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sexta-feira, junho 12, 2020

Moro diz que ficou constrangido e por isso aceitou ser padrinho de casamento de Carla Zambelli


Zambelli escolheu Moro e Abraham Weintraub como padrinhos
Deu no O Tempo
Sergio Moro, ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-juiz, disse, nesta quinta-feira, dia 11, que aceitou o convite para ser padrinho de casamento da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por “constrangimento”. “Pouco conheço a Zambelli. Na verdade, a questão é que foi aquele tipo de convite que você fica constrangido: ‘ah, vamos lá prestigiar’. Mas eu nunca tive um relacionamento próximo, pessoal com a deputada”, disse ele em entrevista ao programa “Timeline”, da Rádio Gaúcha.
Na cerimônia realizada em fevereiro, a deputada escolheu Moro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e suas respectivas mulheres, Rosângela e Daniela, como padrinhos e madrinhas de seu casamento com o coronel Aginaldo de Oliveira, diretor da Força Nacional de Segurança.
“VELHO DISCURSO” – Na entrevista, Moro ainda minimizou declarações anteriores da deputada de que ele perseguia o PT e protegia o PSDB enquanto julgou casos da Operação Lava Jato. “É um velho discurso de perseguição política”, disse.
Após a declaração de Moro, Carla Zambelli publicou mensagem no Twitter em que ironiza o constrangimento relatado pelo ex-ministro com vídeo no qual ele elogia a deputada. Em seguida, questiona se Moro é “mentiroso” ou “cínico”.“Da nossa parte era verdadeiro, prezado. O duro agora são os álbuns, que não se editam. Mas sempre fica o aprendizado”, concluiu Zambelli.
À radio, Moro voltou a dizer que não deixou o governo para ser um líder opositor e que se via como uma bandeira anticorrupção. “Eu não saí do governo para construir uma oposição. Eu saí, declinei meus motivos e o objetivo nem foi prejudicar o governo. Até fiquei surpreso com a abertura do inquérito (sobre a denúncia no STF). O objetivo foi expor o porquê eu estava saindo e era proteger as pessoas, a Polícia Federal”, completou.

Onde andará o inquérito da PF que investiga os irmãos Marinho, donos da TV Globo?


