Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, novembro 07, 2010

Construtoras ajudam a eleger 54% dos novos congressistas

Folha de S. Paulo

Construtoras ajudam a eleger 54% dos novos congressistas

As empreiteiras mais que triplicaram o volume de doações para os políticos que se elegeram para o Congresso neste ano em relação a 2006. Dos congressistas eleitos, 54% receberam recursos das construtoras em 2010, um total de R$ 99,3 milhões. Levantamento feito pela Folha nas prestações de contas disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral mostra que 306 congressistas que assumirão mandatos em fevereiro (264 deputados e 42 senadores) receberam contribuições de construtoras.

Há quatro anos, as empreiteiras declararam ter doado R$ 32,6 milhões (valores corrigidos pela inflação). A conta tem apenas uma ressalva: neste ano foram disputadas 27 vagas a mais no Senado do que em 2006, quando foi eleito apenas um senador para cada Estado. As empreiteiras superaram com folga outros tradicionais doadores, como bancos, mineradoras e empresas ligadas ao agronegócio.

TSE fracassa ao tentar barrar doação oculta

A tentativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de inibir a prática das chamadas doações ocultas nas eleições deste ano fracassou. Levantamento feito pela Folha sobre as prestações de contas de todos os 567 congressistas eleitos revela que não é possível saber a origem exata de R$ 179 milhões dos R$ 801 milhões que abasteceram as campanhas.

Isso aconteceu porque, em vez de serem destinados diretamente aos candidatos, os recursos foram doados aos partidos políticos, que os repassaram. Com isso, na prestação de contas do candidato são os diretórios partidários que aparecem como responsáveis pela doação -e não as empresas que efetivamente fizeram as contribuições.

Só 58 ministérios acomodariam aliados

Se Dilma Rousseff decidisse contemplar todos os pedidos dos 12 partidos de sua base, teria de ampliar o tamanho da Esplanada de 37 para no mínimo 58 ministérios. Sua maior dor de cabeça será a indicação de nomes para os disputadíssimos ministérios dos Transportes, das Cidades e da Integração Nacional, cobiçados por PMDB, PT, PSB, PP e PSC. O poder de investimento dessas pastas explica a atração que exercem: são R$ 31,9 bilhões livres para obras neste ano (46% do total de toda a Esplanada) e uma previsão generosa para o próximo.

Caso Erenice provocou o 2º turno, diz marqueteiro

Dilma Rousseff ganhou a eleição para presidente, a primeira de sua vida. Mas seu marqueteiro, João Santana, venceu sua terceira disputa desse gênero. Ele é o profissional latino-americano mais bem-sucedido na área de comunicação política-eleitoral em anos recentes. Além de ser o responsável pela propaganda de Dilma, comandou também a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a eleição do presidente de El Salvador, Mauricio Funes, em 2009.

Em uma de suas raras entrevistas, Santana, 57, falou à Folha na quarta-feira em sua casa de veraneio, na Bahia. Sobre as razões de a disputa ter sido remetida ao segundo turno, aponta como principal fator o escândalo do esquema de tráfico de influência na Casa Civil, envolvendo Erenice Guerra, sucessora de Dilma naquela pasta:
"O caso Erenice foi o mais decisivo porque atuou, negativamente, de forma dupla: reacendeu a lembrança do mensalão e implodiu, temporariamente, a moldura mais simbólica que estávamos construindo da competência de Dilma, no caso, a Casa Civil".

Santana filosofa sobre a troca de poder de Lula para Dilma. "As paixões populares são múltiplas porque o povo não é politicamente monogâmico. O povo é, por natureza, sincretista e politicamente polígamo", diz. Para ele, haverá um "vazio oceânico" com a saída de Lula. Mas haveria "na mitologia política e sentimental brasileira uma imensa cadeira vazia" que ele chama "metaforicamente" de "cadeira da rainha", e que "poderá ser ocupada por Dilma".

Arrisca um conselho aos políticos: "Não subestimem Dilma. Vale tanto para opositores como para apoiadores da nova presidente". O marqueteiro agora estuda propostas para atuar em eleições presidenciais no Peru, na Argentina, na Guatemala, na República Dominicana e no México.

"Clone" de Dilma, diretora da Petrobras tem cotação em alta

Primeira mulher a ocupar uma diretoria da Petrobras, a engenheira química Graça Silva Foster, 56, é nome certo para assumir um cargo no primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT). Funcionária de carreira da Petrobras, onde começou como estagiária há mais de 30 anos, ocupava cargos gerenciais na estatal antes do governo Lula. Mas foi pelas mãos da então ministra de Minas e Energia que, no começo de 2003, trocou o Rio por Brasília e começou a alçar voos maiores. No período de Dilma no Ministério de Minas e Energia, foi secretária de Petróleo e Gás.

No Rio, em 2005, dirigiu a Petroquisa e a BR Distribuidora antes de chegar, em setembro de 2007, ao sóbrio e desejado 23º andar do edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio, onde estão as salas dos diretores. Nos oito anos de governo Lula, a mineira de Caratinga, que se define "carioca de coração", torce pelo Botafogo, adora carnaval e é fã dos Beatles, foi escudeira disciplinada e fiel de Dilma, segundo relato de interlocutores. Ela é cotada para a presidência da Petrobras, a Casa Civil ou algum outro posto próximo da presidente eleita.

Bancadas de PT e nanicos crescem nas Assembleias

O PRTB de Levy Fidelix, o PSDC de José Maria Eymael e uma série de pequenos partidos ganharam espaço nos Estados, com o encolhimento de siglas tradicionais, e terão bancadas expressivas nas Assembleias Legislativas a partir do início de 2011. Tucanos, demistas e peemedebistas elegeram menos deputados e abriram caminho para o PT se tornar a maior bancada somada nos Legislativos estaduais.

Um grupo de 11 partidos nanicos ficou com 141 vagas nos Estados nas eleições de outubro, o equivalente aos plenários das Assembleias de Rio e Minas somados. A conta inclui partidos que hoje nem sequer possuem representação na Câmara, como o PRP. O PT do B, que nem site oficial tem, ganhou 20 cadeiras e deixou para trás o tradicional PC do B.

Erro no Enem afeta 3,4 milhões de alunos

No primeiro dia do Enem 2010 -feito ontem por 3,4 milhões de alunos em 16 mil locais-, o exame teve novos problemas: a ordem das perguntas não coincidia com os espaços na folha de resposta e houve repetição ou ausência de questões em parte das provas aplicadas no país. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) serve como vestibular para universidades e para verificar a qualidade do ensino. Desde o ano passado, passou por vazamento de prova e de dados pessoais de alunos e pela divulgação de gabarito errado.

Ontem, um dos principais problemas foi a divergência entre a folha de perguntas e a de respostas. O caderno de questões apontava que ciências humanas ia da pergunta 1 à 45, e ciências da natureza, da 46 à 90. No cartão-resposta, a ordem, no entanto, estava invertida: o bloco de ciências da natureza ia da 1 à 45. O erro foi percebido apenas quando os alunos começaram a prova. Estudantes afirmam que os fiscais demoraram a informar como seria o preenchimento -se deveria seguir o número das questões ou a ordem dos blocos. O MEC determinou que o correto seria seguir a ordem numérica das questões, desconsiderando o cabeçalho.


O Globo

Lula deixa conta de R$ 50 bi para Dilma pagar em 2011

Faltam oito semanas. No sábado 1º de janeiro, Lula vai passar a Dilma Rousseff a faixa presidencial junto com uma conta bilionária a ser paga no primeiro ano do novo governo. A dimensão exata dessa fatura somente será conhecida em janeiro. Mas sabe-se, por exemplo, que, se o presidente decidisse não gastar mais um único centavo em novos projetos a partir desta segunda-feira - o que é absolutamente improvável -, deixaria uma herança de R$ 50,7 bilhões em débitos a pagar no Orçamento de 2011, apenas por obras e serviços já encomendados (construção de habitações, barragens, postos de saúde, manutenção de estradas, etc).

Esse valor das contas federais penduradas até a semana passada já é maior que a soma dos investimentos em obras (R$ 43 bilhões) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstos para o ano que vem. Representa o resultado de uma opção na execução do Orçamento público, feita por Lula em parceria com Dilma, que conduziu o PAC quando chefiava a Casa Civil. É, principalmente, a moldura do retrato de um governo prisioneiro da expansão de uma grande máquina burocrática, que ele mesmo consolidou.

