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quinta-feira, janeiro 06, 2022

Silêncio do governo irrita servidores e líderes sindicais, que preparam uma greve geral

Publicado em 6 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Greve dos caminhoneiros e situa��o no Pa�s nas charges dos jornais de  sexta-feira - Greve dos caminhoneiros e situa��o no Pa�s nas charges dos  jornais de sexta-feira - Regi�o - Jornal VS

Charge do Tacho (Jornal NH)

Israel Medeiros
Correio Braziliense

O governo mantém silêncio sobre a iminência de uma paralisação generalizada dos servidores públicos, que pode impactar serviços e atividades essenciais. A reclamação é de sindicatos e organizações do funcionalismo federal. Segundo líderes sindicais, o Executivo foi procurado para marcar reuniões, a fim de chegar a uma solução capaz de garantir reajuste salarial.

Algumas categorias estão com salários congelados desde 2017. Porém não houve retorno quanto aos pedidos de reuniões. A falta de resposta pode resultar numa greve geral em fevereiro.

GREVES DE ADVERTÊNCIA – Para este mês, estão marcadas paralisações com atos nos dias 18, 25 e 26. No caso do dia 18, o plano é fazer uma paralisação em diversos órgãos. Os servidores de várias carreiras vão se encontrar na frente do Banco Central, às 10h, para protestar contra o congelamento de salários e pedir reajustes. Mais tarde, às 14h, a mobilização segue para o Ministério da Economia.

Segundo Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), houve uma reunião, nesta terça-feira, para definir os locais de manifestações no dia 18.

“As entidades estão fazendo assembleias, mas, até agora, não tivemos qualquer retorno do governo, nem mesmo às tentativas de marcar reuniões”, ressaltou. “Escolhemos o Banco Central como um dos locais porque é um órgão simbólico. Talvez o ato passe, também, por outros órgãos que representam a luta dos servidores.”

SERVIDORES PREJUDICADOS – Marques afirmou que o congelamento de salários atinge 1,1 milhão de servidores e que há urgência para conseguir reajustes neste ano. Ele disse que o movimento tem crescido em adesões.

Outro que se mobiliza para promover atos é o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que reúne representantes do Banco Central e da Receita Federal, entre outros.

O Fórum tem uma reunião marcada para o dia 14 e, segundo Rudinei Marques, haverá conversas nos próximos dias para tentar unificar os movimentos. “Se o governo continuar nos ignorando, não temos opções a não ser fazer greve geral”, ameaçou.

ENTREGA DE CARGOS – No caso do Banco Central, o clima de insatisfação se intensificou na última semana. Vários funcionários passaram a entregar cargos em comissões gerenciais. Estima-se que cerca de 1,2 mil já tenham aderido ao movimento.

Fábio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), destacou que um dos objetivos é pressionar o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O Banco Central é um dos órgãos, por exemplo, que não está previsto concurso para este ano, algo que é uma demanda antiga da categoria.

“O ministro Paulo Guedes (da Economia) é terrível para poder conceder novos concursos. É uma visão equivocada”, reprovou. “O banco tem, por lei, direito a ter mais de seis mil servidores. Hoje, está com 3,5 mil. Isso é um absurdo”, diz Faiad. No ano passado, Roberto Campos Neto chegou a fazer uma nova solicitação e cobrar Guedes publicamente. O pedido previa 245 vagas para os cargos de analista, técnico e procurador.


Orçamento secreto do governo Bolsonaro foi de R$ 16 bilhões em 2021

Orçamento secreto do governo Bolsonaro foi de R$ 16 bilhões em 2021
Foto: Isac Nóbrega/PR

Em 2021, o orçamento secreto foi de R$ 16 bilhões, com R$ 6,4 bilhões já pagos. O valor corresponde ao total das emendas de relator que foi reservado para pagamento ao longo do ano passado e poderá ser usado nos próximos anos.

 

Os dados são do Siga Brasil, plataforma do Senado Federal que extrai informações diretamente do sistema utilizado pelo governo federal para a gestão financeira.

 

Segundo publicação do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, na última semana do ano, os empenhos, a primeira etapa do gasto público, atingiram R$ 3,7 bilhões, o equivalente a 22,1% do empenhado ao longo do ano. O empenho ocorre quando o governo carimba um recurso para ser gasto.

