Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, maio 14, 2019

Sexta Turma do STJ manda solta Temer e o coronel Lima, seu operador na corrupção

Posted on 

Além de Michel Temer, STJ julga HC de Coronel Lima, acusado de ser operador financeiro do ex-presidente Foto: Reprodução
Os ministros entenderam que não havia razão para prisão preventiva
Rafael Moraes MouraEstadão
A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acompanhou o relator e votou na tarde desta terça-feira (14) para derrubar a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer (MDB) e substituí-la por medidas cautelares, como a proibição de manter contato com outros investigados, de mudar de endereço ou ausentar-se do País, além de entregar o passaporte e ter os bens bloqueados. Dessa forma, Temer já tinha votos suficientes para ser colocado em liberdade – ainda faltavam votar outros dois ministros.
“A despeito da demonstração da gravidade (dos fatos apurados), da existência de indícios de autoria, não há nenhuma razão concreta para se impor a medida cautelar mais grave, de modo a justificar esta prisão cautelar”, disse Laurita Vaz.
SEXTA TURMA – O colegiado que julgou Temer é composto pelos ministros Nefi Cordeiro (presidente da Sexta Turma), Antônio Saldanha (relator do caso), Rogério Schietti, Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior – este se declarou impedido de julgar o pedido de liberdade do emedebista, por ter atuado em processo da Eletronuclear. Como só votariam quatro ministros, se houvesse empate, prevaleceria o resultado a favor do réu, ou seja, Temer já sabia que sairia da prisão, por haver dois votos pelo fim da sua prisão preventiva.
No final, o resultado acabou sendo por unanimidade, com os ministros Nefi Cordeiro e Rogério Schietti também acompanhando o relator Antônio Saldanha.
VOTO DE LAURITA – “O Brasil precisa ser passado a limpo e o Poder Judiciário possui importante papel nessa luta. Entretanto, essa luta não pode virar caça às bruxas, com tochas na mão, buscando culpados sem preocupação com princípios”, disse Laurita.
“É dever do poder Judiciário garantir em todos os casos e para todos os acusados o devido processo legal. Todos os cidadãos, sem exceção, sem privilégio, tem a favor de si a presunção de inocência. Responder ao processo em liberdade é a regra, a exceção é a prisão preventiva”, frisou a ministra.
CORONEL LIMA – Também o coronel João Baptista Lima foi beneficiado com a derrubada da prisão preventiva. Dono da empresa Argeplan, ele é um dos mais próximos amigos de Michel Temer e está sendo acusado de ser operador do esquema de corrupção liderado pelo ex-presidente, no caso da Eletronuclear.
Em seu voto, Nefi Cordeiro criticou os excessos dos juízes em primeira instância: “Juiz não enfrenta crimes, juiz não é agente de segurança pública, não é controlador da moralidade da social ou dos destinos políticos da nação. O juiz criminal deve conduzir o processo pela lei e pela Constituição, com imparcialidade e, somente ao fim do processo, sopesando adequadamente as provas, reconhecer a culpa ou declarar a absolvição. Juiz não é símbolo de combate à criminalidade”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Já era esperada a soltura dos dois, que foi antecipada aqui na Tribuna da Internet por José Carlos Werneck, direto de Brasília, e sempre à frente dos acontecimentos. (C.N.)

Reserva de poltrona’ e ‘localizador’ eram códigos para direcionar propinas da Gol


