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domingo, dezembro 10, 2023

Justiceiros do Rio: deputado cria projeto para legalizar ação de grupos paramilitares




Deputado estadual Anderson Moraes (PL)

Especialista critica a medida e diz que proposta é inconstitucional e fere o Código Penal

Por Fábio Munhoz

No Rio de Janeiro, o deputado estadual Anderson Moraes (PL) apresentou nesta semana um projeto de lei que visa legalizar a ação de grupos como dos “justiceiros de Copacabana”.

Nos últimos dias, moradores da região, localizada em área nobre da capital fluminense, têm organizado grupos para combater a criminalidade no bairro. A iniciativa veio depois da escalada da violência na região.

De acordo com o projeto, seria criado o programa Guardião da Segurança Pública, que reuniria os justiceiros. O programa, diz o texto, seria composto por “praticantes de artes marciais ou ex-agentes de segurança pública ou privada, com o objetivo de apoiar o policiamento dos órgãos de segurança pública do Estado, em áreas com altos índices de roubos e furtos”.

“Os guardiões deverão ser capacitados pelos órgãos de segurança pública e possuir equipamentos necessários para imobilização do criminoso e comunicação imediata às delegacias de polícia, assim como abster-se da ação em caso de iminente risco à integridade física e à vida deste ou da vítima, atuando na comunicação do delito”, acrescenta o texto.

Segundo o projeto, o quadro dos “Guardiões da Segurança” deverá ser composto por pessoas de “variadas classes sociais, cor e sexo, sempre primando por ações pautadas pelo respeito aos direitos humanos, não obstante o necessário uso proporcional da força, como prevê a legislação penal”.

Por fim, o texto prevê que os “órgãos de segurança pública poderão capacitar os guardiões nas respectivas academias de artes marciais, mantido rígido protocolo a ser aplicado de forma linear nestes ambientes” e que o estado fica “autorizado a patrocinar serviços advocatícios aos Guardiões, se necessário”.

Em sua justificativa, o deputado diz que a proposta surgiu “diante da grave situação social decorrente de roubos generalizados à população fluminense, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, praticados por criminosos, por vezes soltos pelo poder judiciário por diversas vezes”.

“O presente projeto de lei objetiva apoiar cidadãos, praticantes de artes marciais ou ex-agentes de segurança pública ou privada que desejarem ajudar na proteção de sua comunidade, estabelecendo parcerias, após a devida qualificação, para fortalecer a segurança pública, sem ‘abrir mão’ à necessária observância das normas penais e de direitos humanos vigentes”, justifica.

“Portanto, enquanto não se endurecem as Leis Penais e não se modificam as interpretações no Poder Judiciário, no sentido de que criminosos reincidentes não estejam livremente cometendo crimes contra os cidadãos, proponho a presente legislação aos meus pares, como medida complementar em nível estadual”, finaliza.

Especialista diz que projeto é inconstitucional

O advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos e segurança pública e presidente de honra do grupo Tortura Nunca Mais, critica a proposta e diz que o texto é inconstitucional.

Ele cita o inciso XVII do artigo 5º da Constituição Federal, que determina que “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”.

“[O projeto] Também contraria o Código Penal, que prevê como crime as atividades de milícias e grupos de extermínio. Uma lei estadual não pode contrariar legislação federal”, explica.

Segundo Castro Alves, “o poder público não pode patrocinar e apoiar atividades ilegais e inconstitucionais”. “Se fizer, os gestores públicos respondem por improbidade administrativa.”

“Esse tipo de proposta é oportunista e demagógica e visa criar polêmica para promover o parlamentar junto ao público de eleitores dele diante da grave crise de segurança pública”, comenta o especialista.

O advogado acrescenta que “a proposta pretende legalizar as milícias e instituir um verdadeiro ‘faroeste’, contribuindo ainda mais para a insegurança pública, já que as vítimas desses grupos provavelmente serão escolhidas pela cor, raça e classe social.”

A CNN entrou em contato com o gabinete do deputado para obter um posicionamento do parlamentar sobre a proposta, mas ainda não obteve retorno.

Tramitação

A proposta precisa ser aprovada pelas comissões de Constituição e Justiça; Segurança Pública e Assuntos de Polícia; e Orçamento, Finanças, Fiscalização Financeira e Controle.