 

Em valores pagos, o orçamento secreto foi de R$ 6,4 bilhões em 2021. Na última semana, o repasse aumentou em R$ 840 milhões. Até a penúltima semana de 2021, o governo federal tinha empenhado R$ 13 bilhões das emendas de relator e pago R$ 5,5 bilhões desse total.

 

As emendas de relator ficaram conhecidas como orçamento secreto porque não é possível saber que parlamentar indicou o destino do dinheiro, nem com quais justificativas. Além disso, a sua execução não é obrigatória.

Bahia Notícias

‘Estou morrendo’, disse Bolsonaro chorando a médico antes de internação

 

‘Estou morrendo’, disse Bolsonaro chorando a médico antes de internação

Imagem divulgada no perfil oficial do Twitter de Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro), mostra o presidente posando para foto após ser internado em um hospital em São Paulo, em 3 de janeiro de 2021 - Jair Bolsonaro's official Twitter account/AFP

Em entrevista ao jornal O Globo, o médico responsável pela internação de Jair Bolsonaro (PL) por conta de uma obstrução intestinal, Antônio Luiz Macedo, disse que o presidente lhe ligou chorando e dizendo “estou morrendo de dor. A coisa está ruim”.

Bolsonaro teve alta na manhã desta quarta-feira (5), do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, sem precisar ser submetido a uma cirurgia. No entanto, segundo o médico, o caso “foi perigoso”.


“Ele me ligou chorando de dor. Falou ‘Estou morrendo, Macedo. A coisa está ruim'”, disse o médico, que explica que não há como um paciente não pedir ajuda médica em casos como o de Bolsonaro. “A dor é pavorosa. É como alguém bater com um martelo na barriga com força”, disse.

Bolsonaro sofreu um atendado em 2018, em Juiz de Fora (MG), quando recebeu uma facada na barriga. Desde então, ele já passou por seis cirurgias. Há cerca de seis meses, o presidente teve outra obstrução intestinal, mas, assim como agora, não precisou de cirurgia, como explica Macedo ao Globo.

“Foi menos grave. Ele se recuperou rapidamente. Mas não existe ‘pequena obstrução’ no caso do presidente. O intestino está todo colado na parede devido a vários fatores —a própria facada, as cirurgias, os sangramentos e infecções já ocorridos. É sempre perigoso. Na hora que passamos a sonda nele, saiu um litro de suco gástrico do estômago. Se ele vomitasse, o líquido entrava nos pulmões e ele morria”, explicou o médico.

https://istoe.com.br/

Apresentador xinga Ivete por apoio a protesto contra Bolsonaro: 'Vagabunda, feia, frouxa'


Apresentador xinga Ivete por apoio a protesto contra Bolsonaro: 'Vagabunda, feia, frouxa'
Foto: Reprodução / Instagram

O apoio de Ivete Sangalo ao protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (veja aqui) rendeu a artista ataques por parte de apoiadores do militar e simpatizantes do político.

 

Em meio as hashtags contra a baiana, a declaração de Luiz Almir, apresentador do Nordeste Urgente, na Band Rio Grande do Norte e ex-vereador de Natal, chamou a atenção pelas ofensas feitas a cantora.

 

Durante o programa na Rádio 96 FM, o radialista chamou a artista de vagabunda, cantora em decadência, velha, feia e frouxa. Segundo Almir, Ivete não deveria se posicionar contra "a maior autoridade do país" em um hotel cinco estrelas.

 

"A vagabunda da Ivete ‘Sangala’ vem fazer um show para ganhar dinheiro do povo besta do Rio Grande do Norte, em um hotel cinco estrelas, cujo o dono deve ser irresponsável também, pois se fosse no meu hotel, eu tinha botado ela pra fora". 

 

Na última quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a artista só tinha apoiado o protesto do público por não receber mais verba da Lei Rouanet (assista aqui). No entanto, o único projeto envolvendo Ivete Sangalo que foi submetido a verba não foi aprovado (confira aqui).

