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sábado, junho 13, 2020

Celso de Mello já tem provas suficientes de três crimes cometidos por Bolsonaro


Tom de Celso de Mello para depoimento une Forças Armadas contra ...
Celso de Mello conduz o inquérito mais importante de sua vida
Carlos Newton
A PolíciaFederal recebeu mais 30 dias para concluir o inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro, e pode-se dizer, sem muito exagero, que o futuro desta nação está nas mãos do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal. É ele que vai encaminhar ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a conclusão do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao ameaçar demitir o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, caso não permitisse interferências na Polícia Federal, com passagem de informações de inquéritos diretamente ao presidente da República.
Sabe-se, com toda certeza, que no decorrer da investigação já se comprovou o cometimento de crimes pelo presidente Jair Bolsonaro, até porque ele próprio confessou, em pronunciamento à nação, perante todo o ministério, ter buscado essas interferências na PF.
PROVAS ABUNDANTES – Descuidado, o próprio chefe do governo voltou a tocar no assunto em entrevistas à imprensa, confirmando ter essa pretensão de receber informações diretas da Polícia Federal. E logo depois, a liberação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril trouxe mais provas incriminando Bolsonaro.
Um dos crimes foi de difamação (art.139 C.P.), ao propagar que o ministro Moro lhe teria proposto um acordo para ser nomeado para o Supremo, uma mentira tão grotesca que ninguém levou a sério, nem mesmo os mais fanáticos bolsonaristas. Mas houve o crime, porque o fato propagado por Bolsonaro poderia ser verdadeiro ou falso, não importa, bastava ser capaz de ofender a reputação de Moro, ou seja, atacar a sua honra publicamente, conforme Bolsonaro procedeu, com indisfarçável prazer, ao vivo e a cores.
MAIS DOIS CRIMES – Outro crime mais do que provado, em que Bolsonaro também é réu confesso, foi o de ameaça (art. 147 do C.P.), que consiste no ato de ameaçar alguém de lhe causar mal injusto e grave, conforme aconteceu com o presidente ameaçando demitir o ministro e o diretor-geral da Polícia Federal.
Por fim, o presidente também é réu confesso por prevaricação (artigo 319 do C. P.), por “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Ao demitir Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da PF, o presidente consumou esse ato ilegal, sem motivação válida e para atender o sentimento pessoal de proteger a família e amigos, conforme sua fala na reunião ministerial.
NÃO HÁ SAÍDA – Para fechar o inquérito, Celso de Mello só precisa aguardar o depoimento de Bolsonaro, que será por escrito. As demais investigações ainda em curso na Polícia Federal são apenas suplementares, não mudam absolutamente nada.
No desespero, Bolsonaro e os ministros da ala militar do Planalto podem ameaçar à vontade, como fez ontem o general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, ao dizer que “a oposição não pode esticar a corda”.
Ramos e os outros generais do Planalto ainda não perceberam que o problema de Bolsonaro não é político, pois a oposição é inexpressiva e até desconexa. As ameaças que existem contra o presidente são todas jurídicas, porque ele não é chegado a cumprir a lei e vive sonhando com golpe militar, junto com seus recrutas Zero Um, Zero Dois e Zero Três. O resto é folclore, como diria nosso amigo Sebastião Nery, e ninguém quer um novo golpe militar.

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