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sábado, fevereiro 05, 2011

Deputado apanha de policiais em casa de shows

Fabio Braga/Folhapress

Timão pede ajuda da Tropa de Choque em outro dia de protestos nos treinos

Josmar Jozino
do Agora

O deputado estadual eleito Antonio de Souza Ramalho, 62 anos, o Ramalho da Construção (PSDB), foi espancado por dois policiais civis, anteontem à noite, na casa de shows Villa Country, na Água Branca (zona oeste de SP). Os agressores foram autuados em flagrante por lesão corporal dolosa (quando há intenção).

Segundo o deputado, os policiais Otávio Bruno Iokota Fabricato e Pedro Henrique Brustolin dos Reis, ambos de 29 anos, e o amigo deles Alexandre do Amaral Alves, 30 anos, assediaram sua mulher, a empresária Viviane de Brito, 26 anos, e uma amiga, na pista de dança. O casal tinha ido ao show da dupla sertaneja Victor & Léo.

O parlamentar contou que estava sentado numa mureta e viu o assédio. "Me aproximei deles enquanto minha mulher mostrava a aliança e dizia que era casada. Levei um soco no olho esquerdo. Desmaiei com a pancada."

  • Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste sábado

PM é preso acusado de participar de roubo a banco em Salvador

Fernando Amorim/Agência A TARDE
Soldado Robson, preso na 7ª CP, portava armas ilegais

Felipe Amorim l A TARDE*


Um policial militar foi preso, nesta sexta-feira, 4, em Salvador, acusado de participar de um assalto a um posto bancário localizado dentro do campus da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), na Federação, em janeiro. Robson dos Santos, de 42 anos, é lotado na 38º Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) e foi detido em flagrante por porte ilegal de uma pistola e de um revólver calibre 38.

Um outro suspeito foi preso: Márcio Batista Moreira, 37, ex-comissário de menores e segurança, que também portava ilegalmente uma arma. Além deles, um vigilante da GP Segurança, que trabalhava no posto bancário assaltado, foi ouvido pela polícia e é considerado suspeito. A prisão preventiva dele já foi solicitada à Justiça. Marcos Roberto Pinto, 82 anos, teria facilitado o acesso dos criminosos ao local.

O trio é acusado de contratar dois homens para fazer o roubo. Segundo a polícia, ambos foram mortos depois do assalto, para que não participassem da divisão do dinheiro. Os corpos ainda não foram encontrados.

Os três supostos mandantes do crime foram presos pela polícia no bairro do Beiru e serão autuados por roubo, homicídio e ocultação de cadáver. As investigações foram fruto de um trabalho conjunto entre as polícias Civil e Militar.

O roubo ao posto bancário do Bradesco da Ucsal ocorreu em janeiro. Dois homens armados renderam seguranças e prenderam funcionários e clientes no banheiro. Cerca de R$ 5 mil foram roubados. A quadrilha é suspeita de participar de um outro assalto a banco em Salvador, em novembro de 2010, na avenida Garibaldi.

A polícia cogita esta possibilidade porque descobriu que um dos suspeitos, Marcos Roberto Pinto, trabalhava como segurança na agência do Santander no dia do crime. A quantia roubada nesta ação não foi divulgada.

*Com redação de Filipe Costa l Agência A TARDE

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde deste sábado

Comentarista da Fox News chama Dilma de "ex-comunista e ex-terrorista"


Glenn Beck comparou "PEC da Felicidade" com antiga constituição soviética. Segundo ele, "comunistas acham que as pessoas do Brasil são estúpidas"

04/02/2011 | 19:29 | G1/Globo.com

O comentarista conservador Glenn Beck chamou a presidente Dilma Rousseff de "ex-comunista e ex-terrorista" em seu programa desta quinta-feira (3) na emissora Fox News, dos Estados Unidos.

Beck fez a afirmação no contexto de um comentário sobre a atual crise política no Egito. O G1 procurou a assessoria do Palácio do Planalto, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

Reprodução/ Fox News

Reprodução/ Fox News / O apresentador da Fox News Glenn Beck no programa em que fez comentários sobre a presidente Dilma Rousseff Ampliar imagem

O apresentador da Fox News Glenn Beck no programa em que fez comentários sobre a presidente Dilma Rousseff

"Vocês lembram quando eu falei a vocês sobre o Brasil. Eles elegeram uma ex-comunista e ex-terrorista, que esteve na prisão por um tempo”, afirmou o comentarista.

Segundo Beck, “os comunistas acham que as pessoas do Brasil são estúpidas. Eles acabaram de anunciar e votar ontem [2] uma emenda sobre a busca da felicidade como objetivo a ser alcançado”.

A proposta de emenda constitucional apelidada de PEC da Felicidade, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em novembro passado. Para alterar a Constituição, no entanto, tem de ser aprovada por três quintos dos senadores (49 votos) e três quintos dos deputados (308 votos) em duas votações em cada casa legislativa.

Beck disse que a busca da felicidade do projeto brasileiro foi inspirada pelo texto da declaração de independência dos Estados Unidos. “A mídia saudou como “democracia”. “Ohh, não é formidável? É praticamente Thomas Jefferson”, disse, em referência ao terceiro presidente norte-americano, autor de grande parte do texto da declaração.

O apresentador afirma que a ideia de felicidade expressa no projeto brasileiro poderia ser entendida como “a garantia de renda, moradia, empregos”, mas que esses mesmos objetivos estavam expressos na antiga constituição soviética.

"Você lê que a felicidade nessa nova emenda à Constituição significa a garantia de renda, moradia, empregos, uau! [...]. Eu li a constituição comunista soviética, que garante direitos a trabalho, descanso, lazer, proteção à saúde, cuidados aos idosos, aos doentes, moradia, educação, benefícios culturais. Quase como a busca pela felicidade, de uma forma distorcida", declarou.

Então, Beck passa a criticar a proposta brasileira, o comunismo e as manifestações no Egito pela queda do ditador Hosni Mubarak.

“Você vê o que eles fizeram. Ele estão pegando ideias horríveis do comunismo. Assistência não produz nada a não ser miséria, pobreza e o massacre de dezenas de milhões de pessoas, centenas de milhões globalmente, embaladas em democracia, república, Thomas Jefferson. Eles pensam que você é retardado. Isso não é uma revolução no Egito. Isso é uma revolução socialista islâmica no Egito. Não tem nada a ver com democracia”, afirmou.

Cristovam Buarque

Autor da PEC 19/10, que ficou conhecida como PEC da Felicidade, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou a forma como a proposta foi tratada pelo comentarista.

“Essa Fox é uma idiota completa. Quem olha com cuidado a proposta vê que não é nada disso”, afirmou o senador.

Buarque disse que se inspirou na Constituição Americana para elaborar a proposta que, segundo ele, prevê que saúde, educação e segurança sejam direitos sociais essenciais para a busca da felicidade.

“Para se ter felicidade, não basta apenas ter os direitos. Na visão capitalista estúpida da Fox, basta ter US$ 40 mil dólares por mês para ser feliz”, criticou o senador.

Diante das polêmicas, Buarque afirmou que está estudando a possibilidade de substituir a atual PEC que já está em tramitação no Senado – e que já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça – por outra, a fim de que o apelido de PEC da Felicidade seja modificado.

Segundo ele, a denominação foi algo que surgiu na mídia, e que acabou tornando a proposta como algo negativo.

“Acho que vamos ter de tirar essa PEC e começar de novo. Eu fico com uma imagem péssima se colocar a tal PEC da Felicidade na Constituição. Eu estou estudando substituir esta PEC por outra chamada PEC da Humanização dos Direitos Sociais”, disse.

O senador ainda afirmou que, enquanto o apelido da PEC se mantiver, ele fará o possível que não seja votada. “Eu vou fazer o possível para que não vá para a pauta do dia para evitar novos transtornos”, disse

Fonte: Gazeta do Povo

O primeiro grande obstáculo

Carlos Chagas

É prerrogativa do presidente da República nomear e demitir quem quiser, na estrutura do Poder Executivo. Sendo assim, Dilma Rousseff está no direito de indicar presidentes e diretores de quantas empresas estatais entender. Os partidos que a apoiam e até ajudaram a elegê-la podem sugerir nomes, sendo até bom que o façam, em nome da harmonia político-parlamentar. Não dá, porém, para aceitar que se sintam donos, senhores feudais de determinadas áreas da administração direta ou indireta. O parlamentarismo, felizmente, ainda não vigora entre nós.
¼br /> Claro que consequências adviriam da aplicação desse princípio presidencialista caso a chefe do governo rejeitasse sistematicamente as indicações do PMDB, no setor elétrico e em outros setores. Não é o que acontece, pois se as bancadas do partido na Câmara tem sido desconsideradas em seus pleitos, o mesmo não acontece com as bancadas no Senado. José Sarney que o diga, sempre ampliando espaços, desde o governo Lula.¼br /> ¼br /> Evitar o choque entre Dilma e deputados peemedebistas constitui tarefa do vice-presidente da República, Michel Temer, até pouco presidente institucional do PMDB e ainda agora seu líder de fato. Porque continuando as coisas como vão, logo engrossará a corrente dos descontentes. Não vem ao caso verificar que a presidente impõe a escolha de técnicos e os deputados, com raras exceções, praticam a fisiologia. Estão de olho nos bilhões destinados às empreiteiras encarregadas de implantar obras e serviços, no mínimo para agradecer contribuições nas campanhas eleitorais. No máximo, quem quiser que conclua…
¼br /> Depois de um mês de governo, Dilma Rousseff defronta-se com o primeiro grande obstáculo: o troco que as bancadas do PMDB na Câmara poderão articular quando começar a votação de projetos de interesse do palácio do Planalto, em março. A pergunta que se faz é sobre os danos capazes de registrar-se na base parlamentar do governo, se a crise não for contida.
¼br /> AMADORISMO
¼br /> Bem que Marta Suplicy poderia ter evitado o primeiro lance amador de sua ascensão à vice-presidência do Senado. Faltou-lhe jogo de cintura, apesar do perfil. Cortou o microfone do ex-marido, comportando-se como a madre superiora do convento, quando a praxe entre os senadores é de tolerância e flexibilização diante do regimento interno. Muita gente fica pensando que se não fosse Eduardo Suplicy, mas qualquer outro representante da Federação, dona Marta teria agido assim.

