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sexta-feira, junho 27, 2008

Lista do TCU tem 3.178 pessoas

Tribunal de Contas divulga relação própria de políticos com "ficha suja" e que tiveram contas rejeitadas
BRASÍLIA - A pouco mais de três meses das eleições, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou ontem sua própria lista de políticos com a "ficha suja". A relação, enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contém o nome de 3.178 pessoas físicas, entre prefeitos, ex-prefeitos, vice-prefeitos e secretários estaduais e municipais, que não poderão se candidatar às eleições deste ano porque, ao ocupar cargos ou funções públicas, tiveram as contas rejeitadas.
De acordo com a Lei das Inelegibilidades, não podem disputar cargos eletivos quem tiver rejeitadas as contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas. No entanto, decisão do TSE permitiu que políticos com processos na Justiça tenham garantido registro de candidatura. Por maioria, os ministros entenderam que a vida pregressa não é razão para inelegibilidade.
Na relação, estão 131 funcionários dos Correios e sete da Petrobras, empresas envolvidas no esquema do mensalão. Outras 49 pessoas incluídas na lista são ou eram funcionários de universidades federais ou de fundações ligadas a instituições de ensino e 240 eram ou são funcionários da Caixa Econômica Federal.
Dos 4.840 julgamentos, 661 envolviam desvios ou gastos irregulares de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A maior parte dos julgamentos - 2.122 - envolve recursos de prefeituras ou destinadas aos municípios. Entre os nomes de primeiro escalão está apenas o de Antônio Rogério Magri, ex-ministro do Trabalho no governo Fernando Collor de Mello, que teve suas contas julgada pelo TCU somente em 2002.
O estado com o maior número de irregularidades é a Bahia, com 488 ocorrências. Em seguida, estão Maranhão, com 408 pessoas, Distrito Federal, com 321, e o Pará, com 304. Em São Paulo, 272 pessoas que exerciam cargos ou funções públicas tiveram as contas rejeitadas e conseqüentemente os nomes incluídos na relação. No Rio de Janeiro, 128 pessoas foram incluídas na lista. Em Minas Gerais, foram 295 nomes.
Fonte: Tribuna da Imprensa

PAC: governo tem suas preferências

Três grandes empreiteiras, que juntas receberam mais de R$ 1 bilhão, concentram principais obras do PAC
BRASÍLIA - Pulverizadas por todos os estados, as principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão concentradas em poucas empreiteiras. Levantamento realizado pela ONG Contas Abertas, especializada no acompanhamento da execução orçamentária da União, mostra que desde o ano passado três construtoras permanecem na lista das seis maiores beneficiadas com repasse de recursos federais: a Delta Construções, a SPA Engenharia Indústria e Comércio e a CR Almeida - Engenharia de Obras.
De acordo com a pesquisa, a Delta Construções, que toca 85 obras do PAC, é a empreiteira que mais recebeu recursos desde o lançamento do programa, em janeiro de 2007. Para a construtora, foram destinados contratos no valor de R$ 410 milhões referentes à restauração de rodovias federais, conservação preventiva e rotineira e adequação e recuperação de trechos de pelo menos 21 estados.
Em segundo lugar, está a CR Almeida, com R$ 309,8 milhões. A empreiteira é responsável por parte estratégica do PAC, como obras rodoviárias, ferroviárias, metroviárias, aeroportuárias e energéticas e construção de barragens. A SPA Engenharia recebeu R$ 280,3 milhões nesse período.
A construtora é responsável, por exemplo, por trechos da Ferrovia Norte-Sul. Para tocar essa obra, a construtora recebeu este ano o valor de R$ 52,3 milhões. A SPA também é responsável por executar a sinalização rodoviária nacional.
Até agora, o PAC foi responsável por aplicar cerca de R$ 11,1 bilhões em obras de infra-estrutura. O valor, segundo o Contas Abertas, refere-se ao PAC orçamentário, obras que podem ser acompanhadas no Orçamento Geral da União por meio do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), que exclui investimentos das estatais e de empresas privadas.
Fonte: Tribuna da Imprensa

quarta-feira, junho 25, 2008

No Rio, orgasmo é mais freqüente

Pesquisa revela detalhes do comportamento sexual de cariocas e mineiros maiores de 18
Paulo Marcio Vaz
Mineiros costumam fazer mais sexo em um mesmo encontro (3,2 vezes, em média) que os cariocas (2,3 vezes). Entre as mulheres, a proporção é semelhante: as mineiras transam 2,5 vezes por encontro, enquanto as cariocas não chegam a duas (média de 1,8). Porém, 77% das mulheres no Rio dizem ter orgasmo com freqüência, enquanto, em Belo Horizonte, 71,3% estão nessa situação. Os dados são da pesquisa Mosaico Brasil, da Pfizer, comandada pela professora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Até o fim do ano, o ProSex pretende traçar um mapa da sexualidade brasileira, retratando a situação de cerca de 8 mil pessoas em 10 capitais. Por enquanto, só Rio e Belo Horizonte foram visitados.
Nas duas cidades, a pesquisa mostra que homens e mulheres estão chegando a importantes consensos na hora do sexo. Mas algumas diferenças, como a importância dada a atividade sexual como fator de qualidade de vida, ainda são marcantes. Homens cariocas colocam o ato sexual em 2º lugar – em primeiro ficou a alimentação saudável – na lista dos itens mais importantes para uma boa qualidade de vida (para os mineiros, o sexo fica em 3º lugar). Já para as mulheres do Rio, o item sexo fica na distante 9ª colocação (8ª posição em BH), atrás não só da alimentação, como também do relacionamento com a família, da qualidade do sono e da convivência social, entre outros fatores. Por outro lado, a maioria de homens e de mulheres (no Rio e em BH) já concorda que realizações na vida afetiva e na vida sexual são coisas diferentes.
Outro fator de concordância é sobre o grau de importância que homens e mulheres dão a estética e performance: 64% das pessoas acham que mulheres se preocupam tanto com a própria aparência física quanto os homens o fazem em relação à capacidade de ereção. Também há consenso em questões como a influência da auto-imagem no desempenho sexual e sobre de quem depende o sucesso do ato: a maioria de homens e mulheres diz que o êxito depende de ambos.
– A tendência é a de que o homem adquira cada vez mais alguns pontos de vista considerados femininos e que as mulheres passem a adotar posturas que, antes, eram exclusivas dos homens. – observa Carmita Abdo. – Isto leva a relação sexual a um equilíbrio saudável.
Diante da pergunta "você continuaria a viver com um(a) parceiro(a) com quem não mais fizesse sexo?", no Rio, 37,5% das mulheres e 27,1% dos homens respondendo "sim". Já em Belo horizonte, mais equilíbrio: "sim" para 33,7% das mineiras e 30,8% dos mineiros. Divergência maior aconteceu quando os entrevistados foram questionados sobre a possibilidade de fazer sexo sem ter envolvimento com a outra pessoa. Entre as mulheres, 48,6% das cariocas e 30,9% das mineiras disseram "sim". A mesma resposta foi dada pela grande maioria dos homens: 82,7% no Rio e 70,3% em BH.
Iniciação
Com relação à iniciação sexual, prevalece uma tradição: tanto no Rio quanto em Minas, a maioria das mulheres (mais de 80%) teve sua primeira experiência com o namorado. Entre os homens, somente cerca de 30% de mineiros e cariocas se iniciaram com namoradas. Em segundo lugar vem relação com amigas e, em terceiro, com prostitutas.
Sobre o número de relações sexuais realizadas por semana, há uma diferença grande entre o que se faz e o que se gostaria de fazer. No Rio, homens e mulheres têm cerca de três relações semanais. Mas, na verdade, eles gostariam de ter oito e elas, quatro. Já em Minas, mulheres queriam ter em torno de cinco relações semanais, ao invés das cerca das duas que realmente acontecem. Os homens mineiros desejariam oito relações, e não as quatro que dizem ter por semana.
Em relação ao uso de preservativos, cariocas são mais prevenidos, mas os números são preocupantes: 23% dos homens nunca usam camisinha, enquanto 37,2% a utilizam em todas as relações. Em Minas, o número dos que sempre usam preservativo cai para 30,5%. Os que nunca usam são 32,2%.
A Mosaico brasil foi feita apenas com maiores de 18 anos.
Padrão sul-americano
Na sexta-feira, os países do Mercosul aprovaram o Regulamento Técnico Mercosul para Preservativos Masculinos de Latéx de Borracha Natural, que padroniza as normas de uso e fabricação de preservativos no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
Fonte: JB Onlinebxdhth

