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segunda-feira, maio 13, 2024

Padre e pastor travam uma guerra nada santa pelos votos de Socorro

 em 13 maio, 2024 8:23

Adibertode Souza

Antes mesmo do início da campanha eleitoral católicos e evangélicos já travam uma guerra nada santa em Nossa Senhora do Socorro, município da Grande Aracaju. De um lado da batalha está o pastor Samuel Carvalho (Cidadania) e no outro flanco o padre Inaldo da Silva (PP). O primeiro deseja se eleger prefeito dos socorrenses, enquanto o reverendo se esforça para ser substituído na Prefeitura pela deputada estadual Carminha Paiva (Republicanos), também conhecida como a “mulher do padre”, apelido que a fidalga refuta. O pré-candidato cidadanista procura ser simpático aos irmãos evangélicos, que representam cerca de 40% da população, porém terá que convencer os pastores, tratados a pão de ló pelo padre. Para se ter uma ideia, no primeiro mandato de prefeito, Inaldo conseguiu aprovar na Câmara Municipal um projeto isentando as igrejas evangélicas de pagaram IPTU até dos imóveis alugados por elas. Quem vai ganhar essa guerra só o tempo dirá, mas é certo que tanto o pastor quanto o padre moverão paus e pedras para conquistar a maioria dos eleitores católicos, evangélicos e até mesmo os ateus. Jesus seja louvado!

Canteiro de obras

A empresa responsável pela instalação do canteiro de obra da Ponte Penedo/Neópolis inicia os trabalhos nessa terça-feira. Ressalte-se que os postos de trabalho a serem gerados pela obra serão ocupados, em sua grande maioria, por alagoanos. A instalação do canteiro de obras contará com as presenças dos prefeitos de Penedo e Neópolis, respectivamente, Ronaldo Lopes e Célio de Zequinha, além do superintendente do DNIT no vizinho estado, André Paes Cerqueira. Inicialmente, serão gerados cerca de 180 empregos diretos. Ah, bom!

A volta do caos

O jornalista Gilvan Manoel publicou no Jornal do Dia, edição do último final de semana, um duro artigo no qual afirma que a pré-candidata a prefeita de Aracaju, vereadora Emília Corrêa (PL), pretende trazer de volta o caos deixado na capital sergipana por João Alves Filho. O articulista diz que “ao invés de denunciar o descalabro que viveu a Prefeitura naqueles anos, fazia discursos defendendo o caos e o atraso no pagamento dos servidores públicos”. Segundo Gilvan, a vereadora “hoje tenta se apresentar como a solução para a suposta crise que enxerga viver a cidade, aliada aos irmãos Amorim, o que há de pior na política sergipana”. Até o momento, Emília não se manifestou sobre as críticas. Crendeuspai!

Um mês no exterior

O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), já passou quase um mês fora do Brasil. No último sábado, o pessedista transmitiu o governo ao vice Zezinho Sobral (PSB) e viajou em missão oficial para Amsterdã, Roterdã, Bruxelas e Berlim. Mitidieri e os demais governadores do Nordeste participam, até o próximo dia 18, de um evento que tratará sobre energias renováveis, neoindustrialização e emergências climáticas e desertificação do bioma da Caatinga. Quando encerrar esta viagem, Mitidieri terá passado 29 dias fora do Brasil, em cerca de 16 meses de gestão. Marminino!

Avionaram à Europa

A comitiva sergipana que viajou à Europa visando participar da Missão Internacional do Consórcio Nordeste é composta pelo governador Fábio Mitidieri, pelo senador Alessandro Vieira (MDB), pelos secretários do Planejamento e Orçamento, Júlio Filgueira, da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, da Comunicação, Cleon Nascimento, do secretário especial do gabinete do governador, Tiago Andrade, e do diretor de relações internacionais da Desenvolve-SE, Ademário Alves. Até o próximo dia 18, a caravana de Sergipe terá visitado Amsterdã, Roterdã, Bruxelas e Berlim. Então, tá!

