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domingo, abril 21, 2024

Costa Neto refaz cálculos para traçar plano eleitoral de Michelle Bolsonaro


Valdemar Costa Neto e Michelle Bolsonaro (ao fundo) em jantar do PL em Brasília

Costa Neto diz que Michelle será um fenômeno eleitoral

Rafael Moraes Moura e Malu Gaspar
O Globo

Apesar de as pesquisas internas do PL mostrarem que Michelle Bolsonaro teria uma eleição fácil para uma vaga no senado pelo Paraná, em caso de cassação de Sergio Moro (União Brasil-PR), a cúpula do partido – mais especificamente Valdemar Costa Neto, não considera que essa seria a opção mais inteligente, do ponto de vista estratégico.

Os cálculos de Valdemar para o destino político da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seguem outra lógica, que tem a ver com a meta do partido de ampliar sua bancada no Senado Federal, que atualmente reúne 13 senadores, em 2026.

MUITA CHANCE – De acordo com as pesquisas internas, em caso de cassação de Moro e de uma eventual eleição suplementar no Paraná, Michelle largaria com vantagem. Mas para Valdemar faz mais sentido lançar a mulher de Jair Bolsonaro na disputa por uma cadeira no Senado só em 2026 – e pelo Distrito Federal, onde ela e o marido vivem.

No roteiro do presidente do PL, o melhor cenário para a legenda seria apoiar a candidatura do ex-deputado federal Paulo Eduardo Martins para ocupar a vaga de Moro, já que ele disputou o posto na eleição de 2022 e terminou em segundo lugar na acirradíssima corrida pelo Senado.

Martins obteve 1,67 milhão de votos, ante 1,95 milhão do ex-juiz da Lava-Jato. A diferença entre Martins e Moro foi de apenas 255 mil votos, num colégio eleitoral em que 8,4 milhões de votos estavam em jogo, o que anima os aliados a insistirem na nova candidatura.

OUTRA POSSIBILIDADE – Para Valdemar, Paulo Martins estaria com a eleição pavimentada em um cenário de cassação de senador do União Brasil, num estado tradicionalmente conservador, onde Bolsonaro obteve 62,40% dos votos válidos no segundo turno da última eleição.

Nesse caso, seria mais vantajoso lançar Michelle para o Senado por Brasília. Assim, resume um interlocutor do chefe do PL, o partido já garantiria duas vagas ao invés de uma – a de Martins no Paraná, e a ex-primeira-dama na capital federal.

Hoje, o PL já tem um senador pelo Distrito Federal, Izalci Lucas, que encerra o mandato em 2026 e poderia ser substituído por Michelle, por exemplo. O partido não tem nenhum senador pelo Paraná.

MAS HÁ RISCOS – A opção de Valdemar, porém, embute riscos. Há outros candidatos com apelo no eleitorado de direita que podem se lançar no estado do Sul, como o ex-senador Alvaro Dias e a mulher de Moro, a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), que transferiu o domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná, também de olho no resultado do julgamento do marido.

No PT ainda há uma disputa interna pela primazia na candidatura entre a presidente nacional da sigla, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e Zeca Dirceu.

O plano de Valdemar também pode enfrentar obstáculos em Brasília, onde o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também pretendem concorrer a uma cadeira pelo Senado em 2026. Com três nomes competitivos lutando pelos votos do mesmo segmento conservador, alguém teria que recalcular a rota e ceder na disputa pelas duas vagas.

JULGAMENTO DE MORO – Por 5 a 2, Moro foi absolvido na semana passada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná das acusações de abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação durante o período de pré-campanha da eleição de 2022.

As ações contra ele foram propostas por PT e PL, que vão apresentar recursos.

O julgamento definitivo no TSE corre o risco de ficar para o segundo semestre deste ano, considerando toda a tramitação do caso na instância inferior, o TRE paranaense, o que inclui a publicação do acórdão e análise de recursos antes de as ações “subirem” para o tribunal superior.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Os cálculos de Valdemar Costa Neto estão furados, porque ele esquece um candidato fortíssimo – Deltan Dallagnol, que pode ser candidato pelo Podemos, caso Álvaro Dias não concorra. Deltan foi o mais votado para a Câmara, está cassado no TSE, mas não perdeu os direitos políticos. Aliás, todos esses cálculos podem não dar em nada, porque as acusações contra Moro são fracas e o ministro Benedito Gonçalves não está mais no TSE. É aquele ministro investigado pela Lava Jato, cujo filho gosta de se exibir mostrando as joias e roupas de grife que evidenciam enriquecimento ilícito. (C.N.)


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