Mariana Carneiro
Folha
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Colegas de magistratura da juíza Selma Arruda (Pode-MT) indicaram a ministros do Supremo que estão dispostos a provocar novo constrangimento à senadora, que teve mandato cassado pela Justiça Eleitoral.
Eles querem saber se a “Moro de Saias”, apelido que a consagrou, usou o posto para se promover na eleição. Se for o caso, acreditam que Selma deve perder o direito à aposentadoria, até para mostrar aos que tenham pretensões políticas quais são os limites da atuação no cargo.
FINS E MEIOS – A senadora foi cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crimes de caixa 2 e abuso de poder econômico durante a campanha de 2018. Paralelamente à ação, a parlamentar já responde a uma reclamação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que pede justamente a cassação de sua aposentadoria.
O questionamento ao conselho alega que Selma usou o cargo para fins políticos. A então juíza conseguiu se aposentar em 27 de março de 2018, menos de um mês antes do prazo limite que ela tinha para se filiar a um partido, em 7 de abril. O caso ainda não teve desfecho. Ela nega as acusações.
LEGALIDADE – A ideia de juízes de Mato Grosso seria provocar a corregedoria do tribunal do estado para que se manifeste sobre a atuação de Selma e a legalidade de sua aposentadoria ou enviar nova contestação ao CNJ. Integrantes do STF acreditam que, se comprovado que ela se aproveitou da função, seria possível puni-la.