Viva o Hip Hop

E a vereadora Sônia Meire (Psol) não esconde a alegria pela aprovação de seu Projeto de Lei declarando o Hip Hop como patrimônio cultural de natureza imaterial de Aracaju. De acordo com a propositura, a municipalidade deve promover ações de divulgação, formação, rodas de conversa, capacitação e realização de debates ligados às modalidades artísticas características dessa cultura que valoriza a música, a dança e o grafite. O Projeto também prevê que as escolas, as unidades do sistema SUAS e a Funcaju realizem, durante a Semana Municipal do Hip-Hop, atividades culturais, oficinas, debates e aulas temáticas. Maravilha!

Foi às compras

O Grupo Energisa comprou por R$ 18 milhões a empresa Infra Gás, que tem sólida presença no Sul do Brasil. O negócio ainda deve passar pela análise dos órgãos reguladores do setor, além do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Com a aquisição, a Energisa se torna também sócia da Norgás, empresa que tinha a Infra Gás em seu quadro societário. Neste caso, o novo portfólio da companhia fica acrescido com as seguintes as distribuidoras de gás de Sergipe (41,50%), Alagoas (29,44%), Ceará (41,50%), Pernambuco (41,50%) e Rio Grande do Norte (83%). Misericórdia!

Receita comprometida

Sergipe está entre os 26 estados brasileiros onde os salários dos servidores e os juros da dívida são responsáveis por mais da metade dos gastos do governo. Pelo menos é o que revela o portal de notícias Poder 360º, com base em um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “O relatório da entidade mostra que há um risco de ‘insustentabilidade fiscal’ dos estados”, pois as despesas crescem de forma mais intensa que a arrecadação, informa a reportagem. Segundo a Firjan, a rigidez orçamentária torna os orçamentos estaduais “vulneráveis” diante da queda das receitas. Danôsse!

Upa, upa cavalinho

Os deputados estadual Chico do Correio (PT) e federal Katarina Feitoza (PSD) tiraram o dia de ontem para prestigiar, respectivamente, as Cavalgadas do Grupo das Patroas, e dos Amigos. A primeira festa aconteceu no povoado Angico, em Nossa Senhora da Glória e foi organizada exclusivamente pelas mulheres do lugar. Já o evento prestigiado por Katarina ocorreu na chácara do vereador Aderaldo do Povão, em Poço Redondo, e foi encerrada com um animado forrobodó. Aff Maria!

Na África do Sul

E quem deu com os costados na África do Sul foi o deputado federal João Daniel (PT). O distinto foi a Joanesburgo participar da primeira Conferência Global Anti-Apartheid sobre a Palestina, encerrada ontem. Segundo o petista, o evento serviu como uma plataforma para expressar solidariedade global ao povo palestino e “condenar as práticas de apartheid, genocídio e crimes de guerra cometidas por Israel em território palestino”. Também discutiu estratégias para isolar o Estado israelense, incluindo a campanha de boicote, desinvestimento e sanções. Home vôte!

Meninas de ouro

Treinado em Aracaju, o conjunto brasileiro de ginástica rítmica arrematou o primeiro ouro da temporada e mais uma prata – primeira fora obtida no último sábado – na etapa da Copa do Mundo, em Portimão, Portugal. Ontem, o time nacional venceu a série mista ao somar 32,550 pontos e conquistou o sonhado ouro. As Leoas (apelido da equipe brasileira) com vaga assegurada nos Jogos de Paris, fizeram uma apresentação arrebatadora, usando fitas e bolas na coreografia. “Fico orgulhosa de ver nosso trabalhado sendo coroado a cada competição”, comemorou a treinadora Camila Ferezin. Supimpa!

INFONET

Janja queria que resgate de Caramelo fosse feito em helicóptero da FAB, diz veterinário


Veterinário diz que Janja queria que resgate de Caramelo esperasse sua chegada | Folha Destra

Bruno Neves, ao lado de Caramelo, faz relato do salvamento

Thamirys Andrade
Plenonews

Ao lado do humorista Nego Di, o veterinário Bruno Neves, especialista em equinos da Ulbra (Universidade Luterana), que participou do resgate do cavalo mais querido do Brasil, Caramelo, disse que o Corpo de Bombeiros foi o responsável pelo salvamento.

