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quinta-feira, abril 02, 2020

Mais do que nunca, é preciso ajudar os carentes e combater a miséria exterior e interior


Shvetashvatara Upanishad – Advaita Ashrama
Nas “Revelações”, a sabedoria religiosa da Índia
Antonio Rocha
“A menos que o homem tenha atingido o conhecimento de Deus, só haverá fim para a miséria quando for possível enrolar o céu em uma rede de pescar” – é um dos escritos nos Upanishads Svetasvata, que já circulavam 1.500 anos antes de Cristo, segundo o livro “A Sabedoria da Índia”, Lin Yutang, pág. 38, Irmãos Pongetti Editores, 1945.
Até parece que Jesus Cristo leu os Upanishads, textos sagrados da Literatura Indiana: “Os pobres sempre os tereis” (Evangelho de João 12:8).
É PRECISO AJUDAR – Que estas assertivas não justifiquem a inércia social. É preciso de alguma forma ajudarmos os necessitados nessa crise que o país e o mundo atravessam.
Mas lembremos que existe miséria no sentido interior e exterior, assim como no sentido social, econômico, público e privado. Assim, podemos e devemos ajudar os pobres sem revoluções sangrentas.
Que as autoridades e os parlamentares reflitam sobre esses milenares ensinamentos. E não abusem tanto da paciência dos eleitores. Não enganem tanto.
TEXTOS MILENARES – Uns chamam no singular Upanishad outros no plural Upanishads. São textos milenares e o catedrático argentino Francisco Kastberger, em seu “Léxico de Filosofia Hindu – Sânscrito, Páli e Tâmil”, define Upanishads como “Revelações Divinas”. Ele é um especialista nestas três línguas faladas no chamado subcontinente indiano.
Tais revelações nos falam de um monismo (conceito único) entre o ser humano e o Criador, que tem vários nomes.
Lin Yutang, no livro citado, diz: “Acredita-se que Schopenhauer tenha lido uma versão latina dos Upanishads, e essa leitura tenha influído muito sobre sua concepção do mundo como vontade e representação”.
 SEMELHANÇAS – Algumas passagens dos Upanishads parecem ter inspirado trechos do Velho e o Novo Testamento da Bíblia, vejamos:
“No princípio só havia o Ser na forma de uma pessoa. Olhando em torno nada mais viu senão a sua pessoa. E disse: Isto sou Eu. Seu nome ficou sendo Eu. Por isso, ainda agora, quando interrogado, o homem antes responde “isto sou Eu” e só depois pronuncia o outro nome que lhe deram ao nascer.”
 “Mas não sentia prazer. Por isso não sente prazer todo aquele que é só. Desejou que houvesse um segundo, fez com que seu Ser se partisse em dois e o Homem e a Mulher se ergueram um diante do outro: “Nós dois somos cada um como como a metade de uma concha. O vazio que ali estava encheu-se com a presença da Mulher e quando Ele a abraçou nasceram os demais homens”. 
A QUEM ME DARÁS? – “E, (sabendo que seu pai havia prometido sacrificar tudo o que possuía, inclusive seu filho) perguntou-lhe: “Pai, bem-amado, a quem me darás?” perguntou uma segunda e uma terceira vez. Então o pai respondeu: “Eu te darei à Morte”.
 “Uma vez pronunciadas essas palavras, ainda que apressadamente, o pai precisou ser fiel à sua promessa e teve de sacrificar o filho”.
 “O filho disse: Irei o primeiro, à testa de muitos (que ainda morrerão); entre muitos (que ainda estão morrendo)”.
CRIADOR/MESTRE – Interessante que os Upanishads consideram o Criador como um Professor/Preceptor, Guru/Mestre na língua sânscrita.
As Revelações Divinas são dez textos de grande significado e terminam com estas palavras:
 “Mas se estas verdades forem ditas a um homem de alta compreensão, que consagre a Deus sua devoção e venere o seu professor, então brilharão para sempre. Em verdade, brilharão para todo o sempre”.

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