Dilma deve resistir a pressões para nomear presidente do BC

Pessoas próximas a Dilma Rousseff identificaram uma pressão para que ela ponha na presidência do Banco Central um nome em sintonia com o mercado, já que Henrique Meirelles não deve ficar no cargo. Mas a presidente eleita não está disposta a ceder às pressões. Para a condução da política monetária, deseja uma pessoa em harmonia com o que pensa, alguém com capacidade de ousar. Os nomes serão discutidos com o presidente Lula na viagem para a Coreia do Sul, esta semana.

Apesar de na campanha ter defendido publicamente a condução da política monetária, Dilma tem dito internamente que o país já tem condições de baixar a taxa de juros Selic. Ela sinalizou publicamente, como referência, a taxa de juros real de 2% para situar o Brasil no patamar das taxas internacionais. Hoje o juro real está entre 5% e 6% - e a taxa Selic, em 10,75% ao ano.

Pela visão da presidente eleita, o maior crescimento econômico ajuda a reduzir a dívida pública - o que leva a um quadro de maior estabilidade que permitirá ao Brasil reduzir, cada vez mais, a taxa de juros. Para evitar especulações do mercado, Dilma reafirmou em seu discurso de domingo o compromisso com "a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas". Ela também assumiu um compromisso pela melhoria do gasto público ao dizer que o "povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios".

Sangria na Previdência pode chegar a R$ 1,7 bilhão ao ano

Cofre sensível e deficitário, que ameaça ser um vespeiro para a presidente eleita, Dilma Rousseff, a Previdência Social sofre uma sangria diária provocada por inúmeros erros e fraudes de pequena monta. Desde 2002, a Controladoria Geral da União (CGU) constatou pagamentos indevidos a 95,2 mil beneficiários, cujo prejuízo anual alcançava R$ 1,063 bilhão.

Esses pagamentos foram cancelados, mas ainda há 119,9 mil aposentadorias, pensões e auxílios, que consomem R$ 1,7 bilhão ao ano, sob suspeita e que viraram alvo de investigação. Os dados expõem a vulnerabilidade do sistema, que já vive um problema estrutural crônico, causado pela arrecadação insuficiente, e deve fechar 2010 com R$ 45,7 bilhões no negativo.

O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) admite que os valores apurados internamente superam os detectados pela CGU, embora não os revele. E trata os pequenos golpes como um desafio superior aos desvios milionários que macularam a imagem da Previdência, como o caso Jorgina de Freitas.

As irregularidades foram constatadas pela Secretaria Federal de Controle Interno da CGU, a partir do cruzamento de bancos de dados oficiais. A maioria refere-se ao desembolso de dois ou mais benefícios a uma só pessoa. Ao todo, 67,6 mil beneficiários foram pegos nessa situação, o que anualmente gerava um desembolso desnecessário de R$ 861,1 milhões. Havia casos de gente que recebia duas aposentadorias, duas pensões, dois auxílios-doença, dois auxílios-acidente ou era oficialmente inválido, mas trabalhava.

Presidente do PT: 'Governo não pode ser soma de feudos'

Enquanto negocia ministérios com os partidos aliados, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, defende uma relação menos agressiva com a oposição. No comando das reuniões com presidentes de partidos aliados para tentar domar seus apetites sobre os cargos no futuro governo Dilma Rousseff, ele não anda conseguindo domar nem o próprio apetite, e nem o de seu partido, o PT.

Em entrevista ao GLOBO durante um almoço, ele se despedia da comilança com linguicinha de Formiga, iguaria tradicional de Minas, massa com bacalhau e, de sobremesa, risoto de chocolate branco e cobertura de morango. Prometeu rigor não só na condução da articulação com aliados, mas também com a dieta, depois de engordar quase dez quilos durante a campanha eleitoral.

Antes de sair de folga, Dutra descartou a possibilidade de entregar a aliados ministérios com "porteira fechada" (a ocupação vertical de todos os cargos da pasta), aventada após a eleição. Disse que coligação não é uma soma de feudos.

Acre: derrota de Dilma indica fim do domínio do PT

A derrota da presidente eleita, Dilma Rousseff, no segundo turno de votação no Acre, onde obteve apenas 30,3% dos votos válidos contra 69,7% do tucano José Serra, pode ter sido reflexo da insatisfação da população acreana com o governo do estado, comandado há 12 anos pelo PT. A avaliação é de pesquisadores e até de gente próxima ao partido no estado.

Embora o petista Tião Viana tenha vencido a disputa pelo Palácio Rio Branco, o resultado foi alcançado com menos de 5 mil votos de diferença do seu rival, o tucano Tião Bocalom. No segundo turno, além da derrota de Dilma, que perdeu em 21 das 22 cidades do estado, Viana ainda viu a maioria da população rejeitar, em um referendo, a mudança de horário no Acre promovida por um projeto de lei de sua autoria.

Educação ainda sem plano para o 1º ano do governo Dilma

O Brasil corre o risco de começar o primeiro ano do governo Dilma sem um Plano Nacional de Educação. O atual plano, lançado em 2000 com vigência de dez anos, ainda não foi atualizado. O governo federal ainda não enviou ao Congresso o texto do novo plano - que, para valer, precisa ser votado na Câmara e no Senado, o que dificilmente ocorrerá até o final de 2010.

Enquanto o novo texto não vem, ficam lacunas nas duas pontas do sistema, a educação infantil e o ensino médio - que não foram incluídos no Fundef, criado em 1998, só tendo passado a receber recursos de um fundo nacional a partir de 2007, com o Fundeb. Segundo o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, com dados do Censo Escolar, se na faixa etária de 6 a 14 anos, que compreende os alunos do ensino fundamental, há 762 mil crianças e adolescentes fora da escola, na faixa de 4 a 5 anos, a da educação infantil, o total fora de sala de aula chega a 1,568 milhão.

O problema é pior no ensino médio, em que o número de jovens excluídos da educação, na faixa de 15 a 17 anos, sobe para 1,634 milhão. Há fragilidades ainda na qualidade do ensino nessas duas pontas. De acordo com a ONG Todos pela Educação (com base em dados da Prova Brasil de 2008), daqueles alunos que chegam à 4ª série do ensino fundamental, só 25% aprenderam matemática nos níveis mínimos esperados (padrão elaborado com base no desempenho, nesta disciplina, de alunos da Comunidade Europeia).

Na economia, desafios para antes da posse

Queda do dólar, nó dos aeroportos, concessões a vencer no setor elétrico, regras do pré-sal e ajuste fiscal são problemas que a presidente eleita, Dilma Rousseff, precisará encaminhar este ano e resolver até 2011.

“Dilma Rousseff sou eu”

Ao telefone, Dilma Jane, 86 anos, esclarece: “A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana.” No núcleo familiar de Dilminha, a presidente eleita Dilma Rousseffr, a mãe, a tia Arilda e a filha Paula são fundamentais. As duas primeiras vão com Dilma para o Palácio da Alvorada. No governo, outras mulheres ajudarão a dar uma marca feminina à gestão da primeira presidente do país. Entre elas, a engenheira Graça Foster, diretora da Petrobras.


O Estado de S. Paulo

Dilma quer baixar juros e deve tirar Meirelles do BC

Embora avalie que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi importante na política de combate à inflação do governo Lula e certeiro nas medidas de contenção dos efeitos da crise mundial de 2008 e 2009 no Brasil, a presidente eleita Dilma Rousseff tende a não aproveitá-lo no posto, informa o repórter João Domingos. Para forçar a redução das taxas de juros, Dilma quer centralizar em torno de si todas as ações do início do governo e pretende colocar na área econômica vários desenvolvimentistas, como ela.

O plano estratégico da eleita prevê alcançar a meta de taxa real de 2% (descontada a inflação) em 2014 – hoje, a taxa básica está em 10,75%. Com isso, Meirelles, que sempre defendeu a alta dos juros contra a inflação, ficará em uma situação desconfortável. Uma solução para Meirelles – e ele já se mostrou simpático à ideia – seria nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.

'Não postulo e não serei presidente do Senado', diz Aécio

O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) disse neste sábado, 6, ao Estado que não existe articulação política para levá-lo à presidência do Senado, a despeito da manifestação do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), neste sentido. "Não postulo, não articulo e não serei presidente do Congresso", afirmou o senador pouco antes de embarcar para uma viagem de descanso ao exterior.

Ele entende que o comando do Congresso cabe "às forças majoritárias". Aécio defendeu o respeito à proporcionalidade na ocupação dos espaços de poder do Parlamento, até como garantia à oposição de que não será atropelada pela maioria governista. Reafirmou, também, que o PSDB respeitará o resultado das urnas: "Faremos uma oposição firme ao governo, com uma cobrança clara em relação aos compromissos e às promessas feitas pela candidata Dilma Rousseff."