De acordo com ele, a primeira-dama, Janja da Silva, queria que os voluntários aguardassem a chegada do helicóptero da FAB, enviado por ela para salvar Caramelo. Eles, contudo, optaram por não esperar, visto que o equino já estava ilhado há quatro dias sobre um telhado no bairro de Canoas, no Rio Grande do Sul.

NO HOSPITAL – Nego Di e Bruno gravaram o vídeo em questão ao lado de Caramelo, diretamente do Hospital Veterinário da Ulbra. No conteúdo, o humorista explica que o veterinário foi o responsável por anestesiar o animal e pede que ele dê detalhes sobre o salvamento.

Bruno explica que quem salvou o cavalo foi a equipe do capitão Franco, do Corpo de Bombeiros, junto dele. Ele ainda negou a participação do Exército e contou que, após o salvamento, figuras relacionadas ao governo quiseram capitalizar politicamente sobre o ocorrido.

– Tinha um pessoal lá que quando a gente chegou, eles queriam que a gente não chegasse perto do cavalo, porque a primeira-dama tinha mandado um helicóptero pra salvar. Tipo assim, deixa ele sofrer mais um pouquinho, pra ser a primeira-dama, não faz assim, mais meia horinha, já aguentou cinco dias. E aí como deu tudo certo, eles disseram que nós fomos mandados por eles, mas isso não é verdade – declarou Bruno.

Segundo Nego Di, Caramelo permanecerá no Rio Grande do Sul, e a Ulbra (Universidade Luterana) será responsável pelos cuidados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Reclamam muito de fake News, mas esta matéria enviada por José Guilherme Schossland é verdadeira, com entrevista de Bruno Neves, o veterinário especialista em equinos que sedou o animal,  para que pudesse ser colocado no bote inflável. Seria fake news Lula dizer que não dormiu a noite inteira, pensando no cavalo, euquanto tantos gaúchos perdiam tudo, alguns a própria vida? Dona Janja disse que chorou ao saber que o cavalo tinha sido resgatado, mas não chorou por causa do povo. Como se vê, dona Janja parece não entender bem o que seria “ressignificar” o papel de primeira-dama. E isso é lamentável(C.N.)

Lula perdeu o encanto e as armas, é apenas uma sombra do passado

Publicado em 12 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

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Lula quer ver o futuro repetir o passado, como dizia Cazuza

Daniel Pereira
Veja

Em seus dois primeiros mandatos na Presidência da República, Lula consolidou a fama de animal político, encantador de serpentes e até de “teflon”, já que sobreviveu aos escândalos que atingiram o seu governo, como o mensalão. Seu prestígio só foi abalado anos depois com a Lava-Jato, que descobriu o esquema do petrolão e o condenou à prisão.

Mesmo assim, numa demonstração de força, o petista recuperou a liberdade, os direitos políticos e venceu Jair Bolsonaro na eleição de 2022. Um feito e tanto, uma redenção inegável, mas o fato é que Lula já não encanta como antigamente.

FRACASSO TOTAL – Uma prova disso foi o ato organizado por governo e centrais sindicais no feriado do Dia do Trabalhador. Até petistas reconhecem que foi um fiasco de público, devidamente explorado nas redes sociais pelos bolsonaristas.

Como ocorre em ocasiões desse tipo, assessores do presidente correram para procurar culpados e isentar de responsabilidade o chefe, que tem perdido popularidade desde o ano passado. Eles alegam que não houve a mobilização necessária.

E não houve mesmo. Por um simples motivo: com o fim do imposto sindical, em decisão tomada no governo de Michel Temer, as centrais perderam uma fonte bilionária de recursos, que era usada para atrair os trabalhadores às festas de 1º de Maio com shows de artistas populares, distribuição de brindes e sorteios de carros e até de imóveis. A adesão popular se dava por isso, e não por devoção a Lula. Nada como um choque de realidade.