 

 

Obsessão de Bolsonaro contra a vacina é quase inacreditável, um desastre eleitoral


Charge do J. Bosco (oliberal.com)

Pedro do Coutto

A posição radical do presidente Bolsonaro contra a vacinação para imunizar o país da Covid-19 é quase inacreditável, não fossem os fatos públicos que a confirmam numa série de ocasiões e intervenções inexplicáveis. Começou com o veto à vacina Coronavac chinesa, identificada como um instrumento comunista e de propaganda antidemocrática.

No episódio, Bolsonaro ignorou que a China é a nossa maior parceira comercial, logo, se infiltração comunista houvesse ela não seria desencadeada isoladamente no caso das vacinas, mas sim permanentemente através do comércio entre os dois países.

OBSTÁCULOS –  Depois foi a vez da Pfizer, que ofereceu a venda de quantidade expressiva de vacinas contra o coronavírus e o presidente tentou obstaculizar. No meio do negativismo, surgiu uma vacina indiana cujo fornecimento para o Brasil seria intermediado pela firma Precisa, numa etapa que logicamente dispensa intermediações.

O ministro Pazuello chegou a recusar a vacina chinesa, falando a famosa frase “um manda e o outro obedece”. O caso da vacinação em massa não é um problema do sim e não, mas do problema do viver ou não viver, conforme os números comprovaram.

Agora, o presidente voltou-se contra a vacinação de crianças de 5 a 11 anos e o Ministério da Saúde convocou uma audiência pública, que teve a presença de bolsonaristas, a exemplo da deputada Bia Kicks. Ficou flagrante que o objetivo da chamada audiência pública era contornar a posição de Bolsonaro, sobretudo porque ele poderia se irritar com a iniciativa de apoiar a vacinação em crianças do ministro Marcelo Queiroga.

AUDIÊNCIA – Queiroga se expôs ao ridículo convocando a audiência para apreciar uma decisão técnica da Anvisa. Um dos obstáculos colocados por Bolsonaro era a necessidade de receita médica. Um absurdo completo e total. Impossível de ser atendido pela população a procura de médicos no país dispostos a receitar a vacina, uma obrigação pública.

A dispensa de receita foi aprovada. A matéria está focalizada em reportagens de Raquel Lopes e Matheus Vargas, Folha de S. Paulo de quarta-feira, e no O Globo, por Constança Tatsch, Giulia Vidal e Melissa Duarte. Esperamos agora o início da vacinação infantil. Importantíssimo.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes suspendeu os blocos de rua, mas manteve o desfile na Sapucaí, reivindicação da hotelaria da cidade, pois sem as escolas de samba os turistas não têm motivo para vir ao Rio de Janeiro.

INVASÃO – Voltando ao assunto da vacina, verifica-se que há mais de três semanas o site do SUS, do Ministério da Saúde, sofreu uma invasão de hackers, segundo o ministro Queiroga, e ainda não foi restabelecido integralmente. Aí faltam dados que agravam o cenário da pandemia, agora acrescida pelo Ômicron e pela gripe Influenza.

O apagão da Saúde agrava a campanha de imunização. É muito estranho que um bloqueio de um site causado pela invasão de hackers demore tanto tempo para ser restabelecido.

VETO – O presidente Fernando Henrique Cardoso, pouco após assumir em 1995, publicou um decreto que previa renúncia fiscal pela cessão do horário de propaganda partidária no rádio e na televisão. Agora o Congresso Nacional, reportagem de Marianna Holanda e Ranier Bragon, Folha de S.Paulo de ontem, focaliza a decisão presidencial  que vetou a compensação fiscal e o início da reação das emissoras de rádio e TV.

No Congresso, foi desencadeada uma campanha para derrubar o veto do presidente da República. Bolsonaro, como facilmente se constata, praticou mais um erro político logo em sua campanha eleitoral: desagradou suas lideranças no Senado e na Câmara, atingiu as emissoras de TV e rádio e fica evidente no episódio que haverá reflexos na opinião pública.

Quem manda na ISS?

 




Por Ekaterina Sinelschikova

Quatorze países estão envolvidos no projeto da Estação Espacial Internacional (na sigla em inglês, ISS), mas quem toma as decisões ali e como?

A Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) é o projeto mais caro e complexo do mundo. Ao longo de um período de mais de 20 anos, quase todas as potências espaciais participaram do trabalho ali e dezenas de pessoas estiveram na estação.

Ao mesmo tempo, a ISS foi objeto de controvérsia em diversas ocasiões. A mais recente é sobre o que fazer com a estação espacial após o término de sua vida útil. Até agora, foi acordado que a ISS será mantida em uso até 2024, mas seus principais usuários – a Rússia e os EUA – têm planos divergentes para seu futuro. Quem tem o direito de decidir sobre esta e outras questões?

De quem é a estação?

Como o nome sugere, a ISS é um projeto internacional conjunto. Hoje, 14 países participam dele: Rússia, EUA, Japão, Canadá e os seguintes Estados-membros da Agência Espacial Europeia: Bélgica, Alemanha, Espanha, Dinamarca, Itália, Holanda, França, Noruega, Suíça e Suécia.

A estação é configurada em dois segmentos, o russo e o americano, que foram montados ao longo do tempo a partir de módulos. Cosmonautas russos e astronautas americanos geralmente trabalham em seus segmentos nacionais (embora não haja restrições de movimento na ISS).

Depois de 23 anos, a estação acabou com 15 módulos principais: seis deles são considerados russos, sete americanos, um europeu e outro japonês. O uso dos módulos é dividido aproximadamente da mesma maneira: a Rússia usa seus próprios módulos, enquanto o resto da estação espacial, conforme acordado pelas partes envolvidas, é compartilhado por americanos, europeus e japoneses, e há uma clara divisão em termos percentuais de quem pode trabalhar ali e por quanto tempo.

Apesar dessa distribuição de direitos altamente regulamentada quanto ao uso do ISS e de sua propriedade, sempre houve desvios às regras. O módulo russo Zarya (o primeiro a entrar em órbita), por exemplo, foi comissionado e pago pela Nasa, o que significa que ele ainda é propriedade da agência espacial dos EUA, mas, ao mesmo tempo, é considerado parte do segmento russo.

Além disso, após o término do programa do ônibus espacial em 2011, os americanos e astronautas de países parceiros da Nasa chegaram à estação exclusivamente a bordo da espaçonave russa Soiuz. Durante nove anos, a Rússia foi a única operadora de lançamentos tripulados, garantindo o acesso à estação espacial — que não pode funcionar sem a presença humana.

Quem é o responsável pela ISS?

O mecanismo de tomada de decisão é estabelecido em acordos conhecidos sob o título geral de "Memorando de Entendimento" (MOU). O principal princípio nele consagrado é que as decisões devem ser tomadas por consenso.

A questão é que seria problemático administrar um projeto tão complexo como a ISS convocando uma reunião internacional a cada vez que uma decisão precisasse ser tomada. É por isso que o MOU especifica que a Nasa é o gerente de programa indicado para a ISS. Isso significa que não há acordos diretos entre os países participantes, mas apenas com a Nasa.

A gestão da ISS (de seus segmentos e módulos) é dividida entre os Estados parceiros, mas os principais "controles" e a sala de controle de voo de toda a estação também ficam nos Estados Unidos, no Lyndon B. Johnson Space Center, no Texas. É a partir dali, em conjunto com especialistas em balística da Rússia, que são feitos os ajustes na trajetória da ISS, por exemplo - para evitar colisões com detritos espaciais e outros objetos. É ali também onde se encontra o "diretor de voo" - título dado à pessoa que supervisiona as operações da ISS.

Em órbita, também há uma linha de autoridade precisamente definida e uma cadeia de comando rígida. Na estação em si, há um comandante da ISS (um posto rotativo entre os estados parceiros). "O comandante é responsável pelo desempenho da missão e pela segurança da tripulação. Falando estritamente, esta frase simples define totalmente a gama de responsabilidades do comandante a bordo da ISS. Ao mesmo tempo, há muitos pontos mais delicados envolvidos", diz o cosmonauta russo Aleksandr Skvortsov, que já foi comandante da estação.

De maneira mais geral, todos sabem o que devem fazer em órbita e todos têm seu próprio programa. O comandante é necessário para tomar decisões importantes em caso de acidentes e emergências, mas também é subordinado ao diretor de voo em solo.