Deveria valer-se de múltiplos exemplos da crônica da Câmara Alta, inclusive um inesquecível, no início de 1975. Na presidência dos trabalhos estava Magalhães Pinto. Discursava pela primeira vez Paulo Brossard, denunciando os desmandos do regime militar. Apesar de haver ultrapassado o tempo e não obstante os protestos do líder do governo Petrônio Portela, cobrando o corte do microfone, a velha raposa mineira não se mexeu. Deixou o gaúcho falar pelo tempo que bem entendesse. Já não se fazem senadores como antigamente…
¼br /> ANACRONISMO¼br /> ¼br /> Lamentável foi o programa de propaganda partidária gratuita do PSDB, na noite de quinta-feira, em rede nacional de televisão. A maior parte utilizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, envolveu desnecessária volta ao passado, com pitadas de crítica ao Lula. Tudo encenado como se tivesse ocorrido numa sala de aula. Enquanto isso, viu-se por um segundo a imagem de José Serra, concedido o dobro do tempo a Aécio Neves, Teotônio Vilela Neto e outros governadores. Um pouquinho mais a Geraldo Alckmin. Foi como se em plena era da comunicação eletrônica alguém nos desse para ler o “Fon-Fon” ou a “Careta”…
¼br /> FALTA DE TERRA¼br /> ¼br /> Voava sobre Mato Grosso o DC-3 da Varig com a comitiva do candidato Jânio Quadros, em setembro de 1960. Viajava com políticos variados e alguns jornalistas o companheiro de chapa, Milton Campos, quando se descobriu estar a aeronave perdida, sem conseguir localizar o aeroporto da cidade onde deveria aterrissar. Nem qualquer outro aeroporto. O tempo passava, a tensão aumentava e a gasolina diminuía. Alguém percebeu o candidato à vice-presidência, cardíaco, de olhos fechados. Veio a pergunta: “está com falta de ar, dr. Milton?” A resposta devolveu o otimismo aos presentes: “meu filho, estou é com falta de terra…” Desnecessário dizer que o DC-3 acabou descendo, ainda que numa cidade de Goiás, onde ninguém aguardava a comitiva.
¼br /> A historinha se conta a propósito do clima carregado que se registra no PMDB. Seus líderes estão perdidos, sem rumo. Falta alguém sugerir que se o partido perdeu o setor elétrico, o remédio é encontrar outro setor…

Fonte: Tribuna da Imprensa

Dona Dilma garantiu depois da eleição, e reafirmou ao ser empossada: “Uma das reformas importantes, é a político-partidária”. Será derrotada ou então ignorada. “Caciques”? Vitoriosos.

Helio Fernandes

Não se fazem mais socialistas como antigamente. Em plena campanha para 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já trabalha intensamente. Amigos dele, dizem: “Como ele já foi reeleito, no primeiro turno e com votação insuperável, só pode pensar na Presidência da República”.

Não é bem assim, embora possa ser parecido. Na História brasileira, senadores são governadores, quase sempre governadores se transformam em senadores. E muitas vezes atingem mesmo a Presidência da República.

Nos EUA, isso sempre vigorou, e até com mais força, por causa da legislação eleitoral, mais avançada. São dois senadores por estado, mandato de 6 anos, portanto, de 3 em 3 anos existe eleição, sempre para um senador. Aqui, de 4 em 4 anos é eleito um senador, e depois de mais quatro, são eleitos dois.

Em 1954, Democratas e Republicanos, assustados com o fato de Roosevelt ter obtido 4 mandatos seguidos, e ter morrido em 1945 com 61 anos e a expectativa de obter mais dois mandatos (possíveis, o que aconteceria em 1948 e 1952), resolveram mudar a Constituição.

Aprovaram então, por unanimidade, a Emenda número 24, que estabelecia que os presidentes da República só podiam exercer 2 mandatos presidenciais, uma eleição e uma reeleição. Depois estavam para sempre fora da vida pública. Não podiam EXERCER mais nenhum cargo, eleito ou nomeado, fosse qual fosse, pelo resto da vida.

Isso começou com Eisenhower, ficou 8 anos, e foi para casa. Continuou com Reagan, Clinton, Bush filho (o pai foi derrotado para o segundo mandato) e agora Obama, que deve ser reeleito em 2012.

Os Estados Unidos podem ter muitos defeitos de domínio e relacionamento com o mundo, e têm mesmo, mas estão sempre aperfeiçoando o sistema partidário-político-eleitoral. Uma decisão que está na Constituição, magistral, jamais será aprovada no Brasil, por mais que falem em reforma.

Funciona assim, podem se estarrecer: qualquer cidadão só pode ocupar o cargo para o qual foi eleito. Digamos que seja eleito senador ou congressista (como são mais conhecidos os deputados), só pode exercer esse cargo. Se quiserem ocupar uma secretaria de Estado, terão que renunciar ao cargo para o qual foram eleitos.

O melhor exemplo, aconteceu há 2 anos, todos vão se lembrar. Dona Hillary Clinton, era senadora reeleita. Ainda tinha 4 anos e 3 meses de mandato. Convidada para secretaria de Estado, teve que renunciar (não apenas se licenciar) para assumir o outro cargo.

Quer dizer, trocou mais de 4 anos dela mesma, por um cargo do qual pode ser demitida. (Já aconteceu no passado). Nessa tumultuada condição religiosa-política (Egito, Tunísia e todo o mundo árabe) pode ter divergências com Obama e ser demitida. Não é provável, é possível, mas é uma realidade; o cidadão elege alguém para um cargo, não pode ser ludibriado, e o seu escolhido mudar de lugar.

Também não existem suplentes, a maior negação do sistema de votação. Dois exemplos dos EUA e do Brasil. Na Matriz, com a renúncia de Dona Hillary, o Estado de Nova Iorque ficou com menos um senador. O governador (eleito pelo povo) nomeou um substituto para um ano e três meses. Faltavam os outros 3 anos. Esse mesmo que estava no cargo por 15 meses, disputou e foi derrotado.

Aqui na Filial: no primeiro dia de funcionamento da nova Legislatura, suplentes assumindo, o titular será secretário estadual. O fato irrefutável e mais desastroso para o sistema. Alfredo Nascimento era Ministro dos Transportes, foi se despedir de Lula, “serei candidato ao Senado”.

Lula não perdeu a chance, disse a ele: “Puxa, bota aí como teu suplente o meu amigo João Pedro”. Botou e raciocinou (?): “Se for eleito, voltarei para o Ministério dos Transportes”. Puxa, adivinhou. Quatro anos depois, agora em 2010, franco favorito para governador do Amazonas, teria que renunciar, João Pedro deixaria de ser suplente, “ganharia” 4 anos como efetivo.

Lula achou que o seu Ministro duas vezes (com atuação sempre NOTA ZERO, o grande problema do Brasil, está exatamente nesse setor) parecia mesmo eleito, Lula tratou apenas de liquidar a reeleição do senador Artur Virgilio. Não houve problema. Nascimento derrotado, foi nomeado Ministro pela terceira vez.

Nossa Senhora, três vezes ministro? Que calamidade. Com isso, João Pedro ficou no Senado, provavelmente por mais 3 anos e meio. Para ser isento e não cometer injustiças: João Pedro é infinitamente melhor do que Nascimento, exerce o mandato com eficiência e competência, não participa de negociatas, não é citado em escândalos. Só que não foi eleito. Como se o “mandato” do Ministro tivesse validade, credibilidade, representasse alguma coisa.

Portanto podem se desesperar, não conseguirão nada, a reforma política-partidária-eleitoral, não sairá do papel como exigência do cidadão-contribuinte-eleitor. O presidente da Câmara, do Senado, alguns “caciques” dos diversos partidos, já disseram; “Não faremos essa reforma de uma vez, ela será F-A-T-I-A-D-A”. O que será isso?

É o seguinte. O que os “caciques” que compõem a “cúpula” dos partidos querem fazer, é a chamada LISTA FECHADA. O cidadão deixa de votar em PESSOAS, vota na LEGENDA. Só um ou dois partidos do mundo ocidental têm isso, e assim mesmo em parte. Como acontece na Alemanha, que com sistema político complicado mas histórico.

Esse sistema, se dependesse apenas das “cúpulas”, já estaria aprovado. Qual a razão? É que essas mesmas “cúpulas” colocam os nomes dos candidatos nas listas, e evidentemente os deles estarão na frente de todos. Digamos que num estado, a previsão de um partido é eleger 10 deputados. Então os 10 primeiros, serão os privilegiados. Se elegerem 8, sobram 2, não serão esquecidos.

Por mais surpreendente que seja, essa única reforma com chance de ser aprovada i-m-e-d-i-a-t-a-m-e-n-t-e, escandalosa, vergonhosa, legítimo retrocesso, pode ser vetada pelos deputados sempre esquecidos, desprezados e marginalizados.

Esses deputados, em todos os partidos, (grandes, médios ou pequenos) sabem que nas listas, só ocuparão lugares bem abaixo da previsão do número de eleitos. Então, nas campanhas, trabalharão duramente, para eleger os que dominam a legenda.

***

PS – Os “líderes” querem esse “VOTO DE LISTA”, já começam a “trabalhar” os deputados de “segunda categoria”, (como são chamados) com o argumento: “Todos serão beneficiados”.

PS2 – Farsa, fraude, mistificação, mentira, mais enganação para o cidadão. As legendas não terão eleito número maior de parlamentares.

PS3 – Mas Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Michel Temer, (quando acabar o mandato que não conquistou), voltarão para a Câmara, continuarão como lobistas e aproveitadores da comunidade.

PS4 – Por hoje é o que está na agenda. Dona Dilma, como presidente, pelo que afirmou, pelo que é melhor para o país, deve consultar “especialistas” fora dos partidos, e não aprovar esse F-A-T-I-A-M-E-N-T-O. Estarão F-A-T-I-A-N-D-O o Poder e a autoridade dela. Uma excrescência.

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INSS deve cobrar valor pago a mais a segurado

Ana Magalhães e Carolina Rangel
do Agora

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deverá cobrar os valores que foram pagos a mais aos segurados que tiveram os benefícios calculados de forma incorreta pelo instituto entre 2005 e 2009.

Segundo o Agora apurou, em reunião feita na última quinta-feira em uma agência previdenciária, o INSS confirmou a cobrança dos valores retroativos aos últimos cinco anos. O Ministério da Previdência Social nega.

Entretanto, o INSS já sabe como a cobrança será feita, de acordo com a fonte do Agora. Quem continua recebendo o benefício terá um pagamento menor. Além disso, o segurado sofrerá um desconto de até 30% no holerite (referente ao que recebeu a mais nos últimos cinco anos). Quem não tem o benefício ativo --caso de quem recebeu auxílio-doença por um tempo-- ficará com uma "dívida" registrada no sistema do INSS, para cobrança em benefícios futuros.

  • Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste sábado

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Denúncia leva polícia a pegar o rei do golpe

Lucimário de Oliveira tornou-se sócio e ainda conseguiu mudar os planos da vítima

Um dos maiores estelionatários do Brasil foi apresentado, na manhã de hoje, por policiais civis da 2ª DP (Asa Norte). Lucimário Lima de Oliveira, 33 anos, já tem vários mandados de prisão em aberto e mais de oito passagens por essa prática de crime. Ele foi preso em flagrante, na tarde de ontem, quando aplicava um golpe em um empresário de 35 anos.