Opinião - A controvérsia sobre as férias parlamentares

Villas-Bôas Corrêa
É preciso um caridoso controle dos músculos faciais para resistir ao riso franco da galhofa e levar a sério um tema que se presta às troças do ridículo e, no entanto, merece o esforço para a sua abordagem, atenta à crise em que se insere, com a máscara do pitoresco.
De saída, reconheça-se que as férias parlamentares no período junino, com o retoque das lembranças de cada um das batatas nas fogueiras, o sanfoneiro castigando o fole de oito baixos, é uma tradição obedecida pelos parlamentares, pelo menos desde o fim do Estado Novo, em 1946, mesmo durante a ditadura militar dos quase 21 anos dos generais-presidente.
As bancadas nordestinas, onde a tradição é religiosamente cultivada, fechavam a questão com a justificativa irrecusável de que a ausência custaria à perda do mandato.
Mudaram os tempos e costumes. Nem todos. Mas como o Congresso anda tão desacreditado, com humilhantes índices de credibilidade em todas as pesquisas, que qualquer novidade excita as suspeitas.
Os presidentes do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) aproveitaram o vácuo do fim de semana – com a debandada dos parlamentares com as passagens aéreas pagas pela viúva e o requinte da mordomia da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais para ressarcir as despesas durante a visita às bases eleitorais – para uma amável cavaqueira de resultado previsível.
O senador nordestino pisa macio no terreno que conhece. Entrou em acordo com os líderes partidários antes de anunciar o recesso branco para esta semana. Para embranquecer o recesso não é necessário nada além de evitar as sessões deliberativas, em que as votações registram as ausências e o corte nos subsídios. Ora, o recesso oficial do Congresso começa no dia 18 de julho, com a duração uma quinzena em que alternará o repouso dos estafados senadores e deputados com a tensão das CPIs sobre os escândalos da temporada, alguns realmente excitantes, como o das compras com os cartões corporativos de bugigangas em free shop, almoços e jantares em restaurantes de luxo, aluguel de carros de luxo com motorista e o último, da venda da VarigLog ao preço de avião de brinquedo.
Os senhores parlamentares necessitam de vagares e sossego para pensar na conservação do mandato que garante o padrão de vida de milionários, com quase tudo pago pelo tesouro com generosidade perdulária. E principalmente na instituição em marcha batida para a crise que ameace a sua sobrevivência.
O presidente da Câmara, com a severidade dos seus cabelos brancos, parece arrependido do abusivo e indefensável reajuste da verba para a contratação de assessores para os gabinetes individuais dos 513 deputados. O presidente sabe melhor do que ninguém que a verba de gabinetes é uma gaveta sem fundo das mais cabeludas irregularidades. Desde o rateio imposto ao agraciado com o mimo, que fica com menos da metade da doação, pois a maior parcela perde-se no caminho até a farsa da lotação no gabinete no município mais importante da base do titular do mandato para o atendimento aos cabos eleitorais.
A insensibilidade moral da maioria do Congresso não pode ter embrutecido a ponto de virar as costas para a sobrevivência. Com o agravante da desmoralização coletiva com uma avalanche indignada de votos brancos e nulos nas urnas de 2010. E que não estão tão distantes que não possam ser antevistas na linha negra do horizonte.
Como está não pode continuar: Congresso sem apoio do povo é como saco vazio que não se sustenta em pé.
Fonte: JB Online

Ciro: "Fortaleza é um puteiro a céu aberto"

Ao fazer críticas à gestão da petista Luizianne Lins na Prefeitura de Fortaleza, o deputado Ciro Gomes (PSB) afirmou que a cidade virou "um puteiro a céu aberto''. A fala foi veiculada em um programa de TV local, gravado e transmitido no último sábado para todo o Ceará. Em resposta, Luizianne disse que Ciro ofendia as mulheres e as prostitutas da cidade. A troca de farpas antes do início da campanha eleitoral dá idéia de como será o tom da disputa. De um lado, Luizianne busca a reeleição com o apoio do próprio PSB de Ciro. De outro, estão quatro adversários, incluindo a senadora Patrícia Saboya (PDT), ex-mulher do deputado.
Fonte: JB Online