Família Marinho | Media Ownership Monitor
Justiça Federal mandou investigar os filhos de Roberto Marinho
Carlos Newton
Com incontáveis e descomunais problemas que o Brasil vem enfrentando, por que alguém iria se interessar em comentar o destino ou o andamento do Inquérito Policial instaurado em 3 de dezembro de 2019, aqui no Rio de Janeiro, por determinação do juiz da 2ª Vara Federal Criminal, atendendo a requerimento do Ministério Público Federal?
Essa investigação tem como indiciados os senhores Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho e o advogado paulista Eduardo Duarte, especialista em “criar” empresas de fachada.
DIVERSOS CRIMES – As acusações incluem falsidade ideológica, crimes de sonegação fiscal e até descumprimento das leis de telecomunicações, envolvendo suposta utilização de empresas de prateleira no controle de concessões de canais de televisão da Rede Globo.
A matéria tem relevância, sim, pelo renome dos investigados e deve ter tramitação rápida, visto que, segundo os telejornais do Grupo Globo e o artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…”, muito embora haja juristas e pensadores que disso discordem, assinalando que “todos somos iguais perante a lei, mas não perante os encarregados de fazê-la cumprir”. 
É uma reflexão que merece consideração. No Judiciário, por exemplo, há processos que ganham velocidade supersônica e outros que andam a passo de tartaruga.
DEFESA DE LULA – O ex-presidente Lula da Silva, no exercício de seu direito de defesa, apresentou dezenas de processos e recursos que foram julgados da noite para o dia. Há inquéritos ou investigações que são iniciados em menos de 48 horas. Veja-se o caso do suplente do senador Flávio Bolsonaro, empresário Paulo Marinho, que, após longa entrevista à “Folha de S. Paulo”, em menos de duas semanas foi convidado a prestar esclarecimentos em três oportunidades, com acompanhamento de toda a mídia nacional.
Já as investigações sobre as atividades do ex-policial Fabrício Queiroz, com ressonância nacional, “anda  três casas e retrocede quatro”, não se sabendo mais seu alcance e nem quem irá julgá-lo.
Nesse quadro, pertinente ainda lembrar o caso do auxílio-moradia dado a juízes e promotores e que, por decisão do ministro Luiz Fux, do STF, ficou na “geladeira” quatro anos, produzindo frutos e benefícios reais a essas categorias, até que, no julgamento pelo plenário do STF, ficou o decidido pelo não decidido, sem devolução dos bilhões de reais antecipados liminarmente a esses milhares de conceituados profissionais, “razoavelmente remunerados” (R$33.935,60).
CASO DA TRIBUNA – Para confirmar que nem todos são iguais perante os aplicadores da lei, de não se esquecer também o processo de indenização do jornal “Tribuna da Imprensa”, que destroçado fisicamente pela ditadura de 64, aguarda há 40 anos a liberação de irrisório ressarcimento pelo Poder Judiciário. O jornal de Helio Fernandes fechou as portas defendendo o estado democrático de direito e acabou sendo penalizado pelos líderes que passaram a gerir o país em nome da liberdade e da democracia. Assim, cortaram o oxigênio do diário.
A área da assistência médica pública não é exceção. No SUS, que merece nossa admiração e apoio, há registro de casos de brasileiros que ficam na fila de transplantes dois ou mais anos aguardando por um doador compatível e  há outros sortudos que, em 30 dias de espera, têm o seu direito assegurado por conta da  complexidade e agravamento de seu estado de saúde e porque surgiu miraculosamente um doador salvador.
EFICIÊNCIA E RAPIDEZ – Tudo isso, para dizer que na Administração Pública a eficiência e a rapidez são princípios que devem nortear as atividades do servidor público e, assim sendo, é mais do que razoável perquirir como anda o Inquérito Policial instaurado pela Polícia Federal no Rio de Janeiro em dezembro passado, sob o número 5096780-78.2019.4.02.5101 e que tem como investigados os controladores do Grupo Globo, além de um compulsivo colecionador de CNPJs.
Justiça ou investigação tardias punem, por antecipação, os indiciados que muitas vezes são injusta e precipitadamente destroçados pela mídia. O que, sem dúvida, não ocorrerá nesse inquérito, pois quem ousará atirar a primeira pedra contra os mais do que poderosos investigados, que, diariamente, se comunicam com mais de cem milhões de brasileiros?

“Bolsonaro quer distrair a opinião pública da pandemia e do desastre econômico”, diz Ciro Gomes


