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quinta-feira, setembro 30, 2010

Nos jornais: Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT

Dilma interrompe queda, mostra Datafolha

FOLHA DE S. PAULO

Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT
Após receber uma ligação do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar.
Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro com representantes de servidores públicos em São Paulo.
A solicitação foi testemunhada pela Folha.
No fim da tarde, Mendes pediu vista (mais prazo para análise), adiando o julgamento. Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.
A obrigatoriedade da apresentação de dois documentos é apontada por tucanos como um fator a favor de Serra e contra sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A petista tem o dobro da intenção de votos de Serra entre os eleitores com menos escolaridade.
A lei foi aprovada com apoio do PT e depois sancionada por Lula, sem vetos.
Ontem, após pedir que o assessor ligasse para o ministro, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens, que o informou que Mendes estava na linha.
Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como "meu presidente". Durante a conversa, caminhou pelo auditório. Após desligar, brincou com os jornalistas: "O que estão xeretando?"
Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes negaram a existência da conversa.

Ministro do STF e tucano negam ter conversado
O tucano José Serra negou ontem que tenha ligado para o ministro Gilmar Mendes.
O ex-presidente do STF também disse que não conversou com Serra ontem.
"Ele pode ter tocado em meu nome quando falava com alguém, questionado como eu iria votar. Mas não falou comigo."
Mendes afirmou que não é o candidato "nem ninguém" que vai dizer como ele deve ou não votar. "Tenho minhas próprias convicções para avaliar quando é ou não é importante pedir vista [durante o julgamento]."
O ministro disse ainda que é amigo de Serra, assim como tem relações pessoais com advogados ligados ao PT.

Leia aqui: STF não decide sobre segundo documento

Dilma interrompe queda
A candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) conseguiu estancar a tendência de perda de intenções de voto dos últimos 20 dias e mantém seu favoritismo na atual disputa eleitoral.
Segundo pesquisa nacional do Datafolha, encomendada pela Folha e pela Rede Globo e realizada ontem e anteontem com 13.195 eleitores, Dilma oscilou positivamente um ponto em relação ao último levantamento e tem 52% dos votos válidos na projeção para o primeiro turno.
Seu principal adversário, José Serra (PSDB), oscilou um ponto para baixo e tem hoje 31% dos votos válidos. Marina Silva (PT) também variou negativamente um ponto, e está com 15%.
A soma dos adversários de Dilma é de 48% dos válidos. Ela precisa de 50% mais um voto para vencer domingo.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, é impossível afirmar com segurança que não haverá segundo turno.
Considerando essa margem, Dilma pode, em seus limites, vencer com cerca de 54% dos votos válidos ou ter de enfrentar outra rodada eleitoral em 31 de outubro.
No último levantamento do Datafolha, realizado na segunda-feira, Dilma havia perdido apoio ou oscilado negativamente em todos os estratos da população.

Exigência de documento com foto para votar recria clientelismo no interior
A exigência de apresentação de um documento com foto, além do título eleitoral, para votar criou um novo mercado para o clientelismo eleitoral no interior do país.
No Maranhão, cabos eleitorais pagam o transporte para jovens de famílias de baixa renda tirarem a carteira de trabalho e ficarem aptos para a votação. A oferta pressupõe o compromisso de voto nos candidatos que bancam a viagem.
A reportagem da Folha ouviu relatos dessa compra indireta de votos nos municípios de Cachoeira Grande e de Morros, a cerca de 100 km da capital maranhense.
A estudante Silmara Cruz, 18, contou que ela e a irmã Cecília, 19, tiraram carteira de trabalho dessa forma, na semana passada. Ela disse que viajou com mais sete jovens a Axixá, um município vizinho, para obter o documento, com passagem paga por pessoa ligada ao grupo de Roseana Sarney (PMDB).

