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quarta-feira, novembro 03, 2010

PMDB diz que assumirá papel de oposição

Lílian Machado

O processo eleitoral chegou ao fim e, neste novo contexto, líderes peemedebistas no Estado afirmam que a recomposição com o PT do governador Jaques Wagner está longe de acontecer. Ao menos por enquanto, os partidos (PT e PMDB) que juntos irão comandar o país não pretendem se dar às mãos na Bahia. Pelo menos, é o que deixa claro o presidente estadual do PMDB e deputado federal eleito, Lúcio Vieira Lima.

A sigla, que tem como vice-presidente eleito - o líder nacional, Michel Temer -, segundo ele, pretende ser a principal protagonista do grupo de oposição à gestão petista no Estado.

O rompimento ocorrido em 2009 e os caminhos opostos nas eleições estaduais deste ano, com embate direto entre o governador reeleito e o deputado federal Geddel Vieira Lima, deixaram marcas que resistiram até mesmo à aliança para o segundo turno da eleição de Dilma Rousseff (PT).

Segundo Lúcio, a grande tendência do partido é a de protagonizar a atitude de oposicionista. “Foi onde as urnas nos coloraram”, frisou ao ser questionado sobre a possibilidade de retorno da aliança. Com a queda do Democratas, que reduziu sua bancada no parlamento estadual baiano, conforme o dirigente, cabe agora ao PMDB aproveitar o contexto e comandar a liderança da oposição na Bahia.

Recentemente em entrevista à Tribuna da Bahia, o ex-ministro do governo Lula, Geddel Vieira Lima, deixou claro a condição de adversário político do governo do PT na Bahia.

De acordo com ele, que ficou em terceiro lugar na briga pelo Palácio de Ondina, essa é a hora de os vitoriosos falarem. “O momento para quem, como eu, perdeu a eleição é de assuntar o quadro político, mas posso adiantar que meu partido perdeu a disputa nas urnas por buscar um projeto novo e é na oposição que deve ficar”.

O líder peemedebista reiterou ainda que é preciso ficar claro que ele não é inimigo de Wagner, mas sim adversário político. “Se algum dia precisarmos conversar sobre os interesses da Bahia, conversaremos”, admitiu. Ao comentar uma resposta do governador sobre a “traição” do PMDB, ele disparou: “Quem se sente traído é o PMDB, por ele (Wagner), inclusive.

Toda traição começou pelo PT, partido do governador, ainda quando era aliado do prefeito João Henrique, que abandonou o barco aos 45 minutos do segundo tempo para lançar candidato. Ao contrário de nós, que fizemos as coisas às claras”, rebateu, enfatizando que a posição do PMDB é a de opositor. “Wagner precisa tirar a pele de cordeiro para passar sinceridade. Isso já não convence mais”, bombardeou.

Fonte: Tribuna da Bahia

Temer e Dutra fecham acordo para rodízio nas presidências da Câmara e do Senado

Marcello Casal Jr. | Agência Brasil
José Eduardo Dutra e Michel Temer se cumprimentam após o acordo
Agência Brasil

Em um jantar, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o vice-presidente eleito, Michel Temer, os dois dirigentes dos partidos que integram a base da presidente eleita, Dilma Rousseff, fecharam acordo para estabelecer um “rodízio” entre o PT e o PMDB na presidência da Câmara e do Senado, durante o próximo governo.

Com o acordo, as duas legendas que elegeram as maiores bancadas de deputados e senadores se alternarão na presidência das duas casas legislativas. “Fechamos este acordo para que possamos ter um governo tranquilo”, disse Michel Temer, atual presidente da Câmara, após o jantar que ocorreu na residência oficial da Câmara, em Brasília.

Ele negou a existência de queixas entre integrantes do PMDB em relação à participação na campanha e na equipe de transição. "Se existem queixas, elas são isoladas, não são queixas generalizadas no PMDB". Outro acordo de rodízio já foi fechado entre o PT e o PMDB no passado, durante o segundo mandato do presidente Lula.

Os dois presidentes não definiram qual dos dois partidos ficará na presidência das duas casas no primeiro biênio. De acordo com Dutra, esta decisão será tomada posteriormente, após conversas internas. “Vou conversar com os integrantes do PT e Temer vai fazer a mesma coisa no PMDB. Tenho certeza que vamos fechar este acordo em total harmonia”, disse Dutra.