CANETA ESVAZIADA – Lula perdeu outros instrumentos poderosos empregados para angariar apoios e debelar opositores. Em seus dois primeiros mandatos, os parlamentares, por exemplo, viviam de pires na mão pedindo a liberação de suas emendas, que não eram de execução obrigatória.

Era bem mais fácil para o presidente lidar com o Congresso. Bastava desembolsar verbas quando — e na quantidade — que quisesse.

Hoje, as emendas individuais e de bancada, que somam mais de 35 bilhões de reais, são de execução obrigatória. Deputados e senadores têm muito mais força e não precisam estar alinhados ao governo para inundar seus redutos eleitorais com recursos.

POLARIZAÇÃO – Além disso, a própria polarização dificultou a vida de Lula. Quando era chefe da Casa Civil de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) dizia que não conversaria com Lula porque temia ser seduzido por ele.

Hoje, Nogueira nem cogita uma conversa e é só críticas à administração petista. A prosa de Lula, que conquistou tantos tucanos no passado, já não tem tanto efeito num país em que os políticos apostam na radicalização e na interdição do debate.

O presidente também sabota a própria fama com uma série de tiros no pé. Lula vive numa bolha que aplaude tudo o que ele fala e faz, principalmente em solenidades oficiais e atos realizados para plateias adestradas. Nessas ocasiões, lida com a falsa impressão de que tudo corre bem e de que ele, Lula, continua infalível.

PAROU NO TEMPO – Segundo alguns de seus aliados, o petista parou no tempo e insiste em pregações ou ideológicas ou que não condizem com o que realmente interessa à maioria da população.

Lula pouco fala sobre segurança pública. Lula também acha que programas já consagrados bastam para satisfazer os eleitores.

Há uma desconexão com a realidade. Há um monte de demandas novas que não estão sendo atendidas. Há expectativas frustradas, mesmo em setores do eleitorado que, num passado não tão distante, eram entusiastas do petista. O animal político está perdendo o faro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente artigo, muito verdadeiro. O herdeiro político de Lula chama-se Fernando Haddad. Ao invés de prestigiá-lo e fortalecê-lo, para que tenha chances em 2026, Lula já o esvaziou e insiste em ser candidato à reeleição, quando estará com 81 anos, um “trapo”, como se dizia antigamente. E assim a direita voltará tranquilamente ao poder. Podem apostar. (C.N.)


Revolta contra Estado gestor causa justos protestos e alimenta ilusões

Publicado em 12 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

EIS O CAPITALISMO (PARTE 3) – revista o Viés (2009-2016)Bruno Boghossian
Folha

Outro dia, um deputado do Partido Novo foi ao plenário e disse que o Estado não fazia nada pelo Rio Grande do Sul. Para ele, os gaúchos deveriam ser deixados em paz para resolver o problema. Depois, citou uma frase falsamente atribuída a Thomas Jefferson, flertou com um slogan separatista e voltou para o gabinete.

O garoto-propaganda do anarcocapitalismo levou para a tribuna um papo que ganhou tração nas redes durante a tragédia. A despeito do enorme aparato oficial empregado na região, quem estaria socorrendo a população seriam só voluntários, empresários e influenciadores.

ERROS E ACERTOS – Em catástrofes dessa magnitude, uma máquina pública eficiente vira exemplo de heroísmo. É também nesses casos que se destacam os defeitos do aparelho estatal, a lentidão provocada pela burocracia excessiva e a incompetência de certos agentes. Tudo isso aparece na tragédia gaúcha, mas não conta toda a história.

O mutirão de gente disposta a entrar nas enchentes e enviar doações já se tornou um marco desse desastre, numa mobilização possivelmente inédita. Ainda assim, é impossível tratar como empreitada privada uma operação que envolve aeronaves militares, forças de segurança de outros estados e verbas bilionárias.