Edir Macedo, da Universal, divulga carta a favor de Dilma
A três dias da eleição, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, recebeu ontem apoio de líderes religiosos, com os quais se reuniu pela manhã, em Brasília.
À tarde o dono da Rede Record e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, publicou na internet uma carta em defesa de Dilma.
Líder nas pesquisas, Dilma é alvo de ataques de católicos e evangélicos sob a acusação de que defende o aborto.
Na carta, Macedo diz que a petista é vítima de mentiras e acusou autores de spam de fazer "o jogo do diabo".

Tucano defende revisão de idade para servidores se aposentarem
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, admitiu ontem a possibilidade de ampliar a idade mínima para a concessão de aposentadoria no setor público, caso seja eleito.
Em reunião com representantes do funcionalismo, ele defendeu aposentadoria integral para os servidores, ainda que seja preciso aumentar o tempo de contribuição.
Embora não tenha falado explicitamente em reforma, Serra afirmou que pretende refazer a questão previdenciária no Brasil.
"Acho que isso tudo [previdência] vamos ter que rediscutir. Particularmente toda a questão previdenciária, quero refazer no Brasil de maneira realista, que funcione. Prefiro mexer muito mais na idade do que na remuneração", disse, durante reunião organizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado.

Análise: Na reta final, até microfato pode definir 2º turno
Formou-se um padrão em eleições presidenciais brasileiras desde 1994. Quem está à frente no primeiro turno, não importando se vencerá ou não, posiciona-se sempre na redondeza dos 50%.
Esse cenário aconteceu com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 e 1998, quando ele teve 54,3% e 53,1% dos votos válidos, respectivamente. O fenômeno se repetiu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002 e 2006, cujas votações foram 46,4% e 48,6%.
São cenários semelhantes ao protagonizado agora por Dilma Rousseff, a candidata do PT a presidente. Ela começou a semana com 51% dos votos válidos no Datafolha. Agora, está com 52%.

Marina acusa Dilma de mudar, por votos, discurso sobre aborto
A presidenciável Marina Silva (PV) acusou ontem a adversária Dilma Rousseff (PT) de mudar o discurso sobre a legalização do aborto para ganhar votos.
Ela questionou a sinceridade da petista, que mais cedo, em Brasília, disse ser contrária ao aborto e reclamou de boataria religiosa às vésperas da eleição.
"Eu não faço discurso de conveniência. A ministra Dilma já disse que era a favor e depois mudou de posição", criticou Marina.
"Não acho que em temas como esse se deva fazer um discurso uma hora de uma forma e outra hora de outra só para agradar o eleitor."
A senadora reafirmou que é a favor de um plebiscito. Evangélica, ela se diz contrária ao aborto por motivos religiosos. O PV defende a liberação em seu programa.

Ex-assessor da Casa Civil não fala em depoimento
O ex-assessor da Casa Civil Vinícius de Castro, apontado como um lobista que atuava dentro do governo federal, preferiu ficar em silêncio e não prestar depoimento à Polícia Federal ontem.
Ele alegou que o depoimento poderia ser "distorcido" num caso que pode ter "motivações políticas".
Castro é amigo de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra que também é apontado como lobista dentro do governo. Segundo a revista "Veja", Castro recebeu propina de R$ 200 mil.

Tucano usa servidores para encher comício
O encerramento das aulas nas escolas municipais de Barueri foi antecipado ontem em duas horas, no período da tarde, para que professores e funcionários participassem de um comício eleitoral com a presença de José Serra, candidato tucano à Presidência.
O evento estava marcado para as 18h, horário do encerramento das aulas. Anteontem os pais dos alunos foram informados, por meio de bilhetes, que os filhos seriam liberados às 16h.
Não foi dada nenhuma explicação oficial aos pais, mas professores e funcionários, sob condição de anonimato, confirmaram à Folha que eles foram convocados verbalmente para o comício por seus chefes, diretores ou coordenadores das escolas.

Polícia Civil de SP abre inquérito contra Netinho de Paula
A cinco dias das eleições, a Polícia Civil de São Paulo esteve na casa de Netinho de Paula (PC do B), candidato ao Senado na chapa do PT. Na última terça-feira, dois carros da polícia foram com um perito criminal ao condomínio do cantor para fotografar o imóvel.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi instaurado um inquérito para apurar se Netinho omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral o imóvel em que mora, em Alphaville, no município de Barueri. A investigação é um pedido da Promotoria Eleitoral da cidade.