Temer e Dutra também conversaram sobre o início dos trabalhos da equipe de transição, previsto para a próxima segunda-feira (6), às 11h, em reunião a ser realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. De acordo com Dutra, após instalada a equipe de transição, que será coordenada por Temer, Dutra, pelo ex-ministro Antonio Palocci e pelo secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, os dirigentes tratarão de conversar individualmente com cada partido da coligação que elegeu Dilma.

O objetivo das conversas, de acordo com Dutra, é levantar as expectativas de cada legenda de participação no governo e ter, até o fim da próxima semana, um quadro para ser apresentado à presidente eleita. "Nós não vamos definir ministérios. Isto é uma tarefa da presidente eleita. Vamos realizar as conversas para que, quando ela voltar da viagem que fará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possamos apresentar um quadro com a expectativa de cada partido”, disse Dutra.

O presidente do PT evitou falar de prazos para as definições sobre o novo ministério. “Quem vai definir o tempo é a presidente. Ela vai definir o tempo, a forma e a composição”, afirmou.

Fonte: A Tarde

Confira o perfil dos eleitos no primeiro e segundo turnos nos estados e Distrito Federal

terça-feira, novembro 02, 2010

Declarações de Berlusconi sobre gays geram grande repercussão na Itália

DA ANSA, EM ROMA

As declarações do premiê italiano Silvio Berlusconi, que nesta terça-feira afirmou que é "melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", geraram críticas entre entidades de defesa dos direitos dos homossexuais e a oposição ao governo.

"Esta frase é expressão de uma cultura machista, atrasada e ofensiva não só para as pessoas homossexuais, mas também para as mulheres", declarou o titular da associação Arcigay, Paolo Patanè, classificando a brincadeira como "gratuita" e "vulgar".


Julien Warnand/Efe
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos

"Uma frase que provém de uma atitude de desprezo à dignidade das pessoas e que confirma o clima constrangedor e grotesco no qual o presidente do Conselho [de Ministros] está precipitando o país", completou.

O presidente da entidade Equality Italia e histórico defensor da comunidade gay, Aurelio Mancuso, afirmou que a frase "inqualificável" fez com que o premiê "superasse o limite", acusando-o de não ser "verdadeiramente digno de dirigir a Itália".

"Que Berlusconi peça imediatamente desculpas aos milhões de cidadãos homossexuais italianos, de direita e de esquerda, e se envergonhe de uma homofobia que em qualquer outro país europeu seria imediatamente condenada por qualquer ator político democrático", disse.

A brincadeira foi feita pelo premiê ao final de uma fala sobre seu envolvimento com a marroquina Ruby, menor de idade que disse ter ido a festas em sua casa e a favor de quem ele teria interferido -- a fim de tirá-la da cadeia quando foi presa por furto. O caso vem sendo investigado pela Justiça e gerou uma intensa repercussão no país e no mundo.

"Desde sempre conduzo uma atividade ininterrupta de trabalho. Se às vezes me acontece de olhar o rosto de alguma garota bonita [...] melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", declarou ele na ocasião.

A oposição também condenou a frase. "Não só palavras homofóbicas, mas também uma desprezível tentativa de desviar a atenção do enésimo escândalo que, infelizmente, desta vez, tem envolvida uma menor de idade", assinalou a parlamentar do Partido Democrata (PD, maior força de oposição ao governo) Donatella Ferranti.

O líder do Itália dos Valores (IDV) Antonio di Pietro foi ainda mais incisivo, ao dizer que o lugar de Berlusconi não é no palácio de governo, mas em uma "taverna na periferia", e que ele "vive na era das discriminações raciais, sexuais, étnicas e religiosas".

A ministra para a Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna, defendeu o premiê garantindo que a frase "foi uma piada, o fechamento de um discurso sério, de um teor bem diferente", e que ele "não queria, absolutamente, nem nunca quis, ofender as mulheres ou os homossexuais".

O porta-voz do partido governista Povo da Liberdade (PDL) Daniele Capezzone rebateu que o primeiro-ministro é "um homem profunda, intimamente respeitoso de qualquer pessoa, e portanto de qualquer identidade, orientação e preferência afetiva e sexual".