Ciro diz que retomada das atividades é “irresponsabilidade genocida”
Joelmir Tavares
Folha
Principal nome do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, 62, diz que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prepara uma milícia armada para se manter no poder e que o ex-presidente Lula (PT) só se movimenta se ele próprio for a estrela central.
Em entrevista à Folha, o ex-presidenciável defende o impeachment de Bolsonaro e afirma que “a parte jurídica está dada, mas a política ainda não”. Ele faz coro com seu partido ao desestimular protestos de rua agora, durante a pandemia. “Mas a hora chegará.”
Ciro está lançando o livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança”, no qual expõe e analisa algumas das propostas que levou ao eleitorado em 2018. Ele ficou em terceiro lugar, com 12,4% dos votos válidos.
De casa, em Fortaleza (CE), ele tem feito lives (transmissões ao vivo na internet), dado entrevistas a jornalistas e influenciadores digitais e postado em redes sociais durante a quarentena. Falou com a Folha por telefone, na quarta-feira, dia 10.
O PDT, seu partido, não apoia os protestos de rua contra Bolsonaro, por causa da pandemia. O senhor concorda?
Tenho respeito e gratidão por aqueles que se propõem a correr o risco de se contaminar e de ser ferido por uma parte da polícia arbitrária que está a serviço do bolsonarismo. Mas, como homem público, tenho responsabilidade. Não está na hora de ir para a rua, mas a hora chegará.
Tudo o que o Bolsonaro quer é distrair a opinião pública da pandemia e do desastre econômico sem precedentes. Ele pretende criar um campo de batalha, para coesionar a turma radical que o segue. Criar um caos para que amanhã a classe média, que hoje é crítica a ele, comece a se assustar e peça ordem.
Qual será, a seu ver, a hora de ir às ruas?
Ali por agosto ou setembro, vamos precisar todo mundo ir para a rua. Agora, o povo, desorientado por esse debate absolutamente irresponsável feito pelo Bolsonaro, precisa fazer isolamento social. As fotografias do contágio são assustadoras. Estou apavorado.
Cidades e estados estão reabrindo comércio, retomando atividades.
É uma irresponsabilidade genocida, do senhor [João] Doria, do senhor [Wilson] Witzel. Fizeram inclusive a retórica do isolamento social, politizando também o debate com Bolsonaro, e se equalizaram com ele.
O senhor defende ir para as ruas em nome de quê? Impeachment?
Na minha opinião, essa é a saída que a democracia brasileira infelizmente terá que tentar mais uma vez. Impeachment não é remédio para governo ruim, é punição para presidente criminoso. As condições jurídicas estão evidenciadas nas representações do PDT e de outros partidos. Há crime de responsabilidade quando ele atenta contra o regular funcionamento das instituições, confronta a autonomia da federação, aparelha órgãos públicos.
Seria possível avançar sem pressão das ruas?
A parte jurídica está dada, mas a política ainda não. Bolsonaro ainda conta com apoio de parte da população, o que não nos permite ter ilusão de que o Congresso dará os votos. Por isso, ir para a rua será fundamental. Por enquanto, temos que fazer militância virtual.
O senhor não assinou os recém-criados manifestos em defesa da democracia, como o Estamos Juntos e o Basta!. Por quê?
É fundamental que a sociedade civil brasileira se liberte, faça esse exercício sem estar sendo cobrada de estar alinhada a este ou àquele grupo. No período recente em que a esquerda esteve no poder, tudo o que era expressão organizada da sociedade foi cooptado. Mas eu elogiei e estimulei [os manifestos], a campanha Somos 70%.
Na sua visão, políticos que assinaram os documentos, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Fernando Haddad (PT), se apropriam de uma pauta que deveria ser da sociedade?
O Fernando Henrique, não. Ele é um ex-presidente da República que empresta peso e prestígio.
Já o Haddad está numa situação delicada, porque assinou e no dia seguinte o Lula disse que não será “maria vai com as outras”. O Lula cuida de destruir qualquer possibilidade de o Haddad adquirir uma personalidade política necessária para liderar uma nação. É um desastre.
Lula disse que os manifestos exprimem uma visão da elite e desconsideram o trabalhador.
Isso é uma bobagem. O que explica o Lula é que, se ele não for a estrela central, nada presta. Nós já perdoamos essas baboseiras do Lula a vida inteira. Isso encheu. Nunca mais.
Ele falou também que não vai assinar um papel já assinado por gente que pecou pelo golpe [impeachment de Dilma Rousseff]. Ora, o Lula se esqueceu que naquela caravana ele estava com [os senadores] Renan Calheiros e Eunício Oliveira? Não foi o Senado que fez o impeachment?
O senhor afirmou na GloboNews que é preciso “defender a democracia, e quem não vier é traidor”. Referia-se a Lula?
Na construção da democracia brasileira, pessoas com diferenças políticas irreconciliáveis foram capazes de deixar as discordâncias para a hora própria e construir consenso, o que fez a roda da história andar. O que o Lula está fazendo agora é atrapalhar a roda da história.
Para o lulopetismo, é preciso que o Brasil sangre e pague o preço de não ter descido em Curitiba, destruído a Polícia Federal e tirado o Lula de lá e levado ele incensado para o poder. O Lula se corrompeu e está destruindo o PT.
Os manifestos terão efeito prático para o impeachment, que é a sua bandeira?