Dos juristas aos jurilas

Por: Carlos Chagas
Do fundo da memória (3)
BRASÍLIA - Quarenta anos depois, sobrou o que do movimento militar de 1964? Para começo de conversa, cobranças, mesmo com o tempo fazendo a poeira assentar. Cobranças de parte a parte. De um lado, existem os que continuam criticando, protestando e apresentando a conta. São os que, de uma forma ou de outra, viram-se atingidos pela truculência do regime. Não apenas os torturados, exilados, censurados, demitidos e marginalizados. Ou seus familiares, se eles não estão mais entre nós.
Muitas instituições também têm o que cobrar. A imprensa, por exemplo, obrigada a omitir tudo o que prejudicava os donos do poder. Sem esquecer que a maior parte dos veículos de comunicação da época esmerava-se em divulgar aquilo que agradava aos poderosos. Temendo represálias ou programando benesses, acomodaram-se quase todos os barões da mídia e muitos de seus acólitos. Seria menos ridículo que, hoje, certos falsos heróis de uma resistência inexistente ficassem calados ao invés de tentarem faturar aquilo que não praticaram.
De um modo geral, porém, a imprensa sofreu e evoluiu. Jamais as tiragens dos jornais ficaram tão reduzidas, proporcionalmente ao número de leitores. "Comprar jornal para quê?" - insurgia-se o cidadão comum, se era para ler elogios ao falso milagre brasileiro ou, em contrapartida, versos de Camões ou receitas culinárias. Com a televisão e o rádio, perseguidos até no roteiro de suas novelas, pior ainda. Transmitiam a impressão de vivermos num outro mundo.
Massacrados da mesma forma foram os advogados. O regime confundia o sagrado dever de defender o semelhante com a integração obrigatória do defensor nas práticas do réu. Um monumento deveria ser erigido ao Advogado Desconhecido, mesmo a gente conhecendo o nome da maioria desses abnegados bacharéis que honraram a profissão. E sofreram por isso.
Sofreu também o Poder Judiciário, atingido em seus tradicionais predicamentos constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. Ministros dos tribunais superiores e simples juízes de primeira instância, intimidados, acomodados ou dispostos à resistência, assistiram desmanchar-se a estrutura fundamental da democracia, erodida por absurdos como o de que os atos revolucionários seriam insusceptíveis de apreciação judiciária.
É claro que também pontificaram os "jurilas" de todas as ditaduras, misto de juristas e de gorilas, tão a gosto do regime. Reconheça-se o papel altivo do Superior Tribunal Militar, que num sem-número de ocasiões desfazia aquilo que nas instâncias inferiores a voracidade da exceção buscava transformar em regra.
Os políticos, da mesma forma, perderam o que lhes restava de credibilidade junto à opinião pública. A sombra das cassações de mandatos e das suspensões de direitos políticos só não agredia tanto a prática parlamentar quanto os ucasses que transformaram o Congresso em apêndice desimportante do Executivo. Atos institucionais, atos complementares, decretos-leis, casuísmos, fechamentos e recessos parlamentares fizeram com que a atividade política e eleitoral se transformasse em objeto de chacota nacional.
Num determinado momento, para sepultar laivos de independência, os militares dissolveram os partidos, criando o bipartidarismo obrigatório. Para continuar na política seria pertencer ao partido do "sim", a Arena, ou ao partido do "sim senhor", o MDB, mais tarde inflado pela indignação, transformando-se num dos principais aríetes responsáveis pelo fim da ditadura. Para cada dr. Ulysses ou para cada "autêntico" que se insurgiam centenas de desfigurados marionetes candidatavam-se a se ajoelhar no altar da exceção.
O movimento sindical implodiu nos primeiros dias do novo regime. Perseguidos como inimigos públicos, os tradicionais líderes trabalhistas desapareceram nas masmorras, no exílio ou no esquecimento. Terá sido este um dos erros fundamentais da ditadura, porque, conforme a natureza das coisas, em política não existe espaços vazios. Foram-se os dirigentes em grande parte viciados pelo sabujismo ao ministério do Trabalho, mas emergiram líderes operários autênticos. Vem daí as origem do Lula e de muitos outros.
O mesmo aconteceu no movimento estudantil. Perseguidos, eclipsaram-se os estudantes profissionais que dominavam as organizações de classe, boa parte atrelada ao Ministério da Educação. Ganharam o exílio aqueles que tentavam renovar as estruturas viciadas vindas do Estado Novo, como José Serra, o último presidente da União Nacional dos Estudantes, obrigado a refugiar-se no Chile.
O fenômeno foi o mesmo dos sindicalistas: surgiram dirigentes de verdade, oriundos dos bancos escolares. José Dirceu, Wladimir Palmeira, Jean Marc, Alfredo Sirkis, Honestino Guimarães, Franklin Martins e quantos mais? Identificados, após ações de toda espécie, até tresloucadas e radicais, acabaram detidos, alguns desaparecidos até hoje, mas plantaram a semente. Ainda agora o movimento estudantil pertence aos estudantes.
A cultura vergou, mas não quebrou. Das músicas de protesto ao teatro de arena e de vanguarda, das entrelinhas do "Pasquim" à poesia de combate e ao cinema novo, os intelectuais resistiram. Tornaram-se figuras de expressão nas passeatas, nos manifestos e na arte de estrilar. Apanharam, foram presos e muitos se exilaram. Imagina-se o que teriam produzido em regime de liberdade plena. Talvez bem menos do que produziram sob pressão.
Esse tipo de cobrança estende-se até nossos dias, ainda que cada vez mais esmaecido pelo tempo, com as exceções de sempre. Intelectuais, estudantes, operários, políticos, magistrados, advogados e jornalistas, em maiorias, não esqueceram. Talvez nem tenham perdoado, ainda que lentamente varridos pelos ventos da renovação. (Continua amanhã).
Fonte: Tribuna da Imprensa

Relatório final da CPI pede indiciamento de 32 por corrupção

BRASÍLIA - Relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, que foi apresentado ontem, mostra um ranking dos piores presídios do País e pede ao Ministério Público o indiciamento de 32 pessoas suspeitas de envolvimento com a corrupção e maus tratos no sistema penitenciário. As sugestões de indiciamento atingem juízes, promotores públicos, defensores públicos, delegados, servidores e o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (MS), Wantuir Francisco Brasil Jacini.
Em São Paulo, o relator da CPI, deputado Domingos Dutra (PT-MA), pediu o indiciamento de dois advogados _ Jerônimo Ruiz Andrade Amaral e Sérgio Wesley da Cunha _, suspeitos de envolvimento com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Para viabilizar a aprovação do relatório final, que deverá ser votado hoje, Domingos Dutra cedeu à pressão dos partidos tanto da base quanto da oposição e retirou os nomes de outros secretários de Segurança do pedido de indiciamento. Para ceder, o petista alegou que, em dez meses de funcionamento, a CPI visitou 62 estabelecimentos penais em 18 estados.
"Não era justo indiciar gestores deste governo deixando de fora os dos governos passados", argumentou Dutra. Ele decidiu, então, responsabilizar de uma maneira geral os 27 Estados e o Distrito Federal pelas más condições dos presídios brasileiros. "Fui convencido de que o melhor era responsabilizar os Estados e não pessoas", disse o petista. Ele explicou que pediu o indiciamento de Wantuir Jacini, secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, porque "tive uma discussão áspera com ele, que fez de tudo para evitar que a CPI tivesse acesso" às instalações da Colônia Agrícola de Campo Grande.
Antes da apresentação resumida do relatório final, Domingos Dutra exibiu um vídeo, de 25 minutos, em que mostra as péssimas condições das prisões brasileiras. Intitulado "O Grito das Prisões", o vídeo traz um resumo das visitas dos deputados aos 62 estabelecimentos prisionais. Foram exibidas imagens da Colônia Agrícola de Mato Grosso do Sul, considerado o segundo pior presídio brasileiro pelo ranking divulgado pela CPI, em que os presos convivem com porcos.
Há imagens de penitenciárias superlotadas e com precárias condições de higiene em Minas Gerais, em Porto Alegre, em Rondônia, no Ceará, na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Não medi cara de governador nem de partido. Não importa se é do PT, do PSDB ou do PMDB. Se estiver errado tem de ser indiciado. Tem muita gente de cara feia comigo por causa disso", afirmou Domingos Dutra.
No relatório de 519 páginas, Dutra pede o indiciamento de 10 pessoas no Pará _ todas envolvidas com o episódio da menor que ficou presa em uma cela com 20 homens, em Abaetetuba _, sete em Mato Grosso do Sul, cinco no Rio Grande do Sul, quatro no Piauí, duas em Santa Catarina, duas na Bahia, além dos dois advogados de São Paulo.
O petista sugere que o Ministério Público do Pará indicie a juíza Clarice Maria de Andrade em dez tipos de conduta ilícita, entre eles falsificação e omissão de documentos, submeter menor a vexames e constrangimentos, além de pôr em perigo a vida e a saúde da menor Lidiane.
Ele pede ainda o indiciamento da Promotora de Justiça do Pará, Luziana Barata Dantas; da Defensora Pública, Rossana Parente Souza Bitencourt Rodrigues; da delegada Flávia Verônica Monteiro Pereira; da delegada de Polícia de Abaetetuba, Daniele Bentes da Silva; do delegado Iran Cordovil Viana, e de Beto da Conceição e Graciliano Chaves da Mota.
Em Mato Grosso do Sul, o relator pediu o indiciamento de sete pessoas, entre elas o diretor da Colônia Penal Agrícola, Librado da Silva Braga, do promotor Antonio André David Medeiros e do juiz Vitor Luis de Oliveira Guito.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Ruth Cardoso morre aos 77 anos em São Paulo