"Estou convencido de que não se possa julgar o premiê por uma só palavra, em dias nos quais é submetido a pressões e ataques de qualquer tipo. Sei por certo que pensamentos e sentimentos desrespeitosos, ofensivos ou, pior ainda, discriminatórios estão muito longe dele", apontou.

+ Notícias sobre o premiê da itália

Um em cada cinco cidades do Piauí teve prefeito cassado

DA AGÊNCIA BRASIL

O Piauí --Estado com a pior taxa de analfabetismo funcional e a terceira menor renda per capita do país-- teve prefeitos cassados em quase 20% de suas 223 cidades depois das últimas eleições municipais.

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado, a maioria das 42 cassações foi por conta de abuso de poder político e compra de votos.

O último caso, a cassação do prefeito de Teresina, capital do estado, foi publicado ontem (1º) no Diário da Justiça Eleitoral. Oito dos 42 municípios tiveram novas eleições e em quatro o TRE determinou a posse do segundo colocado, tendo em vista que o prefeito cassado não obteve mais de 50% dos votos válidos.

Os municípios de Cristalândia e Dom Expedito Lopes terão novas eleições no próximo domingo (7). Em Oeiras, o pleito será realizado no dia 14 de novembro. No restante, os eleitos em 2008 continuam no cargo por força de liminar, aguardando decisão final do TRE ou do Tribunal Superior Eleitoral.

O cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí, disse que o grande número de cassações é um fato recente no estado e se deve à fiscalização mais efetiva do Judiciário sobre práticas ilícitas, mas corriqueiras. "Os prefeitos mantêm práticas que podemos chamar de não republicanas e acabam sendo pegos de calças curtas porque houve aumento da fiscalização. Essa é uma tendência que gera práticas mais cuidadosas", afirmou.

Fonte: Folha.com

Desafios para a Presidenta Dilma Rousseff

Leonardo Boff *

Adital -
Celebramos alegremente a vitória de Dilma Rousseff. E não deixamos de folgar também pela derrota de José Serra que não mereceu ganhar esta eleição dado o nivel indecente de sua campanha, embora os excessos tenham ocorrido nos dois lados. Os bispos conservadores que, à revelia da CNBB, se colocaram fora do jogo democrático e que manipularam a questão da descriminalização do aborto, mobilizando até o Papa em Roma, bem como os pastores evangélicos raivosamente partidizados, sairam desmoralizados.

Post festum, cabe uma reflexão distanciada do que poderá ser o governo de Dilma Rousseff. Esposamos a tese daqueles analistas que viram no governo Lula uma transição de paradigma: de um Estado privatizante, inspirado nos dogmas neoliberais para um Estado republicano que colocou o social em seu centro para atender as demandas da população mais destituida. Toda transição possui um lado de continuidade e outro de ruptura. A continuidade foi a manutenção do projeto macroeconômico para fornecer a base para a estabilidade política e exorcizar os fantasmas do sistema. E a ruptura foi a inauguração de substantivas políticas sociais destinadas à integração de milhões de brasileiros pobres, bem representadas pela Bolsa Familia entre outras. Não se pode negar que, em parte, esta transição ocorreu pois, efetivamente, Lula incluiu socialmente uma França inteira dentro de uma situação de decência. Mas desde o começo, analistas apontavam a inadequação entre projeto econômico e o projeto social. Enquanto aquele recebe do Estado alguns bilhões de reais por ano, em forma de juros, este, o social, tem que se contentar com bem menos.

Não obtante esta disparidade, o fosso entre ricos e pobres diminuiu o que granjeou para Lula extraordinária aceitação.

Agora se coloca a questão: a Presidenta aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições denunciadas pelos movimentos sociais e pelo melhor da inteligentzia brasileira?

Estimo que, Dilma deu sinais de que vai se vergar para o lado do social-popular. Mas alguns problemas novos como aquecimento global devem ser impreterivelmente enfrentados. Vejo que a novel Presidenta compreendeu a relevância da agenda ambiental, introduzida pela candidata Marina Silva. O PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) deve incorporar a nova consciência de que não seria responsável continuar as obras desconsiderando estes novos dados. E ainda no horizonte se anuncia nova crise econômica, pois os EUA resolveram exportar sua crise, desvalorizando o dólar e nos prejudicando sensivelmente.
Dilma Rousseff marcará seu governo com identidade própria se realizar mais fortemente a agenda que elegeu Lula: a ética e as reformas estruturais. A ética somente será resgatada se houver total transparência nas práticas políticas e não se repita a mercantilização das relações partidárias("mensalão").

