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quinta-feira, setembro 02, 2010

Ameaça de expulsão seria recado para João

Lílian Machado

A declaração do candidato ao governo do estado Geddel Vieira Lima (PMDB) sobre o “afastamento político” do prefeito João Henrique (PMDB), além de ter confirmado os desgastes da relação, consolidada com êxitos nas eleições de 2008, criou um clima de tensão no Palácio Thomé de Souza nos últimos dias.

A decisão da Executiva Estadual do PMDB em recorrer ao Conselho de Ética ameaçando de expulsão os peemedebistas “infiéis”, a exemplo da prefeita de Governador Mangabeira, Domingas da Paixão, tem sido apontada como um alerta ao prefeito de Salvador, que não estaria envolvido o bastante com a campanha de seu partido ao governo. Conforme circula nos bastidores, o recado seria de que o prefeito deve ter cuidado ao declarar apoio ao governador Jaques Wagner (PT), em preferencial, ou a Paulo Souto (DEM), uma vez que sua esposa Maria Luíza faz dobradinha com o democrata, candidato a federal, ACM Neto.

O secretário geral do PMDB, Antônio Almir Santana Melo, inclusive, deixou claro em entrevista à Tribuna da Bahia que a Resolução de número 03/2010 diz que: “Todos os filiados do PMDB deverão respeitar os candidatos escolhidos na convenção, inclusive participando da campanha, vedando o apoio direto ou indireto a candidatos que não sejam da coligação”. Pessoas próximas ao chefe do Executivo municipal e dirigentes do partido negam o clima de desentendimento e possíveis consequências.

Segundo fontes que não quiseram ser identificadas, o empenho do prefeito apenas na campanha da primeira–dama, a deputada estadual Maria Luíza (PSC), e sua presença ao lado dos democratas teriam incomodado a cúpula peemedebista, que não vê mais com “confiança” a parceria com o alcaide. Seria ainda um dos motivos de insatisfação, a aproximação do casal com o governador petista - candidato à reeleição e principal adversário de Geddel.

Comentários indicam também que o prefeito estaria em busca de um novo abrigo partidário – o que comprova a crise entre os correligionários. O chefe do Executivo estaria a apontar insatisfações, sendo influenciado diretamente pelos posicionamentos da esposa, que confirmou há alguns meses sua aversão política ao ex-ministro da Integração Nacional. Nos planos de João Henrique é sinalizado o desejo de conseguir a presidência de uma legenda menor – tendo como estratégia a permanência nos holofotes - já que ficará dois anos sem mandato, quando deixar a Prefeitura.

Mudanças podem estar a caminho

No meio político, uma outra tese difundida é de que ao anunciar o distanciamento político do prefeito, o candidato peemedebista estaria descolando sua imagem do chefe do Executivo municipal – desgastado nos últimos dias com a “crise” da Transcon e da demolição das barracas de praia. Segundo uma fonte, com a informação de afastamento, o ex-ministro transpareceu preocupação de que o desempenho do prefeito de seu partido não respingue em sua campanha.

O fato é que a influência antes exercida pelo PMDB foi perdida com o passar do segundo mandato do prefeito. O partido, que tem o candidato ao governo como grande líder, chegou a ocupar metade das secretarias municipais. Hoje, a sigla tem representantes em apenas três pastas.

Diante do fogo cruzado, há quem aponte mudanças à vista na Prefeitura. Com isso, nomes dos secretários indicados pelo PMDB já estariam a prêmio no poder municipal – com possíveis demissões depois do dia 03 de outubro. Contudo, pessoas próximas ao primeiro escalão asseguram que, ao menos por enquanto, o ambiente é de total normalidade no Executivo municipal. (LM)

Lúcio nega intimidação ao prefeito

O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, disse à Tribuna da Bahia que, ao expor a decisão de pedir a expulsão da prefeita do município de Governador Mangabeira, o partido quis apenas defender a questão da fidelidade partidária. “Adotamos esse mesmo posicionamento em 2008, quando o PMDB e o PT ainda eram aliados e o prefeito de Cachoeira, que integrava nossa legenda, se manifestou amigo de Paulo Souto e disse que não apoiaria Wagner (governador)”, lembrou.

Questionado sobre se o fato seria um recado ao prefeito João Henrique, o dirigente peemedebista negou. “Essa determinação não visa intimidar ninguém. Trata-se apenas de um princípio partidário, que também deve ser observado durante o período de campanha para as eleições”, enfatizou.

Lúcio defendeu o posicionamento apresentado por Geddel e disse que não houve a intenção “de atacar ninguém”. “O que foi dito é que, apesar de estarmos no mesmo partido, não exercemos influência direta na administração”, restringiu.

A reportagem procurou o prefeito João Henrique e o secretário de Comunicação do município, mas eles não foram encontrados. Através de sua assessoria de imprensa, a deputada Maria Luíza afirmou que não iria comentar o assunto. (LM)

Fonte: Tribuna da Bahia

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