Julgamento no Tribunal Superior Eleitoral determinou por 5x2 a inelegibilidade do ex-presidente
Por Carlos Andreazza (foto)
Jair Bolsonaro está inelegível. Resultado declarado. Abusou do poder político ao promover encontro com diplomatas estrangeiros, às vésperas da eleição de 22, para mentir — inclusive deturpando relatório da Polícia Federal — e atacar o sistema eleitoral. O poder simbólico — e influente — do presidente da República, chefe de Estado, usado, manipulado, para degradar a confiança, a rigor, na República. Ponto final.
O que virá agora?
Ao votar, o relator Benedito Gonçalves trabalhou pelo alargamento da marcação jurídica a Jair Bolsonaro.
O que virá? Há quem aposte na acomodação; a inelegibilidade sendo a punição máxima, retirado Bolsonaro das urnas por oito anos.
Gonçalves quer mais. Ao determinar o envio de seu voto à Procuradoria-Geral da República, pressiona para que Augusto Aras reavalie se o caso, ora julgado em termos eleitorais, não mereceria processo também na esfera penal. A PGR instada, constrangida, a analisar o episódio — agora sob decisão da Justiça Eleitoral — novamente.
Lembre-se que a vice-PGR já solicitara ao Supremo o arquivamento da investigação criminal — crime contra o Estado Democrático de Direito — sobre o evento “reunião com diplomatas”. Como será agora? O relator no STF é Luiz Fux.
Gonçalves quer mais. Vai acompanhando por Alexandre de Moraes. O julgamento no TSE mostrou que são entrosados. Aliás, o relator também determinou o envio de seu voto a Moraes, no Supremo, com o que lhe oferece elementos para robustecer aqueles inquéritos que preside.
O que virá?
O Globo