As reformas estruturais é a dívida que o governo Lula nos deixou. Não teve condições, por falta de base parlamentar segura, de fazer nenhuma das reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. Se quiser resgatar o perfil originário do PT, Dilma deverá implementar uma reforma política. Será dificil, devido os interesses corporativos dos partidos, em grande parte, vazios de ideologia e famintos de benefícios. A reforma fiscal deve estabelecer uma equidade mínima entre os contribuintes, pois até agora poupava os ricos e onerava pesadamente os assalariados. A reforma agrária não é satisfeita apenas com assentamentos. Deve ser integral e popular levando democracia para o campo e aliviando a favelização das cidades.

Estimo que o mais importante é o salto de consciência que a Presidenta deve dar, caso tomar a sério as consequências funestas e até letais da situação mudada da Terra em crise sócio-ecológica. O Brasil será chave na adaptação e no mitigamento pelo fato de deter os principais fatores ecológicos que podem equilibrar o sistema-Terra. Ele poderá ser a primeira potência mundial nos trópicos, não imperial mas cordial e corresponsável pelo destino comum. Esse pacote de questões constitui um desafio da maior gravidade, que a novel Presidenta irá enfrentar. Ela possui competência e coragem para estar à altura destes reptos. Que não lhe falte a iluminação e a força do Espírito Criador.


* Teólogo, filósofo e escritor
Fonte: Adital

INSS paga dívida de acordo com data de concessão


Com decisão do STF, aposentados e pensionistas poderão receber até R$ 50 mil em atrasados sem ir à Justiça. Revisão chega a 39,35%

POR LUCIENE BRAGA

Rio - Pensionistas e aposentados do INSS entre 1988 e 2003 vivem hoje às voltas com a esperança de ter — sem entrar na Justiça — seus benefícios revisados e ainda receber bom valor em atrasados por cinco anos. Quem contribuía pelo teto e se aposentou até 1998 pode ter índice de correção de 10,96%. Aqueles que tiveram o benefício concedido até 2003 têm revisão de 28,3%, segundo especialistas. Há quem tenha direito aos dois períodos, com reajuste 39,35%. A projeção para o pagamento de atrasados é de, no máximo, R$ 50 mil.

Muitos segurados do INSS têm dúvidas sobre o direito à revisão e à indenização. A Coluna publica um guia para orientar os leitores, esclarecendo as principais dúvidas.

Esses segurados foram beneficiados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) anunciada em 8 de setembro, que reconhece o direito à revisão de quem se aposentou pelo teto e teve o valor do benefício prejudicado pelas duas reformas previdenciárias — instituídas pelas Emendas Constitucionais 20 (1998) e 41 (2003). As ECs elevaram os limites vigentes em 1998 e 2003, respectivamente, mas quem obteve a concessão dos benefícios no período anterior às alterações ficou com o teto previdenciário menor. Até hoje.

DÚVIDA SOBRE DATA

A data inicial da abrangência da decisão ainda é um enigma, enquanto o acórdão do STF não é publicado, o que só deve ocorrer dentro de um a dois meses. Advogados previdenciários defendem que é preciso indenizar e corrigir os vencimentos de quem se aposentou desde 1988, mas ainda não se confirmou essa informação.

Outra dúvida que tem assolado os segurados é em relação à data considerada para a correção: se é a do requerimento ou a do início do benefício. O Ministério da Previdência Social esclarece que vale a que consta na Carta de Concessão, fornecida quando a aposentadoria ou pensão são deferidas. Esse é um detalhe importante, porque só assim o segurado saberá se terá direito ao pagamento. Em alguns períodos, não há direito ao reajuste.

A Advocacia Geral da União (AGU) estima que 1 milhão de segurados serão contemplados pela Justiça e assegura que eles vão receber tudo administrativamente, sem precisar entrar na Justiça. O aviso poderá vir por carta ou edital de convocação.