A polícia recebeu, por volta de 12h de ontem, uma denúncia anônima de que um homem estaria no cartório da Quadra 504 Norte para praticar um estelionato. Com as características dos suspeitos, os investigadores encontraram três pessoas que haviam acabado de serem atendidas. Lucimário e um rapaz identificado pela polícia como Anderson de Sousa Grangeiro, 25 anos, acabaram abordados. Eles queriam aplicar um golpe contra o empresário. Os dois foram indiciados por tentativa de estelionato. Se condenados, podem pegar até cinco anos de reclusão.


De acordo com o delegado-chefe Marcelo de Paula Araújo, a vítima tinha colocado um anúncio no jornal há um mês com o objetivo de encontrar um sócio para comandar as duas empresas de sua propriedade: um restaurante e uma escola de língua estrangeira. Lucimário ligou para a vítima e mostrou ter se interessado pela sociedade. “Ele ficou colega da vítima, disse que pagaria R$ 25 mil pela sua parte nas empresas, mas que pagaria em várias parcelas. Ele chegou a dar palpites na decoração do estabelecimento”, comenta Marcelo. No dia 20 de janeiro deste ano, o acusado fez com que o empresário pagasse R$ 4 mil para que ele mandasse realizar uma reforma no restaurante, mas as mudanças não foram feitas. “A intensão dele era enrolar a vítima para conseguir extorquir dinheiro dela. Ele chegou a inverter o objetivo do empresário, que era ter um sócio. Tudo leva a crer que Lucimário o convenceu a abrir uma outra empresa para pegar esse dinheiro e fugir”, acredita.


De pastor a empresário em vários Estados

Depois da prisão do acusado os investigadores descobriram que ele aplicava golpes em todo o Brasil, que já tinha sido preso várias vezes pelo crime de estelionato. Os jornais de outras cidades chegaram a publicar matérias dos casos. Lucimar já se passou por pastor de igreja, onde pegava dinheiro dos fiéis e realizava casamentos, festas caras para se passar por empresário, chegou a fazer algumas reuniões na Câmara Municipal de Guarulhos (SP) onde se passava por dono de uma grande empresa, fingiu ser dono de uma empresa chamada Eco Biodíesel na Bahia, entre outras enganações. A partir de agora ele vai para a carceragem.

Tiririca começa a saber o que faz um deputado

Governo anuncia remédio grátis para hipertensão e diabetes

Edson Sardinha

Os medicamentos contra hipertensão e diabetes serão distribuídos gratuitamente a partir do próximo dia 14 pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular, do governo federal. A medida foi anunciada esta manhã (3) pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Atualmente, o governo subsidia 90% do valor desse tipo de remédio, deixando os 10% restantes por conta do paciente.

Qualquer cidadão pode ter acesso ao benefício. É preciso procurar uma das 15 mil farmácias conveniadas ao programa e apresentar documento com foto, CPF e receita médica. A distribuição de medicamento gratuito contra hipertensão e diabetes fez parte dos compromissos de campanha de Dilma.

Segundo o Ministério da Saúde, 33 milhões de brasileiros sofrem de hipertensão e 7,5 milhões, de diabetes. Como não há uma lista dos medicamentos que poderão ser retirados de graça, o atendimento dependerá da disponibilidade do remédio nas farmácias conveniadas. O governo banca 90% de 24 tipos de medicamentos para pacientes com asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, hipertensão e diabetes.
Fonte: Congressoemfoco

Tiririca e 17 deputados dizem não ter patrimônio

Bancada dos sem bens inclui réu do caso dos sanguessugas, acusado de receber R$ 631 mil da máfia das ambulâncias. Veja a relação dos parlamentares que declararam não ter nada no próprio nome



Comediante na Record, Tiririca declarou não ter bens em seu nome. "Humorista não ganha tão bem", segundo seu advogado
Mário Coelho, Edson Sardinha e Rudolfo Lago

A análise das declarações de renda dos novos parlamentares empossados esta semana traz um dado curioso. Entre os deputados eleitos, 18 declararam à Justiça Eleitoral que não possuem bens. A "bancada dos sem patrimônio" é heterogênea, reúne o fenômeno eleitoral Tiririca (PR-SP), a terceira candidata mais votada de São Paulo, Bruna Furlan (PSDB), de 27 anos, o ambientalista Alfredo Sirkis (RJ), um dos fundadores do PV, e Nilton Capixaba (PTB-RO), réu na Justiça Federal de Mato Grosso como um dos pivôs do escândalo dos sanguessugas.

O caso que mais chama a atenção é o de Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca. Ele foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de omitir dados da sua declaração de bens. O órgão fez a denúncia após reportagem publicada pela revista Veja no ano passado.

Como mostrou o Congresso em Foco, 220 deputados e senadores disseram possuir mais de R$ 1 milhão em bens.

De acordo com a revista Veja, Tiririca não declarou bens por conta de processos trabalhistas e de sua ex-mulher, em trâmite no Ceará. A denúncia acabou não sendo aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, considerou que não havia provas de omissão na declaração de bens.

A sentença diz que o acusado juntou cópia de sua declaração de imposto de renda, por meio da qual confirma que não possui bens ou direitos que configurem hipótese de incidência ou valha de base de cálculo para recolhimento de imposto sobre a renda. O juiz explicou que, ainda que bens houvesse, o acusado responderia, quando muito, por sonegação fiscal e não pelo delito de falsidade ideológica para fins eleitorais.

O advogado do palhaço e atual deputado, Ricardo Vita Porto, disse à época que tudo não passou de "um grande exagero". Segundo ele, não foi cometido nenhum crime eleitoral. "Ele não possui qualquer bem, seja em seu nome ou em nome de terceiros", afirmou. Mais tarde, porém, disse que "a omissão de bem não configura crime eleitoral".

Porto afirmou ainda ao jornal O Estado de S. Paulo que os rendimentos de Tiririca não são suficientes para ter qualquer patrimônio. "Humorista não ganha tão bem", justificou. De acordo com o advogado, houve um acordo com a ex-mulher do candidato "há muito tempo", mas ele não soube precisar em que consistiria esse acerto.

Máfia das ambulâncias


Apontado pela CPI como um dos líderes do “braço político” do esquema de venda de emendas parlamentares e superfaturamento de ambulâncias, Nilton Capixaba foi acusado de receber R$ 631 mil do esquema, o segundo maior montante dentre todos os congressistas.

Em 2006, o Conselho de Ética da Câmara chegou a pedir a cassação do mandato de Capixaba, mas aquela legislatura acabou antes que o plenário analisasse o o pedido. O deputado classifica as acusações como levianas. "Nilton Capixaba acredita na Justiça e tem certeza de que a população vai saber discernir este momento lamentável da política de Rondônia”, disse a assessoria do petebista ao Congresso em Foco durante a campanha eleitoral. Capixaba voltou à Câmara com a terceira maior votação da bancada de Rondônia. Ele recebeu 52 mil votos.

OS DEZOITO SEM BENS DO CONGRESSO
por ordem alfabética:

1.ALFREDO SIRKIS (PV-RJ)
2.AMAURI TEIXEIRA (PT-BA)
3.ARNALDO JORDY (PPS-PA)
4.AUREO (PRTB-RJ)
5.BRUNA FURLAN (PSDB-SP)
6.DAVI ALCOLUMBRE (DEM-AP)
7.DR. GRILO, (PSL-MG)
8.DR. PAULO CÉSAR (PR-RJ)
9.EVANDRO MILHOMEM (PCdoB-AP)
10.HENRIQUE OLIVEIRA (PR-AM)
11.LINDOMAR GARÇON (PV-RO)
12.LUIZ CARLOS (PSDB-AP)
13.MÁRCIO MARINHO (PRB-BA)
14.MENDONÇA PRADO (DEM-SE)
15.NILTON CAPIXABA (PTB-RO)
16.PASTOR EURICO (PSB-PE)
17.TIRIRICA (PR-SP)
18.VINICIUS GURGEL, PRTB-AP

PMDB e DEM concentram os mais ricos do Congresso

Dez mais ricos têm metade do patrimônio no Congresso
Fonte: Congressoemfoco

Tiririca e 17 deputados dizem não ter patrimônio

Bancada dos sem bens inclui réu do caso dos sanguessugas, acusado de receber R$ 631 mil da máfia das ambulâncias. Veja a relação dos parlamentares que declararam não ter nada no próprio nome



Comediante na Record, Tiririca declarou não ter bens em seu nome. "Humorista não ganha tão bem", segundo seu advogado
Mário Coelho, Edson Sardinha e Rudolfo Lago

A análise das declarações de renda dos novos parlamentares empossados esta semana traz um dado curioso. Entre os deputados eleitos, 18 declararam à Justiça Eleitoral que não possuem bens. A "bancada dos sem patrimônio" é heterogênea, reúne o fenômeno eleitoral Tiririca (PR-SP), a terceira candidata mais votada de São Paulo, Bruna Furlan (PSDB), de 27 anos, o ambientalista Alfredo Sirkis (RJ), um dos fundadores do PV, e Nilton Capixaba (PTB-RO), réu na Justiça Federal de Mato Grosso como um dos pivôs do escândalo dos sanguessugas.

O caso que mais chama a atenção é o de Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca. Ele foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de omitir dados da sua declaração de bens. O órgão fez a denúncia após reportagem publicada pela revista Veja no ano passado.

Como mostrou o Congresso em Foco, 220 deputados e senadores disseram possuir mais de R$ 1 milhão em bens.

De acordo com a revista Veja, Tiririca não declarou bens por conta de processos trabalhistas e de sua ex-mulher, em trâmite no Ceará. A denúncia acabou não sendo aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, considerou que não havia provas de omissão na declaração de bens.

A sentença diz que o acusado juntou cópia de sua declaração de imposto de renda, por meio da qual confirma que não possui bens ou direitos que configurem hipótese de incidência ou valha de base de cálculo para recolhimento de imposto sobre a renda. O juiz explicou que, ainda que bens houvesse, o acusado responderia, quando muito, por sonegação fiscal e não pelo delito de falsidade ideológica para fins eleitorais.

O advogado do palhaço e atual deputado, Ricardo Vita Porto, disse à época que tudo não passou de "um grande exagero". Segundo ele, não foi cometido nenhum crime eleitoral. "Ele não possui qualquer bem, seja em seu nome ou em nome de terceiros", afirmou. Mais tarde, porém, disse que "a omissão de bem não configura crime eleitoral".