Caso passe em todos esses colegiados, deverá ser submetida a votação em plenário. Sendo aprovada, vai para o governador Cláudio Castro (PL), que pode sancionar ou não o texto.

CNN

Copacabana: entre onda de criminalidade e ação de 'justiceiros




Assaltos em Copacabana

O famoso bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, se transformou nestes dias no centro das atenções do país devido a um aumento considerável da criminalidade e a criação de grupos de moradores "justiceiros", que mobilizaram as autoridades.

Alguns casos estamparam manchetes nos jornais: um turista que estava na cidade para o show de Taylor Swift foi assassinado a facadas na praia; outro homem ficou inconsciente após ser brutalmente atacado em um assalto, e uma jovem foi estuprada por um homem em situação de rua.

Como consequência, grupos de moradores se organizaram e saíram às ruas com tacos, socos-ingleses e outras armas em uma caçada a supostos delinquentes.

Vídeos virais mostram jovens vestidos com roupas pretas e os rostos cobertos patrulhando o bairro e agredindo violentamente quem eles acusavam de cometer crimes.

Em um país profundamente desigual, os "justiceiros" também foram acusados de racismo na hora de apontar "suspeitos".

- Divisão -

A situação expôs a polarização de um Brasil ainda dividido após as eleições do ano passado entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu com uma margem muito pequena e enfrenta acusações do campo conservador de ser brando com a criminalidade.

No Rio, contudo, a criminalidade não é uma novidade, tampouco as reações violentas como resposta.

Há cinco anos, o então presidente Michel Temer decretou uma intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, colocando as forças armadas no comando das polícias durante 10 meses, ao afirmar que o crime organizado tinha se tornado um "câncer" no estado.

Há décadas a cidade também é cenário frequente de violentos embates entre facções criminosas fortemente armadas e policias nas comunidades e periferias.

Também tem enfrentado o poder crescente das milícias, que inicialmente se formaram como grupos paramilitares de moradores para combater o crime e evoluíram para autênticas máfias organizadas.

Mas a última explosão de violência em Copacabana está afetando a identidade de um bairro conhecido por seu ambiente praiano e despojado, onde é comum ver moradores transitando com trajes de banho e sandálias de dedo.

"Copacabana está triste", disse o empresário Thiago Nogueira, de 42 anos. "Estou sentindo que está bem forte a violência. Está piorando muito", comentou à AFP.

As empresas locais também estão preocupadas com os impactos no turismo, especialmente com a chegada das festas de Fim de Ano.

O presidente da associação hoteleira HoteisRio defende punições mais severas para deter os criminosos reincidentes.

- 'O sistema está colapsado' -

Os roubos em Copacabana cresceram 25% este ano em comparação com o mesmo período do ano passado, e os furtos a pedestres subiram 56%, segundo o site de notícias G1, que cita dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ).

As autoridades anunciaram a mobilização de 1.000 policiais e um "cordão de segurança" durante a noite e nos fins de semana.

Também haverá aumento da visibilidade das patrulhas e do número de abordagens policiais para combater a violência. Ademais, as autoridades pedem aos moradores que deixem a segurança nas mãos da polícia.

Os "justiceiros" cometem "crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, são todos eles criminosos", disse Victor Santos, secretário de Segurança do estado do Rio, um cargo recriado no mês passado pelo governador Cláudio Castro para lidar com o aumento da criminalidade.

A insatisfação dos moradores se vê alimentada pela sensação de que o sistema de justiça não funciona.

Dois dos suspeitos pela morte do fã de Taylor Swift, de 25 anos, em 19 de novembro, tinham sido presos no dia anterior por roubar chocolate em um mercado, informou a imprensa local.

A eles foi concedida a liberdade condicional na audiência de custódia. No total, os três suspeitos detidos neste caso já foram abordados por policiais 108 vezes.

Além disso, o assaltante que deixou um homem inconsciente na calçada no dia 2 de dezembro é um "antigo conhecido das autoridades, com nove passagens pelo sistema", afirmou na quinta-feira a delegada que investiga o caso.

"O sistema está colapsado", escreveu o jornalista Octávio Guedes em uma coluna para o G1.

"Quando é fixado na mente da população a mensagem de que a polícia prende e a Justiça solta, abre-se a oportunidade de surgimento de outro tipo de barbaridade, que são esses grupos de justiceiros", acrescentou.

