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terça-feira, novembro 22, 2022

Lula diz que Brasil vive “momento eufórico”, mas é só transição, e após a posse cai na real

Publicado em 22 de novembro de 2022 por Tribuna da Internet

Perdeu, seu Lula!

Lula ainda está assim, mas logo terá de cair na realidade

Eliane Cantanhêde
Estadão

Em bom português, Lula modula discurso, corrige erro e recupera a paz. Por enquanto

Numa montanha-russa, o presidente eleito Lula brilhou ao levar o Brasil de volta à liderança ambiental e à cena internacional, derrapou ao desdenhar da responsabilidade fiscal, da Bolsa e do câmbio e se reequilibrou em Portugal, ao calibrar a fala sobre contas públicas, referir-se adequadamente às Forças Armadas e, enfim, enfrentar de frente a carona em jatinho de empresário.

Na COP27, a plateia entoou o novo hino lulista, “o Brasil voltoooou, o Brasil voltoooou”, diante de um discurso contundente e abrangente em que Lula falou para os brasileiros e o mundo e se declarou “cobrador” dos países ricos.

RICOS E POBRES – Anunciou o fim da mamata de grileiros, desmatadores e madeireiros ilegais da era Bolsonaro e que o combate aos crimes ambientais “não terá trégua”. E cobrou dos ricos o fundo prometido para os pobres enfrentarem os desafios climáticos e mais a reforma do Conselho de Segurança da ONU, velha bandeira dele.

Inebriado com o sucesso, Lula resolveu confrontar o mercado, com desdém a la Bolsonaro, e teve o troco. A Bolsa voltou a cair, o dólar subiu e um trio de ouro da economia ensinou, em carta, que nem tudo que parece é só especulação. O Brasil precisa de crédito.

Já em Portugal, porta de entrada do Brasil e agora de Lula na Europa, ele modulou o discurso e se disse “feliz”, primeiro porque o Brasil “volta a respirar” e, depois, pela carta de Pedro Malan, Arminio Fraga e Edmar Bacha. E declarou-se “humilde”. Há controvérsias.

PROVOCOU CONTRASTES – Nessa primeira investida internacional após a vitória, Lula provocou contrastes com o sumido Jair Bolsonaro: discurso forte, combate à miséria e ao desmatamento, rigor contra crimes ambientais, pujantes relações com o mundo.

Até por isso, lançou a candidatura da Amazônia para sediar a COP de 2025 e anunciou que irá mais três vezes a Portugal, uma delas para a entrega do Prêmio Camões ao grande Chico Buarque, em Lisboa.

Já Bolsonaro cancelou a COP de 2019 no Brasil, nunca foi a Portugal, destratou o presidente português e se negou a chancelar o prêmio do autor de “A Banda”, que sempre acerta ao prenunciar: “Vai passar…”. Passou.

E OS MILITARES? – Depois de “felicidade”, Lula também citou duas vezes “tranquilidade” ao falar das “Forças Armadas constitucionais” e do reequipamento e modernização de Exército, Marinha e Aeronáutica na sua época.

Aliás, o ministro da Defesa será civil e os comandantes serão escolhidos por antiguidade, excluídos os bolsonaristas incuráveis, claro.

Para Lula, o Brasil vive “um momento eufórico”. Mas é só transição. Depois da posse, cai na real.

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