Ministro Guedes se comporta como se a dívida pública nem existisse
Carlos Newton
A famosa frase do almirante Francisco Barroso foi atirada no lixo da História. Já faz tempo que o Brasil deixou de esperar que cada um cumpra se dever. Hoje, vivemos uma nova Era, na qual o impressionante desenvolvimento tecnológico nos remete a uma ânsia de consumismo desenfreado e suicida, que ameaça pôr fim aos recursos naturais que nos foram oferecidos. Nessa situação, é impressionante que ainda haja quem discuta ideologias, uma prática antiga e totalmente anacrônica, que há tempos já deveria ter sido substituída pelo debate do futuro da Humanidade.
Justamente por isso, é desanimadora essa nova caça aos comunistas que o atual governo promove, ao invés de se dedicar exclusivamente em gerir os interesses públicos, que deveria ser sua principal função.
OPINIÃO DE LEITOR – Sobre a linha editorial da Tribuna da Internet, vamos publicar a opinião expressada por um leitor infelizmente anônimo, em comentário sobre essas sandices à brasileira.
“Ninguém aqui, nunca defendeu a implantação do comunismo no Brasil, nem mesmo o editor do Blog, que é o único comunista declarado deste espaço. Depois da derrubada do “Muro de Berlim”, depois da queda da “Cortina de Ferro”, depois de vencidas as “Muralhas da China”, os gigantes do comunismo se converteram ao social-capitalismo, que é o capitalismo sabiamente cabresteado a serviço do bem-estar social, conduzido por rédeas curtas porque trata-se de um bicho que não pode ser criado solto, sob penas de genocídios (vide Brumadinho, Mariana, Boate Kiss…). Ninguém mais quer saber de comunismo, mas também não se aceita o capitalismo selvagem. O “Rei do Muro” agora é o dono do dólar, que impõe a todos o capitalismo selvagem, para o qual o resto do mundo é lixo, ao que parece”.
A MAIOR CRISE – O Brasil vive hoje a maior crise de sua História, com problemas sociais se agravando, em meio a uma alucinação coletiva que faz um grupo de soldados desfechar 80 tiros num automóvel que conduzia uma pacata família, com o Exército a emitir notas oficiais de que se tratava de um confronto com criminosos armados. Vejam a que ponto chegamos.
Em meio ao surrealismo brasileiro, o mais incrível é que não se trave uma discussão séria sobre a gravíssima crise econômica, que provoca o desemprego, o imobilismo estatal, o agravamento dos problemas sociais e todas as demais mazelas. A União, os estados e os municípios estão em pré-falência, não há dinheiro para nada, a situação do Rio de Janeiro é só um exemplo.
A única discussão hoje é sobre a reforma da Previdência, como se fosse solucionar os demais problemas e pôr fim ao endividamento da República em seus três níveis – federal, estadual e municipal.
QUESTÕES INÚTEIS – Enquanto são discutidos temas como o marxismo cultural, a escola sem partido e outras bobagens ideológicas, na esperança de que a reforma “Tabajara” da Previdência resolva todo o resto (“Seus problema acabaram!”), o governo está amordaçado, porque o ministro Paulo Guedes não admite debater a relação direta entre a dívida pública e a Previdência, e a mídia se mantém alheia à gravidade da situação e submissa aos interesses dos banqueiros, que sempre dão um jeito de sair no lucro e totalmente imunes a qualquer crise.
Para preencher esta lacuna da mídia, a partir de amanhã vamos publicar alguns artigos demonstrando por que é fundamental auditar as contas da Previdência e da dívida pública, como propõem os especialistas Maria Lucia Fattorelli e Rodrigo Ávila, do site Auditoria Cidadã.