Produzirão um efeito prático, mas não são uma bala de prata. A política é sofisticada. O que vai acontecer é um processo muito lento de desconstrução da base social de Bolsonaro.
O senhor tem falado sobre a politização dos quartéis, com agentes de segurança nos estados alinhados a Bolsonaro. O motim no Ceará, em fevereiro, foi um prenúncio?
Enfrentamos no Ceará o passo seguinte do que vai acontecer no Brasil, que é a milícia armada. Jovens violentos, mascarados, armados, botaram os seus comandos para correr de dentro dos quartéis. Saíram nas viaturas atirando para cima, mandando fechar comércio e escola. E deram dois tiros no peito de um senador da República [Cid Gomes, irmão de Ciro, que avançou com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel].
Há risco de instrumentalização dessas forças por Bolsonaro?
O risco é real e iminente. Estou vendo um cenário de distopia ali por setembro, com uma mistura do saldo de cadáveres e da implosão da economia. Nós estaremos ocupando as ruas pelo impeachment. E o Bolsonaro está preparando essa milícia.
Ele revogou as portarias de rastreamento de armas e munições pelo Exército. O filho dele está fazendo lobby desgovernado para atrair uma fábrica de armas [parceria com uma marca americana]. Bolsonaro confessou que tem um serviço de informações particular. Ele está facilitando a importação, sem tributos, de fuzil. Isso não é para armar o povo, é para armar a milícia dele. Isso está sendo sistematizado.
E como combater?
Quando eles deflagraram aquilo no Ceará, havia 12 estados engatilhados para fazer o mesmo. Nós sabíamos que nossa tarefa era por nós e pelo Brasil. Unimos todos os poderes e tomamos uma série de providências. O combate tem que ser federal. Precisamos transformar, na Constituição, o crime de motim em crime federal e estabelecer os procedimentos de investigação e julgamento.
Nesse cenário distópico, como as Forças Armadas ficariam?
Divididas. Acho que a estrutura de comando está vendo essa aberração.
Como o senhor vê a narrativa de que a desunião da esquerda facilitará a reeleição de Bolsonaro?
Isso é um mecanismo que o PT utilizou ao longo dos últimos 30 anos para matar o trabalhismo do Brizola, abafar o socialismo do Arraes, destruir o PC do B e, agora, atingir o PSOL.
Eles não tiram nenhuma lição do fato de que uma população que votou em massa no PT nos últimos anos tenha eleito Bolsonaro, um picareta, politiqueiro, ligado à milícia, que nunca produziu nada de útil?
Virou todo mundo fascista, manipulado, gado, como eles chamam? O PT sustenta essa narrativa que não guarda conexão com a vida real. O Brasil viu a crise econômica da Dilma, mas o PT não faz a autocrítica por nada. Então vai ter que ouvir a crítica. Se quiser ouvir respeitosamente, vai ouvir. Se não quiser, vai na canela.
Se não é pela unidade da esquerda, a superação do bolsonarismo passaria por qual arranjo?
Passa pela percepção das urgências. E hoje há três urgências, no psicológico popular, que pedem unidade máxima: a de enfrentar o genocídio, a de proteger empregos que estão sendo destruídos aos milhões e a de assegurar as liberdades da democracia.
Alguns setores defendem que a polarização entre Bolsonaro e Lula depende de um nome de centro para ser rompida. O senhor se coloca nesse lugar?
Tenho uma formação de esquerda moderada, esquerda democrática. O projeto que eu advogo reúne o centro político com a esquerda democrática.
Sergio Moro é apontado como uma opção eleitoral de centro, por se contrapor ao petismo e agora ao bolsonarismo. O senhor se vê disputando a eleição com ele?
Esse é um dos cenários. Agora, eu acho que até lá o Sergio Moro estará carbonizado. A centralidade da ‘monoagenda’ do Moro está sumindo.
A corrupção não terá mais centralidade na vida do povo. Será emprego, educação, saúde pública. Moro está sendo testado por todo o mainstream brasileiro, assim como o Doria e o [Luciano] Huck. Vamos ver qual deles vai dar no couro. Mas eles não rivalizam conosco. Rivalizam entre si.
O senhor até hoje é cobrado por ter se ausentado do segundo turno de 2018. Uma das críticas é que isso abriu caminho para Bolsonaro vencer. Faz alguma autocrítica?
Quem fala isso é o lulopetismo bandido. No primeiro turno, todas as pesquisas já indicavam que a força dominante no país era o antipetismo. Aí vai o Lula e mente dizendo que é candidato, quando o que se tinha que fazer era produzir uma alternativa.
Números não mentem jamais. Se todos os meus votos fossem para o Haddad, ainda assim seriam insuficientes para ele vencer. Eles [petistas] queriam que eu fizesse campanha para afundar junto com eles. O que eu fiz, com o meu partido, foi declarar apoio crítico e não participar da campanha.
O senhor escreve no livro, referindo-se ao Brasil, que “o país que mais cresceu entre 1930 e 1980 ignorou a ignorância”. Que paralelo faz com o país de hoje?
O que vivemos hoje é o fundo do poço. O Bolsonaro é a última consequência do esgarçamento estratégico da nação, com a explosão de miséria, de desigualdade, de informalidade inédita e de absoluta falta de perspectiva para todos, especialmente para os jovens.
O senhor também fala na obra sobre a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento. Existe algum hoje?
Não, nada. Qual é o projeto de educação? De defesa? De infraestrutura? De distribuição de renda?