Quem paga pela ISS?

A ISS não tem um orçamento único que seja financiado por contribuições anuais de cada uma das partes. Além disso, parte das contribuições são pagas não em termos monetários, mas em forma de permuta - de serviços, lançamentos, trocas de equipamentos etc.

No entanto, é possível calcular os gastos aproximados de cada uma das partes e verifica-se que o principal encargo financeiro recai sobre os Estados Unidos. Ao longo dos anos de existência do ISS, o volume total de investimentos chegou a US$ 150 bilhões - desses, US $ 100 bilhões foram arcados pelos EUA.

De acordo com os números da Nasa, os gastos na ISS são de US$ 3 a 4 bilhões por ano. Os países da UE são responsáveis por menos de US$ 1 bilhão por ano. O Japão e o Canadá investem ainda menos. A Rússia aloca cerca de US$ 500 milhões para o projeto todos os anos.

Gazeta Russa

Saldo recorde da balança reflete as características da economia brasileira - Editorial




O recorde da balança comercial registrado no ano passado — um superávit de US$ 61 bilhões, o maior da série histórica — precisa ser encarado de forma serena. Não se trata de uma vitória, mas de um reflexo das características da economia brasileira, tanto positivas quanto negativas.

No campo positivo, o saldo comprova a força do país como grande exportador de matérias-primas. O resultado deriva da alta no preço de produtos como soja e minério de ferro no mercado internacional, decorrente da recuperação econômica desigual e dos gargalos logísticos que sucederam à pandemia. Como o volume nas vendas não cresceu, a tendência é que neste ano as exportações sejam mais modestas.

Ainda no campo positivo, a corrente comercial — soma de exportações e importações — cresceu 36%, para US$ 500 bilhões, demonstrando maior integração do país nos fluxos globais de mercadorias e serviços. A alta de 38% nas importações, para perto de US$ 220 bilhões, resulta da recuperação da atividade em relação à base deprimida pela recessão pandêmica de 2020.

No campo negativo, o resultado ficou aquém das projeções iniciais do Ministério da Economia, sobretudo em virtude da necessidade maior de importações de energia e da variação cambial. O próprio ministério reconhece que o desempenho neste ano será inferior. Parte da responsabilidade caberá à desaceleração da economia da China, nosso maior parceiro comercial.

Seria um erro considerar que, quanto maior o saldo comercial, melhor para o país. É verdade que o Brasil depende de capital externo para investimentos que dinamizem sua economia. E que a balança comercial contribui para reduzir a necessidade de captar recursos no mercado internacional. Mas essa necessidade é hoje menor do que já foi no passado, sobretudo em virtude das reservas acumuladas (elas fecharam 2021 em US$ 362 bilhões).

O maior problema da nossa economia continua a ser a dificuldade de gerar um nível de poupança interna que nos permita reduzir essa dependência de capital externo. O saldo positivo da balança comercial não resolve essa deficiência.

A necessidade de atrair recursos externos também obriga o governo a manter os juros mais altos, encarecendo o crédito e a produção. Seria mais saudável para o país se as contas públicas apresentassem superávits consistentes ao longo do tempo. Isso permitiria que o governo usasse os recursos excedentes para assegurar sua poupança externa (foi o que a China fez para acumular suas reservas). Com nossa dificuldade crônica para enxugar a máquina pública e manter o Estado num tamanho compatível com a geração de riqueza pela sociedade, tal estratégia é inviável. Daí ainda dependermos tanto dos saldos comerciais e das exportações de matérias-primas.

O Globo

As vacinas obrigatórias para crianças e as doenças que elas previnem

 




Várias vacinas já são obrigatórias para crianças

A vacina contra covid deve ser obrigatória para crianças de cinco a 11 anos?

Para a maioria das quase 100 mil pessoas que participaram da consulta pública realizada online pelo Ministério da Saúde e concluída nesta terça-feira (4/1) após 11 dias, a resposta é não.

Esse numeroso grupo também se manifestou contra a necessidade de apresentação de prescrição médica para a imunização e a favor da priorização das crianças com comorbidade.