Resultado de imagem para propinas da gol
Constantino, da Gol, exibiu os e-mails para combinar as propinas
Aguirre TalentoO Globo
Em sua delação premiada já homologada pela Justiça Federal , um dos donos da Gol , o empresário Henrique Constantino, revelou que usava expressões relacionadas a passagens aéreas para conversar sobre pagamentos de  propina  com o operador financeiro Lúcio Funaro . Constantino entregou cópias de mensagens trocadas via celular com Funaro, em material de sua delação obtido pelo Globo.
As expressões eram usadas para definir quais seriam as empresas de fachada de Funaro que receberiam os pagamentos de propina de Constantino, destinados ao grupo político do MDB.
METÁFORAS – “Outras vezes, eu mesmo fui questionado por Lúcio Funaro sobre os pagamentos, como pode ser comprovado pela troca de mensagens abaixo, na qual utilizamos termos como ‘passageiros’, ‘reservas’, ‘localizador’, ‘bilhetes’, ‘taxa de câmbio’ etc., como metáforas aos nomes das empresas que eram utilizadas à emissão de NF’s (notas fiscais) e aos pagamentos efetivos”, descreve Constantino em um dos anexos de sua delação.
Em mensagem de 1º de agosto de 2013, o empresário pede para Funaro: “Você pode me mandar os dados da pessoa para a reserva da poltrona? Favor mandar para mim na Funchal. Abs.”
No dia seguinte, Funaro lhe envia os dados e manda uma mensagem para confirmar: “Recebeu a lista com o nome dos passageiros que te mandei?”
Constantino dá uma resposta positiva: “Recebi. Assim que concluir as reservas, te passo o localizador e a taxa de câmbio. Abs.”
TROCA DE E-MAILS – O empresário também anexou à sua delação trocas de e-mails entre sua secretária e uma funcionária de Funaro, nas quais acertavam valores e pessoas jurídicas para transações bancárias. “Era comum Lúcio Funaro questionar sobre o andamento dos pagamentos indevidos. Algumas vezes por meio de nossas secretárias, por e-mail”, contou o empresário. Funaro também fez acordo de delação premiada com o MPF, há dois anos, e foi o primeiro a relatar os repasses de propina de Constantino.
A delação de Constantino foi assinada no dia 25 de fevereiro com a Força-Tarefa Greenfield e revelada ontem pelo Globo. O empresário relatou acertos de propina com políticos do MDB, fez acusações ao ex-presidente Michel Temer (MDB) e se comprometeu a pagar indenização de R$ 70 milhões aos cofres públicos.
Em nota, a GOL Linhas Aéreas afirmou que Henrique Constantino “não faz parte da administração da companhia desde o final de julho de 2016, quando deixou o conselho de administração”. Disse ainda que “sempre esteve à disposição e colaborou com as autoridades”. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse, também em nota, que “desconhece os fatos e o teor da delação premiada do empresário Henrique Constantino. Caso a entidade seja procurada pela Justiça para esclarecimentos, estará à disposição”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Na matéria anterior, o repórter não mencionou, entre os envolvidos, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e o filho mais novo de Lula, Luís Cláudio, que ganhou patrocínio em campeonato de futebol americano. Muitos leitores reclamaram que a TI não publicou os nomes de Rodrigo Maia e Luís Cláudio. O motivo é simples: o editor da Tribuna não tem o dom da premonição. Apenas isso. (C.N.)