AFP / SWI

De Buenos Aires a Haia




Quando em 15 Estados da UE os partidos de “extrema-direita” têm mais de 20% do eleitorado, o alarme volta a soar na Holanda, com a vitória de Wilders, e nas Américas, com a do argentino Xavier Milei.

Por Jaime Nogueira Pinto (foto)

A eleição de Xavier Milei para Presidente da Argentina e a vitória do partido de Gert Wilders nas eleições parlamentares holandesas são sinais de que qualquer coisa de novo e profundo está a acontecer no mundo euro-americano.

A reviravolta na Europa e nas Américas começou com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos – fez agora sete anos – e prosseguiu com o triunfo de Bolsonaro; enquanto na Europa Central se mantinham e renovavam os governos nacionais-conservadores de Viktor Orbán, na Hungria, e dos polacos do Lei e Justiça. Depois veio a vitória de Giorgia Meloni, que começou a vida política, ainda adolescente, na Frente da Juventude do MSI e fez todo o trajecto do partido de Almirante até aos Fratelli d’Italia e à coligação de direita que agora governa a Itália (passando pela Alianza Nazionale, com Fini, e depois pela coligação com a Forza Italia de Berlusconi).

Hoje, em 15 Estados da União Europeia os partidos a que alguns media chamam de “extrema-direita”, dos Democratas Suecos ao Rassemblement National francês (“União Nacional” em português), têm mais de 20% do eleitorado. A Esquerda, as esquerdas, o Centro, os centros e até as “direitas moderadas” dizem-se alarmados com semelhante tendência, mas têm dificuldade em explicá-la nos termos tradicionais, isto é, recorrendo à tese da ligação “Fascismo-Grande Capital” ou detectando na ascensão da Direita, ou melhor, da extrema-direita, o dedo invisível do imperialismo. Infelizmente, o “Grande Capital”, o capital tentacular, globalista, financeiro, tende hoje a alinhar com emoção e carinho no mundialismo, no multiculturalismo, no wokismo – as agendas pós-neo-marxistas que sucederam às tradicionais, organizadas em torno de notórios benfeitores da Humanidade como Trotsky, Mao ou Lenine. Quanto ao imperialismo – americano, supõe-se –, tanto quanto se sabe está ao serviço da Administração Joe Biden-Kamala Harris, uma Administração eminentemente progressista quando não francamente wokista.

As causas das coisas

Mas, maniqueísmos e teorias da conspiração à parte, o que é que realmente há de comum em todas estas vitórias ou subidas da “extrema-direita” e seus caudilhos?

A primeira característica comum é que exprimem uma rejeição do que está, recusando a alternativa, muito particularmente nas bipolarizações em eleições presidenciais: em 2016, nos Estados Unidos, Trump era alternativa a Hillary Clinton, uma representante do establishment liberal chic da Costa Leste, de onde, de resto, vinha o próprio Trump, que, entretanto, aparecia como a voz dos descontentes do Sul profundo e do Nordeste desindustrializado, bem como de outros “deploráveis”.

O globalismo teve esse efeito: procurando espaços geopolíticos de mão de obra barata e com poucos direitos, contando com a cumplicidade dos políticos dos partidos tradicionais, já sem União Soviética nem China fechadas ao investimento, com a bênção do capital financeiro mais ou menos anónimo, as indústrias debandaram para as periferias baratas, graças também à total indiferença dos políticos norte-americanos e europeus em conter a debandada. E do mesmo modo que permitiram e até encorajaram a desindustrialização, permitiram e encorajaram a entrada de imigrantes oriundos de culturas dificilmente assimiláveis e que, por isso, foram criando comunidades estranhas aos países de acolhimento. O alheamento ou o divórcio destes governantes, ou das “elites”, da realidade vivida pelo povo e os casos de compadrio e corrupção tornados públicos acirraram a hostilidade popular.

Foi este o fenómeno que levou à subida em flecha das votações na “extrema-direita” em países como a Suécia, a Finlândia, a Suíça e agora os Países Baixos.

A sensação de perda de identidade ou de “chão”, a descaracterização do território de enraizamento ou pertença causada pela imigração não integrada, tem também, em Espanha, expressão na ameaça à integridade do território nacional causada pelos separatismos. E a reacção pouco firme do leque político tradicional às pretensões separatistas é, ali, uma das principais causas da ascensão de um partido nacionalista como o Vox.