Ex-primeira-dama foi vítima de um infarto. Em vida, ela se dedicou ao trabalho social durante os oito anos da gestão FHC


SÃO PAULO - A ex-primeira-dama e antropóloga Ruth Cardoso morreu na noite de ontem, aos 77 anos, vítima de um infarto em seu apartamento, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta anteontem, após ter sido submetida a um cateterismo.
Ruth havia tido problemas cardíacos antes e estava internada para realização de vários exames, a pedido de seu cardiologista. A assessoria da ex-primeira-dama informou no dia seguinte ao da internação que os resultados do cateterismo mostraram que não haveria necessidade de uma intervenção cirúrgica. Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no último domingo à convenção municipal do PSDB.
O Palácio do Planalto divulgou nota em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamenta a morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso: “Recebi com surpresa e pesar a notícia do falecimento de dona Ruth Cardoso. É difícil acreditar que aquela intelectual determinada que conheci muitas décadas atrás, com convicções firmes, gestos nobres e ao mesmo tempo sensibilidade para o drama da desigualdade social, tenha nos deixado. É uma grande perda para o país”.
O PSDB cancelou os eventos em comemoração aos 20 anos do partido, programados para hoje. “Estamos de luto. Não há o que comemorar”, disse Guerra, ao site oficial do PSDB. “É uma perda muito grande para o PSDB e para o Brasil. Ela era uma grande personalidade, uma pessoa admirável. É um consenso entre todos os brasileiros que dona Ruth fará muita falta ao país”, complementa.
Luto oficial - O governador de São Paulo, José Serra, decretou luto oficial de três dias no estado. “A Ruth era uma pessoa muito especial, para sua família, para seus amigos, para nosso país. Um exemplo de dignidade, delicadeza, inteligência e carinho pelas pessoas. É uma dor imensa a que sinto nesse momento. Nossa, como vai fazer falta”, declarou Serra, em nota divulgada pelo Palácio dos Bandeirantes.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também divulgou nota destacando que a ex-primeira-dama foi “um exemplo da mulher contemporânea, capaz de conciliar uma intensa atividade pública como intelectual, pesquisadora e docente a uma vida familiar que era um exemplo de austeridade, retidão e grandeza”.
“Depois de muitas décadas ensinando gerações de estudiosos das ciências sociais no Brasil, como primeira-dama, ela encontrou energia para criar a Comunidade Solidária, um projeto importantíssimo que se enraizou no país e que será uma herança genuína e duradoura ao lado de sua importante obra acadêmica. A seus familiares, expresso a solidariedade de todos os paulistanos neste momento de dor”, acrescenta a nota de Kassab.
Na mesma linha de Kassab, o presidente da Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, deputado Vaz de Lima (PSDB) ressaltou que durante toda a sua vida, Ruth Cardoso foi um exemplo de seriedade intelectual, moral e política. Segundo nota divulgada por Vaz de Lima, dona Ruth “produziu uma vasta e fundamental obra para a compreensão da realidade brasileira em suas diversas dimensões”. Destaca ainda que ela “levou para a vida pública uma inabalável determinação para encontrar e construir caminhos para superar os graves problemas sociais de nosso país”, afirmou. (AE)
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Uma vida pelo social
Quando assumiu o posto de primeira-dama em 1995, a professora e pesquisadora Ruth Correia Leite Cardoso se destacou desde o início pelo temperamento discreto. Bem diferente da então mulher do presidente Fernando Collor de Mello, Rosane Collor, envolvida em escândalos nos anos em que esteve à frente da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e conhecida pelo estilo espalhafatoso com o qual aparecia na mídia.
Nascida em 19 de setembro de 1930, em Araraquara, no interior paulista, dona Ruth, como ficou conhecida, obteve título de doutora em antropologia em 1972 pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Dos estudos acadêmicos voltados à juventude, movimentos sociais, cidadania e trabalho, retirou toda a experiência para a forte atuação que teve junto aos movimentos sociais nos oito anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso.
No primeiro ano de FHC no comando do Palácio do Planalto, Ruth Cardoso funda e preside a ONG Comunidade Solidária (atual Comunitas), ligada ao combate à pobreza e à exclusão social, cargo que abandonaria somente em 2002, com o fim do segundo mandato do marido. Atualmente, era membro do conselho diretor da entidade.Ruth Cardoso conheceu FHC no início dos anos 50, nos tempos em que o futuro presidente era um dos mais proeminentes estudantes de sociologia da USP. Casaram-se em 1953 e tiveram três filhos. Após a conclusão do doutorado em antropologia, dedica-se quase que exclusivamente aos trabalhos acadêmicos, publicando diversos livros sobre voluntariado, movimentos de imigração e sociedade civil organizada, entre outros temas.
Ainda nos anos 70, conclui pós-doutorado em antropologia pela Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), e passa a atuar como professora e pesquisadora de diversas instituições do Brasil e do exterior. Entre elas, a USP, a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, ligada à Unesco, a Universidade do Chile e a Universidade de Berkeley, na Califórnia, sempre vinculada aos estudos dos movimentos sociais.
A ex-primeira-dama era ainda membro associado do Centro para Estudos Latino-Americano da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em São Paulo. Ruth Cardoso assumiu ainda cargos de grande relevância, a exemplo da presidência do Conselho Assessor sobre Mulher do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integrou a direção das comissões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da globalização na sociedade.
Nos últimos anos, rompeu o silêncio ao qual se impôs após o fim da era FHC, para protestar contra o que considerou “exploração política” no caso das investigações, comandadas pela Casa Civil, sobre gastos pessoais de familiares de FHC nos dois mandatos do ex-presidente.
Freqüentemente lembrada pela cautela com a qual permaneceu no posto de primeira-dama, nas poucas vezes em que se manifestou em público, a antropóloga ficou conhecida pela frases de efeito, uma delas bastante utilizada pelos líderes de ONGs nos anos 90: “Política social não se faz somente com dinheiro. É necessário ter muita criatividade para possuir sempre idéias novas”.
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Políticos baianos lamentam morte
Osvaldo Lyra
Políticos baianos lamentaram ontem a morte da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. O governo do estado emitiu uma nota oficial de pesar. Através de sua assessoria de imprensa, o governador Jaques Wagner disse que, “em nome dos baianos, levava um abraço solidário ao ex-presidente Fernando Henrique e a toda a sua família pela perda de uma pessoa que soube desempenhar o papel de primeira-dama ao longo dos oito anos do governo do marido”.
De Zaragoza, na Espanha, por telefone, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), também lamentou profundamente a morte de Ruth Cardoso. Segundo o ministro, ele possuía uma relação “muito próxima com ela” e com o ex-presidente da República, mesmo após o fim da gestão FHC. “Com a morte da ex-primeira-dama, o Brasil perde uma mulher que contribuiu e muito para o país”, destacou.
Grandeza - O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado ACM Neto, ressaltou a importância de Ruth Cardoso para o desenvolvimento social brasileiro. “Seja como intelectual, seja na militância das causas sociais, principalmente na educação, a dona Ruth ficará marcada na história. Como primeira-dama, ela pôde exercer com grandeza seu papel ao lado do marido. Sem contar que ela foi responsável pela construção de uma rede social consolidada, através da Comunidade Solidária”. O deputado ACM Neto lembrou ainda que ela foi responsável pela fundação de diversas organizações não-governamentais (ONGs) com fins sociais, como o Comunitas, que combate a pobreza e a exclusão social.
O ex-prefeito de Salvador e presidente da executiva estadual do PSDB, Antonio Imbassahy, disse estar bastante triste com a morte da ex-primeira-dama. De acordo com ele, “dona Ruth possuía uma visão humanista, tendo introduzido práticas modernas na construção de oportunidades para muitos brasileiros que viviam à margem da sociedade”. O presidente estadual tucano lembrou ainda da postura discreta da ex-primeira-dama e da passagem dela pela Bahia. “Tanto aqui em Salvador quanto no interior do estado, ela se encontrava conosco para discutir projetos e programas voltados aos jovens. Portanto, é uma perda que todos sentiremos”.
Fonte: Correio da Bahia