Parte da mensagem se espalha com base em falhas reais de uma máquina despreparada. Outra parte vem carregada por desinformação, propaganda e interesses políticos.

VOZ DA REVOLTA – O fato curioso é que essa turma não parece disposta a trabalhar por um Estado mais eficiente. Prefere alimentar uma revolta contra a própria noção de Estado —um sentimento que toma atalho na justa insatisfação com a burocracia estatal, a corrupção e a tributação.

A fantasia da gestão privada seria um sonho para poucos. Alguém desembolsaria bilhões para estradas, contenção de enchentes e enormes fazendas.

Poderia inventar um processo coletivo para escolher o traçado de rodovias e definir o que preservar antes de plantar. Talvez fosse o caso de designar um grupo de administradores, quem sabe por votação.


Lulistas e bolsonaristas têm fricotes com fake news nas enchentes do RS


Charges fake news

Charge do Duke ( O Tempo)


Carlos Newton

A política brasileira é surreal e repetitiva, chega a dar canseira. É preciso tem muita paciência para aguentar a mesmice. De uns anos para cá, começou essa gritaria contra fake news, com políticos e celebridades dando chiliques e tendo fricotes e fanicos quando seus nomes são mencionados de forma negativa. Parecia até existir novidade nessa prática, mas na verdade não havia nada de novo no front ocidental, porque os boatos existem desde a época em que surgiram as primeiras moradias coletivas dos homídeos.

É certo que o mundo adora uma fofoca, tanto assim que há jornalistas que se dedicam de corpo e alma a esse ramo da mídia, que consegue atrair um número enorme de leitores, a ponto de causar inveja às páginas de esporte e às notícias policiais.

ARMAS POLÍTICAS – Aqui na Tribuna da Internet passamos ao largo desse tipo de informação. Mas registramos nossa surpresa ao constatar que os boatos, fofocas e fuxicos – agora chamados de  fake news – passaram a ser usados mais frequentemente como armas políticas, o que sempre existiu, mas não com essa abrangência alcançada pelas redes sociais.

Alheio ao terraplanismo, o mundo gira, a população não para de crescer, hoje todo mundo tem celular e se comunica ao vivo com todo o Brasil e o mundo, então é óbvio que as fofocas, os fuxicos e os boatos teriam de ganhar maior dimensão, isso é natural e faz parte.

O que não é normal é a reação dos políticos contra as fake news, especialmente os que estão no poder, embora o assunto seja comum de dois, como se dizia antigamente.

ENCHENTE DE FAKE NEWS – Na cobertura das enchentes no Rio Grande do Sul, parte do noticiário passou a se dedicar a fake news, com lulistas e bolsonaristas se acusando reciprocamente, porque as pessoas, decididamente, não têm medo do ridículo.

Em meio a essa farsa, surgiu uma notícia verdadeira, interessantíssima, apurada pela repórter Márcia Dantas, ao revelar que estavam sendo multados os caminhões que levavam ajuda humanitária aos flagelados, porque não tinham nota fiscal ou excediam o peso, na ânsia de ajudar a quem perdeu tudo.

A excelente reportagem foi taxada de fake news, vejam a que ponto chegamos. Mas o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Rafael Vitale, admitiu o erro e anunciou que as multas seriam canceladas. Mesmo assim, continuou a haver críticas à jornalista.

FREIO DE ARRUMAÇÃO – Como se vê, é preciso dar um freio de arrumação e colocar ordem nesse rolo sobre fake news, que já transformou o ministro Alexandre de Moraes num censor vulgar, assessorado por uma comissão de policiais federais que ele mesmo criou para fazer o serviço ilegal.

Ao cair nessa cilada, Moraes não somente está sujo na rodinha, como também faz sucesso às avessas nos Estados Unidos, ao interpretar no Capitólio o papel de supremo censor da filial Brazil, só falta ganhar o Oscar de Coadjuvante.

Assim, é preciso que o ex-presidente Michel Temer, por ter inventado Moraes como homem público, pegue o ministro pelo braço e o faça cair na real. Ele precisa entender que, enquanto vivermos, haverá cada vez mais fake news, boatos, fofocas e fuxicos, porque todo mundo tem celular.