Por outro lado, também as forças políticas tradicionais, num reflexo de defesa perante a perda progressiva de eleitorado, tendem a reagir emocionalmente e atavicamente – disparando teses conspiratórias desfasadas, alertando para os perigos das novas formas de comunicação, do populismo, da manipulação, e até propondo “cortar a liberdade aos inimigos da liberdade” para por fim ao “discurso de ódio”, “salvar a democracia” e impedir “o regresso do fascismo”.

Não seria a primeira vez que em Portugal, a Esquerda, paladina oficial das liberdades, recorria a métodos de supressão da liberdade para defender a Liberdade ou de cancelamento da democracia para defender a Democracia: fê-lo ao longo da Primeira República democrática e voltou a fazê-lo já na Terceira República, entre 28 de Setembro de 1974 e 25 de Novembro de 1975.

De Buenos Aires a Haia

Não deixa de ser curioso o desaparecimento da Direita da narrativa jornalística. Subitamente, como no jogo do Monopólio, passa-se do Centro, ou quando muito do centro-direita, à extrema-direita, sem passar pela “casa da Partida”. A Esquerda (que não tem extremos) quando ganha, ganha sempre à “extrema-direita”, e quando perde, perde sempre para a “extrema-direita”, perigosa horda iliberal e anti-democrática sufragada por um povo manipulado por “populistas”.

As últimas perdas deram-se na Argentina e nos Países Baixos. Na Argentina, com a vitória de um académico excêntrico, arqui-liberal e libertário. Xavier Milei é, de certo modo, um discípulo de Murray Rothbard, o economista da Escola Austríaca que, nos anos 70, fundou nos Estados Unidos o Libertarian Party, dirigiu o Libertarian Forum e foi co-fundador, com o bilionário Charles Koch, do Cato Institute.

Milei, também ele economista e defensor das teses do Estado minimalista, um Estado restrito às funções da soberania – Defesa, Negócios Estrangeiros, Segurança e Justiça –, encontrou uma janela de oportunidade no caos económico da Argentina, governada no século XXI por Nestor Kirchner, presidente de 2003 a 2007, e Cristina Kirchner, presidente de 2007 a 2015 e vice-presidente de 2019 a 2023.

Os Kirchner, Nestor e Cristina, proclamavam-se peronistas. A etiqueta peronista, na Argentina, tem servido para quase tudo, com peronistas de esquerda, de direita, de extrema-esquerda, de extrema-direita e até do centro. Peron foi Presidente de 1946 a 1955 e a sua primeira mulher, Eva, Evita, foi decisiva na construção da sua imagem de caudilho popular, capaz de trazer esperança aos “descamisados”. Depois de derrubado pelos militares, Peron viveu no exílio em Madrid. Regressou à presidência em 1973 e morreu em Julho de 1974; também fizera da segunda mulher, Maria Estela, vice-Presidente e fora ela que lhe sucedera até ser derrubada pelos militares no golpe do general Videla em Março de 1976.

Desde a restauração democrática, em 1983, só dois presidentes – Raul Alfonsin e Fernando de la Rua, ambos do Partido Radical – não foram peronistas. E também nenhum dos dois terminou o mandato em tempo normal.

Nestor e Cristina Kirchner adoptaram a moda dos casais e das dinastias democráticas, na senda da famosa frase de Bill Clinton na campanha presidencial de 1992: “Buy one, get one free” (referindo-se às qualidades políticas de Hillary que, supostamente, o ajudaria a governar).

O casal Kirchner governou a Argentina com uma geringonça ideológica de peronismo e progressismo de esquerda na coligação Frente para La Victoria, que deixou o país na miséria e no caos económico. Por isso Milei ficou à frente em 21 das 24 províncias argentinas e foi, em 40 anos de pós-ditadura militar, o vencedor com maior margem numa eleição presidencial: 55,65% dos sufrágios contra os 44,35% de Sergio Massa, o peronista vencido.

