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sexta-feira, setembro 22, 2023

Cid revelou que Bolsonaro fez reunião com cúpula militar para avaliar minuta do golpe


Comandante militar do Exército no Nordeste visita o Piauí - YouTube

Golpe teria sido evitado pelo general Marco Antonio Gomes

Bela Megale
O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e ministros de seu governo para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Se tivesse sido colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil.

A informação chegou à atual chefia das Forças Armadas, como um dos fatos narrados em delação premiada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

O relato caiu como uma bomba entre os militares. Segundo informações apuradas pela coluna, Cid relatou que ele próprio foi um dos participantes de uma reunião onde uma minuta de golpe foi debatida entre os presentes.

MARINHA APOIOU – O dado que mais criou tensão na cúpula das Forças é o de que Cid revelou que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente. Já o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria no plano golpista.

A delação premiada de Mauro Cid é considerada um ponto de partida das investigações. A Polícia Federal tem tratado o tema com cautela e sigilo. Para os fatos serem validados e as pessoas citadas pelo tenente-coronel serem eventualmente responsabilizadas, é preciso que haja provas que corroborem as informações repassadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

É grande a preocupação entre os militares sobre os efeitos que o relato de Mauro Cid pode ter, principalmente por envolver membros da cúpula das Forças e ministros que, apesar de estarem na reserva, foram generais de alta patente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A informação da jornalista Bela Megale é da maior importância, mas tem uma lacuna, pois não indica qual dos comandantes do Exército impediu o golpe. Pela época em que teria ocorrido essa reunião, o mais provável é que tenha sido o general Marco Antônio Freire Gomes, que comandou o Exército no ano eleitoral a partir de 31 de março de 2022. Muito discreto no cargo, o general Marco Antonio Gomes é um ilustre desconhecido, cuja atuação pode ter sido fundamental para manter a democracia, muito mais importantes do que essas propagadas decisões interpretativas do Supremo. Se realmente Mauro Cid fez essa delação, quem fica muito mal é o delegado federal Anderson Torres, que à época era ministro da Justiça e na reunião deve ter apresentado e defendido a tal minuta do golpe. Ou não. Está tudo a confirmar(C.N.)  

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