O GLOBO

Aborto opõe Marina a Dilma e esquema guerra de candidatas
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, acusou Dilma Rousseff (PT) de adotar um discurso de conveniência, às vésperas da eleição, sobre a legalização do aborto. A crítica foi feita quando Marina comentou declaração de Dilma, que, em encontro com líderes religiosos católicos e evangélicos, ontem, em Brasília, afirmou ser pessoalmente contra o aborto. Dilma disse ainda ser contrária à realização de um plebiscito sobre a questão. Serra também reagiu à petista, afirmando que ela mudou de posição.
— Eu não faço discurso de conveniência.A ministra Dilma já disse que era favorável e depois mudou de posição. A minha posição é coerente com o que penso e acredito.
Não acho que em temas como este deva se fazer um discurso uma hora de uma forma, outra hora de outra, só para agradar ao eleitor. O importante é discutir o Brasil com transparência, respeito ao brasileiro afirmou Marina durante corpo a corpo na Central do Brasil, no Rio.
A acusação de oportunismo eleitoral, por mudar de opinião, foi um dos mais duros ataques de Marina a Dilma na campanha.

Dilma, Serra, Marina e Plínio terão hoje último confronto, no debate da TV Globo
A três dias das eleições e com a indefinição sobre a possibilidade de um segundo turno diante dos números conflitantes dos institutos de pesquisa , a TV Globo realiza hoje no Rio o último debate entre os principais candidatos à Presidência, a partir das 22h30. Participarão Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).
A dinâmica do programa será semelhante à dos debates entre candidatos a governador realizados terça-feira pela emissora. Mediado pelo âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, o programa terá cinco blocos. No primeiro e no terceiro, os candidatos deverão fazer perguntas entre si, mas com temas determinados e sorteados na hora.

Promessômetro de Serra em alta
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem ser favorável a uma mudança na idade para a aposentadoria do funcionalismo público, desde que para os novos servidores que passem a entrar na carreira.
Em um encontro com entidades representativas de funcionários públicos, como delegados da Polícia Federal, fiscais de renda e advogados da União, o presidenciável defendeu também o direito à aposentadoria integral para os servidores.
Toda a questão da Previdência, eu quero refazer no Brasil de maneira realista, que funcione. Eu prefiro mexer muito mais na idade do que na remuneração afirmou o tucano, ao ser perguntado sobre a integralidade da remuneração para o funcionalismo.

A nova dúvida do STF: 2º documento
Depois de não decidir se a Lei da Ficha Limpa vale para a eleição de domingo, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou ontem mais uma dúvida para os eleitores: não esclareceu quais documentos pessoais terão de ser apresentados na hora de votar. A Corte começou a julgar uma ação na qual o PT questiona a validade da lei que obriga a apresentação de dois documentos: o título de eleitor e um documento com foto. Sete dos dez ministros votaram pela inconstitucionalidade da lei, defendendo a obrigatoriedade de apresentar apenas um documento com foto. Mas, a quatro dias da eleição, o ministro Gilmar Mendes pediu vista e suspendeu o julgamento. Ele informou que tentará devolver o caso ao plenário hoje.
— Nós estamos vindo de um impasse que desgastou muito, sob a minha ótica, o Supremo

A última do Ciro Gomes
Um festival de baixarias e xingamentos teve início minutos após encerrado o debate e envolveu o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e o prefeito de Maracanau, Roberto Pessoa (PR), coordenador da campanha de Lúcio Alcântara ao governo, além de assessores. Ladrão, vagabundo, mentiroso, filho da puta foram alguns dos insultos ouvidos. O governador Cid Gomes dava entrevista quando o tumulto começou e foi retirado do local.