Contador envolve irmão de ministro do Turismo no esquema das laranjas eleitorais


O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
A cada dia aumentam as provas contra o ministro do Turismo
Camila Mattoso e Ranier BragonFolha
Um contador da campanha de Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) afirma que, a pedido de um irmão do ministro, cuidou da prestação de contas das quatro candidatas do PSL de Minas Gerais consideradas laranjas. Danilo Jomaso diz que fez a contabilidade de apenas quatro mulheres, em Minas, todas atualmente investigadas por terem sido laranjas na eleição de 2018. Jomaso diz que jamais conheceu as candidatas e que recebeu todas as notas das mãos de um dirigente do PSL.
Ricardo Teixeira, o irmão de Álvaro Antônio, não aparece como dirigente da legenda ou como colaborador de campanha. A Folha apurou que ele se apresentava na época como irmão e auxiliar do ministro.
TUDO MENTIRA – O contador prestou depoimento na semana passada, em investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, e seu relato agora faz parte do inquérito.
A PF afirmou no início do mês que já tem provas de que as candidatas mentiram sobre os gastos e que as empresas supostamente contratadas, como gráficas e consultorias, nunca realizaram os serviços declarados ou os fizeram para outros candidatos.
O contador declara não ter como saber se os trabalhos foram realizados, porque não havia nenhuma irregularidade nas contas, do ponto de vista formal.
A DENÚNCIA – As investigações do Ministério Público e da polícia começaram em fevereiro, após a Folha revelar o caso. Em reportagem do dia 4 de fevereiro, o jornal mostrou que Álvaro Antônio, reeleito como deputado mais votado em Minas, patrocinou um esquema de candidaturas de fachada que desviou dinheiro para empresas ligadas ao seu gabinete e a seus assessores.
As quatro mulheres envolvidas no episódio negam que suas candidaturas tenham sido de fachada. Depois, pelo menos três outras candidatas apresentaram denúncias contra o ministro e o PSL de Minas. Elas disseram que receberam propostas para desviar recursos públicos.
O depoimento do contador envolve diretamente a família do ministro no episódio e vincula a ela, pela primeira vez, a contabilidade das laranjas.
CUIDADO ESPECIAL – O contador Jomaso disse que Ricardo Teixeira pediu a ele que tivesse um cuidado especial com as quatro, afirmando que a necessidade se dava por elas terem recebido verba pública.
Ainda de acordo com o contador, o irmão de Álvaro Antônio solicitou que ele fizesse a documentação, mas que outra pessoa, Gustavo Nascimento, assinaria –o que não ocorreu. Em entrevista à Folha no mês passado, Nascimento disse que não assinou as prestações de contas delas e que foi destituído após problemas internos.
No final, os ofícios foram entregues à Justiça Eleitoral sem assinaturas de contador. Mais de cinco meses após as eleições, e depois de o escândalo vir à tona, as candidatas apresentaram retificação de suas prestações de contas, com assinatura de um novo contador.
DEPUTADA ACUSA – Nesta segunda-feira (dia 13), a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) foi ouvida. Ela reafirmou o que disse em entrevista à Folha, de que sofreu ameaças de Álvaro Antônio depois que denunciou o laranjal. O ministro do Turismo tem negado qualquer irregularidade na campanha e tem dito que cumpriu a lei. Ele admite tê-las escolhido para disputar a eleição e também ter determinado o repasse de vultosas quantias de recursos públicos a elas.
Jair Bolsonaro tem afirmado que espera as investigações da PF para decidir o que fazer. Álvaro Antônio era presidente do PSL em Minas e tinha o poder de decidir quais candidaturas seriam lançadas.
As quatro candidatas laranjas receberam R$ 279 mil da verba pública de campanha da legenda, ficando entre as 20 que mais receberam dinheiro do partido no país inteiro.
FAVORECIMENTO – Desse montante, parte foi destinada a quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do hoje ministro de Bolsonaro.
Na semana passada, a Folha mostrou que as gráficas e empresas contratadas não tinham nenhuma comprovação de serviços realizados. Nas buscas realizadas pela PF, não foram encontradas ordens de serviço, recibos ou outros registros físicos de trabalhos para as quatro mulheres.
Representantes das empresas deram justificativas diversas. Uma delas disse, por exemplo, que costumava anotar as solicitações em um bloquinho, mas que o papel foi para o lixo. Outra afirmou que só guardava registros de pedidos por seis meses — e que o prazo já tinha passado.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Bolsonaro reluta em demitir o ministro, que está inteiramente emporcalhado, não há como tentar provar sua inocência. A presença de Marcelo Álvaro Antônio no Ministério apenas aumenta o desgaste do governo. (C.N.)

Afinal de contas quem está mentindo?

Nenhuma descrição de foto disponível.