A edição de sábado do Estado mostrou que, com apoio de partidos da base governista, foi deflagrada uma articulação política para Aécio Neves conquistar a presidência do Senado, acenando em troca com apoio para os parceiros de empreitada controlarem a Câmara. Na chamada "operação Aécio", bancada por PSDB e DEM e com o apoio informal de setores do PSB e do PP - podendo ter a adesão de PDT e PC do B -, seria formada uma ampla aliança entre esses partidos. Isso garantiria ao grupo uma expressiva quantidade de votos na Câmara e no Senado, ameaçando a parceria entre PMDB e PT para controlar as duas Casas.

'Escudo tucano' em SP desafia petistas

O Estado de São Paulo tem se mostrado como uma espécie de escudo eleitoral que o PT não consegue transpor. O diagnóstico, feito a partir do resultado das eleições deste ano e de pleitos passados, deixa dirigentes do partido em Estado de alerta e exige uma reformulação de estratégias para disputas futuras.

O PT progressivamente aumenta sua penetração entre segmentos populares e de baixa renda, mas seu discurso não tem comovido o eleitor paulista de classes médias mais conservadoras, mais escolarizado e de maior renda nas últimas eleições. As crises de 2005 e 2006 do PT, o mensalão e o dossiê dos aloprados, explicam essa resistência eleitoral, segundo os próprios petistas.

Entre mais pobres, Dilma teve 26 pontos de folga

Na votação do último domingo, a petista Dilma Rousseff teve 26 pontos de vantagem sobre o tucano José Serra no eleitorado mais pobre, com renda de até um salário mínimo. Dilma também venceu por larga margem entre os eleitores católicos, mas praticamente empatou com o adversário entre os evangélicos.

Esses e outros detalhes do capítulo final da história da campanha presidencial de 2010 só podem ser conhecidos porque o Ibope, além de sua tradicional pesquisa de boca de urna, realizou no dia da votação uma segunda sondagem domiciliar, com 3.010 eleitores, perguntando não apenas seu voto, mas também, sua renda, religião, escolaridade e cor.

Os números mostram que houve empate - ou vantagem mínima para um dos lados - nos segmentos de mais alta renda e escolaridade. A diferença pró-Dilma se deve ao comportamento dos mais pobres. Na faixa de renda familiar que vai até dois salários mínimos, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve quase 10 milhões de votos a mais que Serra - mais de 80% da vantagem total que abriu sobre o tucano, de aproximadamente 12 milhões de votos.

Para evitar sombra, Lula promete ajuda discreta

Criador, padrinho e avalista da candidatura de Dilma Rousseff (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz de tudo para mostrar que não será uma sombra no governo da sucessora. Embora atue nos bastidores para facilitar o caminho de Dilma e já avalie com ela os cargos estratégicos do primeiro escalão, o presidente avisou que vai sair de cena.

Os sinais da desencarnação política na vida de Dilma revelam o esforço de Lula para deixar a futura presidente andar com as próprias pernas. "O apoio será discreto. Ele não quer ofuscá-la nem funcionar como alguém que corre em paralelo", disse o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.

Logo após passar o bastão para Dilma, em 1.º de janeiro de 2011, Lula vai tirar férias de duas semanas. Quando voltar, promete se dedicar a projetos de combate à fome e à miséria. Montará um instituto, em São Paulo, que guardará cartas, documentos e presentes recebidos durante os oito anos na Presidência. O prédio também vai abrigar seu escritório político.

Governadores de oposição vão cobrar perdas com Lei Kandir

Estados governados pelo PSDB já elegeram o principal tema no embate com a gestão Dilma Rousseff (PT): além da discussão sobre a CPMF, a compensação das perdas com a Lei Kandir, que desonera as exportações de produtos primários, tornou-se tema prioritário – com respaldo de governadores aliados do Planalto. Eles alegam que as perdas causadas pela regra chegam a R$ 19,5 bilhões desde 2005. (Nacional/Pág. A10)

Commodities geram extra de R$ 40,3 bi

Exportadores brasileiros já garantiram este ano renda extra de R$ 40,3 bilhões com a disparada de preços de matérias-primas agrícolas e metálicas vendidas ao exterior. No país há grande otimismo nas áreas de produção de algodão, café, laranja e cana, cuja melhora de preços impulsiona a venda de máquinas agrícolas e imóveis. Na semana passada, a saca de café chegou a ser vendida por US$ 276 na Bolsa de Nova York, o melhor preço em 13 anos.


Correio Braziliense

Servidores - Farra com diárias no exterior é de R$ 86 mil

Esse rombo nas contas públicas é de 5,5 vezes maior do que o de 2000 e não inclui passagens aéreas. Maioria das viagens tem como objetivo a participação do funcionário em seminários e feiras. E, coincidentemente, maior parte das despesas é feita em meses que antecedem as férias, como junho, julho e dezembro.

Lixo movimenta disputa milionária

Três empresas acusadas de irregularidade nos serviços prestados em outros estados brigam na Justiça pelo controle da coleta de resíduos no Distrito Federal.

O desafio de Dilma

A vendedora de panos de prato Iasmin Tenório ganha R$ 40 para sustentar o filho e o marido doente. Ela faz parte dos 5% da população que se encontram em extrema indigência. Para tirá-los da miséria, a presidente eleita terá que investir R$ 3,8 bilhões por ano, segundo cálculo do Ipea. Mas os brasileiros abaixo da linha da pobreza não querem apenas comida. Eles sonham com melhores condições de saúde, emprego e saneamento.

E o que se espera de Agnelo

Moradores do Cruzeiro, zona eleitoral onde o governador eleito teve a maior parte dos votos, querem que a nova gestão olhe mais para a segurança. Na região, parquinhos abandonados servem de ponto de encontro de drogados e deixam crianças, como o filho de Sandra Nunes, sem local para brincar. Melhorias na saúde pública, desenvolvimento de políticas para os jovens e para a habitação são outras questões que a população sonha em ver resolvidas.

Fonte: Congressoemfoco

Fotos do dia

Ensaio de Thais Santoro é sucesso no Bella da Semana Garota chora ao descobrir que está no local errado e que faria prova do Enem em outra escola Decoração de natal em casa na rua Canadá, na zona oeste da capital
Homens heterossexuais se vestem com roupa de mulher para se sentirem bem Felipe Massa ultrapassa Heikki Kovalainen em treino livre em Interlagos Vettel que larga na 2ª posição, Nico Hulkenberg na pole e Mark Webber na 3ª posição

Leia Notícias do seu time


Postos não informam sobre revisão

Ana Magalhães e Marcelle Souza
do Agora

O segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que começou a receber auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez ou pensão por morte entre 8 de novembro de 2000 e 17 de agosto de 2009 pode ter direito a uma revisão que está sendo concedida de maneira administrativa nos postos previdenciários. Porém, agências da capital afirmam que ainda não foram oficialmente notificadas sobre a correção e, portanto, não sabem informar corretamente o segurado.

Tem direito a essa revisão quem tinha, na época do pedido do benefício, menos de 144 contribuições (12 anos) desde julho de 1994. O aumento é devido porque, naquela época, o INSS não descartou as 20% menores contribuições na hora de calcular o benefício, o que pode ter prejudicado o segurado. O aumento médio é de 8%, segundo especialistas.

Na última semana, o Agora visitou todas as 26 agências do INSS na capital. Dessas, apenas quatro souberam dar informações corretas sobre a revisão: Penha (zona leste), Vila Prudente (zona leste), Vila Mariana (zona sul) e Nossa Senhora do Sabará (zona sul). Confira ao lado tabela completa com o os postos.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

Veja como garantir a correção na agência do INSS

Ana Magalhães e Marcelle Souza
do Agora

Os segurados que quiserem pedir a nova revisão do INSS devem ir ao posto previdenciário responsável pelo seu benefício e entrar com um requerimento que explique o motivo da correção. Se o segurado não tiver um requerimento da Previdência --que pode ser adquirido nas agências--, é possível escrever um carta a mão justificando o pedido do novo cálculo.

O mais importante desse documento é a justificativa do pedido do recálculo do benefício. Essa revisão é devida porque, entre 2000 e 2009, o INSS se baseava em um decreto e calculava os benefícios por incapacidade usando todas as contribuições do segurado desde julho de 1994.