terça-feira, junho 24, 2008

A legalidade das elites

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Hoje, dois terços da população falam por ouvir falar. Quando falam. Os que tinham idade suficiente para entender e até para viver aqueles idos de 1964 continuam divididos. Para uns, tratou-se de um golpe cruel vibrado nas instituições democráticas, ao qual se seguiram 21 anos de ditadura, tortura, censura à imprensa, supressão dos direitos humanos e prevalência do poder econômico sobre os anseios das massas.
Para outros, foi um basta à subversão e à corrupção, uma interrupção no processo de anarquia e de desagregação da sociedade ameaçada pelo perigo comunista expresso pelo próprio governo.
Contradiz-se também a farta literatura produzida de lá para cá a respeito do movimento dito militar. Tanto tempo depois, será preciso atentar para a importância de não dividir o Brasil de quarenta anos atrás entre mocinhos e bandidos, tanto faz a posição de onde se observam aqueles acontecimentos.
Nem as Forças Armadas foram às únicas responsáveis pela truculência verificada nas duas décadas seguintes, nem poderão apenas ser tidas como as mãos do gato, utilizadas pelas elites para retirar as castanhas do fogo. Tiveram sua responsabilidade explícita, exposta através dos governos de cinco generais-presidentes e de duas juntas militares, mas, no reverso da medalha, evitaram o quanto foi possível a transformação do Estado brasileiro em apêndice desimportante dos interesses políticos, econômico-financeiros e até culturais do conglomerado internacional que hoje nos domina, e ao planeta também.
Indaga-se como foi possível cair feito fruta madura um governo democrático, forjado na luta e na resistência de três anos antes em favor do cumprimento da Constituição e da posse do vice-presidente, após o histriônico episódio da renúncia do presidente Jânio Quadros.
João Goulart terá sido derrubado mais pelas suas virtudes do que por seus defeitos, mas estes foram imensos. Ingenuidade, em primeiro lugar, se imaginou que reformas sociais profundas poderiam ser conquistadas no grito, de uma só vez, com as elites conformando-se em abrir mão de seus privilégios sem organizar-se nem resistir.
Depois, ilusão de que as massas dispunham-se a respaldá-lo acima e além dos comícios e da retórica fácil. Acrescente-se a frágil concepção de que, por estar exercendo legitimamente o poder, contaria com a anuência das estruturas que buscava modificar e reformar. A favor delas, deixando as coisas como estavam, obteria sucesso, o que seria uma incongruência para quem pretendia passar à História como um reformador igual ao seu mestre, Getúlio Vargas.
Demonstrou-se, nos eventos de 31 de março e de 10 de abril, a precariedade do poder formal. O "esquema militar monolítico" que defenderia a legalidade só existia na cabeça dos áulicos palacianos. Quando precisou das Forças Armadas para garantir-lhe o direito de continuar governando, João Goulart percebeu havê-las perdido por inteiro.
Parte foi porque admitiu "reformá-las", prestigiando tentativas de quebra de hierarquia. Parte por conta da formidável movimentação das elites econômico-financeiras infensas a perder privilégios. Nesse aspecto, a mídia exerceu papel fundamental, inoculando na opinião civil e militar o germe da insegurança.
Organizada, com fartura de dólares e de pensadores, a direita dispunha de um objetivo claro: impedir quaisquer reformas capazes de arranhar-lhe os benefícios, mesmo que para isso se tornasse necessário desestabilizar, primeiro, e depor, em última instância, um governo constituído.
Já as esquerdas... As esquerdas dividiam-se entre a euforia inconseqüente da suposição de que já tinham conquistado o poder e alterado estruturas ainda imutáveis, de um lado, e, de outro, as eternas desavenças entre seus diversos grupos inconciliáveis. No meio delas, mesmo percebendo que a reação se avolumava, achava-se um presidente cuja única saída acabou sendo a fuga para frente. O diabo é que diante dele não se descortinava a avenida das reformas sociais, mas o precipício do retrocesso e do caos institucional.
É claro que as teorias cedem sempre, quando surgem os fatos. A dúvida dominava os dois lados. Os conspiradores ignoravam a facilidade com que o governo se dissolveria. Estavam preparados para a guerra civil, capaz de levar meses. Por isso, não se animavam ao primeiro gesto ostensivo.
Precisaram de um general meio doido botar precipitamente suas tropas na rua, em Juiz de Fora, mesmo sem saber se seria esmagado em poucas horas. Do Rio, os principais chefes da conspiração tentaram demovê-lo, exigindo que voltasse com os poucos tanques e canhões postos na estrada União e Indústria. Mourão Filho reagiu, não faltando em sua negativa às quixotescas afirmações que ali estava para "vencer ou morrer".
Não morreu, senão anos depois, de doença e de desânimo, porque quem venceu foram os outros. Numa questão de horas mudaram de lado as tropas ditas legalistas que subiram a Serra de Petrópolis para barrar a progressão dos revoltosos mineiros. Em São Paulo, no Nordeste, no resto do País, a mesma coisa.
João Goulart estava no Rio, negou-se a autorizar que uns poucos aviões da FAB ainda sob as ordens de seu ministro da Aeronáutica bombardeassem as tropas do general Mourão com napalm. "Vai matar muita gente, isso eu não permito!"
Para não ser preso, voou até Brasília, mas na capital, sua segurança revelou-se ainda mais precária. Buscou resistir no Rio Grande do Sul, imaginando a repetição dos episódios de 1961. Esqueceu-se de que a História só se repete como farsa.
Lá, o governador não era mais Brizola, porém Ildo Meneghetti, golpista. O general que ainda lhe era fiel, Ladário Pereira Telles, garantiu-lhe apenas por uma hora condições para conduzi-lo ao aeroporto e tomar o rumo do Uruguai. Aceitou. Ladário indagou de Leonel Brizola, também presente, se viajaria junto. Resposta: "Eu não me chamo João Goulart! Vou resistir!"
Fonte: Tribuna da Imprensa