Porto afirmou ainda ao jornal O Estado de S. Paulo que os rendimentos de Tiririca não são suficientes para ter qualquer patrimônio. "Humorista não ganha tão bem", justificou. De acordo com o advogado, houve um acordo com a ex-mulher do candidato "há muito tempo", mas ele não soube precisar em que consistiria esse acerto.

Máfia das ambulâncias


Apontado pela CPI como um dos líderes do “braço político” do esquema de venda de emendas parlamentares e superfaturamento de ambulâncias, Nilton Capixaba foi acusado de receber R$ 631 mil do esquema, o segundo maior montante dentre todos os congressistas.

Em 2006, o Conselho de Ética da Câmara chegou a pedir a cassação do mandato de Capixaba, mas aquela legislatura acabou antes que o plenário analisasse o o pedido. O deputado classifica as acusações como levianas. "Nilton Capixaba acredita na Justiça e tem certeza de que a população vai saber discernir este momento lamentável da política de Rondônia”, disse a assessoria do petebista ao Congresso em Foco durante a campanha eleitoral. Capixaba voltou à Câmara com a terceira maior votação da bancada de Rondônia. Ele recebeu 52 mil votos.

OS DEZOITO SEM BENS DO CONGRESSO
por ordem alfabética:

1.ALFREDO SIRKIS (PV-RJ)
2.AMAURI TEIXEIRA (PT-BA)
3.ARNALDO JORDY (PPS-PA)
4.AUREO (PRTB-RJ)
5.BRUNA FURLAN (PSDB-SP)
6.DAVI ALCOLUMBRE (DEM-AP)
7.DR. GRILO, (PSL-MG)
8.DR. PAULO CÉSAR (PR-RJ)
9.EVANDRO MILHOMEM (PCdoB-AP)
10.HENRIQUE OLIVEIRA (PR-AM)
11.LINDOMAR GARÇON (PV-RO)
12.LUIZ CARLOS (PSDB-AP)
13.MÁRCIO MARINHO (PRB-BA)
14.MENDONÇA PRADO (DEM-SE)
15.NILTON CAPIXABA (PTB-RO)
16.PASTOR EURICO (PSB-PE)
17.TIRIRICA (PR-SP)
18.VINICIUS GURGEL, PRTB-AP

PMDB e DEM concentram os mais ricos do Congresso

Dez mais ricos têm metade do patrimônio no Congresso
Fonte: Congressoemfoco

A direita explícita: do que nos livramos

“O professor e historiador Walderley Guilherme dos Santos na Carta Capital discorre com verve exemplar no artigo 'A direita encontra o seu Messias', referindo-se a Serra que, ao assumir o papel de principal líder do aglomerado conservador, conquistou um respeitável portfólio eleitoral. Pra quem curte o modelito 'sem medo de ser canalha'”






Márcia Denser*
O leitor pode (e deve) refutar, que então a direita camuflada, a direita redesign, a chamada direita soft, essa continua comendo solto. E eu repondo: sim, dessa ninguém se livrou, é onipresente, como a cultura pop, mas a longo prazo também essa desaparecerá. O professor e historiador Walderley Guilherme dos Santos na Carta Capital discorre com verve exemplar no artigo “A direita encontra o seu Messias”, referindo-se a Serra que, ao assumir o papel de principal líder do aglomerado conservador, conquistou um respeitável portfólio eleitoral. Pra quem curte o modelito “sem medo de ser canalha”.

Wanderley mostra que os 44% dos votos válidos de Serra foram resultado de uma campanha acima dos partidos, praticamente sozinho, uma vez que não se pode chamar exatamente de apoio o arrastar-se de um DEM esfacelado e um PSDB em fuga acelerada (vejam-se os movimentos opostos porém com resultados idênticos!) Como foi possível?

Levado à disputa pela campanha de Marina Silva, o obscurantismo engatou pelo lado mais conservador da truculência serrista. A partir daí, Wanderley analisa a agenda “da direita explícita”.

a) Enxugamento do Estado.
O pessoal do Reagan dizia que era preciso reduzir o Estado de tal forma que fosse possível afogá-lo numa banheira. Este o “conceito reaganiano de enxugamento”;

b) Substancial redução de impostos.
Plataforma universal da extrema-direita: rico não gosta de pagar imposto, com Bush no papel de super-herói. Na política externa, retorno ao alinhamento ideológico “aos valores ocidentais anglo-saxões”, sem legendas em português. Trocando em miúdos, como disse Chico Buarque: engrossar com a Bolívia e se afinar com os Estados Unidos.

c) Implantar o 13º ao Bolsa Família: a medida impediria a ampliação do programa, mantendo-se apenas os atuais beneficiários, donde, ato contínuo, o programa seria rifado à Wal-Mart.

d) Aumentar o salário mínimo exageradamente – outra promessa de campanha – com o objetivo de quebrar a Previdência no sentido de privatizá-la.A propósito, FHC enviou André Lara Rezende ao Chile para copiar o modelo pinochetista.

e) Outro aspecto da agenda oculta de Serra, aventado pelo autor:: o voto distrital puro.

Apreciado tanto por Marina Silva como por Aécio Neves. Mas o que significa o “voto distrital puro”? Segundo Wanderley, “essa desinstitucionalização interromperia a importante tarefa de trazer para o leito da política partidária e parlamentar os conflitos sociais e econômicos das grandes periferias metropolitanas e das regiões limítrofes ao território do país. Partidos como o PSB, o PR e o PCdoB sumiriam do mapa (o PPS, segundo ele, está para se dissolver no PSDB). Ou seja, o “voto distrital puro” concentraria a tensão política em dois partidos – como nos Estados Unidos e na Inglaterra – confortavelmente instalados no centro do espectro político. E o povão ia para o saco. É elementar..

Serra, como o novo Messias da Direita Explícita, já teria o apoio da Chevron e do Papa.

Oportunamente, esta semana, as presidentes Dilma e Cristina já se encontraram naturalmente para refazer acordos, estreitar relações, etc., além de desfazer a má impressão deixada por uma das primeiras mancadas (quem se lembra?) da campanha serrista: a proposta de extinção do Mercosul. Aliás, um dos papeis femininos mais significativos é corrigir os maus modos infantis.





*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango fantasma (1977), O animal dos motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), A ponte das estrelas (1990), Toda prosa (2002 - Esgotado), Caim (Record, 2006), Toda prosa II - obra escolhida (Record, 2008). É traduzida na Holanda, Bulgária, Hungria, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Argentina e Espanha (catalão e galaico-português). Dois de seus contos - "O vampiro da Alameda Casabranca" e "Hell's Angel" - foram incluídos nos Cem melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi, sendo que "Hell's Angel" está também entre os Cem melhores contos eróticos universais. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura e jornalista. Foi curadora de literatura, até outubro de 2010, da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.




Outros textos do colunista Márcia Denser*
Fonte: Congressoemfoco

Battisti em carta: nunca provoquei ferimento ou morte

Fábio Góis

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi um dos primeiros a subir à tribuna do plenário para discursar após a escolha dos suplentes da Mesa Diretora, nesta quinta-feira (3). Mas, ao contrário de Francisco Dornelles (PP-RJ) e Mário Couto (PSDB-PA), que o antecederam no parlatório, o petista não trataria de assuntos parlamentares: observado pela ex-mulher, Marta Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão na condição de 1ª vice-presidenta, ele leu uma carta escrita à mão pelo ex-ativista italiano Cesare Battisti (confira abaixo a íntegra da missiva), condenado à prisão perpétua na Itália, sob acusação de assassinato.

“Ele avaliou que seria importante”, disse Suplicy, que esteve pela manhã com Battisti na Papuda, como é conhecido o complexo penitenciário no qual o italiano está preso, em Brasília. Suplicy leu ainda uma fundamentação teórica de juristas renomados que sustentaram a decisão do então presidente Lula, no último dia de seu mandato, em favor de Battisti. Em seu último ato oficial, Lula avalizou a permanência do ex- ativista no Brasil – ao impedir a extradição, como quer o governo italiano, Lula gerou um mal-estar diplomático e foi publicamente criticado por autoridades italianas.

“É fato que, nos anos 70, eu, como milhares de italianos, diante de tantas injustiças que caracterizavam a vida em nosso país, também participei de inúmeras ações de protesto – e, como tal, participei dos Proletários Armados pelo Comunismo. Nessas ações, quero lhes assegurar, nunca provoquei ferimentos ou a morte de qualquer ser humano”, diz trecho da carta de Battisti, que reclama não ter tido oportunidade de se defender adequadamente das acusações. “Até agora, nunca qualquer autoridade policial ou qualquer juiz me perguntou se eu cometi um assassinato.”

Depois da intervenção de Suplicy, seguiram-se em plenário discursos de apoio e contestação – sob o olhar de Marta Suplicy que, no comando da terceira sessão preparatória da legislatura, demonstrava certa impaciência. “Eu, agora, preciso obedecer à senhora presidenta”, resignou-se Suplicy, diante de senadores que pediam aparte. Em vão: Marta não flexibilizou o regimento e a ordem de discursos. “Acabou o tempo. A palavra está com o senador Inácio Arruda [CE], pela Liderança do PCdoB.”

Caso Battisti

Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos que teria cometido entre 1977 e 1979, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Battisti fugiu de uma prisão italiana em 1981. Em 1993, no momento de seu julgamento na Itália, Battisti se encontrava na França, onde tinha obtido o status de refugiado político. Mas fugiu em 2004, quando o governo francês se dispôs a revogar essa condição para entregá-lo à Itália.

Battisti se declara inocente das acusações e diz que é perseguido pelo atual governo da Itália, de perfil conservador. Depois de circular por países como França e México depois das acusações, o italiano está preso no Brasil desde 2007. Em março daquele ano, foi detido no Rio de Janeiro, onde, segundo fontes policiais, foi localizado durante uma operação conjunta realizada por agentes de Brasil, Itália e França. Desde então, Battisti permanece detido na penitenciária da Papuda, em Brasília. Nos próximos dias, o Supremo Tribunal Federal.

Confira a carta de Battisti:

"Aos senhores e às senhoras senadoras e senadores, deputados e deputadas federais e ao povo brasileiro,

De forma humilde, desejo transmitir aos representantes do povo brasileiro no Congresso Nacional um apelo para que possam me compreender à luz dos fatos que aconteceram na Itália desde os anos 70, nos quais eu estive envolvido.

É fato que nos anos 70 eu, como milhares de italianos, diante de tantas injustiças que caracterizavam a vida em nosso país, também participei de inúmeras ações de protesto e, como tal, participei dos Proletórios Armados pelo Comunismo. Nestas ações, quero lhes assegurar que nunca provoquei ferimentos ou a morte de qualquer ser humano. Até agora, nunca qualquer autoridade policial ou qualquer juiz me perguntou se eu cometi um assassinato. Durante a instrução do processo e o julgamento onde fui condenado à prisão perpétua, eu me encontrava exilado no México e não tive a oportunidade de me defender.

