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sexta-feira, julho 31, 2020

General Santos Cruz condena uso político das Forças Armadas para fazer “pressão de um poder contra o outro”

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“Temos problema de liderança”, destacou Santos Cruz
Jéssica Moura
O Globo
O ex-ministro da Secretaria de governo, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou que as Forças Armadas “não podem ser politizadas” e usadas para um dos poderes da República pressionar os demais. O general participou de uma videoconferência promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta quinta-feira.
“A tentativa de arrastar as Forças Armadas para o varejo político, discussão do dia-a-dia, ela foi mais por conveniência, ou por desconhecimento. Ou pessoas até saudosistas de uma época, hoje está havendo muita transformação”, disse.
MANIFESTAÇÕES – Ele lembrou os episódios de abril e maio, quando o presidente Jair Bolsonaro aderiu às manifestações de apoiadores do governo que pediam intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional. “Temos problema de liderança, de retorno da velha política, enquanto todo mundo tinha outra expectativa”, afirmou.
Embora tenha sido eleito criticando a troca de cargos no Executivo por apoio no Congresso Nacional, Bolsonaro tem se aproximado de parlamentares do chamado Centrão e indicado apadrinhados desses políticos a cargos no governo.
No início de junho, quando o presidente elevou as críticas a ministros do STF por se opor a decisões da Corte, apoiadores apontavam que o artigo 142 da Constituição, que trata das funções das Forças Armadas, fosse acionado para respaldar uma intervenção militar. À época, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, também chegou a dizer que as Forças Armadas poderiam ser acionadas se um poder invadisse a competência do outro, declaração que por sua vez foi rechaçada pelo presidente do STF, Dias Toffoli.
USO POLÍTICO – “Hoje as Forças Armadas têm um prestígio muito grande e não é bom que isso seja utilizado politicamente para fazer pressão de um poder contra o outro”, afirmou Santos Cruz, e completou:”Essas interpretações ocasionais, circunstanciais, tentam utilizar politicamente o prestígio das Forças Armadas, que foi construído com um profissionalismo muito grande nos últimos 35 anos. Teve uma participação em 1964, o mundo era outro, era o mundo da Guerra Fria, um mundo em que uma parte acreditava que tinha que tomar o poder pela luta armada, polarização, etc, mas isso são 56 anos passados”.
Santos Cruz destacou que os conflitos são normais na democracia, mas que para ele há quem tente solucioná-los “fazendo alguns atalhos”. Para o general, atualmente, a sociedade “tem mais recursos ainda de manter as Forças Armadas afastadas”.
“Hoje tem um foco de pressão da sociedade, com as mídias sociais, tem mais esse componente hoje para ajudar a fiscalizar e fazer pressão sobre os poderes”, disse. Segundo Santos Cruz, apesar da pandemia do novo coronavírus, o “Brasil não vive um estado caótico” que justificasse uma intervenção dos militares.
PERDAS – O general afirmou que, quando as Forças Armadas se envolvem com a política, haveria perdas em três aspectos: se reduziria o profissionalismo, haveria risco de divisão interna, além do desequilíbrio de forças: “Ela vai desequilibrar, ou para um lado ideológico ou para um lado partidário, ou pessoal de alguma autoridade”, ponderou Santos Cruz.
Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) já mostrou que a quantidade de militares da ativa e da reserva no governo federal dobrou ao longo da gestão de Bolsonaro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Desde o início, Bolsonaro, prole & Cia, incluindo Augusto Aras, pensaram (?) que as Forças Armadas eram massa de manobra e elemento de uso pessoal para ameaças e provocações. Sempre estiveram enganados e optaram uma “estratégia” que mais se assemelhou a tiros no pé do que ações com algum efeito providencial. As palavras de Santa Cruz ratificam o que grande parte da tropa também pensa. (Marcelo Copelli)

Efeito coronavírus ! Alcolumbre descarta retomada de sessões presenciais no Senado até setembro


