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quinta-feira, abril 16, 2020

Bolsonaro e o filhos sonham (?) em demitir o ministro Mandetta, que jamais recua


Mandetta sustou a demissão de Wanderson e se fortaleceu
Carlos Newton
É impressionante a falta de habilidade política do presidente Jair Bolsonaro. Na eleição, há um ano e meio, ele demonstrou uma extraordinária capacidade de angariar votos, mesmo concorrendo numa legenda desconhecida, sem tempo de exposição no rádio e TV, com verba de campanha reduzidíssima, uma facada no peito que quase o matou, todas pesquisas anunciando sua derrota no segundo turno, nada conseguiu detê-lo, Bolsonaro simplesmente foi em frente e venceu.
Agora, já com um ano e três meses de experiência no Planalto, o presidente exibe uma imaturidade surpreendente. Ao invés de se comportar como um militar de carreira, obedecendo as orientações científicas nacionais e internacionais e seguindo a mesma trilha do governantes dos países mais desenvolvidos, inclusive de seu idolatrado Donald Trump, ele chuta o balde e faz tudo ao contrário.
A REELEIÇÃO ERA CERTA – Tudo o que Bolsonaro e os filhos fazem, sem a menor dúvida, tem o objetivo de conquistar a reeleição em 2022. Todos sabem disso, não é segredo. Mas o presidente não percebeu que, ao agir fora do receituário político mundial no caso da pandemia, ele estaria dificultando a própria reeleição, porque praticamente o mundo inteiro sofrerá depressão e isso é desculpa de primeira classe para qualquer fracasso administrativo, conforme já se pressentia em relação ao desempenho do ainda superministro Paulo Guedes.
No final da gestão, era só substituir Guedes por um economista de primeira linha e mandar fazer o terno novo para a posse de uma tranquila reeleição, pois Lula da Silva não será candidato e os demais correm com poucas chances, como se diz no linguajar do turfe.
Mas Bolsonaro desatinou e fez tudo errado, especialmente a insistência em demitir o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ao invés de pegar carona na popularidade dele.
MATRIZ E FILIAL – Se seguisse a mesma política da matriz EUA e dos outros países desenvolvidos, ao invés de colocar a filial Brazil num solitário roteiro nebuloso, Bolsonaro estaria em paz, preparando-se para a quarta cirurgia destinada a remendar o abdômen. Mas ele prefere continuar eternamente em guerra, embora se declare um enviado de Deus, vejam quanta bipolaridade numa só pessoa.
Nesta quarta-feira, dia 15, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, chegou a se desligar, contrafeito com a situação. Mas o ministro Henrique Mandetta não aceitou o pedido de demissão, e tudo como dantes no castelo de Abrantes, como se dizia nos tempos de D. João VI.
Jogada de mestre do ministro. A equipe sai toda junta ou não sai, dificultando as tramas do presidente e seus três filhos. No xadrez da política, Mandetta colocou em xeque o rei e os príncipes regentes. Mas hoje já é outro dia e tufo pode mudar.
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P.S. –
 Com informações insistentemente “plantadas” pelo Planalto nos últimos três dias, os jornais continuam a destacar que Mandetta perdeu o apoio da ala militar do governo. É verdade, mas isso não significa nada. O problema sério ocorrerá quando o ministro perder o apoio do Alto Comando do Exército, mas isso ainda não aconteceu. (C.N.)

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