Bando contava com barganha de vereador com prefeito

SÃO PAULO - Escutas da Polícia Federal (PF) mostram que a organização criminosa que mantinha o prostíbulo de luxo W.E. contava com uma barganha política a ser feita supostamente pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR), o Carlinhos, com a Prefeitura de São Paulo para manter o negócio aberto.
A estratégia, segundo o coronel da reserva da PM Wilson de Barros Consani Junior revelou em um dos telefonemas, era a de Carlinhos conseguir com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) a permissão para que o prostíbulo permanecesse aberto enquanto a casa resolvia seus problemas com a Secretaria da Habitação e a subprefeitura da Sé - o prédio, na Rua Peixoto Gomide, bairro de Cerqueira César, tinha 182 metros quadrados de construção irregular e o bar da W.E. não tinha alvará. Em troca, o vereador garantiria a aprovação de projetos de interesse do Executivo na Casa.
Foi no dia 9 de abril que a PF flagrou essa conversa, que durou 5 minutos e 29 segundos. Eram 20h34. O diálogo é entre Consani e o gerente financeiro da W.E., Celso de Jesus Murad. Consani diz que havia acabado de sair da Câmara, onde afirma ter se reunido com Carlinhos.
Em seguida, ele passa a relatar o que, supostamente, o vereador lhe teria dito: "Palavra do próprio presidente com quem nós estivemos: 'Uma barreira foi vencida. O homem maioral não criou nenhum obstáculo. (...) Há algumas coisas aqui na Câmara que, estrategicamente, eles estão dependendo de eu tocar, né. Então, vou aproveitar a oportunidade para atendê-los e depois exigir que eles me atendam, porque há outras coisas que eu quero que me atendam'".
Horas antes, naquele mesmo dia, a PF havia flagrado outro diálogo de Consani. Desta vez, com o genro e braço direito de Carlinhos, Fabiano Alonso. Este diz a Consani que o vereador estava, naquele momento, com Kassab para resolver o problema do prostíbulo. Kassab e Carlinhos negaram o encontro.
"A reunião não aconteceu", disse Kassab. "Eu nunca fui contactado com relação a esse assunto (manutenção do prostíbulo) e, portanto, da minha parte não tenho nenhum esclarecimento a dar". Carlinhos, por telefone, disse que mandaria ofício hoje pela manhã ao MPE para que se apure envolvimento de seus subordinados em eventual negociata para manter a W.E. aberta.
"Se tiver algum culpado vai ter que pagar. Mas garanto, e volto a afirmar, só falei com esse homem (Consani) uma vez só. Estão querendo me pressionar porque sou presidente da Câmara, eu estou de graça nisso". O vereador ainda defendeu com veemência o genro.
"Se o Fabiano pedir um real eu renuncio ao meu mandato. É um menino de índole boa, nós prestamos serviço e nunca teve valor algum envolvido". Carlinhos fez questão de pontuar que seu nome foi citado por investigados na Justiça. "Uma pessoa investigada fala o que quiser, é preciso cautela".
Fonte: Tribuna da Imprensa

Partidos vão analisar veto a candidato com ficha suja

BRASÍLIA - A pressão popular para evitar que candidatos com ficha suja disputem as eleições e a decisão de entidades como a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) de divulgar em seu site (www.amb.com.br) a lista de processos a que cada um dos candidatos às eleições deste ano responde na Justiça está obrigando os partidos a rever normas internas e a filtrar a escolha dos candidatos. Embora nem todas as legendas tenham estabelecido novas regras, é consenso entre os principais partidos o veto a candidatos que respondam a processos criminais.
Algumas siglas já se adiantaram e aproveitaram para, à véspera das eleições, definir novas regras para a seleção de candidatos. Quem se envolveu em crimes contra a vida, por exemplo, dificilmente vai conseguir se candidatar. O DEM baixou uma resolução na semana passada com uma série de proibições aos filiados interessados na disputa.
O PMDB e o PPS também recomendaram aos seus diretórios municipais "bom senso e cautela" na hora de ratificar ou vetar eventual candidatura. Ainda que, na prática, os especialistas vejam no movimento poucos avanços, eles admitem que a mudança já é uma resposta à pressão da sociedade.
A viabilidade das candidaturas de políticos com ficha suja é sustentada por uma brecha na Lei de Inelegibilidades (64/1990): ela não trata da vida pregressa dos postulantes. Para corrigir a situação, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral elaborou um projeto de lei de iniciativa popular para filtrar as candidaturas.
Ele precisa de cerca de 1,5 milhão de assinaturas para ser enviado à Câmara. Pelo projeto, uma iniciativa de 36 entidades, ficariam impedidos de disputar as eleições aqueles que já tenham sido condenados em primeira ou segunda instância ou cuja denúncia, apresentada pelo Ministério Público, tenha sido aceita.
A proposta também veta candidatos que tenham renunciado ao mandato para escapar de cassação - como fizeram, à época do escândalo do mensalão, Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Paulo Rocha (PT-PA) e, recentemente, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF).
O movimento pretende barrar todos os candidatos com denúncia recebida pelos crimes contra a fé pública ou a economia popular, tráfico de entorpecentes e drogas, crimes dolosos contra a vida ou condenação em qualquer instância por improbidade administrativa.
"Temos de lutar e podemos obter conquistas, ainda que parciais", diz Márlon Jacinto Reis, presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe). Para ele, a elaboração do projeto de iniciativa popular é um primeiro passo para "constranger candidatos não aptos" e alertar a sociedade.
Na semana passada, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, recebeu o projeto de lei e ensaiou divulgar os nomes na internet, já para estas eleições. Dois dias depois, porém, avisou que a divulgação só poderá ocorrer em 2010.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Partidos começam a vetar candidatos com ficha suja

Agencia Estado
A pressão popular para evitar que políticos com ficha suja possam disputar eleições e a decisão de entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de divulgar em seu site a lista de processos a que cada um dos concorrentes deste ano responde na Justiça estão obrigando os partidos a rever normas internas e a filtrar a escolha de nomes. Embora nem todas as legendas tenham estabelecido novas regras, é consenso entre as principais o veto a candidatos que sejam alvo de processos criminais.Algumas siglas já definiram novas regras para a seleção de candidatos. Quem se envolveu em crimes contra a vida, por exemplo, dificilmente vai conseguir se candidatar este ano. O DEM baixou uma resolução na semana passada com uma série de proibições aos filiados interessados em concorrer a algum cargo eletivo. O PMDB e o PPS também recomendaram aos seus diretórios municipais ?bom senso e cautela? na hora de ratificar ou vetar eventual candidatura.Ainda que, na prática, os especialistas vejam no movimento poucos avanços, eles admitem que a mudança já é uma resposta à pressão da sociedade. A viabilidade das candidaturas de políticos com ficha suja é sustentada por uma brecha na Lei de Inelegibilidades (64/1990): ela não trata da vida pregressa dos postulantes. Para corrigir a situação, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral elaborou um projeto de lei de iniciativa popular para filtrar as candidaturas. Ele precisa de cerca de 1,5 milhão de assinaturas para ser enviado à Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A TARDE