Entretanto, um outro decreto, publicado em agosto de 2009, determinou que todos os benefícios do INSS devem ser calculados descartando as 20% menores contribuições. A mudança tende a aumentar o valor do benefício, especialmente do trabalhador que teve grandes variações salariais depois de 1994.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste domingo

Antes de nascer, bebês já têm perfil na internet

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal / Isabela se exibe para a câmera em vídeo caseiro que faz sucesso na internet Isabela se exibe para a câmera em vídeo caseiro que faz sucesso na internet
Comportamento

Antes de nascer, bebês já têm perfil na internet

Pesquisa realizada em vários países mostra que 81% das crianças têm dados publicados em redes sociais

Publicado em 07/11/2010 | Paola Carriel

Pesquisa divulgada na semana passada mostra que 81% das crianças com até 2 anos de idade já têm algum tipo de perfil na internet criado pelos pais, mesmo antes do nascimento. Os dados são dos Estados Unidos, Europa e alguns países da Ásia. Embora não haja números específicos sobre o Brasil, outros estudos apontam para comportamentos semelhantes. Estima-se que no país cerca de 10% dos usuários sejam crianças e 60% do tempo de navegação é gasto com redes sociais e sites de entretenimento e mensagens instantâneas. Para especialistas, os pais devem ficar atentos aos limites da exposição. Esta será a primeira geração que terá toda a vida “publicada” na internet. Mas que dimensões isso terá no futuro?

No último mês, o vídeo de uma menina de 2 anos do Rio Grande do Sul teve mais de 3,5 milhões de visualizações. A garota aparece dando uma bronca no pai porque ele fechou a porta e não a deixou brincar no quintal (veja matéria ao lado). Mesmo que as informações divulgadas possam não oferecer risco em um primeiro momento, especialistas afirmam que criminosos conseguem detalhes da rotina familiar. Os “dossiês” são usados desde em casos de pedofilia até tráfico de seres humanos.

Diversos estudos mostram que o uso da internet ainda não ocorre de forma segura e gera dúvidas para muitos usuários. Dados da organização não governamental Safernet revelam que metade dos internautas utiliza o sobrenome e 90%, o nome verdadeiro. Três em cada quatro divulgam fotografias e 56% já se encontraram com amigos virtuais. Destes, 65% foram ao encontro sozinhos. Entre as meninas, 80% se sentem inseguras na rede e um terço não sabe a quem recorrer para relatar uma situação de perigo on-line.

É preciso ter cautela

O delegado paranaense Demé­­trius Gonzaga de Oliveira, coordenador do Núcleo de Combate ao Ci­­­bercrime, afirma que não há uma legislação impedindo a divulgação de fotos dos filhos, mas, segundo ele, os pais precisam ter noção de que isso representa uma vulnerabilidade. “As organizações criminosas visitam sites de relacionamento e fazem um monitoramento dos dados divulgados.”

Apesar de algumas pessoas ainda acreditarem que a ação dos criminosos é uma “lenda urbana”, Oliveira afirma já ter se deparado com inúmeros casos assim. Em um deles, o sequestrador sabia com precisão que às 17h15 a mãe pegava o filho na escola e ia à panificadora. “Depois de coletar as informações na rede, há um acompanhamento real”, explica. “O sujeito por trás do computador tem mil faces e se beneficia com a nebulosidade da rede.”

Além de todos os obstáculos causados pela dificuldade em se obter dados pela internet, o país ainda não conta com delegacias especializadas em todos os estados. Hoje, além do Paraná, apenas seis possuem órgãos do gênero e não há ampla comunicação entre eles. “Para que a polícia consiga informações sobre um perfil na internet a demora é de até seis meses. Muitas vezes os pais entregam esta informação gratuitamente aos criminosos de forma instantânea.” A prevenção também é difícil porque não há como adivinhar qual a intenção das pessoas. “A rede é imensurável e as pessoas precisam saber que a internet não é um confessionário.”

Como se proteger

Dicas para evitar problemas na internet:

- Redes sociais permitem que o usuário tenha níveis de privacidade. O ideal é reduzir as informações e permitir que somente amigos acessem.

- O ideal é não publicar fotos que pro­­piciem algum tipo de identificação, como cidades, colégio que o filho estuda e local de trabalho.

- Use senhas diferentes para serviços diferentes. Caso uma senha seja comprometida, as outras ficarão intactas.

- Preste atenção ao disponibilizar as informações. Reflita se é mesmo necessário divulgar nome completo, endereço ou telefone.

- Cuide ao clicar em links. Eles podem levar a sites inadequados fazendo com seu computador seja invadido por vírus.

- Monitore as crianças pequenas. Fique atento a tudo o que elas fazem na internet e principalmente com quem falam. Acima dos 12 anos, é importante também trabalhar com a conscientização e dialogar sobre os perigos da rede.

- Lembre-se que após publicar uma informação na internet ela se torna pública. Depois é muito difícil escondê-la.

Serviço:

Para saber como proceder em casos de violações acesse: www.safernet.org.br

Fonte: Safernet, Mariano Sumerll e Demétrius Gonzaga de Oliveira

Para Mariano Sumerll, diretor de marketing da AVG – fabricante de softwares de segurança para computadores que realizou a pesquisa –, o que mais chamou a atenção foi a precocidade das informações disponíveis. Uma em cada quatro crianças já tem vida digital antes mesmo do nascimento, quando os pais postam fotografias dos exames de pré-natal. No Canadá, por exemplo, 37% dos pais postaram ultrassonografias. “Ainda não entendemos bem o impacto que será ter toda a história de vida na internet. Há preocupações em relação a segurança virtual e real”, diz Sumerll.

Dependendo do que é divulgado, é possível conhecer o padrão econômico dos usuários, utilizar dados para falsificar contas bancárias e facilitar crimes como o sequestro. Além disso, não se sabe a dimensão que uma imagem terá ao cair na rede. Em agosto deste ano o presidente do site de buscas Google, Eric Schmidt, chegou a declarar a possibilidade de, no futuro, alguns jovens terem de mudar de nome para apagar o passado na web.

Sumerll alerta que algumas pessoas chegam a ter senhas de e-mail e redes sociais violadas porque exageram na divulgação de informações. Há casos em que o internauta precisa responder a algumas perguntas para recuperar senhas, como o nome do cachorro ou data de aniversário. Como isso está publicado na rede, é possível rastrear as contas.

Os dados da AVG apontam ainda que 7% dos bebês e crianças pequenas têm um endereço de e-mail criado pelos pais e 5% têm perfil em rede social. Para 70% dos pais, o objetivo é compartilhar a vida com amigos e familiares. “O objetivo da pesquisa é despertar a atenção para o problema. Se os pais devem ou não disponibilizar é uma decisão pessoal, mas precisam ter ciência dos riscos”, diz Sumerll.

Segundo o psicólogo e diretor de prevenção da ONG Safernet, Rodrigo Nejm, os pais ainda não percebem a internet como um espaço público. “As famílias jamais publicariam fotos e detalhes da vida do filho em uma praça pública e não se dão conta que na internet isso é muito pior, já que não há controle.” Ele argumenta que mesmo os perfis privados são limitados. “Se a pessoa não quiser que ninguém mais tenha acesso, o melhor é enviar por e-mail. Mas mais seguro ainda é o velho álbum de fotografia.”

Caso uma pessoa tenha alguma foto ou dado violado, pode procurar as redes sociais para deletar ou corrigir informações. Mas Nejm alerta que este processo não é tão simples, já que a empresa precisará se certificar de que houve mesmo a violação. Um termo de ajustamento de conduta entre o Ministério Público Fede­­­ral e a rede Orkut prevê que a empresa deve responder o usuário em até 48 horas.

Menina de 2 anos vira febre na web

Há um mês o designer Felipe Horst, 27 anos, postou no You Tube um vídeo da filha Isabela, 2 anos, brigando com ele porque a porta que dava acesso ao quintal estava fechada e ela não poderia mais brincar. A “bronca” da me­­­nina foi vista mais de 3 milhões de vezes e se tornou um dos vídeos mais bem avaliados do You Tube. A febre entre os internautas foi a forma engraçada como ela diz “tranquilo” e “pode ser”, jargões copiados dos pais. A cena já foi até traduzida para outros idiomas e os pais recebem comentários de internautas da Europa e América Latina.

O designer diz que não esperava o sucesso do vídeo, que foi gravado para mostrar Isabela aos familiares que vivem em Goiás. Hoje a garota e os pais vivem no Rio Grande do Sul. Na rede, há fotos e vídeos da menina desde o nascimento. A primeira gravação mostra a ultrassonografia na 23.ª semana de gravidez, seguida por cenas mostrando o banho, amamentação e as primeiras risadas. “Todos os pais querem ter recordações dos filhos. Temos sempre uma câmera próxima e estamos fazendo um álbum de recordações virtual”, afirma Horst. “Acre­­dito que quando ela crescer, irá gostar. Ela é uma criança do século 21 e terá algo que eu e minha esposa não tivemos.”