O problema de Jeremoabo é difícil de entender e, mais difícil saber onde está a verdade.
Essa briga entre o Presidente da Câmara de Vereadores e o Chefe do Gabinete do Prefeito Municipal de Jeremoabo parece com aquela briga de ganha quem der o primeiro tapa.
Nessa briga quem deu o primeiro tapa foi o chefe de gabinete, conforme explico:
Há poucos dias atrás, o Presidente da Câmara de Vereadores de Jeremoabo, numa reunião daquela casa legislativa, denunciou que a prefeitura não tinha repassado parte do duodécimo estabelecido por lei, o que caracteriza como improbidade administrativa, porém, o presidente falou apenas para o vento, pois até a presente data nenhuma providência foi tomada; é como sempre falo, apenas falou para a plateia.
Já do  "dr. cruel" que não brinca em serviço, falou e agiu, registrando um B,O. na delegacia de Jeremoabo contra o presidente da Câmara. 

CBN 10 min · Dois ministros do STJ, incluindo o relator, votaram a favor dos pedidos de habeas corpus. #NoArNaCBN CBN.GLOBORADIO.GLOBO.COM Temer e coronel Lima já têm votos suficientes para deixar a prisão

CBN
10 min
Dois ministros do STJ, incluindo o relator, votaram a favor dos pedidos de habeas corpus. #NoArNaCBN

DECISÃO: Pai de condutor de veículo acidentado em rodovia federal pode requerer indenização por danos morais e materiais

13/05/19 18:32
DECISÃO: Pai de condutor de veículo acidentado em rodovia federal pode requerer indenização por danos morais e materiais
A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou provimento à apelação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) contra a sentença, da 2ª Vara da Subseção Judiciária de Governador Valadares/MG, que concedeu indenização por danos materiais ao pai da vítima de um acidente automobilístico, dando parcial provimento à apelação da parte autora para aumentar o valor a ser pago em decorrência dos danos.
Em suas razões de apelação, o DNIT sustentou, em resumo, inexistência de responsabilidade civil objetiva ao argumento de que, conforme laudo pericial, pela extensa marca de frenagem existente na rodovia o motorista infrator, filho do autor, deveria estar além da velocidade de segurança definida para a via, havendo, deste modo, culpa única e exclusiva do condutor.
Por sua vez, a parte autora buscou a reforma do julgado sustentando que seria parte legítima para requerer indenização por danos morais na condição de pai do motorista condutor do veículo que sofreu o acidente rodoviário, porquanto “passou por imenso e imensurável sofrimento, o qual chegou a interferir intensamente no seu comportamento psicológico, causando-lhe aflições, angustia e desequilíbrio e impedindo-lhe de exercer suas atividades empresariais”.
A relatora, juíza federal convocada Mara Elisa Andrade, ao analisar o caso, afirmou que, segundo o Decreto-Lei nº 512/6, é dever do DNIT manter em bom estado as rodovias federais, zelar pela segurança dos que nelas trafegam, zelando pela integridade física daqueles que as utilizam sob pena de configurar negligência na prestação de serviço aos seus usuários.
Nesse particular, os requisitos para configuração da responsabilidade foram comprovados pelo ato lesivo, ainda que fundado em omissão (ausência de manutenção adequada da rodovia federal), o dano material suportado pelo autor (acidente automobilístico, cujos prejuízos materiais estão demonstrados nos autos) e o nexo causal entre ambos.
Segundo a magistrada, tais circunstâncias autorizam a responsabilização do DNIT, pois ficou evidenciado que a causa da colisão entre os veículos foi a falha nos serviços e “expressão da omissão de seu dever legal em proceder à regular manutenção do trecho da rodovia onde ocorreu o acidente”.
Ressaltou a juíza federal que na hipótese de “danos morais reflexos, indiretos ou por ricochete, o dano que afeta diretamente determinada pessoa poderá produzir seus efeitos na esfera de direitos de terceiros, de forma indireta. Assim, é perfeitamente possível a situação na qual o dano moral sofrido pela vítima principal do ato lesivo atinja, por via reflexa, terceiros familiares, por lhes provocar sentimentos de dor e instabilidade emocional”.
Todavia, a magistrada esclareceu que ainda que seja possível “inferir certa angustia ou preocupação comum aos familiares de parentes vitimados do acidente, a sentença afastou a ocorrência de lesão capaz de erigir-se à condição de dano moral”.
Nesses termos, o Colegiado, acompanhando o voto da relatora, negou provimento à apelação do DNIT e deu parcial provimento à apelação do autor apenas para fixar o valor da indenização por danos materiais no importe de R$ 13.072,00.
Processo nº: 2007.38.13.005456-0/MG
Data do julgamento: 28/11/2018
Data da publicação: 18/12/2018
CS
Assessoria de Comunicação Social 
Tribunal Regional Federal 1ª Região

