Folha de S.Paulo
RIO - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ontem que os resultados parciais do Censo 2010 confirmam a tendência de envelhecimento da população brasileira, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no país.
Até o meio-dia de ontem, 154,2 milhões de pessoas já haviam sido recenseadas. O número equivale a 80,54% da população brasileira estimada em 2009.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o Censo aponta para uma mudança acelerada na pirâmide etária do país. "Mantidas as condições atuais de fecundidade, expectativa de vida e movimento migratório, deixaremos de ser um país jovem para nos tornarmos um país com população madura", disse ele, que previu que a alteração ocorrerá em um prazo de 30 anos.
Em 2000, o Censo revelou que 40,17% da população brasileira tinha até 19 anos. Em 2010, esse percentual caiu para 32,95%. Já a proporção de idosos com 60 anos ou mais passou de 8,57% para 11,16% no mesmo período. De acordo com Nunes, o movimento ocorre tanto na zona urbana quanto na zona rural --essa, entretanto, ainda apresenta taxas maiores de fecundidade.
Até ontem, o Censo também tinha registrado 17,6 mil pessoas com cem anos ou mais de idade em todo o país, apesar de ainda faltar recensear cerca de 20% da população. Na pesquisa anterior, esse contingente chegou a 24,5 mil. A Bahia apresentou o maior número de centenários até agora: 2.473.
Outra tendência revelada foi a de redução no número médio de habitantes por domicílio. De acordo com Nunes, isso também é fruto da redução da taxa de fecundidade, que hoje já está abaixo de dois filhos por mulher.
Em 2000, cada moradia tinha em média 3,79 moradores contra 3,34 em 2010. O Rio Grande do Sul teve a menor média do país, de 2,99.
A coleta de dados do Censo 2010 teve início em 1º de agosto e será encerrada em 31 de outubro.
Fonte: Agora