Em relação à segurança, o pai diz não temer, mas não coloca na re­­de informações que possam iden­­tificar a filha, como endereço ou escola. “Ela se tornou uma per­­so­­­­na­­lidade na internet, mas cuidamos para manter a privacidade dela.”

Receio

A professora Kelly Cristina Al­­­merindo de Matos acabou de ganhar a filha Beatriz, que ainda nem completou 2 meses. Ela publica fotos nas redes sociais porque tem parentes morando em outras cidades. Mas restringe a visualização aos familiares e amigos mais próximos. “Queria que a família acompanhasse o desenvolvimento dela. Mas temo muito pela segurança”, diz.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Procura-se

Vida e Cidadania

Domingo, 07/11/2010

 /
Segurança

Procura-se

260 brasileiros estão na lista de procurados da Interpol. A maioria é suspeita de envolvimento em assassinatos e no tráfico de drogas. Mas há casos como o de Paulo Maluf, acusado de crimes financeiros e corrupção

Publicado em 07/11/2010 | Gabriel Azevedo

Andreas Michael Leyendecker, condenado na Alemanha por roubar um carro forte com 1 milhão de marcos, foi preso enquanto tentava entrar no Bra­­­sil por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, no mês passado. O mesmo ocorreu, em agosto, com o italiano Luca Alessandro Lon­­gobardi, 40 anos, acusado de crimes financeiros em seu país. As prisões destes e de outros foragidos foram possíveis graças à atuação da Organização Inter­­nacional de Polícia Cri­­­minal, popularmente conhecida como Interpol.

O contrário também é possível: criminosos que praticam crimes aqui e se refugiam em outros países podem ser capturados pela Interpol. Foi o caso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola. Condenado no Brasil pelos crimes de peculato e gestão fraudulenta, ele estava foragido havia sete anos. Salvatore foi detido em 2007, em Mônaco. Ele foi extraditado em 2008, um ano depois da prisão.

Atualmente, 260 brasileiros estão na lista de procurados da Interpol – 97 dos quais com foto no site da organização (dos demais não há imagens disponíveis). Grande parte dos brasileiros foragidos é acusada de homicídio ou de envolvimento com o tráfico de drogas. Mas há exceções. Alguns brasileiros são procurados por assaltos, crimes financeiros e corrupção, como o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e o filho dele, Flávio Maluf. O ex-prefeito de São Paulo é acusado de conspiração, auxílio na remessa de dinheiro ilegal para Nova York e roubo de di­­­nheiro público.

Extradição

Entrave na legislação

O deputado Paulo Maluf (PP-SP) e o filho dele, Flávio Maluf, são dois rostos brasileiros conhecidos incluídos na difusão vermelha da Interpol. Colocados lá a pedido da Justiça de Nova York pelos crimes de conspiração, transferência de recursos de origem ilícita e roubo de fundos públicos, os dois podem ser presos em qualquer lugar do mundo, menos no Brasil.

O entrave está na legislação brasileira. De acordo com a Constituição, brasileiros natos não podem ser extraditados. Outra limitação é a existência de uma lei que não permite a prisão automática de criminosos incluídos na difusão vermelha, ao contrário do que ocorre em outros países.

No Brasil, mesmo que esteja na lista de procurados, a pessoa só pode ser presa com a autorização do Supremo Tribunal Federal. Um projeto de lei para alterar a legislação tramita no Senado. Se o projeto for aprovado, bastará uma mensagem pelo sistema Interpol para a prisão imediata do procurado.

“Um passo importante já foi dado pelo Conselho Nacional de Justiça. Uma instrução normativa orienta os juízes brasileiros a, assim que houver indícios de uma fuga para o exterior, en­­­­caminhar às representações regionais da Cooperação Internacional os documentos necessários para publicação na difusão vermelha”, diz o coordenador-geral da Interpol no Brasil, delegado da Polícia Federal José Ricardo Botelho.

Difusão vermelha

A inclusão de procurados internacionais na lista da Interpol, também conhecida como difusão vermelha, segue um trâmite específico. A partir do momento em que a prisão de alguém é decretada e a polícia tem indícios de que o suspeito saiu do país, as autoridades pedem que o nome seja colocado na listagem. “A difusão vermelha é o instrumento disponibilizado pela Interpol para localização e captura de foragidos ao redor do mundo. Ela funciona como um mandado de prisão internacional”, explica o coordenador-geral da Interpol no Brasil, delegado da Polícia Federal José Ricardo Botelho.

Com sede em Lyon, na França, e presente em 187 países, a polícia internacional é responsável por, além de prender foragidos, investigar crimes internacionais, como terrorismo, tráfico de seres humanos, corrupção, tráfico de drogas e crimes financeiros. “A pedofilia é um dos crimes mais praticados por estrangeiros procurados pelo Brasil, junto com o tráfico de drogas. Mas também notamos a ocorrência de delitos financeiros e tributários”, diz Botelho.

Criada em 1923, na Áustria, a Interpol começou com apenas 14 países membros. A entidade nasceu para combater os crimes que aconteciam na Europa. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as atividades foram suspensas. Em 1946 a polícia internacional foi recriada, com sede em Paris, onde permaneceu até 1989, quando foi transferida para Lyon.

Atuação é limitada

Ao contrário do que muita gente imagina – a partir do que vê em filmes ou lê em livros –, os poderes de atuação da Interpol são limitados. A organização, por exemplo, não pode se sobrepor aos sistemas legais de cada país, nem possui um quadro próprio de policiais. No Brasil, seu efetivo é composto de funcionários da própria Polícia Federal. Cada país é responsável por financiar o escritório e as atividades da Interpol.

Seu órgão máximo, a Assembleia-Geral, reúne-se uma vez por ano para traçar estratégias de combate aos três tipos mais comuns de criminosos internacionais: aqueles que agem em mais de um país, como os contrabandistas; aqueles que não viajam, mas cujos crimes afetam mais de um país, como falsificadores de obras de arte; e aqueles que cometem o crime num país e fogem para outro. “O escritório da Interpol no Brasil mantém contato direto com a Secretaria-Geral em Lyon. Uma das prioridades atuais da Polícia Federal é a cooperação internacional. Graças a esta postura, o Brasil vem integrando cada vez mais as operações coordenadas pela Secretaria-Geral da Interpol. A presença do Brasil tem sido cada vez mais requisitada tanto pela Secretaria-Geral como por outros países-membros, devido à excelência na qualidade dos trabalhos realizados pelas diversas polícias nacionais, que têm reflexo no exterior”, revela Botelho.

Para exemplificar o papel do Brasil no mapa-múndi do combate ao crime, o coordenador da Interpol no país cita a Operação Júpiter (para repressão da falsificação de documentos) e a operação Pangea (de combate à comercialização ilícita de medicamentos pela internet). Nas duas, foram presas pessoas ao redor do mundo. “Apenas em 2010, 68 estrangeiros procurados pelos mais diversos crimes e países foram presos no Brasil”, afirma.

Fonte: Gazeta do Povo

Lula, Dilma e Serra devem R$ 114,5 mil à Justiça Eleitoral


Política

Lula, Dilma e Serra devem R$ 114,5 mil à Justiça Eleitoral
Publicada: 06/11/2010 11:21| Atualizada: 06/11/2010 11:21

Os nomes do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos dois candidatos à sucessão no segundo turno das eleições deste ano, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), estão na lista de devedores da Justiça Eleitoral.

Segundo boletim divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os três possuem uma dívida que somada chega a aproximadamente R$114,5 mil. O valor representa as multas aplicadas à Lula, Dilma e Serra durante a campanha e que ainda não foram quitadas.

A maior dívida é a de Lula, que deve R$ 47,5 mil à Justiça Eleitoral. Dilma é a segunda maior devedora, com débito de R$ 37 mil, seguida por Serra, com outros R$ 30 mil.

Os três receberam 27 multas, que somam R$ 170,5 mil, a maioria por propaganda eleitoral antecipada. A exceção é Lula, multado por atividades de campanha em eventos do governo federal.

O atraso no pagamento das multas é consequência dos recursos apresentados ao TSE pelas equipes jurídicas das campanhas. Com isso, os três ganharam tempo e ainda podem reverter a penalidade quando for analisada pelo plenário do tribunal.

Até hoje, o presidente Lula ainda tenta anular uma multa de R$ 900 mil aplicada pelo TSE na campanha de 2006 por propaganda irregular.

Fonte: Tribuna da Bahia

Férias de Dilma em praia baiana são interrompidas por repórteres

As curtas férias da presidente eleita Dilma Rousseff foram interrompidas neste sábado (06), na praia do Patizeiro, localizada a 18 quilômetros de Itacaré, ao norte de Ilhéus, Sul da Bahia. Disposta a não ser fotografada, Dilma desistiu de tomar banho de mar esta manhã ao saber que repórteres a esperavam na praia.