Ibope e Datafolha divergem sobre Dilma
A incógnita sobre a realização de um segundo turno se mantém, após a divulgação ontem de nova pesquisa Ibope.
Enquanto levantamento do Datafolha, divulgado segunda-feira, apontava queda da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff o que aumentava as chances de um segundo turno , o Ibope indica que a petista venceria no primeiro turno.
A pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra Dilma em situação estável, com 50% das intenções de voto. José Serra (PSDB) perdeu um ponto e tem 27%, enquanto Marina Silva (PV) subiu um ponto e está com 13%. Os outros candidatos somam 1%. Votos em branco e nulos somam 4% e indecisos, 4%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Levando-se em conta só os votos válidos, Dilma tem 55% das intenções de voto; Serra, 30%; e Marina, 14%.
Anteontem, o Datafolha divulgou pesquisa em que a petista caiu três pontos, mas ainda liderava a disputa com 46% das intenções de voto, contra 27% do tucano e 13% de Marina. Nos votos válidos (sem nulos, em branco e indecisos), Dilma somou 51%, contra 49% dos demais candidatos. A vantagem de Dilma sobre os seus adversários caiu de sete para dois pontos percentuais em uma semana, segundo a pesquisa Datafolha, realizada segunda-feira.

PF só vai ouvir os filhos de Erenice após eleição
A Polícia Federal também está tendo dificuldades de conhecer as explicações dos irmãos Israel Guerra e Saulo Guerra, filhos da ex-ministra Erenice Guerra, sobre o escândalo. Só ontem, depois de várias tentativas, o delegado Roberval Vicalvi conseguiu marcar os depoimentos dos dois irmãos para terça-feira, depois das eleições.
Os depoimentos foram marcados a partir de uma conversa entre o delegado e o advogado de Israel e Saulo.
O advogado disse à PF que os dois irmãos estão viajando e que só retornam a Brasília no sábado. O delegado decidiu, então, que eles seriam interrogados na terçafeira.

No DF, mulher de Roriz vira piada de campanha
O jeito atrapalhado e as intervenções inusitadas de Weslian Roriz, que assumiu a candidatura no lugar do marido, Joaquim Roriz, desnortearam até mesmo os adversários no debate organizado anteontem pela TV Globo no Distrito Federal. A série de mancadas da candidata virou hit na internet.
— Ontem, Weslian admitiu que, a caminho do estúdio, sentiu o peso do temido debate. Fiz o maior sacrifício da minha vida.
Quando passei pelos corredores da Globo, parecia que estava indo para a forca para defender meu marido contou.
Ela acabou produzindo cenas capazes de levar os três concorrentes a segurar o riso. Weslian se embaralhou até com as pastinhas com marcadores coloridos para cada um dos 20 temas do debate. Quando chegou a vez de escolher um dos adversários para discorrer sobre gestão pública, Weslian não pestanejou. Desafiou, confiante, o candidato Toninho do PSOL a discorrer sobre suas propostas para gerar empregos no DF. Toninho devolveu a pergunta: Desculpa. Se o tema é sobre gestão pública, eu vou falar sobre outro? Weslian ficou procurando a pasta certa.
— Achei! disse. É a falta de prática.



O ESTADO DE S. PAULO

Polêmica do aborto faz Dilma se explicar a líderes cristãos
Preocupada com a perda de votos entre cristãos por causa de polêmica sobre o aborto, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) reuniu padres e pastores para dizer que nunca defendeu a interrupção da gravidez. Dilma disse que a confusão é "vilania" de quem está perdendo a eleição. A polêmica é alimentada por declarações dadas por Dilma em outras ocasiões. Marina Silva (PV) afirmou que a petista "já disse que era favorável e depois mudou". 0 bispo Edir Macedo disse que o "jogo do diabo" a difusão de texto que atribuía a Dilma declaração de que "nem mesmo Cristo” lhe tiraria a vitória.
Preocupada com a perda de votos entre cristãos, atribuída por sua campanha à polêmica sobre o aborto, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reuniu ontem padres e pastores, em Brasília, para negar já ter defendido a interrupção da gravidez.
A polêmica é alimentada por declarações dadas por Dilma em outras ocasiões, antes da reta final da campanha. Na tarde de ontem, porém, a petista disse que é contrária até mesmo a um plebiscito sobre o tema, como prega a candidata do PV, Marina Silva. "Plebiscito divide o País e vai todo mundo perder, seja qual for o resultado", insistiu a candidata.
Diante de 27 líderes de denominações cristãs - católicas e evangélicas -, Dilma desmentiu categoricamente que algum dia tenha afirmado que "nem Jesus Cristo" tiraria a vitória dela no primeiro turno, marcado para domingo. "Lamento que estejam usando o nome de Cristo para isso", repudiou. "É mais uma tentativa do submundo da política de mentir a meu respeito."
"Vilania". Mesmo sem citar o nome do adversário do PSDB, José Serra, Dilma fez referências indiretas a ele. A expressão "submundo da política" também foi usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comercial veiculado ontem na TV. Na mensagem, Lula pede aos eleitores que não se deixem levar por rumores contra Dilma.