Bem vai precisar dessa maioria para enfrentar um Congresso maioritariamente hostil e para legitimar as reformas radicais que quer levar por diante. Milei é um ultra-liberal em economia, mas um conservador em valores: é anti-aborto e anti-eutanásia. Como é também simpatizante declarado de Trump e de Bolsonaro, Biden e Lula declinaram estar presentes na sua posse, a 10 de Dezembro, que promete ser um happening das direitas nacionais e libertárias (que não são uma nem a mesma coisa). Entretanto, apesar de Milei, na campanha, ter tratado de modo grosseiro o Papa respondendo a uma crítica do Sumo Pontífice, Francisco não hesitou em telefonar-lhe a felicitá-lo pela eleição. Falaram cerca de dez minutos, numa “conversa amena” sobre a pobreza na Argentina e os planos do Presidente eleito na área social.

A fragmentação holandesa

A vitória de Wilders e do seu Partido da Liberdade nos Países Baixos traduziu-se em 37 dos 150 lugares do Parlamento. O Partido da Liberdade é crítico da imigração muçulmana incontrolada. Entretanto, para governar, Wilders precisa de conseguir uma aliança com outras forças políticas de direita e centro-direita.

Num parlamento como o holandês, muito dividido e subdividido em partidos, as negociações para a formação do Executivo costumam ser demoradas: Mark Rutte, em 2021, levou 299 dias a negociar a coligação governativa. Para chegar à maioria absoluta (76 deputados), além dos votos de 11 deputados de outros partidos de direita identitária, Wilders espera conseguir o apoio do Partido Popular para a Liberdade e Democracia, de Dilan Yesilogz, e do recém-formado Partido do Novo Contrato Social, de Peter Omtzigt. Nestas negociações, que devem ser longas, Wilders – que já manifestou a sua vontade de ser “líder de todos os holandeses” (e não “só dos holandeses de bem”) – terá de deixar cair algumas das suas pretensões, como a proibição de mesquitas no país, medida manifestamente anticonstitucional, ou a realização de um referendo sobre a saída dos Países Baixos da União Europeia.

Irá Wilders, inspirando-se no dito de Henrique IV de França e III de Navarra, dizer que “o governo da Holanda vale bem uma mesquita” e negociar? Tudo leva a crer que sim, que o “exacerbado líder radical de extrema-direita” desista de “instaurar o fascismo” na Holanda e se renda às alegrias da moderação e ao pragmatismo da cedência democrática.

Observador (PT)

Eduardo Leite rebate Lula e diz que polarização prejudica o país




Cotado para disputar a presidência em 2026, Eduardo Leite Leite participou neste sábado (9) do 6º Encontro Nacional de Liderança e Gestão Pública

Governador do RS afirmou que eleições municipais serão pautadas por temas locais e não pela disputa entre Lula e Bolsonaro, contrariando declaração do presidente

Por Zeca Ferreira

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou neste sábado (9) que acredita que as eleições municipais do próximo ano serão definidas por questões locais, não pela polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele disse ainda que incentivar essa polarização é prejudicial ao País, em resposta ao pedido de Lula para que os candidatos do PT polarizem contra aliados de Bolsonaro em 2024.

Na sexta-feira (8) Lula incentivou a militância do PT a nacionalizar a disputa eleitoral, mantendo a polarização com Bolsonaro no próximo ano.

Na Conferência Eleitoral do PT, o presidente pediu para que os petistas encarem a oposição. “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios“, afirmou no encontro partidário.

Ao ser indagado por jornalistas sobre as declarações de Lula, o governador gaúcho disse que não prevê um ambiente polarizado, apesar da intenção do PT.

Neste sábado, Leite participou do 6º Encontro Nacional de Liderança e Gestão Pública, do Centro de Liderança Pública (CLP).

Também estavam presentes o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e o da Paraíba, João Azevedo (PSB).

“Em primeiro lugar, discordo (que a polarização vai determinar a eleição). O PT deseja isso, deseja fazer com que essa polarização continue. Isso é muito negativo para o País, e não tem gerado resultado. Precisamos parar de atacar uns aos outros e passar a atacar os problemas reais da sociedade”, afirmou após o encontro do CLP, na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

O governador do Rio Grande do Sul é cotado para disputar a presidência em 2026.

Leite avalia ainda que as eleições do próximo ano serão decididas por questões locais, como zeladoria, iluminação e saúde básica.

