Carlos NewtonEspecial para a TI
Como dizia Gonzaguinha, não dá mais para segurar, porque a crise da pandemia acendeu o estopim e a bomba-relógio da dívida bruta brasileira logo vai explodir. Mas o governo não está nem aí e se comporta como se o país estivesse no melhor dos mundos de Voltaire. E ninguém saberia de nada, se o subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro Nacional, Pedro Jucá Maciel, não tivesse feito a inconfidência de admitir que a dívida, caso o PIB caia 6,5%, como estima o Ministério da Economia, deve somar 96% do PIB ao fim de 2020 – contra 76% no fechamento de 2019, uma alta de 20 pontos percentuais do Produto Interno Bruto.
Na verdade, o tombo vai ser bem maior, porque o mercado financeiro, segundo o The New York Times, prevê que a economia brasileira vai ter recessão de 8%, e não de apenas 6,5%, e dívida vai passar de 100% do PIB.
BRASIL NA PIOR – Chega a ser vexatória a situação do Brasil, um país riquíssimo e que não consegue se desenvolver. “Tirando Angola [dívida pública em 110% do PIB] e Venezuela [230% do PIB], somos o terceiro emergente com dívida maior. Estamos muito endividados, com déficit nas contas públicas, e temos carga tributária alta”, reconheceu o subsecretário Pedro Jucá Maciel.
Diante dessa realidade, é desesperadamente necessário discutir a economia brasileira e levar em consideração as opiniões de consagrados especialistas que não concordam com a visão do ministro Paulo Guedes. Entre eles, Armínio Fraga, André Lara Resende e Henrique Meirelles, por coincidência, três ex-presidentes do Banco Central.
Mais do que nunca, fica comprovada a necessidade da Auditoria da Dívida Pública, que vem sendo defendida por Maria Lúcia Fattorelli, considerada uma das maiores especialistas do mundo, que criou o site “Auditoria Cidadã” para defender os interesses nacionais.
NÃO HÁ MOTIVO – O fato concreto é que não há qualquer motivo que possa ser apresentado para impedir a realização da Auditoria da Dívida, que inclusive é prevista na Constituição. No caso do Equador, o levantamento feito por economistas internacionais – entre eles a brasileira Maria Lúcia Fattorelli, que trabalhou também na dívida da Grécia – conseguiu reduzir o montante em 70%, e nenhum credor reclamou nada.
Se o governo Bolsonaro, no qual estão pendurados quase 3 mil oficiais das Forças Armadas, fosse realmente nacionalista, já teria autorizado a realização da auditoria, para afastar qualquer suspeita de irregularidades. Mas o ministro Guedes, ex-banqueiro e ligadíssimo ao mercado financeiro, não permite nem mesmo que se toque no assunto.
No entanto, há fortes indícios de favorecimento aos banqueiros, que depõem não somente contra o governo Bolsonaro, mas também com relações a administrações anteriores – Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.
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P.S. – O assunto é explosivo e pouco explorado pela imprensa. Logo voltaremos ao tema, para comprovar gravíssimo favorecimento aos banqueiros, em denúncia absolutamente exclusiva. Vocês vão se surpreender. (C.N.)
P.S. – O assunto é explosivo e pouco explorado pela imprensa. Logo voltaremos ao tema, para comprovar gravíssimo favorecimento aos banqueiros, em denúncia absolutamente exclusiva. Vocês vão se surpreender. (C.N.)