DECISÃO: Somente deve ser reconhecido como rural o tempo de serviço prestado após a idade de 12 anos

13/05/19 18:40
Crédito: Imagem da webDECISÃO: Somente deve ser reconhecido como rural o tempo de serviço prestado após a idade de 12 anos
Por unanimidade, a Primeira Câmara Regional Previdenciária de Juiz de Fora/MG (CRP/JFA) negou provimento à apelação interposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra a sentença, da 2ª Vara da Subseção Judiciária de Divinópolis/MG, que julgou procedente o pedido de inclusão do tempo de serviço de um trabalhador rural, exercido a partir dos 12 anos, a ser computado para fins previdenciários.
Na apelação, a autarquia federal alegou ausência de início de prova material do período rural, considerando que a anotação da profissão no certificado de reservista foi feita a lápis em período que o requerente já estava trabalhando em atividade urbana.
O autor, por sua vez, sustentou que o período rural deve ser reconhecido desde os 12 anos de idade, devendo ainda ser computado o período em atividade especial por exposição ao ruído e à eletricidade.
Ao analisar o caso, o relator, juiz federal convocado Leandro Saon da Conceição Bianco, declarou que o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à Lei nº 8.213/1991 é computado independentemente do recolhimento de contribuições, exceto para efeito de carência (art. 55, § 2º) e só produz efeito quando baseado em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal (Súmula 27/TRF 1ª Região e Súmula 149/STJ).
No caso em análise, o autor juntou aos autos: a) ficha escolar constando a profissão do pai como lavrador em 1968/1969; b) declaração da escola em que estudou no período de 1969 a 1975 e c) certidão de casamento do pai com anotação da profissão de lavrador.
Asseverou o magistrado que, embora não conste nos autos o teor das oitivas das testemunhas, o juiz sentenciante convenceu-se da veracidade dos depoimentos das testemunhas que afirmaram que desde a tenra idade o autor já ajudava sua família no labor rural.
Destacou o juiz convocado que ainda que possa parecer desarrazoado o trabalho aos 12 anos de idade, “é consabida a prática de crianças auxiliarem seus pais no sustento da família, principalmente no meio rural, em tempos remotos, em tarefas subjugadas aos pequenos, como amarrar vaca para o retiro de leite, plantar, capinar”.
O relator finalizou seu voto salientando que “a proibição de trabalho ao menor deve ser estabelecida em seu benefício e não em seu prejuízo, devendo o tempo de atividade rural exercido a partir dos 12 anos, em regime de economia familiar, ser computado para fins previdenciários”.
Nesses termos, o Colegiado, acompanhando o voto do relator, negou provimento à apelação do INSS para computar o tempo de serviço prestado pelo autor a partir dos 12 anos de idade.
Processo nº: 0001591-59.2011.4.01.3811/MG
Data do julgamento: 07/12/2018
Data da publicação: 14/12/2018
CS
Assessoria de Comunicação Social 
Tribunal Regional Federal 1ª Região

Reforma da Previdência reduz valor de pensão por morte e aposentadoria por invalidez


Selo_ReformaPrevidencia2.jpgA maquiadora Michelle Peres Gomes, 33 anos, moradora de Valparaíso de Goiás (GO), tem direito a pensão pela morte do marido, causada pela infecção por hantavírus em 2017. Ele trabalhava como vigilante e ela agora recebe R$ 1,9 mil para cobrir as despesas com os dois filhos do casal, de 12 e 8 anos. O dinheiro é usado principalmente no transporte deles para a escola e na compra de roupas, além de pagar as contas de luz, água e condomínio.
Para complementar a renda, Michelle passou a trabalhar fora e conta com a ajuda da avó das crianças em casa.
— A pensão é fundamental. Eu dependo dela para quase tudo, sem ela nem tinha como sobreviver. Só que até para a alimentação, ou para a escolinha de futebol dos meninos, eu tenho que pagar por fora, com o dinheiro do meu trabalho — explica.