Justiça derruba portaria de Bolsonaro que ampliou a compra de munições por civis


Charge do Iotti (gauchazh.clicrbs.com.br)
Rayssa Motta
Estadão
A Justiça suspendeu a portaria do governo federal que, em abril, triplicou o limite para a compra de munições aos portadores de arma de fogo com base no parecer de um general exonerado e sem função. Em decisão liminar proferida na última terça-feira, dia 9, o juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo, atendeu a um pedido apresentado à Justiça em ação popular movida pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Na visão do magistrado, a medida não teve ‘motivação’ plausível. O juiz destacou ainda que, apesar de ter sido editada por autoridades legalmente autorizadas, a portaria apresenta ‘vício’ de legalidade e desvio de finalidade, uma vez que deixou de consultar o Comando do Exército, por meio de seu órgão de controle e fiscalização de armas e demais produtos controlados, para obter parecer técnico sobre o texto.
PARECER DE TRÊS LINHAS – O Estadão mostrou, com exclusividade, que a portaria do governo foi fundamentada em pareceres de três linhas, um deles assinado pelo general Eugênio Pacelli, quando ele já estava exonerado do cargo de diretor de Fiscalização de Produtos Controlados.
No despacho que derrubou a medida, o juiz Djalma Moreira Gomes destaca ainda que a portaria foi editada um dia após a reunião ministerial do dia 22 de abril, no Palácio do Planalto. Na reunião, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobra do ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, e do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, providências para armar população contra ditadura de prefeitos de governadores.
“Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz uma bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se estivesse armado, ia para a rua”, disse o presidente na reunião, cuja gravação foi tornada pública por decisão do Supremo Tribunal Federal.
PRESSÃO – Em entrevista ao Estadão, Moro admitiu ter sofrido pressão de Bolsonaro para aprovar a medida e revelou que não se opôs ao presidente para não abrir um novo ‘flanco’ de conflito no momento em que tentava evitar a troca no comando da Polícia Federal.
Com a medida, o limite para a compra de de balas passou de 200 para 600, por registro de arma de fogo. No País, 379.471 armas estão nas mãos da população, segundo a Polícia Federal. Dessa forma, o novo decreto poderia possibilitar a compra de 227.682.600 balas (600 munições por arma).
Em abril, o Exército já havia revogado três portarias que aprimoravam o rastreamento e a marcação das balas e armas de fogo. As normas eram exigências do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União e, na prática, dificultavam o acesso do crime organizado a munições e armamentos extraviados das forças policiais do País. A revogação das três portarias está sendo investigada como possível ato de interferência de Bolsonaro no Exército.