"Tivemos 99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo em que o documento esteve para consulta pública, sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato de vacinação", disse a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosane Leite de Melo.

Agora, a pasta deve apresentar um documento com o posicionamento sobre a vacinação de crianças e adolescentes nesta quarta-feira (5/1) — quando termina o prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o governo se pronunciar a respeito do tema, que vem gerando muita polêmica.

Dados oficiais mostram que, do início da pandemia, em março de 2020, até dezembro de 2021, uma criança de cinco a 11 anos morreu a cada dois dias em decorrência de covid.

Foram 301 óbitos, embora a taxa de mortalidade nessa faixa etária corresponda a apenas 0,1% das mortes totais.

'Maioria dos que participaram de consulta pública se manifestou contra obrigatoriedade de vacina da covid-19 para crianças de cinco a 11 anos'

O debate

De um lado, o governo federal se posicionou a favor de que a vacinação de pessoas de cinco a 11 anos de idade ocorra mediante a apresentação de prescrição médica. De outro lado, especialistas em saúde afirmam que o debate vem sendo politizado — na visão deles, a consulta pública, a partir da qual a população foi convidada a opinar sobre um tema técnico e já avaliado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) — é uma prova disso.

A Anvisa já havia aprovado o uso da vacina da Pfizer em pessoas com idade entre cinco e 11 anos.

Na segunda-feira (3/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que as doses para crianças dessa faixa etária devem começar a chegar ao Brasil a partir do próximo dia 10. Segundo o órgão, a previsão é de que a imunização comece a partir da segunda quinzena de janeiro.

A vacinação de crianças contra covid é entendida como medida estratégica por especialistas em saúde. Apesar de a proporção de mortes nesse grupo ser menor, a vacinação ajuda a evitar que as crianças adoeçam gravemente, mesmo que contraiam a doença. Também protege adultos e crianças mais novas que convivem com elas.

A OMS disse que as vacinas contra covid que receberam autorização de entidades regulatórias para serem aplicadas em crianças e adolescentes são seguras e eficazes para reduzir os impactos da doença nesses grupos. Disse, no entanto, que "não é urgente" vacinar esse grupo, ao defender que países que já atingiram uma alta cobertura vacinal priorizem a partilha de doses com outras nações por meio do mecanismo Covax, antes de começarem a criar campanhas de imunização em crianças com baixos riscos de doenças severas.

Vacinas obrigatórias

Apesar de a polêmica sobre a obrigatoriedade da imunização ter ganhado vulto recentemente, há pelo menos 18 vacinas obrigatórias que crianças já tomam no Brasil.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, sancionado em 1990 pelo então presidente Fernando Collor, estabelece que "é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".

Em caso de descumprimento, os pais podem ser multados (de três a 20 salários mínimos ou R$ 3.300 a R$ 22 mil), acusados de negligência e até responder por homicídio doloso (quando não há intenção de matar) — se ficar provado que a criança morreu por não tomar vacina.

Ocorre que essas punições raramente são aplicadas, o que explica em parte por que o Brasil vem experimentando surtos de doenças até então controladas, como sarampo.

Mas há mecanismos que buscam forçar a imunização — programas sociais, como o extinto Bolsa Família, exigiam a comprovação da vacinação de crianças de zero a 6 anos.

Já muitos Estados, como São Paulo, condicionam a matrícula de alunos com até 18 anos em escolas públicas e privadas do Ensino básico à apresentação da carteira de vacinação.

'Estatuto da Criança e do Adolescente prevê obrigatoriedade de vacinação para crianças'

A seguir, confira as vacinas previstas no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e as doenças que elas previnem. Os imunizantes são oferecidos gratuitamente nos postos de saúde.

A lista foi compilada pela Unicef, braço da ONU para infância e adolescência, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde.

BCG - Protege contra formas graves de tuberculose: meníngea e miliar. É composta por uma bactéria viva atenuada e deve ser administrada uma dose única ao nascer.

Hepatite B - Imuniza contra a hepatite B. É composta por antígeno recombinante de superfície do vírus purificado. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma dose ao nascer, o mais precocemente possível, nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade.

DTP+Hib+HB (Penta) - Utilizada no combate à difteria, ao tétano, à coqueluche, à Haemophilus influenzae B e à hepatite B. Três doses devem ser administradas, por via intramuscular, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias.

Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) - É administrada em três doses e é composta pelo vírus inativado tipos 1, 2 e 3 no combate à poliomielite. A primeira dose dever ser administrada aos 2 meses, a segunda aos 4 meses e a terceira dose aos 6 meses de vida da criança. A orientação é aplicar injeção em intervalo máximo de 60 dias e o mínimo de 30 entre uma e outra por via intramuscular.

Pneumocócica 10 valente (Pncc 10) - Administrada no combate a pneumonias, meningites, otites e sinusites pelos sorotipos que compõem a vacina. O esquema vacinal consiste na administração de duas doses e um reforço. A primeira deve ser administrada aos 2 meses de idade, a segunda aos 4 e o reforço aos 12 meses. A administração é realizada por via intramuscular.

Rotavírus humano G1P1 (VRH) - Protege contra a diarreia causada pelo rotavírus. Devem ser administradas duas doses, aos 2 e 4 meses de idade, por via oral.

Meningocócica C (conjugada) - Protege contra a meningite meningocócica tipo C. Devem ser administradas, por via intramuscular, duas doses, aos 3 e 5 meses de idade e um reforço aos 12 meses.

Febre amarela (atenuada) - Protege contra a febre amarela. Deve ser administrada, por via subcutânea, uma dose aos 9 meses de vida e uma dose de reforço aos 4 anos de idade.

Poliomielite 1 e 3 (VOP - atenuada) - Protege contra o poliovírus tipo 1 e 3 e é administrada como reforço, por via oral, sendo o primeiro realizado aos 15 meses e o segundo aos 4 anos de idade.

Difteria, tétano, pertussis (DTP) - Protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche e é administrada como reforço, por via intramuscular, sendo o primeiro realizado aos 15 meses e o segundo aos 4 anos de idade.

Sarampo, caxumba, rubéola (SCR) - Composta pelo vírus vivo atenuado do sarampo, da caxumba e da rubéola. A primeira dose deve ser administrada, por via subcutânea, aos 12 meses de idade e o esquema de vacinação deve ser completado com a administração da vacina tetra viral aos 15 meses de idade (corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e à primeira dose da vacina varicela).

Sarampo, caxumba, rubéola, varicela (SCRV) - Composta pelo vírus vivo atenuado do sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e deve ser administrada aos 15 meses de idade por via subcutânea.

Hepatite A (HA) - Combate a doença de mesmo nome e é um antígeno do vírus da hepatite A, inativada. Deve ser administrada uma dose aos 15 meses de idade por via intramuscular.

Varicela - Composta do vírus vivo atenuado da varicela. Deve ser administrada, por via subcutânea, uma dose aos 4 anos de idade. Corresponde à segunda dose da vacina varicela, considerando a dose de tetra viral aos 15 meses de idade.

Difteria, tétano (dT) - Protege contra a difteria e o tétano. Deve ser administrada, por via intramuscular, a partir de 7 anos de idade. Se a pessoa estiver com esquema vacinal completo (três doses) para difteria e tétano, administrar uma dose a cada 10 anos após a última dose.

Papilomavírus humano (HPV) - Responsável por combater o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante). Duas doses devem ser administradas, por via intramuscular, com intervalo de seis meses entre as doses, nas meninas de 9 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) e nos meninos de 11 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias).

Pneumocócica 23-valente (Pncc 23) - É indicada no combate a meningites bacterianas, pneumonias, sinusite, etc. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma dose em todos os indígenas a partir de 5 anos de idade sem comprovação vacinal com as vacinas pneumocócicas conjugadas.

Influenza - Protege contra a influenza. Deve ser administrada, por via intramuscular, uma ou duas doses durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, conforme os grupos prioritários definidos no Informe da Campanha.

BBC Brasil

Ano novo?




Por Roberto DaMatta (foto)

O ano passou de 21 para 22, mas não conseguimos controlar as velhas, triviais e vergonhosas roubalheiras, o machismo, o feminicídio e a violência miliciana e policial. Ademais, aumentamos a taxa de racismo estrutural e estruturante, do “você sabe com quem está falando?” e, para completar, voltou a inflação, em paralelo a uma polarização que, demandando a exclusão do outro, é, em todo tempo e lugar, o timbre do reacionarismo fascista.