PT enfrenta oposição na Igreja por causa do tema
Oriundo das antigas comunidades eclesiais de base (CEBs) e da articulação de padres defensores da teologia da libertação, o PT enfrenta, nesta eleição presidencial, embate explícito com segmentos da Igreja Católica.
Em 42 dioceses da chamada Regional Sul 1, que engloba basicamente o Estado de São Paulo, bispos e padres recomendam abertamente o voto contra o PT e seus candidatos afirmando que o partido pretende "descriminalizar o aborto no País".
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na prática, não desautoriza bispos que passaram a recomendar o voto anti-PT. Porém, oficialmente, a entidade afirma que nunca indica ou pede votos a partidos e candidatos, e apenas destaca o papel de governantes e valores morais que devem pautar a escolha.

Ibope dá petista no 1º turno
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), se mantém com 55% dos votos válidos e ganharia no primeiro turno se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem.
O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que Dilma não perdeu eleitores nos últimos dias, diferentemente do que apontou o instituto Datafolha anteontem.
Em relação aos votos totais, a petista tem 50%, mesmo índice da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo concluída no último dia 24. O tucano José Serra (PSDB) oscilou um ponto porcentual para baixo, de 28% para 27%, enquanto Marina Silva (PV) passou de 12% para 13%.
Outra pesquisa divulgada ontem, do instituto Sensus, também mostrou Dilma com 55% dos votos válidos - os efetivamente direcionados aos candidatos, excluídos nulos e em branco.
Para conquistar a Presidência já no próximo domingo, a petista precisará de, no mínimo, 50% mais um dos votos válidos.

Na média das três pesquisas, petista tem 54% dos votos válidos
Índice é suficiente para Dilma definir a disputa no primeiro turno, mas há fatores que podem tornar eleição mais apertada
Na média das três pesquisas concluídas nesta semana, Dilma Rousseff (PT) tem 54% dos votos válidos, o que indica vitória ainda no primeiro turno. O cálculo leva em contas as pesquisas Ibope e Sensus (ambas deram 55% dos válidos para a petista) e a do Datafolha divulgada anteontem, que deu 51% dos válidos para Dilma.
Na média dos três institutos, Dilma tem 48% do total de votos, José Serra (PSDB) tem 27% e Marina Silva (PV) chega a 13%. Considerada a margem de erro de dois pontos porcentuais, Dilma teria entre 52% e 56% dos votos válidos. Isso deveria ser suficiente para definir a disputa no primeiro turno, mas há outros fatores que podem tornar a eleição mais apertada.

Marina tenta reforçar'onda verde'
Com o crescimento nas pesquisas de intenção de voto, Marina Silva (PV) chega ao confronto dos candidatos à Presidência da TV Globo como a novidade da reta final da corrida eleitoral. A estratégia de sua campanha é a de justamente aproveitar o debate que reúne maior audiência entre todos para capitalizar a onda favorável e tentar levá-la para a disputa no segundo turno.
"A subida nas pesquisas mudou a perspectiva da campanha", reconhece o ex-presidente do Ibama Basileu Margarido, um dos coordenadores da campanha. "E as regras desse debate valorizam o candidato que tem conteúdo como ela."