Pelegrino: Pinheiro e Neto disputarão 2º turno

O deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA), que esteve em Camaçari neste São João para ver dois shows no Camaforró - o de Elba Ramalho, , e o do Calypso, no domingo -, acredita que o segundo turno da eleição para prefeito em Salvador será disputado pelos candidatos Walter Pinheiro (PT), pela Frente de Esquerda, e ACM Neto como representante das forças conservadoras. Na análise do deputado, se a Frente de Esquerda conseguir entre 25% a 28% da preferência do eleitorado no primeiro turno, passará tranquilamente para o segundo turno. Ele está otimista e leva a maior fé em uma arrancada de Pinheiro a partir do início do programa eleitoral gratuito. “O nosso candidato tem conteúdo, credibilidade e propostas, portanto é o que possui mais potencial de crescer na campanha”. Nelson Pelegrino recorre à objetividade dos números para respaldar as suas previsões. Ele lembra que na eleição de 2004 teve 22% da votação em uma coligação com PV e PCdoB, enquanto Lídice da Mata (PSB) ficou com 10% dos votos válidos. Como este ano a aliança ampliou com a inclusão do PSB, inclusive com Lídice como candidata a vice, as possibilidades são de a Frente de Esquerda passar dos 30%, garantindo assim presença no segundo turno em Salvador. No entendimento do deputado, como nenhuma força revela, pelo menos no momento atual, capacidade de vencer a eleição no primeiro turno, a tendência é a polarização da disputa com a oposição, e hoje, indiscutivelmente, quem encarna o perfil oposicionista é o DEM. Por isso, prevê um segundo turno entre Pinheiro e Neto, “com a vitória de Pinheiro, é óbvio”.
Ministro Geddel apresenta projeto hídrico na Expo Zaragoza 2008
O ministro da Integração Nacional do Brasil, Geddel Vieira Lima, participará da Expo Zaragoza 2008 no dia 25 de junho. O ministro brasileiro fará a palestra Projeto São Francisco: Revitalização e Integração de Bacias para o Desenvolvimento Sustentável do Semi-árido do Brasil. O objetivo desta ação é levar água às regiões mais secas, beneficiando 12 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que promove a revitalização do rio. Este é o maior projeto de infra-estrutura hídrica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os recursos para as obras do Projeto de Integração do rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Projeto São Francisco) e as do Programa de Revitalização do rio São Francisco foram garantidas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal brasileiro e tem investimentos da ordem R$ 6,3 bilhões, para o período de 2007 e 2010. O PAC reúne diferentes programas de governo que têm como objetivo melhorar a infra-estrutura do país, proporcionando desenvolvimento econômico e social. O Projeto São Francisco é composto por dois canais, os eixos Norte e Leste, que levarão água para os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará, na região semi-árido do Nordeste brasileiro. São 622 quilômetros de canais, com reservatórios, aquedutos, túneis, estações de bombeamento e pequenas estações hidroelétricas. O principal objetivo é a garantia hídrica para a população estimada de 12 milhões de pessoas que residem na região do Nordeste Setentrional. Além da dessedentação humana e animal, o Projeto São Francisco permitirá múltiplos usos da água transposta quando houver excedente. As ações do Programa de Revitalização do São Francisco consistem em obras de saneamento básico, recomposição de matas ciliares, tratamento de resíduos sólidos, controle dos processos erosivos, melhoria da navegabilidade e manejo integrado de microbacias com a participação de comunidades tradicionais, pescadores artesanais, agricultores e assentados da reforma agrária. A bacia hidrográfica do rio São Francisco é genuinamente brasileira, ocupando uma área de 636.920 km², divididos entre os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Goiás e Distrito Federal, englobando 503 municípios, com mais de 13 milhões de habitantes. Os visitantes da Expo Zaragoza 2008 podem conhecer um pouco mais das bacias hidrógraficas brasileiras visitando o estande do país no pavilhão da América Latina, Sobre chuvas, Florestas Tropicais e Florestas de Clima Temperado.
Aleluia critica militares e governo de Lula
“É lamentável que as lideranças militares tenham se dobrado às determinações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de submeter o Exército Brasileiro à politicagem que molda as ações do governo petista. Lula já havia loteado instituições como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Petrobras, e, agora, usa o Exército para atender o bispo Crivella (PRB), candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, num projeto eleitoreiro e que põe em risco a credibilidade das Forças Armadas”, criticou neste domingo o vice-presidente do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA). Para o líder, é insustentável a tese de alguns comandantes militares de que o Exército está envolvido num projeto social no morro da Providência. Aleluia está ao lado do presidente do Clube Militar, general Gilberto Barbosa de Figueiredo, para quem as Forças Armadas foram expostas de forma irresponsável pelo governo Lula, e do Comando Militar do Leste, que emitiu um parecer contrário à presença do Exército no morro do Providência. "O Exército Brasileiro sempre se portou com altivez, tem a admiração e o respeitos do povo e não pode ser subserviente a um governo que se destaca notoriamente pela inexistência de ética nos seus atos e gestos, como nessa esdrúxula decisão de pôr as Forças Armadas a soldo de um candidato da base governista”, disse Aleluia. Ele observou que até agora as autoridades têm se preocupado unicamente em punir os militares que entregaram os três jovens executados a traficantes, enquanto estes continuam atuando livremente nos morros do Rio de Janeiro e em todo o Brasil. A posição do governo Lula é a mesma ostentada em outros escândalos. Recentemente, quando o gabinete da ministra Dilma Rousseff produziu um dossiê para chantagear a oposição, o Palácio do Planalto, com o cinismo habitual, saiu à caça de quem vazou o dossiê, em vez de buscar o autor do crime. Certamente para não comprometer a senhora Rousseff e o seu séquito”, afirmou Aleluia. Aleluia considera que a deterioração das instituições pelo governo Lula extrapola todos os limites toleráveis, quando o presidente da República dá ao Exército o mesmo tratamento dado, por exemplo, às estatais, operelhadas por Lula com, pelegos da CUT e mensaleiros.
CRA acompanha governo provisório
O Instituto do Meio Ambiente (IMA), antigo CRA, vai estar presente em Cachoeira, durante a instalação do Governo da Bahia naquele município, na quarta-feira. Três equipes do órgão ambiental vão desencadear , durante uma semana (de 25.06 a 02.07), ações voltadas para o atendimento de denúncias de crimes ambientais e outras irregularidades contra o meio ambiente, através de um serviço de ouvidoria móvel. Uma dessas equipes vai desenvolver ainda um trabalho de educação ambiental, na “Cidade Histórica”. Será a primeira vez na história que a sede do governo baiano será transferida oficialmente para um município do interior. A transferência, todos os anos nesta data, é prevista na Lei 10.695/07, aprovada pela Assembléia Legislativa e sancionada pelo governador Jaques Wagner. O dia 25 de junho é o marco das lutas de Cachoeira no processo de independência da Bahia. Localizada no recôncavo baiano, a 116 quilômetros de Salvador, Cachoeira abriga, além de rico patrimônio histórico, importantes ecossistemas, a exemplo da APA Pedra do Cavalo. Técnicos dos escritórios regionais do IMA de Salinas da Margarida e de Feira de Santana estarão atendendo denúncias e processos relativos a crimes ambientais cometidos nas áreas administradas pelas duas sedes regionais (64 municípios). “Vamos realizar ações fiscalizadoras por terra e ar, através do nosso helicóptero. E, em Cachoeira, vamos atender através do nosso trailler-ouvidoria. Além disso, uma equipe de educação ambiental vai realizar uma série de atividades na cidade”, informou Pedro Ricardo Moreira, diretor de fiscalização do IMA.
Fonte: Tribuna da Bahia