Segundo ele, estrategicamente, o PSDB prevê conquistar menos prefeituras em comparação com eleições anteriores, mas concentra esforços em vencer em cidades de importância eleitoral, especialmente nos grandes centros urbanos.

Em São Paulo, o partido enfrenta uma crise interna. A direção nacional busca lançar um candidato próprio, enquanto o Diretório Municipal e a bancada de vereadores preferem apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A disputa interna esvaziou literalmente a sede municipal do partido nesta semana. Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório paulista e defensor da reeleição de Nunes, retirou computadores, cadeiras, mesas e todo o mobiliário.

Ao assumir o cargo, Orlando Faria, seu sucessor que apoia um candidato próprio do partido, encontrou o espaço completamente vazio.

Estadão / CNN

Saiba quem são os ministros e ministras de Javier Milei




Presidente eleito da Argentina, Javier Milei, pretende reduzir o número de ministérios de 18 para 8

Por Manuela Castro

Javier Milei, presidente eleito da Argentina, pretende reduzir o número de ministérios de 18 para 8 e integrar as secretarias de Desenvolvimento Social, Trabalho e Educação ao Ministério do Capital Humano, segundo a plataforma eleitoral da Freedom Advances.

Até a sexta-feira (8), acreditava-se que a pasta da Saúde seria rebaixada a secretaria e que ficaria sob o guarda-chuva do Ministério do Capital Humano, segundo fontes oficiais. No entanto, o partido Libertad Avanza confirmou à CNN que a Saúde continuará sendo um ministério.

Veja abaixo quem são os ministros e secretários confirmados de Milei.

Ministérios:

    Ministério da Defesa: Luis Petri
    Ministério do Capital Humano: Sandra Pettovello
    Ministério da Economia: Luis Caputo
    Ministério da Infraestrutura: Guillermo Ferraro
    Ministério do Interior: Guillermo Francos
    Ministério da Justiça: Mariano Cúneo Libarona
    Ministério das Relações Exteriores: Diana Mondino
    Ministério da Segurança: Patricia Bullrich
    Ministério da Saúde: Mario Russo

Saiba quem são os ministros e ministras de Milei:

“A chefe”, Karina Milei

Ela é irmã de Javier Milei e sua pessoa de maior confiança. Embora ainda não tenha sido anunciado qual será o seu papel específico, há meses o economista disse que ela poderia ser a primeira-dama do seu governo. Ele também afirmou que ele era o divulgador, e ela, arquiteta nas sombras.

Chefe de Gabinete
Nicolas Posse

Atualmente, Posse é Diretor de Projetos da Aeropuertos Argentina 2000, empresa que opera 35 aeroportos no país e onde Milei trabalhou como economista.

Ministério do Capital Humano
Sandra Pettovello

Pettovello se defin como especialista em questões familiares e sociais e foi vice-presidente do partido de direita Ucedé, que nos anos 1990 se alinhou com a Presidência de Carlos Menem.

É formada em Jornalismo e em Ciências da Família pela Universidad Austral. Além do Ucedé, participou politicamente do Pro, mas não tem experiência em gestão pública.

Ministério da Economia
Luís Caputo

Luis Caputo é especialista financeiro e fez parte da delegação que acompanhou o presidente eleito aos Estados Unidos.

Também atuou como Ministro da Fazenda e presidiu o Banco Central da Argentina em diversos momentos durante a presidência de Mauricio Macri (2015-2019).

Ministério da Segurança
Patrícia Bullrich

Bullrich foi candidata a presidente no primeiro turno das eleições presidenciais de 2023. Ela já esteve à frente do Ministério da Segurança, durante a presidência de Mauricio Macri.

Durante a primeira parte da campanha, Bullrich teve conflitos difíceis com Milei. No entanto, após as eleições gerais, ele apoiou o economista publicamente e disse que “se perdoaram”.

Ministerio de Defesa
Luis Petri

Petri foi candidato a vice-presidente na chapa de Bullrich, que, após ficar em terceiro lugar no primeiro turno, apoiou a candidatura de Milei. É líder da União Cívica Radical da província de Mendoza.

Foi deputado nacional entre 2013 e 2021 e presidiu a Comissão de Segurança Interna na Câmara.

O comunicado do gabinete de Milei destaca que, com a indicação de Petri, “a chapa completa do Juntos pela Mudança foi integrada” ao governo de Milei.