Novas regras

Assim como Michelle, milhões de pessoas no Brasil dependem da pensão por morte para sustentar a família. Atualmente o valor do benefício equivale a 100% da aposentadoria recebida pelo segurado ou ao valor a que teria direito se fosse aposentado por invalidez. Se houver mais de um dependente, a pensão é dividida entre eles.
Se a reforma da Previdência proposta pelo governo federal (PEC 6/2019) for aprovada sem alterações no Congresso Nacional, haverá novas regras no pagamento do benefício para dependentes de servidores públicos, do Regime Próprio de Previdência Privada (RPPS), e trabalhadores da iniciativa privada, do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O valor da pensão passará a ser gradual, de acordo com o número de dependentes.
A regra geral para o cálculo da pensão será a seguinte: 50% do valor do benefício que o segurado recebia (parcela fixa) mais 10% por dependente (cota individual para o cônjuge ou o filho não emancipado menor de 21 anos), até atingir o máximo de 100%. O limite do RGPS é o valor do teto do INSS: R$ 5.839,45 em 2019.
O valor de 60% corresponde a 20 anos de contribuição previdenciária. Se os pagamentos ultrapassaram esse período, o valor será acrescido de 2% para cada ano.
O benefício será de 100% em caso de morte por acidente de trabalho e doenças profissionais.
As pensões concedidas antes da nova lei entrar em vigor não terão seus valores alterados.

Salário mínimo

Um questionamento de analistas da proposta é que não foi estipulado nenhum valor mínimo para o pagamento do benefício, abrindo a possibilidade de a pensão ficar abaixo de um salário mínimo, o que é proibido pela Constituição.
Na avaliação do economista Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, a questão deve ser discutida pelo Congresso para solucionar o problema de vincular as políticas sociais ao salário mínimo.
— Vamos acabar então com a indexação? Não necessariamente. Você pode criar um indicador social para indexar os benefícios sociais. Você pode colocar valores que sejam um pouco abaixo para evitar essa correção automática. Então, há vários caminhos que podem ser escolhidos para que, inclusive, a política de salário mínimo tenha mais liberdade para ser corrigida — analisa.

Acúmulo de benefícios

Além disso, a proposta do governo é limitar o acúmulo da pensão por morte com a aposentadoria. Atualmente é permitida a soma desses benefícios de forma integral. Também é possível o acúmulo de aposentadorias de diferentes tipos de regimes (público e privado).
Pelo texto da PEC, o segurado escolherá o benefício de maior valor, mantido em 100%, e receberá um percentual adicional do segundo, que terá descontos em percentuais crescentes em função do valor, até quatro salários mínimos. Quanto maior a soma dos benefícios, maior será esse limite.
A nova regra não será aplicada nas exceções prevista em lei: caso dos médicos e professores ou no acúmulo das aposentadorias do INSS com as do serviço público.

Servidores

Caso a reforma seja aprovada, as mudanças serão mais sentidas pelos dependentes dos servidores falecidos com a redução dos valores pagos pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Quanto menor for a média do salário de contribuição. menor será o valor da pensão por morte, independentemente do valor da última remuneração do servidor falecido.
A projeção dos analistas é de que os atuais servidores e os que ingressaram no serviço público antes da criação da previdência complementar (pela Lei 12.618, de 2012) e não migraram para o novo regime, ou antes da promulgação da emenda constitucional, sejam bastante onerados.

