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Manifestantes rezaram para a chuva parar, mas não adiantou
Raphael Felice
Correio Braziliense
Começou a chover forte em Brasília no início da tarde desta terça-feira (15/11), feriado da Proclamação da República. Parte dos manifestantes que protestavam contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições no Quartel General do Exército, próximo à Praça dos Cristais, correu para se abrigar das fortes chuvas. Um grupo, contudo, se manteve no local rezando e pedindo ajuda de Deus.
Em frente ao QG do Exército estava o maior ponto de concentração dos protestos. Em alguns momentos eram puxados coros de “Forças Armadas, salvem o Brasil”, em meio a ataques ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cânticos exaltando o patriotismo.
INTERVENÇÃO – Os manifestantes também levaram muitas faixas, placas e cartazes com pedidos de intervenção federal (militar), e com posicionamentos contrários à Justiça, ao comunismo e em defesa da “liberdade de expressão”.
Pela internet, bolsonaristas programaram manifestações em todo país e, principalmente, em Brasília.
Diante da situação, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) avisou que o trânsito na Esplanada dos Ministérios ficaria restringido neste 15 de novembro, o que aconteceu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E agora, José?, indagaria Carlos Drummond de Andrade. A manifestação acabou, não deu em nada, os militares estão em casa, guardados por Deus e contando o vil metal que o ainda presidente Bolsonaro lhes garantiu, como diria Belchior, um músico com alma de político. Qual é o próximo passo? Ninguém sabe no Planalto, no Alvorada e no Gabinete do Ódio, onde reinam a decepção, o desânimo e a desorientação. Não há mais o que fazer, nem dentro, nem fora das quatro linhas. O jeito e esperar mais quatro anos, que passam rapidamente. Na eleição de 2026, Bolsonaro terá apenas 71 anos, ainda estará bem mais novo do que Lula hoje. Não custa nada esperar. Mas quem se interessa? (C.N.)