sábado, junho 21, 2008

SPENCER. UMA DECISÃO ACERTADA.

Jeremoabo para as aves de rapina.
Relembremos os fatos. Spencer José de Sá Andrade, “xispencer “ para mim, Dudu de dona Lolita, Jomar, José e tantos outros que fazemos parte dessa geração, filho de Raimundo Nonato e dona Lourdes, neto do cap. Bento, é natural de Jeremoabo. Depois de concluir seu curso de medicina na Universidade Federal da Bahia - UFBA retornou para Jeremoabo, dando início as suas atividades clínicas e se tornou o profissional médico mais respeitado entre nós e um dos mais respeitados do Estado.
Em razão de suas atividades médicas, o compromisso com a cidade, a sensibilidade com as necessidades e até por razões familiares, seu avô foi Prefeito por três mandatos, se voltou paras as atividades políticas, ocupando o cargo de Vice-Prefeito, para depois se candidatar e ganhar as eleições para o cargo de Prefeito com ampla margem de votos, sepultando um ciclo perverso e vicioso da política de Jeremoabo. Eis o seu grande erro, Jeremoabo, infelizmente, deixou de ser um lugar para homens sérios e de bem.
Como médico, conseguiu reunir um patrimônio que lhe garante um bom sustento. Tinha sua vida voltada para suas atividades profissionais, os seus imóveis rurais e para a família, principalmente esta. O chamamento para a vida política lhe impôs um sacrifício sem precedente. De um plantel de mais de 300 cabeças de gado, durante sua gestão viu se reduzir para menos de 70. Perdeu o melhor do homem, a paz de espírito.
Desde o início de sua administração em janeiro de 2005, sofreu uma das mais sórdidas campanhas contra si e seu Governo. Viu-se diuturnamente batido nos microfones da Rádio Vaza-Barris, órgão de comunicação mantido pela Igreja católica, que se imiscuiu com a banda podre Jeremoabo. Sofreu uma enxurrada de denúncias formuladas pelo ex-padre Moura, em todos os níveis, embora esse citado Sr. não tenha o menor compromisso com a cidade. A oposição ao seu governo se deu por seus adversários políticos, os roedores da coisa pública, e a institucional.
Viu-se num turbilhão de um afastamento do exercício do cargo por decisão judicial, cuja medida proporcionou a maior anarquia já vista em Jeremoabo. Até a Prefeitura Municipal teve a porta arrombada, Contra si inúmeras foram demandas judiciais e não se tem noticia de nenhum contra os arrombadores da coisa pública.
No plano político-administrativo a coisa foi mais grave. Carreou para si toda a antipatia dos “bezerros desmamados”, de quem viviam na sombra da viúva e no seu lado escuso, os ladrões da coisa pública, até agora os mais beneficiados e “protegidos”. Por quem...? Ora, meia palavra basta. Os que o cercaram antigos e chegados depois, entendiam que Spencer deveria abrir os cofres públicos e distribuir o dinheiro a granel, pelo ralo, esquecidos de que Spencer não tinha e nem tem projeto pessoal, seu compromisso é com Jeremoabo.
Spencer estava em uma encruzilhada. Ou partir para a reeleição e fatalmente seria reeleito, não há candidato com a sua hombridade moral ou aceitação popular maior que a dele em jeremoabo, ou voltar-se para si e a família.
Quando na última 5ª feira, na minha residência, na cidade de Paulo Afonso, ele e Emília me comunicaram a decisão, fiquei pasmo, parei onde estava. Lhe perguntei? Spencer será vamos deixar Jeremoabo entregue nos próximos 04 anos a uma quadrilha de ladrões? Bem verdade que ele me ponderou. Se eu mantiver minha candidatura, teria que abrir os cofres públicos e isso eu não faço. Prefiro minha família. Aceitei os seus argumentos.
Uma decisão acertada, mesmo porque a reeleição admitida na sociedade brasileira e no direito positivado fere os nossos princípios.
Moral da história. Jeremoabo não se preparou para conviver com homens honestos, deixemos para aves de rapina.
As minhas lembranças de Jeremoabo, quais são? Minhas lembranças? Prefiro lembrar de meus tempos de criança quando a cidade era divida entre as ruas de baixo e de cima. Da partida de futebol anual entre as ruas e quando eu freqüentava o primário no Grupo Escolar Duque de Caxias, ansioso no final do ano para receber as provas com a média final. Naquela época quem não alcançava a média 07 não passava. Esse Jeremoabo era mais puro.
A prostituição existente em Jeremoabo é a mais perversa do que a da mulher que vende o seu próprio corpo, que é a dos eleitores e políticos prostituídos, onde se compra e se venda por um botijão de gás ou por um saco de cimento.
Doravante ninguém deverá denunciar prática de corrupção. Vamos deixar tudo ao Deus dará, até que um dia um dia em Jeremoabo o próprio povo que se deixa enganar e que é enganado, se canse e faça o uso de suas próprias razões.
Jeremoabo, em 21 de São João de 2008.
Fernando Montalvão.

Eleições Jeremoabo - A bomba do São João

O Dr. Spencer, homem de bem, se sacrificou ao candidatar-se ao Cargo de Prefeito, eleito pela vontade soberana do povo.

Mesmo imobilizado pelo rombo deixado pelo seu sucessor vem cumprindo tudo que prometeu durante a sua campanha eleitoral, todavia, foi humilhado, sacrificado, incompreendido e perseguido durante toda sua gestão, tudo isso porque seus adversários políticos não aceitam desenvolvimento da nossa Jeremoabo, nem tão pouco apóiam o cidadão honesta, segunda sua cartilha quem quiser ter sossego tem que ser desonesto e sem nenhuma visão de melhora ou progresso.

Portanto, o Dr. Spencer procurou fazer o, melhor para Jeremoabo, se até agora não fez o ideal, fez o possível, inclusive sacrificando sua família e a ele próprio; todavia na vida tudo tem um limite, e já que o mesmo fez sua parte como cidadão espera que os demais também façam as suas parte.

: Pois não será mais candidato a REELEIÇÃO, portanto os Joãos e os Tistas da vida que se gladeiem em busca do continuísmo da politicagem selvagem e baixa.

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