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, estima que 154 mil vão receber, em média, R$ 10 mil, e anunciou que pretende pagar tudo este ano, se possível. Aposentado em 1995, Antônio Carlos Dezerto Castanha, 64 anos, tem direito à revisão nos dois períodos e pode pegar o índice mais elevado. “Aguardo, como todos, o acórdão do Supremo, para ver como será a revisão administrativa”, pondera.

Representantes de segurados fazem alerta

Advogado da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Vilson Trapp Lanzarini adverte que o anúncio de pagamento administrativo da dívida do INSS poderá embutir uma tentativa de diminuir o impacto financeiro da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), evitando uma corrida ao Judiciário.

Lanzarini lembra que o pagamento das diferenças de reajustes de causas históricas, como a dos 147% (setembro de 1991), do Índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), com 39,67% (fevereiro de 1994), ocorreu com valores inferiores aos que os segurados tinham direito, com pagamento parcelado e descontos. O especialista também ressaltou que, nas oportunidades anteriores de pagamento administrativo, milhares de beneficiários foram esquecidos, como os que recebiam auxílio-doença e outros, pagos temporariamente. Ou aqueles já convertidos em pensão. A Cobap diz que nenhum aposentado ou pensionista deve aceitar acordo que não represente 100% do valor a que tem direito.

PONTOS QUE AINDA NÃO FORAM DEFINIDOS

QUEM TEM DIREITO?
Em tese, titulares de benefícios concedidos entre 1988 e 2003 que contribuíam com salários acima do teto previdenciário. Quando as emendas EC 20 e 41 foram publicadas, elas elevaram o teto, mas esse pessoal, que se aposentou antes, não teve a equiparação. A Advocacia Geral da União só reconhece o período de 1991 a 2003, mas é preciso esperar o acórdão do Supremo Tribunal Federal, que deverá esclarecer esse detalhe.

PERÍODOS
Nem todos os períodos nesse prazo — de 1988 a 2003 — serão contemplados. O advogado Daisson Portanova elaborou tabela com as datas (ver ao lado).

TIPO DE BENEFÍCIO
Ainda não há definição se o direito será estendido a quem contribuía pelo teto e recebia auxílio-doença concedido na época das emendas. Oficialmente, AGU e Ministério da Previdência ainda não confirmam se os segurados que herdaram benefícios dessas aposentadorias e hoje são pensionistas do INSS também serão contemplados.

REVISÃO ADMINISTRATIVA
Não está claro como será feito o pagamento dos atrasados e a revisão. A Previdência não disse se a indenização pelos últimos cinco anos será paga de uma só vez ou parcelada e se haverá desconto no valor total, mas assegurou que negociará com o Planejamento o pagamento neste ano.

Carta: Este ano, 2.022 viúvas serão informadas de que perderão revisão ganha na Justiça

Por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), 2.022 viúvos e viúvas estão recebendo cartas do INSS informando que seus benefícios serão cortados e parte do que foi pago acima do teto previdenciário terá que ser devolvido, com descontos de até 30% do valor da pensão. O DIA denunciou o caso com exclusividade, ao publicar a história de Dona Maria de Lourdes Carneiro, 85 anos, que recebeu correspondência com a notícia de que seu benefício cairia dos atuais R$ 2.760 para R$ 1.600, sendo que ela seria descontada mensalmente em R$ 400 até “quitar” a “dívida” de R$ 23 mil.

A carta dá 10 dias de prazo para a defesa do segurado no INSS. Dona Lourdes foi à agência de Copacabana e entregou um documento informando que recebe acima do teto amparada por decisão judicial. Mas vai recorrer à Justiça.

O Ministério da Previdência, que vinha cumprindo as decisões judiciais que amparavam o pagamento acima do teto, foi obrigado seguir o acórdão do TCU, que só considerou válidas aquelas que o Judiciário concedeu para as aposentadorias, não para as pensões herdadas. A obrigação foi considerada arbitrária por advogados e especialistas previdenciários.

“Esses pensionistas têm como recuso entrar na Justiça, requerer uma liminar para não ter o valor reduzido e impedir os descontos”, recomenda Reginaldo Mathias, que dá suporte jurídico aos aposentados pela Associação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência do Rio (Asaprev-RJ). Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Rio, também considerou a medida absurda e afirmou que o departamento jurídico pode fornecer orientação. Informações: 2507-2455.