Ministério de Relações Exteriores
Diana Mondino

É economista e diretora de Assuntos Institucionais da Universidade do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (Ucema).

Segundo sua biografia, “tem experiência como diretora em empresas listadas na Argentina e na Bolsa de Nova York como Pampa Energía, Banco Supervielle e Loma Negra”.

Anteriormente, foi diretora-gerente da Standards & Poors e líder para a América Latina da empresa de classificação de risco.

Ministério da Justiça
Mariano Cúneo Libarona

É advogado especializado em direito penal e professor de pós-graduação na Universidade de Palermo. Faz parte do Estudio Cúneo Libarona junto com seus irmãos Rafael, Matías e Cristián.

Assim como Milei, ele se define como um defensor de ideias libertárias e tem experiência como palestrante de televisão e assessor de programas como “Policía Bonaerense” (2003) e “Código Penal” (2004).

Ministério do Interior
Guillermo Francos

É advogado e ex-deputado nacional. Atualmente, atua como diretor da Corporación América, presidida pelo bilionário Eduardo Eurnekian, que também é dono da Aeropuertos Argentina 2000.

Ele tem uma longa história no campo político. Em meados da década de 1990, fundou a Ação pelo Partido República (AR) juntamente com o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo e foi eleito deputado nacional.

Além disso, ocupou diversos cargos durante o governo de Carlos Saúl Menem e, posteriormente, no governo da província de Buenos Aires durante a administração de Daniel Scioli.

Quando foi convocado para acompanhar Milei, era diretor-executivo para Argentina e Haiti do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Ministério da Infraestrutura
Guillermo Ferraro

Até abril deste ano, atuou como diretor da KPMG Argentina. Foi funcionário do Ministério da Indústria durante a gestão presidencial de Eduardo Duhalde, entre 2002 e 2003.

Anteriormente, entre 1988 e 1991, foi subsecretário de Informação e Telecomunicações da província de Buenos Aires, segundo informações da agência estatal Télam.

Ministério da Saúde
Mario Russo

O doutor Mario Russo será o chefe do Ministério da Saúde. Segundo a agência de notícias estatal Télam, Russo é cardiologista e já trabalhou nos municípios de San Miguel e Morón.

A mesma fonte informa que o médico trabalhou em diversos estabelecimentos de saúde, como o Hospital Italiano, a clínica Fleni e o Hospital Polo Sanitario Malvinas Argentinas.

Secretarias confirmadas:

    Secretaria de Educação: Carlos Horacio Torrendell
    Secretaria de Comunicação: Belén Stettler
    Secretaria de Energia: Eduardo Rodríguez Chirillo
    Secretaria do Trabalho: Gustavo Morón

Faltam definições para as secretarias de Agricultura, Cultura e Transporte. São cotados para essas vagas Fernando Vilella, Leo Cifelli e Franco Mogetta, respectivamente.

Saiba quem são os secretários de Javier Milei:

Secretário de Energia
Eduardo Rodríguez Chirillo

É advogado e doutor pela Universidade de Navarra, especialista em energia, com vasta experiência em consultoria, segundo o seu perfil no LinkedIn.

Atuou na Secretaria de Energia da Argentina sob a presidência de Carlos Menem, durante o período de políticas de privatização de empresas de energia.

É sócio-fundador da ERC Consultores, consultoria energética com sede no Uruguai que presta serviços para Argentina, México e Espanha.

Secretário de Agricultura
Fernando Vilella

É agrônomo e, até o momento de sua nomeação, foi diretor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires.

Foi subsecretário de Assuntos Agrários da Província de Buenos Aires durante a gestão de Daniel Scioli, entre 2007 e 2008.

Secretário de Transportes
Franco Mogetta

É advogado e atualmente é Secretário de Transportes da província de Córdoba, no governo de Juan Schiaretti.

Secretaria do Trabalho
Gustavo Morón

É economista e ocupou diversos cargos na gestão pública. O mais recente foi o de superintendente de Riscos Ocupacionais durante o governo Macri.

Saiba quem são os cotados a secretarias

Secretaria de Cultura
Leonardo Cifelli

É produtor e gestor cultural. Foi Chefe de Gabinete do Ministério da Cultura da Cidade de Buenos Aires entre 2016 e 2017.

