Publicado em 8 de julho de 2022 por Tribuna da Internet
Valdo Cruz
g1 Brasilia
A ala política do governo Bolsonaro deseja criar uma folha extra para pagar, ainda em julho, os R$ 200 adicionais do Auxílio Brasil — o valor é previsto na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria benefícios em ano eleitoral —, mas técnicos da área econômica alertam que essa medida pode ser ilegal.
Segundo os técnicos, a PEC que está sendo votada no Congresso prevê o pagamento de cinco parcelas de R$ 200 entre 01 de agosto e 31 de dezembro e, se o governo fizer uma folha extra para julho, os pagamentos não poderiam ir até dezembro.
ALGUMA BRECHA – Neste caso, a área jurídica teria de encontrar uma brecha para garantir o pagamento ainda neste mês.
A ala política defende a antecipação do pagamento porque avalia que o aumento do valor do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, já veio um pouco tarde demais. Os líderes do Centrão defendiam esse novo valor já a partir de fevereiro e temem que a medida não gere o efeito desejado na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
O comitê de campanha acredita que haverá um impacto positivo, mas pode não ser na proporção prevista porque o pagamento seria feito apenas dois meses antes das eleições, agosto e setembro. Por isso, defendem que uma parcela já seja paga em julho.
CAMPANHA PUBLICITÁRIA – Além da análise da antecipação do pagamento, por meio de uma folha extra, o governo planeja uma campanha publicitária para divulgar o novo valor do Auxílio Brasil, para que os beneficiários tomem conhecimento mais rapidamente da medida e associem a iniciativa ao presidente Bolsonaro.
O nome do presidente Jair Bolsonaro, porém, não pode ser anunciado nestas publicidades, devido às restrições à propaganda eleitoral, enquanto não se registram oficialmente as candidaturas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro tenta se calçar nos andares de baixo com o Auxílio Brasil, para recuperar votos reconquistados por Lula. Quanto aos andares de cima, estes ainda demoram a se definir. (C.N.)