Aposentadoria por invalidez

A proposta de reforma da Previdência também reduz o valor do benefício do segurado que precisa se afastar do trabalho por estar sem condição física ou mental de exercer a sua atividade profissional. O texto substitui o conceito de aposentadoria por invalidez permanente para o de “incapacidade permanente para o trabalho”, quando for impossível reabilitar ou reaproveitar o trabalhador em outra área.
Pelas regras atuais, um segurado incapaz de trabalhar, e que contribuiu para a Previdência por 20 anos, receberá 100% da sua média salarial calculada sobre as maiores remunerações.
Com a reforma, esse mesmo segurado sem condições de voltar ao trabalho receberá valor equivalente a 60% da média salarial, contando todos os salários. Se ele tiver mais de 20 anos de contribuição terá direito a acréscimo de 2% para cada ano de recolhimentos da Previdência.
A exceção é a aposentadoria por acidente de trabalho ou doença profissional, em que o segurado receberá 100% da média de remunerações, independentemente do tempo de contribuição.
Em qualquer dos casos previstos, o valor de um salário mínimo ficaria garantido como benefício por invalidez.

Doenças

José Antonio Milet Freitas, representante do Grupo Vítimas da Invalidez (GVI), lembra que a aposentadoria integral é concedida somente aos que ingressaram no serviço público até 2003 e forem vítimas de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, como prevê a Constituição.
— Lei que contempla menos de uma dúzia de doenças. Aos demais é garantida somente a paridade. Ou seja, a grande maioria dos servidores públicos recebem [o benefício] proporcional com paridade. Muitos recebem valor abaixo do salário mínimo, pois não há lei que regulamente a questão — lamenta.
O grupo agora trabalha junto aos parlamentares para o oferecimento de uma emenda ao texto da reforma. A emenda é oriunda de outra proposta, a PEC 56/2014, da ex-deputada Andreia Zito, desarquivada a pedido do senador Paulo Paim (PT-RS).
A proposta concede proventos integrais ao servidor que ingressou no serviço público até 2003, e for aposentado por invalidez permanente, independentemente da circunstância que motivou a aposentadoria. Dessa forma, os benefícios já concedidos deverão ser recalculados.
— Mas o relator já se manifestou contrário ao pagamento dos proventos de aposentadoria integral com paridade aos aposentados da ativa que cumprirem o tempo exigido. Imagine a nós, aposentados por invalidez, que o governo tem como privilegiados — completou Milet.

Impacto

Com a reforma das pensões por morte e aposentadorias por invalidez, os cálculos da IFI apontam para uma economia nas contas públicas em torno de R$ 175 bilhões em dez anos. Nas estimativas do governo, esse valor chega a R$ 190 bilhões.
— É um efeito muito relevante em dez anos. Aliás, todo efeito, do ponto de vista da IFI, é relevante. Porque como nós temos um déficit público elevado, qualquer centavo é importante — ressalta Felipe Salto, da IFI.

Críticas

Para os críticos da reforma, como o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Paulo Paim, nestas como em outras alterações propostas no texto, o trabalhador de baixa renda e que sempre contribuiu para a Previdência é o mais prejudicado.
— Vai na mesma linha, porque tanto os aposentados por invalidez quanto os pensionistas, como também os deficientes, todos serão prejudicados. O governo diz que vai combater os privilégios. Me diga, quais? Eu não consigo enxergar um privilégio que ele combata ali. O servidor, como já está no regime acima do teto do regime geral, como já está na capitalização, o governo paga metade e eles pagam a outra metade, também não são tão prejudicados. Os maiores prejudicados são os pobres. Porque hoje a aposentadoria por invalidez é integral, então como vai ser parcial todos perderão. Não tem ninguém que ganhe com essa reforma, o servidor não ganha, o trabalhador do regime geral não ganha e os tais dos privilégios de que eles falam, eles não atacam — avaliou Paim.

Série de reportagens

Ao longo do mês de maio, uma série de oito reportagens especiais da Agência Senado vem abordando os impactos da proposta de reforma da Previdência (PEC 6/2019) sob diversos aspectos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Em destaque

Será que o DNOCS está esperando que a história se repita?

  Será que o DNOCS está esperando que a história se repita? Na enchente passada, a negligência em abrir as comportas do açude resultou em pr...

Mais visitadas