Outras nomeações:

    Presidente da Câmara dos Deputados: Martin Menem
    Banco Central: Santiago Bausili
    Tesouro da Nação: Rodolfo Barrat
    Porta-voz presidencial: Manuel Adorni
    Administração Nacional da Segurança Social: Osvaldo Giordano
    Indec: Marco Lavagna
    Banco Nación: Daniel Tillard e Darío Wasserman
    Instituto Central Nacional de Ablação Única e Coordenação de Implantes (INCUCAI): Carlos Soratti
    Instituto Nacional de Serviços Sociais para Aposentados e Pensionistas (PAMI): Esteban Leguizamo
    Administração Geral das Receitas Públicas (AFIP): Florencia Misrahi

Falta ainda a indicação para o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) — o cotado para este órgão é Daniel Salamone.

Saiba quem são outros nomeados por Milei:

Banco Central
Santiago Bausilli

O gabinete do presidente eleito anunciou no dia 6 de dezembro, por meio do X, antigo Twitter, que Santiago Bausilli será presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA).

Na mesma mensagem anunciaram que Daniel Tillard e Darío Wasserman serão presidente e vice-presidente, respectivamente, do Banco Nación Argentina (BNA).

Presidente da Câmara dos Deputados
Martin Menem

Menem é advogado e empresário. Embora tenha um sobrenome com longa história na política argentina, chegou a esta área há apenas dois anos. É sobrinho do ex-presidente Carlos Saúl Menem e filho do ex-senador Eduardo Menem.

É legislador provincial desde 2021 por La Libertad Avanza e foi candidato a governador da província de La Rioja nas eleições deste ano, terminando em terceiro. Após a derrota, ingressou na chapa partidária e foi eleito deputado nacional.

A eleição do presidente da Câmara dos Deputados corresponde aos membros deste órgão legislativo, mas Milei anunciou que o seu partido irá propor o nome de Menem para o cargo.

Terceiro na linha de sucessão presidencial, o presidente da Câmara dos Deputados pertence tradicionalmente ao partido do presidente da nação.

Administração Nacional da Segurança Social (Anses)
Osvaldo Giordiano

Inicialmente, se especulava que a atual representante nacional da província de Buenos Aires, Carolina Píparo, assumiria a Anses.

Entretanto, a assessoria de imprensa da Milei informou que quem assumirá o comando do órgão será Osvaldo Giordiano, economista e atual Ministro da Fazenda de Córdoba.

Porta-voz presidencial
Manuel Adorni

É jornalista, consultor econômico e professor universitário, segundo sua biografia no X, antigo Twitter.

Colabora em diversos meios de comunicação, como Infobae, canal de televisão A24 e Rádio Rivadavia.

Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet)
Daniel Salamone

Daniel Salamone, veterinário e pesquisador principal do Conicet, especialista em clonagem é cotado para assumir o órgão.

Seus focos de pesquisa são micromanipulação de embriões e edição de genes em bovinos, equinos, ovinos, caprinos, suínos e gatos.

Foi também diretor do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires e presidente da Sociedade Internacional de Tecnologia de Embriões.

Banco Nación
Daniel Tillard e Dario Wasserman

O Gabinete do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou esta quarta-feira, através do X, antigo Twitter, que Daniel Tillard e Darío Wasserman serão presidente e vice-presidente, respetivamente, do Banco Nación Argentina (BNA).

Instituto Central Nacional de Ablação Única e Coordenação de Implantes (INCUCAI)
Carlos Sorati

O atual presidente do Instituto Central Nacional de Ablação Única e Coordenação de Implantes (INCUCAI), Carlos Soratti, continuará à frente da entidade durante a nova gestão governamental.

Instituto Nacional de Serviços Sociais para Aposentados e Pensionistas (PAMI)
Esteban Leguizamo

O diretor executivo do Instituto Nacional de Serviços Sociais para Aposentados e Pensionistas (PAMI) será Esteban Leguizamo.

Administração Geral das Receitas Públicas (AFIP)
Florencia Misrahi

Na sexta-feira (8), a Presidência Eleita confirmou que a chefe da AFIP será Florencia Misrahi. Segundo a Agência Télam, Misrahi é advogado especializado em direito tributário com experiência no setor privado.

Com informações de Ignácio Grimaldi

CNN

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