Inicialmente, dois assessores da presidente eleita se deslocaram até a praia para armar uma pequena tenda. Eles chegaram a colocar uma caixa térmica e uma lona enrolada na areia. No entanto, ao notar a presença da imprensa, os dois recolheram o material.

Os assessores disseram que Dilma só desceria se os repórteres se retirassem da praia e recolheram todo o material.

Dilma desembarcou na região na última quarta-feira (3). Ela está hospedada na mansão de luxo do empresário paulista João Paiva. Na última sexta-feira (5), ela foi vista tomando banho de mar. A previsão é de que permaneça no Sul do estado até amanhã (7), quando embarca para a África acompanhando o presidente Lula em viagem oficial.
Fonte: Tribuna da Bahia

OS PORÕES DA PRIVATARIA

Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do País, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três de seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, têm o que explicar ao Brasil.

Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marin Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marin. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como Marin é conhecido, precisa explicar onde obteve US$3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos de 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra, e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil…

Atrás da máxima “siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.

A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República, mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista, nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$448 milhões(1) para irrisórios R$4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC. (Ricardo Sérgio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m…”, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).

O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$3,2 milhões no exterior por meio da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova Iorque. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.

A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$17 mil (3 de outubro de 2001) até US$375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a Presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$1,5 milhão.

O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, por intermédio de contas no exterior, US$20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, dentre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.

Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do País para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.

Financiada pelo Banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas têm o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.

Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$7,5 milhões em ações da Superbird.com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A. Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.

De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante ao Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no País. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia pelos sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no País.

Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações – que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade”, conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” –, foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e às contas sigilosas da América Central ainda nos anos de 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…

Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.

(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$3,2 por um dólar.

(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

***

PS – Aqui termina o resumo-introdução do livro de Amaury. Mas ficou tanta coisa, tanta nota para comentar, que irei usando. Para deixar o livro sendo lembrado até sair.

PS2 – Se tiverem qualquer dúvida em relação a operações off shore, consultem Eike Batista, mestre no assunto. Sua espantosa fortuna foi feita com INFORMAÇÕES MINERAIS do pai, Eliezer, e operações off shore.

PS3 – Perda de tempo procurar bens de pessoas ligadas a Serra e Dantas. Monica Serra, Verônica Dantas, Borgeois, Mendonça de Barros e TODOS os que integraram a Comissão de DESESTATIZAÇÃO, não têm BENS aqui, declarados à RECEITA.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Livro de Amaury Junior desnuda a relação de Dantas com Serra, revela a ligação entre os dois e mais a IRMÃ de Dantas, a FILHA do ex-governador e o próprio GENRO. A bomba explodiu no seu colo.

Helio Fernandes

Um grande amigo, escritor, memorialista, com enorme arquivo, e mais do que tudo, independente, revendo papéis, encontrou um correio eletrônico de Paulo Henrique Amorim. Dizia que recebera do jornalista Amaury Ribeiro Junior a introdução do livro que iria lançar, “Os Porões da Privataria”.

(Interrupção para atualização. Essa mensagem foi enviada no final de setembro, alguns dias antes da eleição. Amaury não lançou o livro, encontrou dificuldades (chamemos de impecilhos). A eleição passou, mas o próprio Amaury considerou importantíssimo publicar o livro, mesmo depois da eleição e da derrota de Serra);

Continuando. O livro incluiria muita coisa apurada e comprovada por Amaury, e como sairia antes do primeiro turno (sem saber se haveria o segundo), derrubaria anda mais o ex-governador de São Paulo. Derrubaria seus votos, a empáfia e a incompetência travestida de experiência.

Amaury é repórter glorificado, começou no Globo, se aprofundou na IstoÉ com uma série de reportagens sobre a PRIVATIZAÇÃO do Banestado, um dos grandes escândalos da época. “Os Porões da Privataria”, é um trabalho de 10 anos, mesmo saindo agora, depois da eleição, fará tremendo estrago, e deixará muita gente de sobreaviso, com o lembrete: “Não posso esquecer de comprar esse livro”. (Mostraremos aqui quando estiver para sair).

Não são documentos surgidos com espionagem, como crer fazer crer o PIG (Partido da Imprensa Golpista, royalties para Paulo Henrique Amorim), na sua feroz defesa de Serra. São documentos oficiais, recolhidos em minucioso trabalho.

Deus protege quem trabalha. Uma parte muito grande da documentação, Amaury Ribeiro Jr. obteve por ter sofrido um processo, digamos logo, que ganhou na Justiça. Ricardo Sérgio de Oliveira, a grande potência do Banco do Brasil, processou-o. Amaury ganhou a exceção da verdade, um processo onde estavam muitos documentos chegou ao seu conhecimento.

Esse processo foi mandado à Justiça pelo notável e extraordinário tucano Antero Paes e Barros e pelo relator da CPI do Banestado, o petista também merecedor de elogios, José Mentor.

Amaury mostra pela primeira vez a prova concreta de COMO, QUANDO, QUANTO e ONDE Ricardo Sérgio recebeu pela PRIVATIZAÇÃO.

Meus parabéns a Amaury Ribeiro Jr. pela coleção de documentos. Durante os 8 anos do RETROCESSO, da DOAÇÃO e da TRAIÇÃO de FHC (e de Serra), escrevi muito sobre o assunto e o ENRIQUECIMENTO dos membros dessa Comissão de DESESTATIZAÇÃO. Obtive documentos, mas apenas, digamos, 10 por cento do que Amaury obteve.

Nos últimos dois meses, muitos comentaristas deste blog me enviaram mensagens, pedindo que eu abordasse o assunto de “Os Porões da Privataria”. Assim, como homenagem a Amaury Junior e ao jornalismo de investigação, publico a seguir a introdução do livro dele, que circula na internet. Não sei quando sairá o livro (e acho que nem ele sabe). Mas vamos colocá-lo no AUGE antes mesmo da publicação. É preciso que todos os blogs da internet o divulguem.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Mensagem aos jovens jornalistas

Carlos Chagas

Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo parece interromper-se.O que era, deixou de ser. O que será, ainda não é. O passado terminou e o futuro não começou. O presente, assim, adquire as características do eterno. As formaturas exprimem esses momentos.

Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser alunos da UnB. Quando saírem, depois de diplomados, serão jornalistas, publicitários, cineastas – enfim, comunicadores sociais.

Importa, então, aproveitar estes instantes eternos para, pela última vez, em conjunto, praticarmos aquilo que alunos e professor praticaram nos últimos anos.

Vamos continuar questionando. Vamos cultivar a dúvida. Vamos erodir as teorias. Vamos contestar os mitos. Vamos implodir os modelos. Vamos desfazer verdades absolutas. Porque esta é a função primeira do jornalismo: opor os fatos às ilusões.

No exercício de nossa profissão, do princípio ao fim, nosso trabalho deve ser pautado pela realidade. É ela o deus que devemos adorar. As ilusões, as verdades absolutas, os modelos, os mitos e as teorias, são o demônio que precisamos exorcizar.

Comecemos pelo nosso próprio mundo, a universidade. Ao contrário do que muitos pretendem, a universidade não é uma simples matriz produtora de mão de obra para a sociedade. Jamais, apesar das tentativas, a universidade será reduzida a um forno produtor de pão para o banquete das elites.

É claro que vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas agências de notícias e nas assessorias de imprensa. Vocês estão preparados para ingressar nesse estranho universo cibernético de sites, blogs, e-mails, portais e equivalentes.

No entanto, muito mais do que preparados para ganhar salários nessa variada gama de atividades e de serviços, vocês estão preparados para questioná-los. Vocês estão em condições de renová-los, reformá-los e até, se preciso for, de revolucioná-los.

Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico ou cultural. Uma universidade existe para contestar o mundo á sua volta. Até para rejeitá-lo, repeli-lo e modificá-lo.

Uma universidade também existe para revolver as entranhas do mundo situado dentro de nós mesmos. Significa, uma universidade, um centro permanente de não aceitação de postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie. Somos, por isso, uma fonte inesgotável de resistência ao que acontece à nossa volta. Um arquipélago de divergências em meio a um oceano de dúvidas.

Será preciso, assim, humildade para compartilharmos essa última trincheira de resistência, esse derradeiro refúgio da liberdade. No ano de 1900, na Sorbonne, o mais famoso dos catedráticos de Física, o professor Lipmann, iniciava sua aula inaugural dizendo-se com dó de seus alunos. Com pena deles porque haviam decidido estudar Física. Porque a Física, dizia o catedrático, já estava pronta, acabada, definida e empacotada. Nada mais haveria a descobrir e a pesquisar.