Fonte: O Dia

Dilma pronunciamento vonivar 2010 eleicao Tv Globo 1ª parte

Dilma pronunciamento vonivar eleicao 2010 2ª parte

Dilma fura a Globo e diz: troque de canal

Na conversa com Obama ela deve ter tratado da moeda da China

Dilma deu a primeira entrevista ao vivo, como presidente, à TV Record.

O jornal nacional teve que engolir: foi a segunda.

Na hora de falar sobre a liberdade de imprensa, voltou a repetir: prefere a crítica ao silencio da ditadura.

E recomendou: se você não estiver satisfeito, use o controle remoto.

O melhor controle sobre a imprensa é o controle remoto !, ela disse.

(Como se sabe, o Doutor Roberto Marinho lutou febrilmente para atrasar a introdução do controle remoto no Brasil …)

Dilma falou sobre a política econômica.

Será austera, com controle da inflação e do gasto público.

Não vai gastar o que não puder gastar.

A melhor política cambial é a do cambio flutuante.

E, nos fóruns internacionais, lutará para que não haja “desvalorização competitiva”.

Desvalorizar a moeda para se beneficiar comercialmente, como faz hoje a China (ela não falou na China).

Dilma contou que conversou hoje com o Presidente Obama, com quem deve ter tratado da desvalorização sistemática da moeda chinesa.

Ela enunciou as prioridades.

Tirar 21 milhões de brasileiros da pobreza.

Realizar um progresso significativo na Saúde e na Segurança.

Quando tomou posse, em 2002, o presidente Lula falou, primeiro, à Globo e co-ancorou o jornal nacional.

O jogo mudou.

Se o amigo navegante não estiver satisfeito, faça como ela recomendou: use o controle remoto.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: as perguntas medíocres dos apresentadores do jornal nacional não permitiram que a presidente desse uma informação relevante além do que disse à Record.

Ou seja, foi perda de tempo usar o controle remoto e trocar a Record pela Globo.

Teria sido melhor começar logo a tomar um bom vinho tinto em homenagem à nova presidente.

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A hipocrisia não tem limites

O Conversa Afiada republica o editorial do Mino, na Carta Capital que chegou às bancas nesta segunda feira.

Até o papa apoiou Serra


Mino Carta

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil. Por Mino Carta. Foto: AFP

Dilma Rousseff, a eleita, teve de enfrentar a campanha mais feroz contra um candidato à Presidência na história do Brasil

Temos uma mulher na Presidência da República, primeira na história do

Brasil. E que uma mulher chegue a tanto já é notícia extraordinária.

Levo em conta a preocupação do Datafolha a respeito da presença feminina no tablado eleitoral: refiro-me à pergunta específica contida na sua pesquisa, sempre aguardada com ansiedade pelo Jornal Nacional e até pelo Estadão. A julgar pelo resultado do pleito, Dilma Rousseff representa entre nós a vitória contra o velho preconceito pelo qual mulher só tem serventia por certos dotes que a natureza generosamente lhe conferiu.

Para CartaCapital a eleição de Dilma Rousseff representa coisas mais.

A maioria dos eleitores moveu-se pelas razões que nos levaram a apoiar a candidata de Lula desde o começo oficial da campanha. Em primeiro lugar, a continuidade venceu porque a nação consagra os oito anos de bom governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Inevitável foi o confronto com o governo anterior de Fernando Henrique Cardoso, cujo trunfo inicial, a estabilidade, ele próprio, príncipe dos sociólogos, conseguiu pôr em risco.

Depois de Getúlio Vargas, embora manchada a memória pelo seu tempo de ditador, Lula foi o único presidente que agiu guiado por um projeto de país.

Na opinião de CartaCapital, ele poderia ter sido às vezes mais ousado em política social, mesmo assim mereceu índices de popularidade nunca dantes navegados e seu governo passou a ser fator determinante do êxito da candidata.

A comparação com FHC envolve também a personalidade de cada qual. Por exemplo: o professor de sociologia é muito menos comunicativo do que o ex-metalúrgico, sem falar em carisma. Não se trata apenas de um dom natural, e sim da postura física e da qualidade da fala, capaz de

transmitir eficazmente ideias e emoções. Lembraremos inúmeros discursos de Lula, de FHC nenhum.

Outra diversidade chama em causa a mídia nativa. Fascinada, sempre

esteve ao lado de FHC, inclusive para lhe esconder as mazelas.