quinta-feira, junho 11, 2020

Valgueiro denuncia prefeitura na PF por suposto superfaturamento na compra de máscaras; gestão diz que vereador “cria factoides”

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Foto: Ascom PMP/divulgação
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O vereador e líder da bancada de oposição na Casa Plínio Amorim, Paulo Valgueiro (PSD), denunciou à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), no dia de ontem (10), um suposto superfaturamento no valor das máscaras descartáveis destinadas ao enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19), compradas sem licitação pela Prefeitura de Petrolina no início de abril. De acordo com levantamento feito por Valgueiro, o atual gestor Miguel Coelho teria adquirido 500 mil máscaras cirúrgicas descartáveis com valor unitário muito superior ao praticado no mercado e por outros entes federativos, usando recursos públicos federais, que podem ter trazido um prejuízo de R$ 1.385.000,00.
A aquisição ocorreu pela Dispensa de Licitação nº 005/2020, que deu origem ao Contrato nº 182/2020, celebrado entre o município de Petrolina e a Empresa Multilaser Industrial S.A., num valor global de R$ 1.865.000,00, por meio do qual a administração comprou os equipamentos de proteção pelo preço unitário de R$ 3,73 – valor muito superior ao praticado no mercado.
Nos documentos apresentados à denúncia, Valgueiro fez o orçamento do mesmo produto, comparando o valor praticado no mercado para vendas à iniciativa privada, o valor na venda a outros entes governamentais da região e o valor da dispensa de licitação da prefeitura, o que serviu para confirmar o sobrepreço das máscaras adquiridas pela prefeitura.
No comparativo com o Ministério da Saúde, na dispensa em que comprou a mesma quantidade de máscaras (500 mil), o preço unitário saiu a R$ 0,96. Mesmo em contratos diferentes de compra pelo Ministério houve variação dos preços, saindo a R$ 2,00 a unidade, mas nenhum deles sequer se aproximou do valor pago por Petrolina. Num cálculo simples, enquanto a gestão comprou a unidade da máscara por R$ 3,73, a Prefeitura de Juazeiro (BA), numa quantidade bem menor, o que normalmente coloca o preço para cima, adquiriu o mesmo equipamento de proteção pelo valor unitário de R$ 1,50.
Já em Senhor do Bonfim, também na Bahia, o valor foi ainda menor. A prefeitura local comprou as máscaras pelo valor unitário de R$ 1,20, com uma compra também em menor escala: apenas 600 máscaras cirúrgicas descartáveis.
De acordo com Valgueiro, que apresentou os documentos para investigação, o Governo de Pernambuco, que já comprou caro, adquiriu as máscaras por um preço de mercado mais justo. Foram 2.090 milhões de máscaras, que saíram a R$ 2,78 cada. Na pesquisa feita pelo vereador, as empresas de varejo conseguem vender esses equipamentos por um preço médio de R$ 1,35 cada, valor ainda muito abaixo do comprado pela Prefeitura de Petrolina. “O prefeito precisa explicar ao povo de Petrolina sobre esse superfaturamento e agora terá que se explicar também à PF e ao MPF”, alfinetou Valgueiro. Na denúncia, Valgueiro ratifica a confiança no trabalho da PF e do MPF e pede esforços na instauração do procedimento de investigação
“Factoides”
Numa nota enviada ao Blog, a administração municipal explicou que as máscaras adquiridas para os profissionais da rede de saúde que atuam no combate e tratamento contra a Covid-19 são diferentes daquelas denunciadas pelo vereador. Ainda conforme a nota, a prefeitura diz que Valgueiro “cria factoides” para enganar os petrolinenses.
Confiram:
A Prefeitura de Petrolina lamenta que certos políticos se utilizem dos seus cargos para enganar a população e criar factoides, principalmente neste período de pandemia. Fica claro, na denúncia em questão, que as máscaras as quais o vereador se refere não possuem caraterísticas iguais. Ao observar a descrição do produto, as máscaras adquiridas pelo município de Petrolina têm tripla camada e tecido filtrante, totalmente diferente das demais usadas como comparativo.
Esse tipo de máscara é adequada e segura para a utilização dos profissionais de saúde diretamente envolvidos no tratamento e combate ao novo coronavírus. Em outras cidades e órgãos, a mesma máscara (máscara cirúrgica – tripla, descartável, simples, de uso hospitalar, gramatura mínima de 30g/m², confeccionada em fibras de não tecido, TNT, anatômica. Características adicionais: modelo retangular, pregas horizontais e com elástico com comprimento, caixa c/50 unidades) foi adquirida por valores semelhantes ou até maiores que Petrolina (R$ 3,73 unidade): Juazeiro (R$ 5,40), Cabo de Santo Agostinho (R$ 3,84), Distrito Federal (R$ 3,90), Ministério da Educação (R$ 3,80), Governo de Minas Gerais (R$ 3,82).
Vale destacar ainda que os preços praticados no mercado são diferentes entre março e abril, conforme a pandemia avança no país. Muitas empresas estão com o item esgotado, provocando uma constante oscilação dos valores.
A prefeitura está à disposição de todas as autoridades e órgãos de controle, assim como está de portas abertas para qualquer cidadão que tenha interesse em saber a verdade e colaborar com a construção de estratégias e ações, sobretudo neste momento de pandemia. O que se espera das pessoas, principalmente daquelas que possuem cargos públicos, é responsabilidade e compromisso com a verdade, sem mentiras, imputação de falsas condutas ou acusações, o que pode até configurar como crime.
PMP/Ascom