Pobre professor Lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de Einstein e da teoria da relatividade, da Física Quântica e de quanta fascinação veio e continuará a vir.

Não é a oportunidade, agora, mas não resisto à tentação de questionar a mais nova das verdades absolutas, o mais cruel dos mitos de nosso tempo, a chamada globalização.

Para uns tantos ingênuos e outro tanto de malandros, globalização significa o fim da história. Depois da globalização não existe mais nada.

Argumentam esses patetas a prevalência absoluta do capitalismo, só porque o dinheiro consegue circular de um extremo a outro do planeta em questão de segundos, num digitar de teclas. Fosse assim e globalizado estava o mundo quando o primeiro troglodita conseguiu dominar o fogo e fez com que sua aldeia se comunicasse com as outras através de sinais de fumaça, não mais pelos decibéis de sua garganta.

Mas globalizado o mundo não ficou quando nossos ancestrais aprenderam a utilizar o jumento como meio de transporte? Ou quando os navegadores descobriram o caminho das Índias, levando madeira da Espanha para o extremo oriente e de lá trazendo especiarias?

Ou globalizados não se sentiram nossos avós quando da invenção do telégrafo? Quem garante que daqui a 50 anos nossos netos não rirão de nossas pretensões globalizantes porque eles, sim, estarão globalizados, trazendo água de Vênus e minério de Marte?

Mas com certeza os netos dos nossos netos rirão deles, porque globalizados aí sim estarão, ao buscar o elixir da longa vida em Andrômeda e cérebros descartáveis na Ursa Maior.

Já me alongo. Ainda uma referência à universidade, que nos diz respeito diretamente. Outro mito a destruir. Volta e meia ressurge a campanha contra esse canudo que vocês receberão dentro em pouco. A campanha contra o diploma de jornalista, porque, dizem, o dom de escrever nasce com o indivíduo, não se adquire na universidade.

É a mesma coisa do que permitir ao “seu” Manoel, do açougue aqui na esquina, um craque na arte de cortar carne, de tirar costelas e filés, que ele troque o avental pelo jaleco, entre no hospital e vá operar alguém de apendicite. Ou imaginar que o camelô da rodoviária, um mestre na palavra, que vende tudo o que apresenta em sua bancada, vista a beca e vá defender uma causa no Supremo Tribunal.

O dom de escrever faz o escritor, e o escritor não está proibido de escrever nos jornais. Apenas o fará como colaborador, não como jornalista. Porque o jornalista não é nem melhor nem pior do que o escritor. Apenas, é diferente.

Além de saber escrever, para exercer a profissão o jornalista necessita saber editar, diagramar, selecionar, diferenciar estilos e conhecer o mundo à sua volta, até para questioná-lo. Precisa, o jornalista, de conhecimentos ordenados de história, geografia, sociologia, ética e filosofia, entre outros.

As escolas de jornalismo apresentam falhas e deficiências? Que sejam modificadas, aprimoradas, melhor elaboradas. Jamais extintas. Se estão formando mais professores de jornalismo do que jornalistas, que se modifiquem seus currículos, mas retirar o sofá da sala para acabar com o adultério, como na velha piada, trata-se de um velhaco raciocínio.

O diploma é essencial, expresso pelo que vocês representam aqui, nesta noite: vocês formam um conjunto forjado nos bancos universitários, um conjunto capaz de lutar pela melhoria de seus padrões de vida, tanto quanto pela liberdade da notícia e pela verdade da informação.

É isso que incomoda muita gente. Chegou a hora de dizer adeus. Mesmo aposentado, é nesta casa que me abrigo, é para esta casa que volto nos momentos permanentes de dúvida. Afirmo o oposto do que afirmava o professor Lipmann. Porque eu invejo vocês.

Vocês enfrentarão desafios e realizarão mudanças muito maiores do que aquelas que tentei realizar e enfrentar. Não deixo mensagem alguma. Nos anos em que convivemos, espero haver demonstrado que, como vocês, fui e continuo sendo uma fonte permanente de dúvidas.

Ficam apenas algumas exortações: Rebelem-se contra o preconceito dos que pretendem resumir a vida a um sistema, qualquer que seja esse sistema. Insurjam-se diante de doutrinas, ideologias ou modelos que apregoam dispor de respostas para todas as perguntas. Sacudam a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como mero conjunto químico dotado de inteligência.

Releguem ao lixo da história a afirmação oposta, de que precisamos nos conformar com a injustiça, a fome, a miséria e o sofrimento para recebermos a recompensa na outra vida. Levantem-se contra a teoria das ditaduras tanto quanto contra a ditadura das teorias.

Cultivem o senso grave da ordem e o anseio irresistível da liberdade. Creiam, acima de tudo, no poder da razão, porque da razão nasce a liberdade, da liberdade a justiça, da justiça o bem comum, e do bem comum o amor.

O amor, a derradeira oferta do indivíduo à sociedade. E de um professor aos seus alunos.

(Discurso de paraninfo aos formandos em Jornalismo)

Fonte: Tribuna da Imprensa

Visita de Dilma a Itacaré incentiva alerta sobre riscos de danos ambientais

Lúcio Távora / Agência A TARDE
Mansão de empresário amigo, onde Dilma descansa em Itacaré

Mansão de empresário amigo, onde Dilma descansa em Itacaré

Vitor Rocha, Especial de Itacaré

Se Dilma Rousseff gostou do paraíso ecológico ao longo da estrada Ilhéus-Itacaré, sua escolha para o descanso pós eleitoral, e quiser voltar para curtir novas férias, precisa ficar atenta para o projeto de construção do Porto Sul na região.

Sonho do governo do Estado alimentado por financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja maternidade foi dada a Dilma por Lula, o novo porto de Ilhéus é considerado por moradores e empresários locais como uma intervenção de alto dano ambiental para o local que abriga Áreas de Proteção, extensa Mata Atlântica, lagoas com jacarés, lindas praias, desova de tartaruga e turismo intenso.

Os recursos naturais foram conferidos de perto pela presidente eleita, desde quarta-feira, quando chegou à mansão de alto luxo do empresário paulista João Paiva, localizada na Praia do Patizeiro, ao norte de Ilhéus e a 20 km de Itacaré. “Pronto, ela já conhece o lugar e espero que veja o absurdo que é instalar um porto aqui. Iria destruir toda essa harmonia ambiental”, comenta Mary Berbert de Castro, moradora local e militante da ONG ambientalista Ação Ilhéus. “Se Dilma gostou, deve querer voltar, por isso tem que impedir a construção do Porto Sul”, completa. Em Ilhéus, já existe o Porto de Malhadas, em baixa capacidade de recepcionar grandes navios.

A instalação do novo porto no local também enfrenta resistência de proprietários de terras na região, a exemplo da família Marinho, controladora da Globo, e do presidente da Natura, Guilherme Leal, que concorreu como vice da candidata derrotada à Presidência Marina Silva.

O próprio João Paiva, dono da casa onde Dilma está, tinha intensão de construir um resort no lugar da mansão, mas desistiu após resistência da comunidade, que o convenceu da importância natural da região.

Passeio - Há sinais de que Dilma gostou do passeio. Neste sábado, um dia após ser vista no mar antes de rápida caminhada e passeio de quadriciclo, ela tentou repetir o programa. Dois assessores chegaram a levar à praia uma caixa térmica e uma lona para montar uma tenda, por volta das 6h30. Após perceber a presença da imprensa, eles pediram privacidade e, logo após, retiraram o material da praia, evidenciando que a presença de repórteres e fotógrafos a inibiu. Até o fechamento desta matéria, ela não havia aparecido.

O Porto Sul está em fase de elaboração de projeto executivo, mas parte das obras da Ferrovia Oeste-Leste, responsável por alimentá-lo com cargas, já está licitada. Para o deputado federal governista da região, Geraldo Simões (PT), a importância da obra justifica os possíveis danos ambientais. “Tudo que se faz gera um impacto, mas a tecnologia está aí para diminuir isso”, defende Simões, que tem casa na redondeza.

Turismo comemora - Há dois anos, quando o presidente da França Nicolas Sarkozy esteve na Praia de Itacarezinho, a 17 km de Itacaré, para passar férias natalinas com a esposa Carla Bruni, os hotéis ficaram lotados durante o resto do verão. A esperança é a mesma agora, após a permanência da presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff.

“Isso é ótimo para a cidade, porque o brasileiro ainda tem essa mentalidade de acompanhar essas personalidades”, conta Diana Quadros, secretária de Turismo de Itacaré e guia internacional. “Queremos capa em todos os jornais do Brasil, quanto mais, melhor”, brinca a gestora. O raciocínio é que as reportagens acabam por gerar divulgação da cidade e atraem turistas. “Com o Sarkozy tivemos um Réveillon completamente lotado”, atesta.