Decisão foi tomada após uma conversa de Alcolumbre com três médicos
Iara Lemos
Folha
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), descartou a retomada de sessões presenciais na Casa em agosto. De acordo com o senador, a presença dos parlamentares em Brasília deve ocorrer apenas a partir de setembro. O anúncio de Alcolumbre foi feito a um grupo de senadores durante reunião reservada. Segundo relatos, o parlamentar argumentou que as sessões virtuais serão mantidas devido aos altos índices de Covid-19 no Distrito Federal.
A decisão foi tomada após uma conversa de Alcolumbre com três médicos, das redes pública e privada, em Brasília. Ao senador os profissionais da saúde informaram que as unidades hospitalares do Distrito Federal estão superlotadas devido à doença. A presença dos senadores e de toda a equipe de servidores em Brasília, alertaram os médicos, poderia aumentar os índices de contágio, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde do DF.
TRISTEZA – “Até estava contente que voltaríamos em agosto. Fiquei triste realmente com a situação da Covid em Brasília”, disse a senadora Soraia Thronicke (PSL-MS). Com a decisão de Alcolumbre, as indicações de Nestor José Forster para embaixador do Brasil nos Estados Unidos e a de Hermano Telles Ribeiro para o Líbano terão de esperar, no mínimo, mais um mês. Ambos os cargos estão vagos desde junho do ano passado.
Para que possam assumir as funções na diplomacia falta ainda a aprovação em plenário. A votação é secreta e só pode ser realizada de forma presencial. Em fevereiro, ainda antes de ter início a pandemia do novo coronavírus, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovara em sabatina tanto o nome de Forster quanto de Ribeiro.
Além dos nomes dos embaixadores, outros 32 pedidos de modificações em cargos feitas pelo Itamaraty aguardam para serem votadas, só que ainda na comissão. Os trabalhos no colegiado estão parados por causa da pandemia do coronavírus.
EXPECTATIVA – A previsão inicial era que as votações fossem realizadas em agosto. Para que ocorressem, o Senado iniciou a instalação de um sistema drive-thru, a fim de permitir que os senadores aprovem ou rejeitem uma matéria sem nem mesmo precisar sair do carro. O método vai garantir o sigilo do voto.
Foram instalados sete terminais de votação, evitando que os parlamentares entrem no plenário, onde o espaço reduzido e o ambiente com ar-condicionado poderiam facilitar a proliferação do novo coronavírus.
Mesmo com a instalações dos totens, Alcolumbre já estuda a possibilidade de que o Senado realize apenas sessões semi-presenciais a partir de setembro. A ideia é que senadores que integram o grupo de risco usem os totens e os demais votem em plenário, sem a presença de assessores. Os senadores que não puderem comparecer, poderiam votar de forma online, mantendo o sistema que está em funcionamento desde abril.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Alcolumbre estava decidido a realizar duas sessões presenciais no próximo mês para votação da indicação de autoridades, porém foi convencido que a ideia não seria viável. O resultado poderia ter graves consequências, ainda mais por ter sido informado que vários estados ainda sofrerão com pelo menos mais uma onda de contaminações. Retrato da roleta russa diária diante da qual o país se curva.  (Marcelo Copelli)

Festival de denúncias com o repórter Davi Alves

É bom os professores lembrarem que " não existe almoço grátis".



Jorge Varjão 


Acho pouco o aumento concedido aos professores, mereciam mais.

Porém tem algo estranho que estou procurando entender, se a prefeitura estava quebrada ("herança maldita"), não tinha dinheiro para pagar aos funcionários de um modo geral em dia dois meses atrás, todos sabemos que a economia mundial está com seu PIB em queda e que a economia de Jeremoabo sobrevive graças ao FPM, ao dinheiro dos aposentados e pensionistas e a uma agropecuária rudimentar, com pouca tecnologia, indústrias aqui quase inexistem, o que nós víamos era motorista reclamar, que não recebia diárias a meses, músicos que tocaram no São João 2019 reclamando seus cachês, professores reclamando não mais pelo reajuste e sim pelo salário do mês, garis sem salário segundo alegavam que a empresa terceirizada não estava recebendo o repasse mensal por parte da prefeitura, funcionários da saúde reclamando falta de EPI para se protegerem contra o vírus desta pandemia e de repente aparece dinheiro para reajuste salarial, estranho não?
Isto está com cheiro de desvio de finalidade de verbas federais com fins eleitoreiros, ou como a lei de responsabilidade proíbe aumento de despesas nos últimos 6 meses de uma gestão sem que demonstre a origem da receita constante para cobrir tal aumento de despesa, temos algumas especulações a serem consideradas.
1 - Existia a verba e o reajuste poderia ter sido concedido 24 meses atrás e por crueldade, ou querendo angariar a simpatia do professorado, acumulou o dinheiro, para dá-lo somente agora a 30 dias do começo da campanha eleitoral com as convenções partidárias?
2 - O executivo está dando o reajuste na esperança de que algum vereador da oposição conteste amparado no artigo 21, inciso II, da lei de responsabilidade fiscal, regulamentada pela lei complementar 173/2020 e aí dirá, "eu quis dar o aumento, porém a oposição não deixou".
3 - O dinheiro que deveria ser gasto no enfrentamento da pandemia, que provavelmente se alongará até as eleições, servirá para complementar os salários de agosto, setembro e outubro, em novembro teremos as eleições e tendo isto acontecido não mais teremos dinheiro para pagar nem os salários quanto mais o reajuste, acorde professor, não creio que os "formadores de opinião", como disse o prefeito ao anunciar o reajuste cairão no conto do vigário.
4 - Ou aqui em Jeremoabo tem um economista que precisa ensinar aos mais renomados economistas do mundo como fazer para surgir dinheiro diante de uma economia falida.
Nota da redação deste Blog - Esse comentário do Dr. Jorge merece uma meditação por parte dos professores já que existe uma grande incógnita  para ser decifrada.
É bom os professores lembrarem que " não existe almoço grátis".