Durante os últimos 30 anos, no México, na França e no Brasil, dediquei-me a escrever livros e as atividades de solidariedade às comunidades carentes com quais convivi.

Os quase 20 livros e documentários que produzi são todos relacionados a como melhorar a vida das pessoas carentes, e como realizar justiça social, sempre enfatizando que, o uso da violência compromete os propósitos maiores que precisamos atingir. Desejo muito colaborar com estes objetivos de construção de uma sociedade justa, no Brasil, por meios pacíficos, durante o resto de minha vida.

Cesare Battisti
Papuda, 03/02/11"
Fonte: Congressoemfoco
Parabéns à presidente Dilma pela retomada de Furnas, pela ordem de demissão para toda a diretoria, pela resposta à intimidação, por mostrar que não há medo de chantagem.
Helio Fernandes

Foi a primeira grande decisão política, altiva e altaneira, mas sem a menor arrogância. Não demitiu ninguém pelo telefone, como fez e não apenas uma vez o presidente Lula, usou a tecnologia adequada.

Investigou, coordenou, conversou, convocou, decidiu e colocou tudo no site. Ninguém sabia de nada, mesmo os que se julgavam senhores das nomeações que sejam exigidas através de dossiês ou de ameaças com esses pretensos e supostos “arquivos”, guardados para emergências ou recusas.

O deputado Eduardo Cunha, como faz sempre, exigiu. E essa exigência era baseada em intimidação, no jogo que ele faz sempre, que é este: “Se perdermos o controle e o comando de Furnas, romperemos, mesmo fazendo parte da base partidária”.

O conhecido lobista (agora revelando a face de chantagista), colocou esse se PERDERMOS Furnas ROMPEREMOS, abandonando o singular e passando para o plural ou coletivo. Para isso, deu a impressão de que falava pelos 9 deputados do PMDB. Não era verdade, e a presidente Dilma também não se preocupou.

No fim da semana passada, afirmou: “Vou nomear um técnico para Furnas, a indicação será minha e de nenhum partido, seja qual for”.

Essa decisão provocou os que estavam acostumados a ameaçarem e serem recompensados. Ficaram surpreendidos ao tomarem conhecimento do que estava no site do Planalto, publicado sem a menor consulta.

Perplexos, mas ainda imprudentes, acreditavam que poderiam mudar as coisas, conversarem, fazerem a presidente rever o comportamento. Só que ela não estava mais no Planalto, verificou que suas ordens foram cumpridas, ponto final.

O novo presidente de Furnas, Flávio Decat, é engenheiro respeitadíssimo, seu nome vinha sendo “guardado” para uma estatal de energia elétrica, de escolha e nomeação exclusiva da presidente.

A dificuldade surgiu em Furnas, foi deslocado para lá, sorte da estatal do Rio de Janeiro. Com isso foram desembaraçadas outras estatais do setor, que apresentavam possíveis (e até já conhecidos) problemas.

***

PS – Tratei do assunto duas ou três vezes, e sem exceção, escrevi que a presidente Dilma não poderia de maneira alguma, se intimidar, nomear ou (governar) sob intimidação.

PS2 – Dei exemplos de DEMISSÕES ou NOMEAÇÕES atendendo a INTIMIDAÇÕES políticas ou partidárias.

PS3 – Portanto, como a presidente Dilma fez o que estava obrigada a fazer, não se deixar intimidar por ninguém, não posso ficar com medo de elogiá-la, por infantilidade ou falsa oposição.

PS4 – Não faço oposição por oposição. E se passei a vida sem querer coisa alguma, sem trocar a opinião por favores, estou rigorosamente satisfeito com o acerto da presidente Dilma.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Apagão deixa Salvador e cidades do inteiror sem energia

Tássia Correia l A TARD
Todos os bairros de Salvador e cidades do interior da Bahia ficaram sem energia na noite de quinta-feira, 3, depois de um apagão registrado a partir das 23h30. Os estados nordestinos, com exceção de Maranhão e Piauí, também foram afetados.

Segundo adiantou uma fonte da Chesf, que não quis se identificar, uma linha de transmissão entre Sobradinho (BA) e a cidade de Petrolândia (PE) saiu de operação, desarmando a subestação da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga (PE).

O disjuntor de uma das seis máquinas geradoras da usina, cada uma com capacidade de 400 megawatts, falhou, comprometendo toda a rede. As subestações de Paulo Afonso e Xingó também foram comprometidas. A partir de 0h30 desta quarta, o fornecimento de energia passou a ser restabelecido.

Segundo a Chesf, a energia deve chegar primeiro às capitais, já que a capacidade total da hidrelétrica não foi totalmente recuperada. Outras regiões do País não foram afetadas por causa de um mecanismo de controle que desconecta as linhas de transmissão.

De acordo com um leitor que telefonou para a redação de A TARDE, houve também um incêndio de grandes proporções na subestação de Atalaia, em Aracaju.
Fonte: A Tarde

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Prefeito é suspeito de chefiar quadrilha que desviou R$ 50 mi

Em cidade do interior do Maranhão, casas de supostos envolvidos tinham helicóptero, avião e carros de luxo
Wilson Lima, iG Maranhão | 03/02/2011 19:19
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Compartilhar: Investigações da Polícia Federal do Maranhão apontam que o prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzin (PV), e seus familiares podem estar envolvidos em um esquema de desvio de recursos públicos cuja movimentação chega a, pelo menos, R$ 50 milhões entre 2005 e 2010.

O volume de dinheiro que pode ter sido movimentado pela quadrilha representa quase o volume total do que Barra do Corda recebeu em 2010 em recursos da União: R$ 56 milhões.

Nesta quinta-feira, durante a “Operação Astiages”, nove pessoas foram presas e bens como um helicóptero, um avião, carros de luxo, relógios de ouro e dinheiro foram apreendidos em Barra do Corda, cidade a 462 quilômetros de São Luís.

Esse material estava em mansões e residências de luxo de Barra do Corda, uma cidade que vive basicamente do turismo local no período de Carnaval e do comércio de beira de estrada. Pelas informações da PF, a fachada das residências eram simples mas, no seu interior, eram construções “cinematográficas”.

Um cenário que contrasta com Barra do Corda, um município médio maranhense composto por muitas residências humildes, algumas ainda de taipa.

Foragidos

Ao todo, a Justiça Federal expediu 12 mandados de prisão e três pessoas já são consideradas foragidas: o próprio prefeito de Barra do Corda, sua esposa e o lobista João Batista Magalhães.

A operação foi desencadeada depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou movimentações financeiras acima do patrimônio declarado pelos envolvidos. Entre as pessoas presas estão lobistas, empresários da região e familiares do prefeito de Barra do Corda. Algumas das pessoas presas são acusadas de serem ‘laranjas’ dos líderes do grupo. Aproximadamente 100 policiais federais do Maranhão, Piauí e Brasília participaram da “Operação Astiages”.
Fonte: Último Segundo IG

STJ enfraquece Lei Maria da Penha

Justiça suspende processo contra marido que agrediu esposa pelo fato de o crime ter pena inferior a um ano. Decisão causa polêmica e divide especialistas

Publicado em 03/02/2011 | Maria Gizele da Silva, da sucursal
Fale conoscoRSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letraPonta Grossa - Uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deverá mudar o entendimento em relação à Lei Maria da Penha, em vigor há quatro anos no país. Os ministros do STJ decidiram que um homem que tentou sufocar a companheira tem direito à suspensão condicional do processo pelo fato de a pena prevista para o crime ser inferior a um ano de prisão. A decisão que poderá ser estendida para casos com penas semelhantes no Brasil. Para entidades de combate à violência contra a mulher, a medida é um retrocesso. Já juristas avaliam que a possibilidade de reabertura do processo bastará para intimidar os agressores.

A Lei 11.340, batizada de Maria da Penha em homenagem à farmacêutica que ficou paraplégica depois que seu ex-marido tentou matá-la, tirou os casos de violência doméstica dos Juizados Especiais e os levou para as varas criminais. As penas ficaram mais rígidas e a proteção às vítimas foi estendida. No entendimento do STJ, a suspensão não afeta a lei e mantém o cunho educativo da norma, ao estabelecer que o processo será reaberto em caso de reincidência.

Entenda o caso
O STJ se baseou em uma lei de 1995 para suspender o processo do homem acusado de tentar estrangular a mulher.

- Prevista na Lei 9.099/95, a suspensão condicional do processo é uma forma de solução alternativa para problemas penais. O objetivo é evitar o início do processo em crimes cuja pena mínima não ultrapassa um ano.

- O acusado não pode ser reincidente em crime doloso, nem estar sendo processado por outro crime.

A suspensão também pode ser oferecida em crimes de menor potencial ofensivo.

- Depois de o processo ser suspenso, o acusado passa por um período em que deve cumprir as obrigações impostas no acordo. Se o prazo passar sem que ele descumpra as obrigações, fica decretada a extinção da punibilidade.

- No caso avaliado pelos ministros do STJ, o acusado beneficiado pela suspensão do processo não pode reincidir. Se ele cometer outra agressão contra a companheira, o processo será reaberto.

Notificação de casos vai ajudar na prevenção
Para ter um retrato fiel da violência doméstica ou sexual no Brasil, o governo federal publicou, no último dia 25, a Portaria 104 que determina a notificação obrigatória de todos os casos de agressão contra mulheres e crianças atendidos em hospitais ou observados nas escolas. Com as estatísticas em mãos, as secretarias municipais e estaduais de Saúde poderão trabalhar políticas de planejamento e prevenção. O Paraná já executa preliminarmente essa sondagem desde o ano de 2007.

A comunicação oficial desse tipo de violência incrementa a Lista de Notificação Compulsória (LNC) do Ministério da Saúde, que passa a ter 45 doenças ou agravos, que vão desde a dengue até a Aids. A portaria dá força a decisões anteriores de notificação de casos de violência contra a mulher e a criança. A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná já classifica os casos de violência de menor gravidade. De 2007 até o final do ano passado, 5,2 mil casos foram notificados.

