Foto: Sérgio Lima / Poder360
Após dizer que poderia surpreender com sua nomeação para o Ministério da Justiça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve a escolha entre as apostas: o agora ex- advogado-geral da União, André Mendonça, será o substituto de Sergio Moro à frente da pasta. Sua nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (28).
Imagem: Diário Oficial da União
No dia anterior, a Folha de S. Paulo noticiou que Mendonça havia sido convidado para assumir o posto. Antes dele, o nome mais cotado para a vaga era do atual ministro da Secretaria-Geral, o militar da reserva Jorge Oliveira.
O novo chefe da Justiça e Segurança Pública fez carreira na AGU. Ele estava na pasta desde 2000, quando encerrou seu trabalho como advogado concursado da Petrobras. Durante o governo Michel Temer (MDB), chegou a ser corregedor da AGU.
De acordo com o jornal, Mendonça chegou ao governo Bolsonaro por indicação do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. Essa indicação foi apoiada pela bancada evangélica, uma vez que o ministro é também pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília.
Por esse motivo, inclusive, ele está cotado para assumir uma das vagas que serão indicadas por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em mais de uma ocasião, no ano passado, o presidente repetiu que indicaria um nome "terrivelmente evangélico" (lembre aqui).
Transferido para o Ministério da Justiça com apoio da cúpula militar do governo e articulação do presidente da Corte Suprema, Dias Toffoli, Mendonça é nomeado sob a expectativa de que melhore a atual relação de Bolsonaro com o Poder Judiciário. O capitão irritou magistrados após participar de um ato que tinha, entre suas bandeiras, o fechamento do Congresso e do STF (veja aqui).
Para o lugar de Mendonça na AGU vai o atual procurador-geral da Fazenda, José Levi do Amaral. O jornal conta que ele é indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
NOMEAÇÃO NA PF
A mesma edição do Diário Oficial traz ainda a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, que é amigo dos filhos do presidente, como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). Delegado de carreira do órgão, Ramagem atuou como chefe da segurança de Bolsonaro quando ela era candidato à Presidência da República (saiba mais aqui).
Antes responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado vai suceder Maurício Valeixo, cuja demissão na última semana impulsionou a saída de Moro do governo (saiba mais aqui e aqui). De acordo com o ex-ministro da Justiça, a mudança ocorre porque Bolsonaro quer interferir na PF, com acesso a informações sigilosas. (Atualizada às 7h20)
Bahia Notícias