A TARDE revelou que Dilma chegou a Ilhéus na última quarta-feira, após ela ter dito que seu destino era “segredo de estado”.

Leia mais sobre o porto de Ilhéus e a visita de Dilma a Itacaré na edição impressa de A TARDE

sábado, novembro 06, 2010

QUEM DARÁ A ORDEM DE PRISÃO?

A Constituição de 1988 deu um novo status ao Ministério Público ao prevê atribuições funcionais anteriormente não previstas, como as definidas no art. 129, dentre as quais temos: Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.

Em razão das novas funções constitucionais o Ministério Público passou a exercer papel relevante na sociedade brasileira, principalmente na vigilância dos atos da administração pública, na preservação do erário e da moralidade pública, não sendo poucas as ações de iniciativa do Ministério Público que revelaram desprezo pela coisa pública por parte de gestores públicos e deram ensejo ações reparatórias.

Embora a ordem constitucional tenha dado atribuições necessárias ao Ministério Público, não é o Órgão um Poder, o que procura a toda força traduzir, como acontece também com os Tribunais de Contas que se colocam acima de todos.

Em vários momentos tivemos excessos por representantes do Ministério Público, principalmente dos mais jovens na busca da notoriedade como marketing de promoção pessoal, o que levou Ives Gandra Martins a “defender uma maior atuação sobre os promotores novos que no afã de aparecer extrapolam.” Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal, quando então na Presidência da Corte, um crítico ferrenho da atuação do Ministério Público, seja nas investigações sigilosas ou nos posicionamentos com finalidade políticas, atribuiu parte da morosidade nos serviços do Judiciário ao Ministério Público.

Junto a Administração Pública, muitas vezes, o Ministério tem operado com excesso, especialmente juntos aos Prefeitos das pequenas comunidades quando se portam como um suprapoder, determinando, por orientações, o que deve ou não deve ser feito, quando o limite da atuação do Prefeito reside na Constituição Federal. Infelizmente, temos visto que em certos Municípios, incessantemente, o Parquet interviu nos negócios municipais quando o exercente do cargo de prefeito era um, sem a mesma atenção quando o Prefeito passou a ser outro, levando ao raciocínio de que a atuação anterior tinha fins políticos e que na prática se portava como uma oposição institucional.

A Lei de Improbidade Administrativa com suas imprecisões técnicas e subjetivismo a flor da pele, serviu como chibata ameaçadora. Mesmo assim, entre os pontos e os contrapontos, o Ministério Público tem sido instrumento útil a sociedade, prevenindo, e isso mais importante, condutas lesivas ao interesse público, mesmo quando as ações tenham sido insuficientes contra malversação do dinheiro público, o que corre a solta.

O título da matéria vem a coroar o que chamo de abuso e uso da imagem para promoção pessoal. Em razão de posicionamento e em razão da pessoa alcançada, qualquer ação com repercussão na imprensa, se revela como mera busca de espaço na mídia, o que acontece no caso Massa, corredor brasileiro na Fórmula I que compete pela Ferrari.

Na última 5ª feira foi estampado nas manchetes dos jornais que Massa poderá ser preso em Interlagos, se na corrida de domingo (Grande Prêmio do Brasil), ele der passagem a beneficiar Alonso que concorre ao título de pilotos. A medida foi anunciada pelo Dr. Paulo Castilho, Promotor do Juizado Especial Criminal de São Paulo, brandindo o Estatuto do Torcedor como um guerreiro a exibir sua espada.

A busca pela notoriedade cega os aventureiros. No campeonato mundial de corridas de Fórmula 1 como em tantas outras, dois títulos são disputados, o de piloto, e por equipe. Para as equipes, o mais importante não é o título de piloto, e sim, o de equipe, que poderá se transformar em negócio lucrativo. Quanto mais uma marca é vencedora de campeonatos por equipe, mais prestígio ela angaria para si.

Pois bem. Massa não tem mais chance de ganhar o título mundial de pilotos da Fórmula I, lhe restando somar pontos para o campeonato por equipes. Se a equipe tem chance de ganhar ambas as disputas, aquele piloto que não tiver mais chance pelo título passa a trabalhar para o piloto companheiro ainda concorrente. É o caso de Massa em relação a Alonso que disputa com os pilotos da RBS o título de campeão do ano.

Não há ai crime e nem burla. Há uma situação aberta, clara e sem intenção criminal ou de lesividade civil. O Público presente no próximo domingo tem ciência do que Massa deve e pode fazer em razão do posicionamento de seu companheiro Alonso. Se a intenção do Dr. Paulo Castilho era ganhar espaço na mídia, recebeu as luzes por parcos minutos.

Lembro que a TV Globo, numa sexta-feira à noite, deu um furo jornalístico quando Chico Pinheiro entrevistou Nicea Pita, então esposa de Celso Pita, ex-prefeito de São Paulo, desatando denúncias contra o esposo, quebrando uma regra fundamental para a família, a fidúcia entre marido e mulher. Já no sábado de manhã, a mesma TV Globo entrevistava um Promotor paulista em seu escritório funcional que já instaurava naquele dia, procedimentos investigativos contra o ex-prefeito.

Na mesma linha do perseguidor de Massa e de Pita, apareceu o perseguidor de Tiririca, comediante da TV Record eleito para deputado federal por São Paulo, com mais de 1.350.000. A intenção é cassar a candidatura do eleito pelo povo sob a alegação dele ser analfabeto, mais uma sandice ministerial, esquecendo-se que o eleitor quando vota, não deve explicação a ninguém, razão do sigilo do voto. É mais um na busca de notoriedade pública. Outros casos absurdos são constatados, como daquelas promotoras que já entraram com habeas corpus em favor de papagaios, periquitos e pernilongos.

O que eu expresso, é que a instituição ministerial deve ser tratada com todo respeito que lhe deve ser reservado, evitando-se excessos e a busca de promoção pessoal. O Ministério Público já carrega consigo um peso considerável por representar o estado como nas ações criminais. Nas sociedades democráticas não se vê contradições, porém, nas sociedades ditatoriais, é esse mesmo Ministério Público que passa a perseguidor dos que lutam pelas liberdades públicas e os direitos civis, como aconteceu no Brasil da ditadura militar. Nessa época, a arma brandida era a Lei de Segurança Nacional.

O capítulo Massa nada tem de soberania nacional e não passa de mais um acontecimento hilariante, teatro burlesco, e expõe a todos ao ridículo, o tupiniquim Macunaíma (herói sem caráter), quando o Brasil se tornou uma força no cenário internacional. Sobre o MP indico o editorial do Estado de São Paulo, de 18.12.2009, transcrito pelo http://www.diariodeumjuiz.com/?p=1950.

E para Massa, quem dará ordem de prisão?

Economia BAIANA. Aquecimento da construção civil causa escassez de mão-de-obra

Na capital da Bahia, o déficit de trabalhadores chega a 50 m. Na Bahia e no Brasil atingimos os menores índices de desemprego de todos os tempos. Salvador é o terceiro maior mercado imobiliário do País, ficando atrás apenas de São Paulo e Brasília.

ELEIÇÕES. Como a compensar a derrota, se anuncia como triunfo que o PSDB governará 52.000.000 de eleitores. Conversa para boi dormir. A sensação de que a petista Dilma Rousseff foi eleita apenas em razão da vantagem aplicada nas regiões Norte e Nordeste é falsa. Levantamento com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que ela ganharia a eleição mesmo se fossem computados apenas os votos do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste. Dilma ganhou no sudeste (RJ, ES, SP e MG), norte e nordeste. A petista teve mais votos que Serra na soma de Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Foram 33,2 milhões de votos para Dilma contra 32,9 milhões para Serra. Outros números: No Norte Dilma teve 4.038.360 e Serra 2.993.5550. No nordeste Dilma 18.405.389 contra 7.672.392 de Serra (dados extraídos do G1). Quem administrará a soma de todos os brasileiros é o Poder Executivo e mais o Poder Legislativo (onde Dilma tem maioria no Senado e na Câmara dos Deputados).

FRASE DA SEMANA. "A imprensa é composta de duas ordens de periódicos: os noticiosos e os políticos." Eça de Queirós.

Paulo Afonso, 06 de novembro de 2010.

Fernando Montalvão.

Gabriel O, Pensador - MTV ao Vivo - Lôra Burra

Em destaque

Trump escapou sem receber pena, mas Bolsonaro não conseguirá escapar

Publicado em 13 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Bolsonaro mantém um bom relacionamento com Trump ...

Mais visitadas