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sexta-feira, agosto 02, 2019

Foto de Rui em aeroporto de Conquista vai suspender disputa de ego com Bolsonaro?


por Fernando Duarte
Foto de Rui em aeroporto de Conquista vai suspender disputa de ego com Bolsonaro?
Foto: Jade Coelho/ Bahia Notícias
Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Isso não é novo. Na política, há um conceito ligeiramente diferente: dois egos não podem ocupar o mesmo espaço. Talvez esse seja o resumo do conflito público mais recente entre o governador Rui Costa e o presidente Jair Bolsonaro, no embate sobre a inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista. Nesta quinta-feira (1º) houve, finalmente, um desfecho para a celeuma: Rui conseguiu tirar a “foto oficial” com a presença de aliados em frente ao equipamento.

Precisou passar pouco mais de uma semana para que o governador fosse em Conquista entregar a policlínica da região. O centro médico teve a inauguração antecipada após a “briga” pela paternidade do aeroporto. Se no último dia 23 Bolsonaro acabou reinando absoluto em meio a uma claque de aliados e com forte esquema de segurança – feito exclusivamente por forças federais -, o ato de ontem foi o momento para que Rui não tivesse adversários políticos. Até mesmo o prefeito do município, Herzem Gusmão, preferiu se ausentar, “pagando com a mesma moeda” a ação do chefe do Executivo estadual há pouco mais de uma semana.

O conflito entre forças políticas contrárias não é novidade para a Bahia. Em Salvador, por exemplo, a eterna disputa por protagonismo entre o prefeito ACM Neto e o governador provocou uma série de intervenções na cidade, que vão desde obras de mobilidade até a construção de encostas. No entanto, depois de uma série de eleições com a lógica de “time” falando muito alto – vide o resultado das urnas na Bahia entre 2006 e 2014 -, a população parece ter gostado de ver instâncias diferentes controladas por grupos distintos. O resultado é uma disputa relativamente saudável para ver quem produz mais, quem entrega mais ou quem melhor comunica que fez mais.

O aeroporto conquistense foi o episódio mais emblemático do passado recente. Porém não foi a primeira vez que houve uma discussão sobre quem executou uma obra. Quando Michel Temer estava no poder, as inaugurações de estações de metrô na capital baiana perderam a festividade típica do período em que o PT esteve no Palácio do Planalto. Ali, não houve uma discussão explícita. Porém era impossível não perceber que havia tensão sobre a paternidade da obra. A diferença é que Temer era “cachorro morto” e politicamente não valeria a pena comprar uma briga homérica. Melhor deixar passar. Já com Bolsonaro, a história é outra.

O presidente da República precisa do antagonismo de figuras como o governador baiano para se manter “na crista da onda” que o levou à eleição. Rui depende de embates públicos com Bolsonaro para ser catapultado à condição de presidenciável em 2022 – ainda que ele se esforce em negar a intenção. Por isso, mesmo que não tenha feito uma “segunda inauguração” do aeroporto de Conquista, posar para fotos em frente ao letreiro é fundamental para a construção da imagem dele.

Ao final, na disputa entre os egos de Bolsonaro e Rui, ganha a população, que recebeu o aeroporto e ainda, de quebra, levou uma policlínica ligeiramente antes do tempo. Esse foi apenas mais um momento. Até as próximas eleições, teremos muitos outros embates públicos. Recomendo pegarmos a pipoca.

Este texto integra o comentário desta sexta-feira (2) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30.

Bahia Notícias

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