Na TV, Dilma diz que vai governar 'com amor e serenidade'
Em seu último programa de TV, a ser exibido hoje, Dilma Rousseff (PT) prometerá melhorar o padrão de vida de todos, se for eleita a primeira mulher presidente do Brasil. "Vou governar com amor e serenidade", dirá Dilma na propaganda da TV.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará à cena ao lado da afilhada, como seu avalista político. Os dois aparecerão juntos, conversando. A despedida do horário gratuito antes do primeiro turno será marcada por forte clima de emoção.

A 4 dias da eleição, STF não define como votar
O ministro Gilmar Mendes pediu vista e paralisou, no Supremo Tribunal Federal, o julgamento de ação contra a necessidade de apresentar o título de eleitor e um documento com foro para votar no domingo. 0 placar estava em 7 a 0, suficiente para acabar com a exigência, conforme proposto pelo PT. A decisão de Gilmar Mendes surpreendeu outros ministros e foi contestada no plenário do STF, por causa do desgaste causado pelo impasse no julgamento da Lei da Ficha Limpa.

Na última aparição gratuita, Serra pede voto ao telespectador
Na tentativa de conseguir um lugar no segundo turno da eleição presidencial, o candidato do PSDB, José Serra, fará um chamado ao eleitor em seu último programa na TV, que será exibido hoje. O tucano gravou um pronunciamento falando direto ao telespectador. Nele, comenta sobre a campanha, pede voto e diz acreditar que a eleição se definirá em duas etapas. Termina com a frase: "Até domingo."
Os marqueteiros de Serra também estudavam ontem encerrar o programa ao som de um animado samba. A campanha detém os direitos de Brasil Pandeiro, composição de Assis Valente, da década de 40, que faz elogios ao brasileiro. Ao ritmo do samba, queriam imprimir uma mensagem otimista e animada. A decisão ainda não estava tomada, uma vez que o filme seria montado e finalizado entre ontem e hoje.

Procurador receberia propina no TO, diz dossiê
Relatório do Ministério Público de São Paulo sobre organização criminosa para fraudes em licitações que atingem R$ 615 milhões cita o procurador-geral do Estado do Tocantins, Haroldo Rastoldo, como suposto beneficiário de propinas. O texto de 428 páginas dá ao procurador peso e importância iguais aos atribuídos ao governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB), também citado na investigação. Rastoldo nega envolvimento com a organização.
Oito suspeitos foram presos, entre eles o empresário José Carlos Cepera e o lobista Maurício Manduca, amigos e aliados de Gaguim. Conselheiro do governador, Rastoldo teve seu nome mencionado por integrantes da organização em diálogos telefônicos captados pela força-tarefa. Oficialmente, Rastoldo não é alvo da investigação porque detém prerrogativa de foro. Mas a vigilância exercida sobre a cúpula e o segundo escalão da organização o pegou involuntariamente. O relatório liga diretamente o procurador a uma rotina de remessas e recebimentos de valores. Quando falam sobre pagamentos, os alvos trocam a palavra dinheiro por "tonelada".
E-mails e telefonemas transcritos no dossiê indicam intensa sequência de contatos entre Rastoldo e o comando da organização. Ele foi contemplado com uma vaga no camarote vip da Fórmula Indy, em março.


CORREIO BRAZILIENSE

Indecisão da justiça põe eleições no limbo
A três dias das eleições, o brasileiro não sabe nem ao menos quais documentos são necessários para votar. Desconhece tampouco se o candidato que escolher poderá assumir o cargo em caso de vitória nas urnas. Esses são alguns dos problemas decorrentes da indefinição das regras eleitorais no país reconhecido por avanços como a urna eletrônica. O Supremo Tribunal Federal enterrou ontem as últimas esperanças em relação à Ficha Limpa ao extinguir o processo relativo a Joaquim Roriz. Com o arquivamento do caso, os candidatos condenados pelo TSE concorrem na eleição, mas não terão os votos contabilizados. Para agravar a insegurança jurídica, a mais alta corte não fechou questão sobre a necessidade de se apresentar um documento com foto além do Título de Eleitor. Sete ministros votaram pela suspensão da obrigatoriedade, mas Gilmar Mendes pediu vista do processo. O magistrado se comprometeu a manifestar o voto na sessão de hoje do STF.

