” está atuando como promotor.” Soou incrédulo: “Como faz isso?”
O próprio Bolsonaro já havia declarado que o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes é “papo de quem tem minhoca na cabeça.” A tática de se dissociar dos cúmplices pode resultar numa inutilidade cara.
É inútil porque não apaga as provas que dão a Bolsonaro a aparência de chefe da organização criminosa. A estratégia é onerosa porque o capitão e sua defesa produziram uma trinca no alto-comando do golpe. É a segunda rachadura. A primeira deu na delação do tenente-coronel Mauro Cid.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com os comandantes militares apoiando a anistia, as brigas internas cessarão e vai diminuir a chance de haver mais delatores, além de Mauro Cid, aquele oficial que não aguenta prisão e cai no choro, uma vergonha para o Exército do Brasil. (C.N.)