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O governador Rui Costa (PT) rebateu uma declaração do presidente de jair Bolsonaro, que chamou de "palhaçada" as medidas de isolamento mantidas adotadas na Bahia para conter o avanço desenfreado do coronavírus (veja mais).
"Não vou mudar meus padrões éticos de comportamento para responder ao presidente. Não vou usar as mesmas palavras. Vou seguir os ensinamentos que recebi de minha mãe. Só vou pedir que o senhor começe a governar o Brasil e tenha respeito pelas vítimas", disse Rui durante live nesta quarta-feira (29).
Ao citar as mortes, Rui completou: "Muitos estão chorando a morte de seus familiares. Respeite o esforço de governadores e prefeitos para salvar vidas humanas. Comece a governar. Ao invés de tratar as coisas de forma debochada, tenha respeito. Vamos governar e salvar vidas. Não é com atitudes desse jeito que vamos salvar o Brasil. Vamos trabalhar com seriedade", enfatizou.
Em sua fala, Rui ainda chamou atenção para o fato de o presidente estar "vestido de camisa de futebol em uma quarta-feira, dia de trabalho".
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"Não adianta Rui Costa ficar nessa palhaçada". Foi essa a resposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (29), na saída do Alvorada, ao ser questionado sobre as medidas de isolamento como tática de prevenção ao coronavírus.
O presidente criticou, mais uma vez, a ações dos estados e manutenção das restrições sociais. "Não adianta [João] Dória ficar nessa palhaçada. Não adianta Rui Costa ficar nessa palhaçada", disse Bolsonaro à CNN Brasil. O governador de São Paulo é considerado adversário político de Bolsonaro nas eleições de 2022, já o baiano é um dos expoentes do PT no Brasil.
Na manhã desta quarta, em entrevista na mesma rede de televisão, Rui afirmou: "O meu desejo é que o presidente parasse de agredir prefeitos e governadores e passasse a governar. "Eu vi que o presidente ontem, perguntado sobre o número de mortes [da Covid-19], disse 'e daí?' (lembre aqui). E daí, presidente, comece a governar com serenidade, seriedade e pare de agredir prefeitos e governadores, todos eles foram eleitos democraticamente".
O petista ainda pediu respeito às famílias e às vítimas. "Temos que unir o povo brasileiro a favor da vida e da sobrevivência. Desejo que o presidente seja infectado pelo vírus da paz, da responsabilidade e tenha sensibilidade com o povo brasileiro".
O Brasil atingiu, nesta quarta, o recorde de novos casos da doença em 24h, quando regristrou mais de 2,6 mil novas ocorrências, além de 449 novas mortes.
O país tem um total de 78.162 casos da doença e um total de 5.466 mortes pela doença, de acordo com boletim do Ministério da Saúde.