Rodrigo Maia antecipa que a Câmara derrubará a CPFM com disfarce “digital

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SINDIURBANO-PR
Charge do Cicero (Correio Braziliense)
Pedro do Coutto
Ao participar ontem de seminário promovido pela Folha de São Paulo e Confederação Nacional da Indústria, o deputado Rodrigo Maia afirmou que votará contra o projeto Paulo Guedes de criar uma nova “CPMF” disfarçada na capa de outro nome, mas cujos efeitos seriam um aumento de imposto atingindo a população de modo geral e as atividades da indústria, comércio e dos serviços.
Rodrigo Maia sustenta que o tributo sobre comércio eletrônico é uma forma disfarçada de aumentar a contribuição fiscal, e o nome pode ser uma sigla inglesa, para enrolar a sociedade.
PERGUNTA EM ABERTO – Maia assinalou que o PIB está em torno de 7 trilhões de reais ao ano. Portanto, indagou, para que cobrar de todos mais 600 bilhões de reais, 9% do PIB? 
Na Folha de São Paulo a reportagem é de Danielle Brant e Mayara Paixão. Em O Globo a matéria é de Jéssica Moura. Com as afirmações que fez, Rodrigo Maia não antecipou somente o veto do Legislativo ao novo tributo. Antecipou também sua nova ruptura com Paulo Guedes ampliando seu distanciamento do governo Bolsonaro.
Se o projeto do ministro da Economia, depois disso for enviado a Câmara será derrotado. Na verdade a pretendida alíquota de 0,2% acabaria sobre o bolso dos consumidores. 
PIB CAI NOS EUA– Reportagem de Henrique Gomes Batista, André Machado e Elisa Martins focaliza o desabamento do Produto Interno Bruto dos EUA, na escala de 33% no segundo trimestre deste ano, e que somente tem comparação com a crise de 1929 a 1932.
De 1929 a 1931 o presidente dos EUA era Herbert Hoover. A economia americana só se reergueu a partir de 1932 com a vitória nas urnas do presidente Franklin Roosevelt. Para se ter uma ideia do que representa o recuo econômico deste ano, acentuo que o PIB americano oscila em torno de 19 trilhões de dólares.
Portanto, arriscando-se um cálculo a divisão por trimestre representa algo em torno de 3,5 trilhões de dólares. Uma avalanche. Além do resultado financeiro temos de considerar também o crescimento da população, para ver a queda da renda per capita.
DIZIA CAMPOS – As reportagens não assinalam os números absolutos da economia. Como dizia Roberto Campos quando se fala em percentagem tem de se falar no que concretamente representa sobre os números absolutos para que se tenha ideia da relatividade. 
No semestre deste ano a Petrobrás, matéria de Nicola Pamplona, Folha de São Paulo, está acumulando um prejuízo de 48 bilhões de reais, dos quais 2,7 no segundo trimestre. O impacto é muito grande no que se refere a economia brasileira e a atuação do presidente da Empresa, Roberto Castelo Branco que defende sua privatização.
Por falar em privatização excelente o artigo do professor Joaquim de Carvalho a respeito da privatização da Eletrobrás. Não se pode privatizar, disse ele, os recursos naturais e renováveis do país. Qualquer aumento de tarifas atinge em cheio tanto a indústria, o comércio e o setor de serviços.

Guilherme diga que aqui é FAKE NEWS - Fique sabendo que Jeremoabo não é cão sem dono.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu e atividades ao ar livre
























Nota da redação deste Blog -  Esse fora da lei tem que reconhecer que Jeremoabo tem dono, Jeremoabo pertence aos cidadãos  de bem.
E tanto tem que não é através de seu conluio que você irá conseguir desmanchar um ato que em defesa do erário público, em defesa da honra de todo cidadão honesto de Jeremoabo,a ex-prefeita Anabel te  colocou  para fora da prefeitura a bem do serviço público, mulher corajosa mulher que   demonstrando autoridade e competência não  acobertou sua desonestidade querendo receber o dinheiro  suado do povo de Jeremoabo sem trabalhar.
Arranje outra maneirar de fraudar, de aplicou o golpe contra o povo que essa não colou.
Jeremoabo tem os vereadores de oposição que tem vergonha na cara, nunca iriam acobertar suas falcatruas.
Papelão você fez, chantageou o prefeito, até que conseguir o mesmo compartilhar do seu podre lamaçal.