Hoje a coleta é feita em 131 cidades (32,8% dos municípios paranaenses) e serve para começar a traçar um perfil das vítimas. No ano passado, por exemplo, das 3.004 notificações, 68,5% se referiram às mulheres e 31,2% aos homens. Segundo a chefe do departamento de Doenças Transmissíveis da Superintendência de Vigilância e Saúde da Sesa, Ivana Kaminski, a portaria é um avanço. “O que já fazíamos espontaneamente agora vamos fazer por força de lei, buscando a universalização desse registro no estado”, afirma. Segundo ela, a mudança não deve elevar custos e exigir contratações, pois as equipes vão apenas acrescentar mais um tipo de notificação à listagem oficial.
Essa é a avaliação do professor de processo penal da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Jacinto Coutinho, para quem a decisão do STJ é coerente. Ele lembra que a possibilidade da reabertura do processo, caso a vítima volte a ser perseguida, pode inibir o agressor. “Parece-me que a sociedade está assentada na ideia de gozo pela punição. O que é mais importante: punir a pessoa ou evitar que a agressão volte a acontecer?”, questiona. Ele diz que não atende clientes acusados desse tipo de crime quando está advogando, mas considera necessário ser “racional” diante do entendimento da lei.

A promotora do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (a única do Paraná e com sede em Curitiba), Cláudia Cristina Martins, considera a suspensão “uma resposta estatal mais branda”, mas avalia que a possibilidade de reabertura do processo “tem caráter repressivo e educativo”. “Tem-se que os cidadãos, sabendo que a resposta penal virá, sensibilizar-se-ão e deixarão de praticar atos que possam ser considerados crimes”, resume.

Para Ana Teresa Iamarino, coordenadora geral de Acesso à Justiça e Combate à Violência contra a Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do governo federal, a decisão do STJ é um retrocesso. “A medida está equivocada, não considera todo o fenômeno da violência doméstica e trata a situação como um crime eventual”, diz. Ana Claudia Perei­ra, consultora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, do Distrito Federal, tem a mesma opinião. “A sociedade é muito machista e isso não isenta os poderes constituídos, em todos os órgãos encontramos decisões que não respeitam os direitos das mulheres.”

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dos 278.871 processos abertos nos quatro anos de vigência da lei, 3.203 foram suspensos por motivos diversos.

“Sei do risco que estou correndo”, diz ameaçada

Clara (nome fictício) tem 45 anos e é aposentada por invalidez. Mora em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, em uma modesta casa de madeira alugada, com um filho adolescente e vários cães e gatos que pegou para criar. Sentiu que precisava de uma companhia e começou a namorar o pintor João (nome fictício), oito anos mais novo. Ele parecia uma boa pessoa, até Clara perceber que seu comportamento se alterava com o consumo de bebida alcoólica. Logo descobriu que ele era ex-presidiário e respondia em liberdade pelo crime de assalto a mão armada.

João não aceitou o rompimento e começou a fazer ameaças e danificar os móveis da casa. “Ele nunca saiu no tapa comigo, mas quebrou fogão e geladeira e ameaçou a mim e ao meu filho”, diz Clara. Mesmo com medo de represálias, ela registrou dois boletins de ocorrência na Delegacia da Mulher.

O pedido de afastamento do lar feito pela delegacia demorou 20 dias para sair da vara criminal. “Acho isso um absurdo. Como alguém que denunciou a pessoa vai ficar morando embaixo do mesmo teto dela? É como deixar o cão cuidando do gato”, avalia. João assinou a ordem de afastamento, mas voltou para casa quando o oficial de Justiça virou as costas.

A medida lhe custou a liberdade. João foi preso por descumprimento da ordem judicial e ainda vai responder pelos crimes de danos, ameaça e perturbação de sossego. Como ele ainda não foi julgado, não se sabe se poderá ser beneficiado com a suspensão do processo. Clara tem uma certeza: “Eu sei do risco que estou correndo”, afirma. “Denunciei ele, mas não vou me mudar daqui. Quem foge uma vez foge sempre.” Ela diz que só conseguiu voltar a dormir quando o ex-companheiro foi preso. “Coisa que há muito tempo eu não fazia”, afirma.
Fonte: Gazeta do Povo

A faceta de Nilo

OSVALDO LYRA


O deputado estadual Marcelo Nilo (PDT) foi reeleito ontem para seu terceiro mandato à frente da Assembleia Legislativa. Com 61 dos 63 votos da Casa (dois deputados se abstiveram de votar), Nilo fez história (ao ir para o terceiro mandato consecutivo), além, é claro, de sua vitória representar uma demonstração de força e apego ao Poder (Legislativo).

Desde que a Assembleia passou a funcionar no Centro Administrativo da Bahia, nenhum outro presidente foi eleito com o aval de 61 parlamentares. Na década de 60, quando a Assembleia funcionava ainda no prédio da Associação Baiana de Imprensa (ABI), na Praça da Sé, o então deputado Wilson Lins conseguiu ser eleito pela unanimidade dos seus pares. De lá pra cá, nenhum outro conseguiu repetir o feito.

O que chama a atenção também é o fato de que a chapa encabeçada por Nilo ter sido eleita sem ameaças de bate-chapa, salvo na vaga destinada ao PT, em que o primeiro secretário J. Carlos (PT) obrigou o correligionário Yulo Oiticica, indicado pelo partido para o posto, a abandonar a candidatura em prol do consenso. Outro detalhe que chama a atenção é que além de Nilo, apenas Leur Lomanto Jr. teve 61 votos para ocupar o cargo de 1º secretário.

O segundo vice Aderbal Caldas (PP) teve 60 votos. O terceiro Carlos Ubaldino (PSC) recebeu 58. J. Carlos (o do PT) recebeu 53. Elmar Nascimento (PR), na segunda secretaria, teve 58 votos. Álvaro Gomes, na terceira, teve 56, enquanto a quarta secretária Maria Luíza Laudano (PTdoB) teve 57.

Números à parte e voltando à vitória de Marcelo Nilo, se engana quem pensa que a eleição dele foi tão tranquila. O pedetista teve que construir o consenso em torno dele. E o maior desafio para isso foi o próprio aliado PT.

A expectativa dos apoiadores de Nilo era que os petistas fossem os primeiros a declarar apoio à sua candidatura para, em seguida, conseguir formalizar o apoio das oposições. No entanto, aconteceu o inverso. O PT foi o último partido a apoiá-lo na disputa e os oposicionistas os primeiros. Questionado sobre o assunto, o presidente da Assembleia atribui essa mudança de comportamento “ao regime democrático”, já que o PT possui 14 deputados.

Outro fato que chamou a atenção foi a não demonstração de apoio explícito do governador Jaques Wagner. Nilo diz que nunca esperou que o governador se posicionasse publicamente, como fez na sua primeira disputa.

No entanto, em campanha, sempre que falava sobre o assunto dizia ter certeza que era o candidato do coração do petista. E deve ter sido. Até porque, independentemente das demonstrações de apoio público, ficou evidenciado nos últimos quatro anos a lealdade e o desprendimento de Nilo.

Questionado sobre o fim da reeleição dentro da mesma legislatura, Marcelo Nilo disse que continuava se posicionando favorável à recondução sucessiva ao posto. No entanto, se os deputados apresentassem algum projeto para acabar com esse mecanismo, bastava que 38 parlamentares apresentassem um projeto com esse sentido para ser colocado em votação. Ele garante que colocaria.

Ontem, após reassumir o posto, Nilo fez questão ainda de fazer um balanço dos seus primeiros quatro anos à frente do Legislativo. Emocionado, ele disse que não seria o exame do qualitativo nem do quantitativo que o teria garantido o terceiro mandato.

Não era isso que iria expressar a importância de sua passagem pelo comando da Casa. Para chegar à sua re-reeleição, o presidente disse que se respaldou em quatro pilares: “ter coragem, paciência, ter palavra e ser leal”. Marcelo Nilo disse também que, nos últimos quatro anos, os deputados conseguiram assumir integralmente suas prerrogativas, deveres e responsabilidades.

Como prioridade para o período que se inicia, ele destaca a votação de projetos de autoria dos próprios deputados, o início do projeto Assembleia Itinerante e a ida da TV Assembleia para a tevê aberta.
Fonte: Tribuna da Bahia

Reeleito, Marcelo Nilo promete Conselho de Ética

Aguirre Peixoto l A TARDE
Eleito presidente da Assembleia Legislativa da Bahia pela terceira vez, com 61 votos dos 63 deputados, Marcelo Nilo (PDT) prometeu criar na Casa um Conselho de Ética para punir desvios de conduta dos parlamentares. A votação, secreta, só contabilizou dois votos contrários a Nilo.

O presidente afirmou ainda, em seu discurso, que haverá uma reformulação do site do Legislativo baiano (www.al.ba.gov.br) e garantiu a concretização de um canal aberto de televisão para veicular a TV Assembleia.

Apesar de ter enfrentado resistência de parte da bancada de deputados do PT, Nilo conseguiu unificar o apoio dos parlamentares para sagrar-se candidato único e elegeu-se tranquilamente presidente pelo terceiro biênio consecutivo.

A única surpresa na eleição para os outros cargos da Mesa foi a retirada da candidatura de Yulo Oiticica (PT) à primeira secretaria em favor do também petista J. Carlos. Um dia antes da eleição, a bancada indicou para o cargo o nome de Yulo.

Em seu discurso, Marcelo Nilo elogiou diversas vezes o governador Jaques Wagner (PT) e fez um balanço da legislatura passada. Citou vários projetos aprovados na Casa (Lei de Organização do Judiciário, novo Código do Meio Ambiente, lei vedando nepotismo até o terceiro grau no serviço público), mas deixou de dizer que pouquíssimos foram de autoria dos próprios parlamentares. Dos três citados, somente a vedação do nepotismo teve origem no próprio Legislativo.

Por isso mesmo, uma das suas propostas para esse terceiro mandato é intensificar a votação de projetos de autoria dos parlamentares. Além disso, Marcelo Nilo se afirmou comprometido com a questão ética. “Considero indispensável a implantação de um Conselho de Ética, instância de análise de eventuais desvios de condutas, que é uma imposição da modernidade e da maturidade de nossas instituições”, afirmou.

Com a sessão desta quarta, a Casa retorna ao seu recesso e retoma os trabalhos no dia 15. Até lá já devem estar definidos os comandos das principais comissões temáticas da Assembleia. A tendência é que a principal delas, a Comissão de Constituição e Justiça, fique sob o comando do PT, mas ainda não há nome definido para o cargo.

Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A TARDE desta quinta-feira

Ministro Luiz Fux é indicado para o Supremo Tribunal Federal

Por http://antonioribeironoticias.blogspot.com 02/02/2011 às 15:10


Doutor em Direito Processual Civil, Fux chegou ao STJ em novembro de 2001, indicado pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. No Tribunal, já presidiu a Primeira Seção e a Primeira Turma, ambas especializadas em Direito Público, e foi membro do Conselho Superior da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam)




(Postado pelo doutor Data Venia)

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luiz Fux é indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Fux vai assumir a vaga deixada pela aposentadoria do ministro Eros Grau. É a primeira indicação da presidenta Dilma Rousseff para tribunais superiores. A indicação está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (2).

