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quinta-feira, abril 16, 2020

Mandetta deixa o Ministério da Saúde e Bolsonaro escolhe Nelson Teich para assumir a pasta


Médico oncologista será anunciado ainda hoje no lugar de Mandetta
Thais Arbex e Naira Trindade
O Globo
O presidente Jair Bolsonaro convidou o oncologista Nelson Teich para assumir o Ministério da Saúde. Os dois tiveram uma audiência pela manhã. De acordo com duas fontes ouvidas pelo O Globo, o médico já aceitou o convite e deve ser anunciado ainda nesta quarta-feira.
A demissão deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União hoje. Segundo integrantes do governo, a posse do oncologista está prevista para semana que vem. A informação do convite também foi confirmada ao O Globo pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira. “Ele aceitou e a AMB está dando apoio a ele”, disse.
CONVITE ACEITO – Inicialmente, o oncologista havia pedido um tempo para pensar e consultar familiares. Pouco tempo depois, Teich avisou que aceitava o convite de Bolsonaro. A expectativa  terá uma nova reunião ainda hoje no Palácio do Planalto.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi chamado pelo presidente, para uma reunião na tarde desta quinta-feira. O próprio Mandetta anunciou mais cedo que esperava ser demitido entre hoje e amanhã, após várias divergências públicas com Bolsonaro na estratégica de enfrentamento à epidemia de covid-19. Segundo o balanço de quarta-feira do Ministério da saúde, o novo coronavírus já infectou 28.320 pessoas no país, matando 1.736.
“EQUÍVOCO” – Em reunião com o presidente mais cedo, o oncologista  declarou, segundo participantes, que é “equívoco” saúde e economia não trabalharem juntos no combate do novo coronavírus.  O médico também fez sugestões para que o governo comece a divulgar diariamente os dados de pacientes curados de Covid-19, numa tentativa de “acabar com o pânico” e de “dar um ar de esperança” aos infectados.
No encontro, Teich afirmou que “a saúde não vive sem a economia e que a economia não vive sem a saúde” e emendou que é um “equívoco” as duas áreas não trabalharem juntas”. Nelson Teich aproveitou a reunião para contar que se formou em economia com especialização em Harvard (EUA). Ele passou a imagem de médico gestor preparado para o cargo.
Durante a reunião, o médico avaliou que o Ministério da Saúde não estaria trabalhando com dados reais sobre o novo coronavírus e propôs uma série de ações para mapear todo o país. Para Teich é preciso, por exemplo, ir a campo, principalmente nas periferias do Brasil, para identificar a população de risco.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro fez sua mais arriscada iniciativa, mas não conseguiu seu objetivo, que era levar Mandetta à exasperação e à exaustão. Enquanto o presidente se comportava como um moleque irresponsável, o ministro da Saúde adotava a postura de um chefe militar que tem uma missão a cumprir e dela não se afasta, não recua nem abandona sua tropa. Com isso, o presidente da República perde ainda mais apoio entre os militares da ativa, que já acham que ele não os representa. Quanto aos militares da reserva, são apenas eleitores, não têm missão constitucional. Esse é o quadro caótica da política nacional, nesta quinta-feira de cinzas. digamos assim, por obras e graça de Jair Messias Bolsonaro. Se o presidente tiver coragem de falar hoje à nação, o panelaço será ensurdecedor. (C.N.)

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