Vigorosa intérprete do ódio de classe em exclusivo proveito do privilégio, atravessou oito anos a alvejar o presidente mais amado da história pátria. Quando, ao dar as boas-vindas aos 900 convidados da festa da premiação das empresas e dos empresários mais admirados no Brasil, ousei dizer que o mensalão, como pagamento mensal a parlamentares, não foi provado para desconforto da mídia, certo setor da plateia esboçou um começo de vaia. Calou-se quando o colega Paulo Henrique Amorim ergueu-se ao grito de “Viva Mino!” Os fiéis da tucanagem não primam pela bravura.

Pois Dilma Rousseff teve de enfrentar esta mídia atucanada, a reeditar o udenismo de antanho em sintonia fina com seus heróis. Deram até para evocar o passado da jovem Dilma, “guerrilheira” e “terrorista”. Como de hábito, apelaram para a má-fé para explorar a ignorância de um povo que, infelizmente, ainda não conhece a sua história, e que não a conhece por obra e graça sinistra de uma minoria a sonhar com um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem demos.

Nos porões do regime dos gendarmes da chamada elite, Dilma Rousseff¬ foi encarcerada e brutalmente torturada. Poderia ter sofrido o mesmo fim de Vlado Herzog, que os jornalistas não se esquecem de recordar todo ano.

Mas a hipocrisia da mídia não tem limites, com a contribuição da

ferocidade que imperou na internet ao sabor da campanha de ódio nunca tão capilar e agressiva. E na moldura cabe à perfeição a questão do aborto, praticado à vontade pelas privilegiadas e, ao que se diz, pela própria esposa de José Serra, e negado às desvalidas.

Até o papa alemão a presidente recém-eleita teve de enfrentar. Ao se

encontrar já nos momentos finais da campanha com um grupo de bispos nordestinos, Ratzinger convidou-os a orientar os cidadãos contra quem não respeita a vida, clara referência à questão que, lamentavelmente, invadiu as primeiras páginas, as capas, os noticiários da tevê. Parece até que Bento XVI não sabe que o Vaticano fica na Itália, onde o aborto foi descriminalizado há 40 anos.

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Sem razão, extrema-direita culpa nordestinos pela vitória de Dilma

Apareceu no twitter uma versão fascistóide da eleição da Dilma. Alguém culpa os nordestinos pela vitória da Dilma e convoca os paulistas a manifestarem seu repúdio, num claro convite à intolerância e preconceito que encontram terra adubada em São Paulo.

Com a campanha fascistóide que José Serra patrocinou isso era previsível. Volto a dizer que Serra prestou um inestimável desserviço ao Brasil.

Leio agora na revista digital Terra Magazine que o Nordeste aumentou a vantagem de Dilma Rousseff, com a justa opção eleitoral de sua população, entretanto, apenas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, Dilma somou 1.873.507 votos de vantagem. Mesmo sem o Nordeste, Dilma ganharia a eleição.

“E, antes que novos discursos discriminatórios - canalizados contra o Nordeste na internet - se direcionem a outro alvo fácil, o Norte, vale destacar que Dilma também ganharia a eleição sem o saldo positivo de 1.033.802 votos com que os nortistas lhe agraciaram”.

O texto assinado por Eliano Jorge informa: “O Sudeste, idealizado pelos críticos de nordestinos e nortistas como bastião do PSDB, deu à petista 1.630.614 eleitores a mais do que seu adversário. Esta quantidade supera em 839.695 votos a soma das vantagens que Serra teve no Sul, 656.485, e no Centro-Oeste, 134.434”.

Na verdade, “embora o candidato tucano tenha acumulado 1.846.036 votos a mais do que Dilma em São Paulo, ele perdeu no segundo e no terceiro maiores colégios eleitorais do País, Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente com saldo negativo de 1.797.831 e 1.710.186”.

Portanto, os “culpados” pela vitória de Dilma Rousseff foram os próprios paulistas, que não votaram em Serra como muitos imaginavam. A frente de Serra em São Paulo não foi suficiente para neutralizar a escolha do povo.

Nem os números conseguem calar a boca dos fascistóides que alimentam o preconceito e discriminação contra os trabalhadores nordestinos radicados em São Paulo.

Não é para menos, já que Serra e quadrilha alimentaram abertamente o ódio na campanha eleitoral.