Doutor em Direito Processual Civil, Fux chegou ao STJ em novembro de 2001, indicado pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso. No Tribunal, já presidiu a Primeira Seção e a Primeira Turma, ambas especializadas em Direito Público, e foi membro do Conselho Superior da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Atualmente, compõe a Corte Especial, a Primeira Seção e a Primeira Turma, além de ser membro do Conselho de Administração, da Comissão de Jurisprudência do STJ e do Conselho da Justiça Federal (CJF).

Desde 1983, atua como magistrado, após aprovação em primeiro lugar no concurso público para juiz de Direito do Rio de Janeiro. Na magistratura estadual, foi juiz eleitoral, juiz do extinto Tribunal de Alçada e corregedor dos juizados especiais cíveis.

Antes, fora promotor de Justiça, também com aprovação em primeiro lugar no concurso de 1979. É autor de mais de 20 livros e professor de processo civil, área em que conquistou um prêmio Jabuti na categoria Direito, em 2007.

Celeridade

Em 2009, o gabinete do ministro Luiz Fux fechou o ano com apenas dois processos da Meta 2 pendentes. No ano passado, recebeu 5.961 processos e julgou 10.985 casos. Fux também presidiu a comissão responsável pelo anteprojeto do novo Código de Processo Civil (CPC), já aprovado pelo Senado Federal.

Para o ministro, as mudanças que o novo CPC traz vão garantir mais transparência e celeridade à Justiça. ?Nos processos comuns, pela eliminação de recursos e formalidades, o tempo de tramitação vai ser diminuído em aproximadamente 50%?, projeta. Nas causas de massa, Fux calcula que o novo código permitirá a redução de até 70% no tempo de duração do processo.

De acordo com o ministro, as possibilidades de recursos serão reduzidas sem afetar o amplo direito de defesa. ?O que vai haver é a supressão de alguns recursos que se revelavam absolutamente inúteis, apenas prolongavam os processos desnecessariamente?, explica. ?Se antes a parte podia, a cada passo do juiz, impugnar uma decisão desfavorável em relação a uma questão formal, agora ela o fará com um único recurso ao final do processo?, completa.

Adepto das soluções coletivas, Fux submeteu mais de 130 recursos ao regime de julgamento de causas repetitivas. O ministro considera ?uma violação ao princípio da segurança jurídica e ao princípio da isonomia prometidos pela Constituição? a possibilidade de juízes proferirem sentenças contrárias ao entendimento de tribunais superiores.

?Nós temos um milhão de ações de poupadores de caderneta de poupança?, exemplificou, ?o que representará no futuro um milhão de recursos, e não há país no mundo que possa se desincumbir de um milhão de recursos em prazo razoável, nem que seja um país totalmente habitado só por magistrados.?

O ministro também foi um dos pioneiros na adoção do processo eletrônico. Em 2006, foi criado, a seu pedido, o ?módulo Paperless? do Sistema de Gabinetes, que permitia a tramitação interna de documentos sem necessidade de impressão. Na época, Fux afirmava que a tecnologia, bem aplicada, é um forte instrumento a favor do Judiciário no que diz respeito à celeridade na prestação jurisdicional.

Em 2009, sobre o tema, celebrava: ?Nesse contexto, surge o processo eletrônico, um instrumento de expressiva agilização da prestação judicial. Só para os senhores terem uma ideia, os processos chegavam ao STJ, fisicamente, em sete meses. Hoje, com a maioria dos estados integrada ao sistema de digitalização, esses processos demoram menos de sete minutos para chegar?.

Jurisprudência constitucional

Apesar de a competência do STJ ser eminentemente de ordem infraconstitucional, são vários os julgados do ministro Fux que indicam seu posicionamento em temas constitucionais. No Recurso Especial n. 575.280, julgado em 2004, o ministro afirmava: ?Uma Constituição Federal é fruto da vontade política nacional, erigida mediante consulta das expectativas e das possibilidades do que se vai consagrar, por isso que cogentes e eficazes suas promessas, sob pena de restarem vãs e frias enquanto letras mortas no papel.?

?Ressoa inconcebível que direitos consagrados em normas menores como circulares, portarias, medidas provisórias, leis ordinárias tenham eficácia imediata e os direitos consagrados constitucionalmente, inspirados nos mais altos valores éticos e morais da nação, sejam relegados a segundo plano. Prometendo o Estado o direito à creche, cumpre adimpli-lo, porquanto a vontade política e constitucional, para utilizarmos a expressão de Konrad Hesse, foi no sentido da erradicação da miséria intelectual que assola o país?, concluiu o ministro. A decisão garantia direito de criança menor de 6 anos a frequentar creches municipais.

Fux também já se manifestou no sentido da imprescritibilidade da ação para reparação de danos em consequência de perseguições políticas durante o regime militar. Para o ministro, a proteção à dignidade da pessoa humana é fundamento da República Federativa do Brasil e existe enquanto esta existir. Por isso, não é possível falar em prescrição de ação que visa implementar um dos pilares do Estado, principalmente porque a Constituição não estipulou qualquer prazo de prescrição relativamente ao direito inalienável à dignidade. O recurso discutia o cabimento de indenização por danos morais a ex-vereador preso pela antiga Dops (Delegacia de Ordem Política e Social).

A mesma solução foi aplicada em um caso de torturado por suposta participação na Guerrilha do Araguaia. ?Forçoso convir que a tortura é o mais expressivo atentado à dignidade da pessoa humana, valor erigido como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil?, asseverou. ?Deflui da Constituição Federal que a dignidade da pessoa humana é premissa inarredável de qualquer sistema de direito que afirme a existência, no seu corpo de normas, dos denominados direitos fundamentais e os efetive em nome da promessa da inafastabilidade da jurisdição, marcando a relação umbilical entre os direitos humanos e o direito processual?, completou.

Mas um de seus julgamentos mais marcantes é o de um homem que ficou preso por mais de 14 anos sem qualquer acusação formal. O cidadão foi conduzido ao presídio sem nem mesmo inquérito, e foi esquecido no presídio. Ele tinha 11 filhos e nessa passagem pelo presídio foi vítima de uma rebelião de presos, perdeu as duas vistas, ficou tuberculoso e foi abandonado pela família.

?Esse homem, sem ter cometido qualquer ilícito ? não havia um papel, um documento sobre qualquer atividade ilícita por ele praticada ? recebeu a maior indenização que nós já contemplamos a título de danos morais na Seção de Direito Público?, afirmou o ministro. ?Esse homem assistiu a sua própria missa de sétimo dia ? esse homem morreu em vida?, concluiu.

Fux também conduziu a decisão do STJ que afastou a necessidade de suspensão dos recursos especiais em casos com temas constitucionais submetidos ao regime de repercussão geral pelo STF. ?A competência constitucional atribuída ao Supremo para, em recurso extraordinário, julgar as causas que versem sobre matéria de índole constitucional e, ao STJ, para uniformizar a interpretação em torno do direito federal, não autoriza o entendimento de que seja relevante o referido sobrestamento?, sustentou o ministro. Essa decisão permitiu que o STJ continuasse a julgar recurso repetitivo referente ao prazo para restituição de valores de tributos pagos indevidamente, estabelecendo as regras de incidência da tese dos ?cinco mais cinco?.

Perfil

O ministro Luiz Fux é conhecido por suas atividades ?extrajudiciais?. Avô de um menino, nas raras horas vagas, pratica jiu-jitsu, esporte em que alcançou a faixa preta, toca guitarra e pratica exercícios. Ele diz que a filosofia do jiu-jitsu lhe deu um perfil de pessoa aguerrida, que luta pelos seus objetivos e ideais ?O jiu-jitsu tem uma filosofia de coragem que é muito importante para a vida em geral?, afirma.

Na juventude, costumava surfar nas praias da Zona Sul carioca e tocar música com os amigos. Ainda hoje, Fux costuma dedilhar sua guitarra Fender e cantar em festas de amigos e confraternizações do trabalho.

Sua rotina se divide entre o trinômio trabalho-estudo-exercícios e revela uma preocupação com a saúde mental e corporal. Em Brasília, o ministro acorda, diariamente, às 5h e trabalha até às 9h. A partir daí, faz uma hora de corrida e, em seguida, realiza uma série de exercícios nos aparelhos de musculação que ficam na varanda de sua casa. O resto do dia é dedicado ao trabalho no Tribunal, que toma a maior parte do seu tempo. ?O volume de trabalho no STJ é impressionante?, afirma. Fux costuma dormir cedo.

O ministro considera discriminação o espanto que algumas pessoas revelam quando se deparam com o lado humano das autoridades públicas. ?Para ter uma reputação ilibada não é necessário deixar de viver como ser humano comum. Dentro da licitude, um juiz pode fazer tudo o que qualquer ser humano faz?, diz. Por outro lado, Fux argumenta que o preconceito também é causado, em parte, pelas próprias autoridades, que se afastam dos cidadãos. ?Esse afastamento gera a percepção de que, por serem tão distanciadas, as autoridades não são homens do povo?.

Para ele, em razão do intenso volume de trabalho no STJ, os ministros e funcionários do Tribunal quase não têm espaço para aprimorar seus estudos e cuidar de sua saúde. Fux defende uma inversão dessa lógica. ?Estudo e trabalho representam apenas uma partícula da nossa vida, que é composta de outras atividades, emoções e momentos para serem vividos?, diz. ?O trabalho obsessivo desumaniza a pessoa, que esquece da própria vida, de dar atenção e carinho à família. É preciso lembrar que a saúde é reflexo do nosso estado de espírito?.

Fonte: STJ Assessoria de Inprens

Judiciário quer agir como órgão da Fazenda

“Não se pode impedir o exercício de um direito por meio da imposição de cobrança de custas ilegais ou pela implantação de uma política para a cobrança de custas que visem que o Judiciário arrecade mais e trabalhe menos”

Édison Freitas de Siqueira*

A Constituição Federal garante a todos acesso ao Poder Judiciário por meio do devido processo legal. Estabelece também estrutura, organização, competência e forma de funcionamento do Poder Judiciário, outorgando ao Poder Executivo, representado pela União, Estados e Municípios, o dever/direito de instituir e arrecadar impostos necessários para pagar os salários dos juízes, desembargadores, ministros, promotores e demais funcionários públicos. Entretanto, desrespeitando esta diretriz, o Judiciário foge de sua atribuição e age como um órgão da Fazenda Federal, exigindo valores absurdos de custas e emolumentos dos cidadãos e empresas brasileiras que necessitam demandar em juízo.

Esta prática comprova o desvio do dinheiro dos impostos, os quais são pagos exatamente para custear a estrutura e o funcionamento do Estado. Por essa razão, não é justo cobrar custas e emolumentos exatamente para cobrir o valor dos impostos, que não são repassados ao Judiciário para que ele cumpra sua função constitucional.