Bolsonaro estimula população a entrar em hospitais para filmar oferta de leitos

Publicado em: 11/06/2020 21:34
 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu nesta quinta-feira (11) aos seus seguidores nas redes sociais que filmem o interior de hospitais públicos e de campanha para averiguar se os leitos de emergência estão livres ou ocupados.

Em live nas redes sociais, o presidente defendeu que, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, elas sejam enviadas ao governo federal, que o repassará para a Polícia Federal ou para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para que sejam investigadas.

A entrada em unidades de saúde sem autorização não é permitida. O gesto, além de constranger os pacientes, coloca o visitante em risco de contaminação, sobretudo em meio à pandemia de coronavírus. As autoridades de saúde têm recomendado que as pessoas evitem unidades hospitalares para evitar o contágio.

"[Se] Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda", disse o presidente.

Na semana passada, cinco deputados estaduais de São Paulo invadiram as instalações do hospital de campanha no Anhembi, causando tumulto no local. Os funcionários da unidade de saúde pediram para que eles se retirassem, mas eles se negaram a deixar o local.

O presidente fez o pedido após colocar em dúvida o número total de mortes por coronavírus no Brasil. Nesta quinta-feira (11), o Brasil registrou 1.261 mortes, elevando para 41.058 vidas perdidas.

Sem mostrar provas, Bolsonaro disse que chegam ao governo federal informações de que o número total de mortes está inflado e de que muitas pessoas morrem por outros motivos, mas que seus atestados de óbito incluem o coronavírus como causa.

"Tem um ganho político dos caras. Só pode ser isso. Aproveitando as pessoas que falecem para ter um ganho político. E para culpar o governo federal", disse. "Pode ser que eu esteja equivocado, mas, na totalidade ou em grande parte, ninguém perdeu a vida por falta respirador ou de UTI", acrescentou.

Até agora, o novo coronavírus vitimou mais brasileiros do que os acidentes de trânsito em todo o ano de 2019. Os mais de 40 mil óbitos pelo novo coronavírus superaram as 40.721 mortes no trânsito de 2019.

Além disso, as mortes pela Covid-19 no Brasil já ultrapassaram o total registrado em 2019 com homicídios dolosos. Foram 39.776 em todo o ano passado, de acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ministro Ayres Britto “A Constituição é a única lei que o Estado não faz; quem faz é a Nação.”

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