A vitória foi do povo brasileiro. Viva o povo brasileiro.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

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Cratera aberta na cidade alemã de Schmalkalden Com feriado, muita gente aproveitou para antecipar compras de fim de ano Obra em calçada na rua Luiz Gama deixa entulho jogado no passeio público

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Obama liga para Dilma e diz aguardar um encontro com ela

Saul Loeb / AFP

Saul Loeb / AFP / Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa Obama: conversa telefônica com Dilma sobre o Haiti, economia e energia limpa
Relações internacionais


Presidentes e líderes de diversas nações entraram em contato com a petista para cumprimentá-la pela vitória

02/11/2010 | 00:08 | Das agências

A presidente eleita do Brasil, Dil­­ma Rousseff (PT), recebeu ontem os cumprimentos de diversos chefes de Estado e de governo de todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou à tarde para cumprimentá-la pela vitória. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirmou a Dilma que aguarda um encontro com ela em breve.

Obama falou com a petista sobre energia limpa, crescimento econômico e a reconstrução do Haiti – país no qual o Brasil lidera as forças de paz da ONU. “Ele elogiou o povo do Brasil por sua fé e compromisso com a democracia. Ele também ressaltou a excelente relação de trabalho entre os Estados Unidos e Brasil, e seu compromisso em aprofundar esta cooperação e explorar novas áreas de colaboração”, diz o comunicado.

Repercussão

Jornais do mundo todo falaram a respeito da eleição de Dilma Rousseff:

New York Times

O jornal destacou que Dilma enfrenta agora algumas tarefas “monumentais” que Lula deixou inacabadas: “arrumar o problemático sistema educacional do país, melhorar os padrões de saúde e saneamento”. Analistas alertaram para a tentação do novo governo aumentar a intervenção estatal na economia, principalmente na área de petróleo. O jornal ainda apostou que, sem o carisma de Lula, ela não se tornará uma líder mundial como é o atual presidente brasileiro.

The Wall Street Journal

O principal jornal econômico dos EUA destaca o passado de Dilma como ex-guerrilheira de esquerda e disse que a vitória dela foi selada pela prosperidade econômica do país e pela grande popularidade de Lula, seu mentor.

Le Monde

O jornal francês destacou que a eleição de Dilma se deve ao apoio de Lula e à sua herança econômica. “A sobrevivente de câncer de 62 anos apostou, durante a campanha, no balanço econômico dos anos de Lula.”

El País

O espanhol El País ressaltou que Dilma se elegeu devido ao importante momento da economia do Brasil, “um dos países que melhor representa a emergência de novas potências mundiais”.

Clarín

O principal jornal da Argentina destacou em seu site a vitória “contundente” de Dilma, primeira mulher a exercer o cargo de presidente do “país vizinho”.

Também em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA, comandado por Hillary Clinton e responsável pela política externa norte-americana, também parabenizou Dilma pela eleição.”O processo eleitoral exemplar de novo ilustra a relação de longa data do Brasil para a governança democrática, os direitos civis e liberdades individuais; os valores que temos em comum”, diz mensagem assinada pelo porta-voz Philip Crowley.

Dilma ainda recebeu ontem o telefonema do presidente da França, Nicolas Sarkozy. “Ele disse a ela que quer continuar a cooperação com o Brasil em várias áreas, entre elas a energética. Elogiou a política internacional do presidente Lula, entre outras coisas a atuação do Brasil no Haiti”, disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A França tem uma parceria estratégia com o Brasil sobretudo na área militar – e tenta vender ao país uma frota de caças Rafalle, que concorrem em uma licitação com aviões de guerra dos EUA e da Suécia.

A nova presidente ainda recebeu ligações da presidente da Argentina, Cristina Kirchner; do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates; do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; do presidente do Paraguai, Fernando Lugo; e do presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Já o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a vitória de Dilma como um triunfo da democracia latino-americana. Segundo Morales, a democracia voltou a se impor em “uma América Latina unida, que aposta na mudança”.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, definiu a eleição de Dilma como uma “grande onda de justiça e igualdade social” que, segundo disse, atravessa a América Latina. “[A vitória de Dilma] é fru­­to de uma extraordinária mobilização das forças populares do Brasil profundo”.

Fonte: Gazeta do Povo

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