O pior é que os tribunais estaduais e a Justiça Federal, comprovando a falta de critério que justifique a cobrança das custas judiciais, adotem diferentes critérios para a fixação do valor das mesmas, provocando distorções absurdas. Por exemplo: para ajuizar-se, perante a Justiça Federal, uma ação revisional de empréstimo da casa própria no valor de R$ 1 milhão, as custas exigidas correspondem a R$ 1 mil. Se ajuizada no Fórum Cível de SP ou RJ, as custas de distribuição e apelação serão de aproximadamente R$ 30 mil, 30 vezes maior. No Rio Grande do Sul ou Santa Catarina, em torno de R$ 10 mil e assim diferentemente em cada estado. Essa circunstância “torna a Justiça um verdadeiro feirão”. Quem sofre ameaça ou lesão de direito, antes de ir à Justiça, terá de arranjar dinheiro para pagar custas em valores absurdos, além de incoerentes. O CNJ declara, inclusive, que se as custas forem bem elevadas, impedir-se-á a interposição de recursos a todas instâncias da Justiça, diminuindo o trabalho do judiciário. Querem uma Justiça rápida, seja ela ou não injusta!

O correto seria exigir do Executivo que os recursos por ele arrecadados dos contribuintes sejam adequadamente repassados ao Judiciário. Ao contrário disso, o presidente do CNJ, ministro Cezar Peluso, instituiu, por meio da Portaria 232, um grupo de trabalho “para elaborar estudos e apresentar propostas” para a criação de um regime único de custas para o Poder Judiciário, criando uma espécie de "impostão único". O argumento é de que o atual sistema de cobrança de custas pelos tribunais estaduais permite que as custas e emolumentos cobrados pelos tribunais sejam mais altos nos estados mais pobres e de menor renda per capita. Causas de menor valor custam relativamente mais do que as de valor elevado. O mais grave é que insistem em dizer que o baixo valor das custas dos recursos estimula os maus pagadores a usarem a Justiça para protelar pagamentos e que muitas pessoas que poderiam pagar o valor das custas utilizam – indevidamente - o benefício da justiça gratuita. O CNJ parte do pressuposto de que todos são “picaretas”, sem sequer assegurar-lhes o direito de provarem em contrário!

Se um juiz defere justiça gratuita é porque a lei assim determina e não porque é uma jogada como pensa o CNJ! Se um cidadão ou uma empresa interpõem um recurso é porque a lei assegura o duplo grau de jurisdição e o devido processo legal. Afinal, juízes não são deuses e suas decisões devem sim ser revistas. Ou se tem direito a recorrer ou se tem uma ditadura. Não se pode impedir o exercício de um direito por meio da imposição de cobrança de custas ilegais ou pela implantação de uma política para a cobrança de custas que visem que o Judiciário arrecade mais e trabalhe menos, até porque não cabe ao Judiciário arrecadar coisa alguma!

Admitindo isso, quem então irá julgar a cobrança indevida de custas e emolumentos se até o Judiciário só pensa em cobrar impostos?

* Advogado, é presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuinte. www.edisonsiqueira.com.br
Fonte: Congressoemfoco

Investigar antes de nomear

Carlos Chagas

É conhecida a história dos três operários que quebravam pedras e foram indagados sobre o que faziam. O primeiro foi racional: “estou quebrando pedras”. O segundo respondeu que “ganhava o pão com o suor do seu rosto”. Já o terceiro sublimou: “estou construindo uma catedral”.

PMDB e PT deveriam pensar a respeito, nessa virulenta disputa por cargos no segundo escalão do governo. A maioria de seus integrantes responderá estar cuidando de seus interesses políticos. Outros dirão que colaboram para o sucesso do respectivo partido. Só uns poucos dirão estar trabalhando para o desenvolvimento nacional.

Porque indicar dirigentes de empresas estatais não exprime necessariamente a voracidade de os líderes dos partidos dominarem setores capazes de manipular centenas de bilhões de reais. Certamente a maioria dos companheiros e dos peemedebistas pensa e age assim, mas por que não admitir que também trabalhem pelo crescimento de suas legendas? Ou, na terceira hipótese, que as indicações se fazem tendo em vista o melhor para o país, ou seja, pretendem ver nomeados competentes diretores em condições de realizar excelente desempenho nos diversos setores.

O problema está na raridade com que se encontram construtores de catedrais. Quase não existem. Os contendores visualizam, mesmo, vantagens pessoais e de grupos. A aplicação de tantos bilhões em obras públicas e serviços favorecerá não só as felizes empreiteiras mas, com certeza, também seus padrinhos. É isso que a presidente Dilma Rousseff deveria investigar, antes de nomear. Caso contrário, verá erigidas modestas capelinhas em vez de uma catedral…

BATTISTI FICA

Com o anúncio de que Luiz Fux está sendo indicado por Dilma Rousseff como o décimo-primeiro ministro do Supremo Tribunal Federal, somarão sete os ministros designados desde que o Lula assumiu o poder. Os quatro restantes deveram suas indicações a José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique.

Sobram poucas dúvidas de que, mesmo com todo o respeito à independência do Judiciário, a maioria de sete garantirá a decisão do ex-presidente pela permanência de Césare Battisti no Brasil. Isso caso a mais alta corte nacional de justiça reabra a questão, pois há quem interprete como definitiva e insusceptível de revisão a negativa do Lula em conceder a extradição do italiano.

Vivemos uma democracia plena, cada ministro deverá julgar de acordo com sua consciência e seus notáveis conhecimentos jurídicos. Não devem nada a ninguém, sequer a quem os indicou. Na teoria, é claro, porque na prática sempre haverá a prevalência da natureza das coisas. Tudo leva a supor que Battisti ficará entre nós.

QUEM GANHOU�

Alguns exagerados andam tecendo loas e entoando exclusivos evoés e alvíssaras a Dilma Rousseff, por conta da eleição de Marco Maia e José Sarney para as presidências da Câmara e do Senado. Parece evidente a satisfação da presidente da República, que apoiou os dois parlamentares, mas é bom saber que as vitórias deveram-se também a outros fatores.

Sarney teria sido escolhido ainda que José Serra, Marina Silva ou Plínio da Arruda Sampaio estivessem no palácio do Planalto. A permanência do ex-presidente por mais um biênio deve-se ao esquema por ele montado para atender à maioria dos senadores, até mesmo acima e além da bancada do PMDB.

Quanto à eleição de Marco Maia, talvez signifique um grito de auto-afirmação do PT diante do governo, que no começo até preferia Candido Vaccareza. O partido não gostaria de ver repetidos os oito anos do Lula, quando até para fazer pipi precisava pedir licença ao então presidente.�

ESPECULAÇÕES�

Especular não é proibido, ainda que as especulações corram por conta e risco de quem as faz. Assentado formalmente o quadro político-partidário, apesar das tertúlias pelas nomeações no segundo escalão do governo, prevalece aquele velho provérbio árabe, de que bebe água limpa quem chega primeiro na fonte.

A sucessão de 2014 ainda não começou, é claro, mas alguns parâmetros podem ser definidos.�
Dilma Rousseff, caso seu governo dê certo, será candidata natural a mais um mandato, tendo em vista de que desde a aprovação da reeleição, os dois presidentes venceram as disputas. Fernando Henrique e o Lula conseguiram, por que a atual chefe do governo não conseguiria, dispondo da máquina pública e, coisa ainda a conferir, as necessárias doses de popularidade?�

Sempre haverá a hipótese de o ex-presidente Lula não se conter, ou se as pesquisas indicarem que apenas ele poderia manter os companheiros no poder. E um novo naipe acaba de ser incluído no baralho: o PMDB, de tantos e tão constrangedores recuos, dessa vez não poderá omitir-se, se pretende manter-se como o maior partido do país. Já começou a cair, perdendo a condição de bancada mais numerosa na Câmara. Sem candidato próprio, caminhará para as profundezas, apesar do desconforto de precisar enfrentar Dilma ou Lula.

Quem seria o candidato? Michel Temer surge na frente como chefe do partido e vice-presidente da República, mas outras opções existirão. O governador Sérgio Cabral, se São Pedro não atrapalhar e se as UPPs continuarem aprovando. Nelson Jobim, Edison Lobão, Moreira Franco, Roseana Sarney, Roberto Requião? É cedo, mas impossível não parece a seleção de um deles.

Eduardo Campos, reeleito governador de Pernambuco, constitui hipótese factível no Partido Socialista, se continuar a crescer, este, e afirmar-se como administrador competente, aquele. E do outro lado? A confusão é grande, no ninho, mas nomes não faltam. Se o Lula perdeu três vezes e só ganhou na quarta e na quinta, por que não se daria outra chance a José Serra, que só perdeu duas? Claro que ofuscando essa hipótese estão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador de Minas, Aécio Neves. Penas mineiras e paulistas já esvoaçam por aí, além de bicos em alerta, entre os tucanos. É bom parar por aqui, demonstrando-se apenas que material para especulação não falta…
Fonte: Tribuna da Imprensa

Nova ação no juizado tem julgamento em 2012

Ana Magalhães
do Agora

Quem entra hoje com uma ação no JEF (Juizado Especial Federal) de São Paulo precisa esperar cerca de um ano e sete meses para ter o julgamento ou a decisão final. Os julgamentos estão sendo marcados somente para setembro de 2012, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.

Existem, atualmente, 140.107 processos em tramitação no juizado, dos quais 87.776 (63% do total) são previdenciários.

Para a advogada previdenciária Marta Gueller, do escritório Gueller, Portanova e Vidutto Sociedade de Advogados, um ano e meio para a resolução de uma ação previdenciária "é muito tempo". "O problema é que os benefícios previdenciários têm natureza alimentar, ou seja, são destinados ao sustento", analisa. Segundo ela, quando o juizado foi criado, em 2002, os julgamentos ocorriam em poucos meses. "Eram julgamentos relâmpagos", lembra.

* Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta

Governo aumenta crédito para a casa própria

Marcelle Souza e Luciana Lazarini
do Agora

Mais mutuários poderão financiar imóveis novos e usados. O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), órgão que cuida dos gastos do fundo, aprovou ontem o aumento do preço do imóvel que poderá ser financiado pelo Minha Casa, Minha Vida, programa federal que dá crédito com juros menores para quem tem renda familiar de até R$ 4.900. Além disso, quem ganha até R$ 2.790 tem subsídio.

Com a nova regra, o valor máximo do imóvel para moradores das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil. Outras cidades também tiveram o limite ampliado.

O novo valor também será aplicado nos financiamentos do programa Carta de Crédito FGTS, que, ao contrário do Minha Casa, não dá subsídios ao mutuário --mas tem os menores juros praticados pelo mercado.

* Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta

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