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P.S 1 
– Se você não aceita boatos, fofocas e fuxicos, procure os portais, sites e blogs mais responsáveis. Repare que é muito difícil haver fake news no jornalismo de verdade. que precisa ser prestigiado e reconhecido. É você que decide: pode ler o The Guardian ou os famosos tablóides londrinos. Isso é democracia.

P.S 2 – Tentar impedir as fake news e regulamentá-las é querer barrar o Sol com uma peneira. Se insistir nessa insânia, o ministro Alexandre de Moraes, que já não bate muito bem, vai enlouquecer de vez. Ele pensa (?) estar fazendo um belo serviço em defesa da democracia, mas pode acabar se transformando em Napoleão de hospício, dando ordem unida para outros internos. (C.N.)


Quem é o responsável? Eleitor geralmente culpa os políticos pelos desastres naturais

Publicado em 13 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Veja lista de cidades atingidas no Rio Grande do Sul pelas chuvas | Brasil  | Valor Econômico

A tendência é culpar os governantes, mas pode ocorrer o contrário

Marcus André Melo
Folha

Como o presidente e o governador serão afetados eleitoralmente pela calamidade no Rio Grande do Sul? Um exemplo ilustra a questão. O sucesso de Herbert Hoover, que liderou com grande visibilidade a resposta do governo federal à “enchente do século”, do rio Mississipi, levou-o a se tornar candidato nas eleições presidenciais americanas de 1928.

No entanto, nas áreas afetadas ele perdeu algo como 10% dos votos, segundo o estudo Disasters and elections.

EMOÇÕES NEGATIVAS – A literatura sobre eleições e desastres naturais (que discuti na coluna aqui) divide-se em duas explicações rivais. A primeira afirma que eles geram emoções negativas que levam a uma punição nas eleições. Este argumento (conhecido como “retrospecção cega”) foi desenvolvido em trabalho clássico sobre efeitos de ataques de tubarão.

Os eleitores punem governantes por eventos externos aleatórios, pelos quais eles não são responsáveis. Aconteceu com Hoover.

O argumento rival é que esta punição é racional, não emotiva. E nem sempre negativa. Os desastres criam para o eleitorado uma “janela de atenção” sobre os governantes, que em situações ordinárias não recebem escrutínio. Sob esta régua mais severa, e com mais atenção sobre o desempenho, a avaliação dos governantes tende a ser negativa.

E AS EXCEÇÕES? – Há, contudo, exceções. A “janela” revela o “tipo real” de governante. Quando a expectativa quanto ao seu desempenho é baixa e ele(a) surpreende, o desastre alavanca a popularidade. E vice-versa: quando é alta, a frustração cobrará o preço.

Mas o impacto das ações varia conforme sua natureza preventiva ou mitigadora. Utilizando uma base de dados cobrindo 3.141 condados e 26 programas federais de prevenção de catástrofes nos EUA, por 16 anos, Healy e Malhotra mostram que o eleitorado premia os presidentes pelas ações pós desastres, mas não por aquelas voltadas para a prevenção. Isto contrabalança o efeito negativo.

Cria-se perversamente incentivos, portanto, para ações mitigadoras mas não para preventivas. Embora a despesa pós evento seja estimada em até 15 vezes a da prevenção.

AMBOS PUNIDOS? – As ações de um governador serão julgadas comparativamente às do presidente, como mostraram Gasper e Reeves. Se este rejeita pedido de ajuda do primeiro, ele será punido e o governador premiado. Mas a tendência é que ambos sejam punidos.

Matheus Silva Cunha, em tese de doutorado em ciência política, sob minha orientação na UFPE, mostrou em estudo experimental que a transferência de responsabilidade após desastres naturais para outros atores também pode sair pela culatra.

As estratégias narrativas utilizadas pelos atores políticos importam, pois os eleitores punem políticos que adotam estratégias oportunistas de transferência de culpa.


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