Depois de bispos, 1058 padres assinam manifesto com críticas a Bolsonaro e reforçam racha político na Igreja


Carta é “uma leitura lúcida da realidade atual à luz da fé”, afirmam padres
Gilberto Nascimento
G1 / BBC
Mil e cinquenta e oito padres brasileiros assinaram um manifesto, divulgado na tarde desta quinta-feira, dia 30, em apoio a uma carta de 152 bispos da Igreja Católica com duras críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tornada pública no fim de semana. A iniciativa desses sacerdotes esquenta ainda mais o embate entre as chamadas alas “progressista” e “conservadora” na Igreja Católica.
Grupos conservadores haviam reagido ao documento dos representantes do episcopado, a “Carta ao Povo de Deus”, divulgada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo. Os bispos disseram que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua História e vive uma “tempestade perfeita”, combinando uma crise sem precedentes na saúde e um “avassalador colapso na economia”, com questionadas e polêmicas ações do presidente da República que resultam “numa profunda crise política e de governança”.
DISCERNIMENTO – Os padres afirmam que a manifestação dos bispos brasileiros “em profunda comunhão com o papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)” oferece ao povo “luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País”.
Segundo o documento dos padres, os governantes “têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial os mais pobres”, mas “não tem sido esse o projeto do atual governo”, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”.
E acrescenta: “Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da ‘nossa irmã, a Mãe Terra’, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil”.
SUSPENSÃO – O documento dos bispos brasileiros deveria ser divulgado inicialmente na quarta-feira, dia 22, mas foi suspenso para ser analisado pelo Conselho Permanente da CNBB. Acabou vazando, deliberadamente, diante do temor de alguns signatários de que os conservadores católicos impedissem a sua divulgação.
Assinaram o documento, entre outros, o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, o bispo emérito de Blumenau dom Angélico Sândalo Bernardino; o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Damian; o arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa, e o bispo emérito do Xingu (PA), dom Erwin Krautler. O texto será avaliado pela CNBB em reunião no próximo dia 5. A CNBB, na avaliação de religiosos, tende a se manifestar em favor da autonomia dos bispos para darem declarações.
PADRES DA CAMINHADA – Já os padres também contrários às ações de Bolsonaro se organizaram em movimentos como o Padres da Caminhada – com cerca de 200 integrantes, entre eles bispos eméritos, com dom Mauro Morelli, de Duque de Caxias (RJ) -, e os Padres contra o Fascismo, com 170 membros. Surgido no final do ano passado em um encontro de comunidades eclesiais de base em Canoas, no Rio do Grande do sul, os Padres da Caminhada saíram em defesa do pároco Edson Tagliaferro, da cidade de Artur Nogueira (SP), que chamou Bolsonaro de “bandido” numa homilia, no início de julho.
Também apoiaram os colegas padres Dennis Koltz e Sisto Magro, agredidos por um fazendeiro no interior do Amapá, há cinco meses, e se posicionaram contra o racismo na Igreja Católica, reivindicando ao papa Francisco a nomeação de mais bispos negros.
Na carta divulgada, os padres afirmam ser necessária e urgente a reconstrução das relações sociais no Brasil, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados”.
COMPROMISSO – Afirmam ainda um compromisso “em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta”, e se solidarizam com todas as famílias que perderam vidas por causa da covid-19. “Essa doença ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus”, reclama o documento.
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ÍNTEGRA DO MANIFESTO
“CAMINHAMOS NA ESTRADA DE JESUS”
CARTA DE PADRES EM APOIO E ADESÃO AOS BISPOS SIGNATÁRIOS DA CARTA AO POVO DE DEUS
“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situamse cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).
Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Facismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, “em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.
O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País.
Os bispos alertam para o perigo de que “a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República”, principalmente impulsionado pelo Presidente. Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por “interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus”.
Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)”.
Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”. Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da “nossa irmã, a Mãe Terra”, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil. É urgente a reconstrução das relações sociais, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. […] Essa realidade não comporta indiferença.”.
A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários.
Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: “Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais”. Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil “duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios”.
Nesse tempo de “tempestade perfeita”, a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso “na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária”, como indicam os bispos em sua carta. Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida.
Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! “Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.”
Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo! Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.
Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus.
Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.
29 de julho de 2020
Festa de Santa Marta”

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Publicado em 25 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Janio de Freitas Poder360 A legalidade livrou-se...

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