A caminho do voto
Com a possibilidade de segundo turno na corrida presidencial, os candidatos intensificaram a busca por votos. Dilma Rousseff afinou o discurso com católicos e evangélicos e declarou-se contrária ao aborto; José Serra pediu uma chance aos eleitores indecisos e defendeu aposentadoria integral a servidores; Marina Silva, por sua vez, convidou os 200 mil seguidores do Twitter para uma caminhada em São Paulo.

A ofensiva religiosa da petista
Com a indicação de que Marina Silva (PV) está absorvendo os votos de religiosos, Dilma Rousseff (PT) pediu apoio de bispos de congregações evangélicas e de setores da Igreja Católica, ontem, para tentar conter a drenagem de potenciais eleitores. Numa mobilização de olho em viabilizar a vitória em primeiro turno, pastores e missionários gravaram mensagem de apoio à presidenciável petista e prometeram conversar com seus rebanhos para acabar com o que chamaram de “onda de boataria” na corrida pelo Palácio do Planalto.
A equipe do marqueteiro João Santana aproveitou o encontro com 27 representantes religiosos ontem, no escritório político de Dilma, para gravar declarações de cerca de 10 pessoas. Os depoimentos irão ao ar entre hoje e amanhã, e também serão divulgados na internet. Entre os que prometeram apoio, estão o deputado Manoel Ferreira (PR-RJ), bispo do Ministério Madureira, da Assembleia de Deus, e o vereador e missionário católico Gabriel Chalita (PSB-SP), candidato a deputado federal.

Voto e álcool, decisão local
Às vésperas das eleições, os brasileiros devem ficar atentos a algumas mudanças na rotina(1) provocadas pelo pleito do próximo domingo. Uma das principais alterações na vida dos eleitores passa pela vigência da lei seca durante a escolha dos futuros presidente, governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais. No caso do Distrito Federal, não será possível votar e consumir ou vender bebidas alcoólicas na rua. Portaria publicada em 21 de setembro pela Secretaria de Segurança Pública do DF proibiu o comércio e o fornecimento de bebidas alcoólicas da meia-noite de 3 de outubro até o mesmo horário do dia 4.
Não há uma legislação federal que obrigue os estados a aplicarem a lei seca durante o pleito. Cabe às secretarias estaduais de segurança pública decidirem se liberam ou não a comercialização de bebidas alcóolicas. As de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná não restringirão a venda no próximo domingo. A maioria desses estados adotou a mesma medida em eleições passadas, mas alerta que vai fiscalizar as outras legislações relacionadas ao consumo do álcool.

Com ou sem Weslian?
As incertezas sobre as condições de elegibilidade de Weslian Roriz (PSC) abrem a possibilidade para um cenário de indefinição mesmo após as eleições. No domingo, os eleitores irão às urnas, farão uma escolha e no mesmo dia deveriam conhecer o resultado da apuração. Mas há chances de que o desfecho sobre a sucessão no Distrito Federal ocorra depois, após mais uma rodada de julgamentos nos tribunais da Justiça Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma das hipóteses que pode adiar o resultado das eleições é o registro da candidatura de Weslian ser negado no sábado, data marcada para o julgamento do pedido de inscrição. Se isso ocorrer, o mais provável é que a coligação agora liderada pela ex-primeira dama, que há uma semana substituiu o marido Joaquim Roriz (PSC), entre com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como a legislação eleitoral determina que o candidato tem permissão para concorrer mesmo sem o registro até trânsito em julgado, Weslian poderá participar do pleito. Mas como estará concorrendo sub judice, todos os votos a ela atribuídos ficarão resguardados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF, que não poderá proclamar oficialmente o resultado do pleito, segundo entendimento do Ministério Público Eleitoral.

Fonte: Congressoemfoco

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