O calendário muda, mas o estilo aristocrático e elitista, antirrepublicano e autoritário, claro na Presidência e em todo lugar, permanece atrapalhando nossas vidas.

Num chavão, o “ano novo” realiza sua costumeira malandragem de mudar não mudando. Continuamos a pensar o tempo como calendário, imaginando que, quanto mais velhos, mais “adiantados” ficamos, quando, na verdade, o Brasil de hoje é uma infâmia de atrasos. É um país a caminho do suicídio moral.

Como falar num novo ano se o acontecimento básico deste tempo começa com uma campanha eleitoral que repete a anterior, negando o devir histórico?

É abominável ver a repetição da “luta” Lula-Bolsonaro, que, neste “novo ano” de 22, estão muito mais parecidos com criadores de autolorotas negacionistas — esse conceito dominante de um ano novo nascido velho. São nossos mais ávidos postulantes a “supremos magistrados da nação” — uma nação que precisa de muita água benta (e sanitária) para livrar-se de sua danação e que corre o risco de repetir-se no seu rito democrático mais importante. Reprisará na eleição sua sina de conjugar, segundo o oportunismo, burocracia-legal-processualística, compadrio regado a mandonismo elitista e carisma para dar e vender.

Estou cheio de messias, milagreiros, curadores, especialistas e religiosos carismáticos. Chega de mediadores canalhas de divindades baratas. Nosso panteão de carismáticos que mudariam o Brasil chegou ao seu limite!

Penso que, para termos de fato um novo ano, e não um “Ano-Novo” formal e ritualístico, temos de resgatar uma abandonada e destruída ética de responsabilidade e de honra. A ética do “isso eu não faço!”.

Tempos novos são ideais para tirar da latrina princípios e valores que dizem não ao nosso egoísmo e ao nosso “bom-mocismo” condescendente, que concilia Deus e Diabo; que confunde direita com esquerda e cabeça (sejamos educados...) com o traseiro...

É preciso pensar mais sinceramente quando se fala em nome do “povo”, que cada vez mais se desgraça, porque os cargos públicos são apossados pelos eleitos (na maioria, aventureiros de gravata italiana) que jamais pensam em trabalhar para o Brasil, pois, mesmo em meio a tempos novos e difíceis, continuam a pensar que são donos do Brasil...

Valha-nos, Deus!, como se dizia antigamente...

Na festa deste fim de ano, vesti preto. Estou de luto e tomo, é claro, um adequado black label. Mas, nestes anos finais de minha vida, enfrento a tentação de desistir de um país onde a “política” perdeu credibilidade. Passou de projeto a malandragem autoritária.

A tal ponto que a mentira, a falsidade e, acima de tudo, a má-fé (essa mestra das fake news e das militâncias mais perversas) tornaram-se projetos para quem escapou da abominação que foi testemunhar um presidente da República recusar a vacina contra a pandemia.

Amigos, é grande a vontade de sumir. Mas para onde ir?

Para uns Estados Unidos que se perdem em meio ao que foi a liberdade — sua grandiosa virtude democrática? Para uma China materialmente gigantesca que, com ajuda de Confúcio, torna minúscula uma cidadania já hierarquizada? Irei com os zilionários americanos dar voltas em torno do planeta que a bolsonarista alienada diz que é plano?

Ou devo apelar para o Papai Noel ianque, de quem a maioria dos brasileiros jamais foi filho ou ganhou o presente da igualdade?

Pensei, é claro, em Pasárgada.

Mas o melhor mesmo é desejar que o fogo da esperança acenda uma fagulha no coração dos leitores desta coluna. É o cintilar da esperança que construirá um autêntico Ano-Novo.

P.S.: Reitero minha solidariedade a Eduardo Raposo e ao diretor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, Marcelo Burgos, contra uma ultrajante e enviesada acusação de racismo. Examinar questões sociais, mesmo as mais execráveis, como o racismo ou o fascismo reverso — exceto se existe má-fé — é o exato oposto de praticar.

O Globo

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