Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, agosto 04, 2019

Privatizar Eletrobrás com emissão de ações é fixar o custo zero para os compradores


Resultado de imagem para ELETROBRAS PRIVATIZAR CHARGES
Charge do Latuff (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
O título, a meu ver, constitui a síntese do processo de privatização da holding de energia, com base na reportagem de Manoel Ventura, edição de sexta-feira de o Globo. A própria Eletrobras liberou parte do projeto que terá de ser aprovado pelo Congresso Nacional. Outra parte da proposição está sendo preparada e a matéria foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O caminho escolhido proporciona aos compradores a aquisição a custo zero, porque as ações que vierem a ser adquiridas permitem assumir a maior parte do capital e, portanto, o controle acionário, sem ter de indenizar a Eletrobrás de hoje para dirigir os rumos da Eletrobrás de amanhã.
NA BOVESPA – Claro que a aquisição de papeis na Bovespa estarão livres para negociá-las no mercado financeiro. Assim poderão entrar em campo isentando-se dos valores iniciais da privatização. O limite será suficiente para o controle do sistema elétrico nacional.
Vejam bem os leitores: a despesa por parte dos compradores podem ser compensadas no mês seguinte ao do lançamento das ações, tanto as ordinárias quanto as preferenciais.  Inclusive – detalhe importante – poderão lucrar na valorização dos títulos, o que é de prever com base em transações anteriores envolvendo outros lances que modificaram a estrutura de empresas privatizadas.
Um exemplo foi a Vale do Rio Doce, privatizada no governo FHC. O nome foi modificado, passou a ser simplesmente Vale. O preço foi irrisório em função ao valor de suas jazidas.
ENTUSIASMO – Os compradores em potencial da Eletrobrás têm razão de ficarem entusiasmados com a perspectiva, sobretudo porque o projeto de privatizações, de autoria do ministro Paulo Guedes, constitui uma das bases do programa econômico do governo Bolsonaro. E quanto vale a Eletrobrás? Trata-se de pergunta necessária para que se possa estabelecer um parâmetro entre o valor das novas ações com os ativos da empresa nos dias de hoje.
A Eletrobrás não tem produção própria, é formada por Furnas, CHESF, Eletrosul e Eletronorte. As usinas nucleares de Angra I e Angra II, além de Angra III, que se encontra em construção, estão fora da privatização. A Hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo, está fora de ser privatizada por se tratar de empresa binacional. Mas esta é outra questão.
SOMA DE TUDO – A soma dos ativos de Furnas, CHESF, Eletronorte e Eletrosul tem de ser calculada, já que a Eletrobrás não possui patrimônio próprio. Mas possui ações na Bovespa. Sua valorização reflete os resultados das quatro hidrelétricas nacionais e também do transporte de energia através das linhas que transmitem as produções de cada uma. Sendo que Furnas é responsável pela transmissão que vem de Itaipu.
Além disso, existem as participações de Furnas e Eletronorte nas usinas de Santo Antônio e Jirau. Furnas, por exemplo participa com 39% da Idelétrica de Santo Antônio. Há também participações na Usina de Belo Monte no Pará.
Um aspecto político foi o que marcou a demissão da ministra Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. Ela era contra as Usinas de Santo Antônio e Jirau, mas perdeu o confronto com Dilma Rousseff, ministra das MInas e Energia do primeiro governo Lula.
PATRIMÔNIO – Enfim, quanto valem os patrimônios das quatro grandes produtoras de energia do país.
É preciso que a Eletrobrás divulgue a questão patrimonial, para que se compare seus valores  com o montante de ações emitidas para privatizar o sistema elétrico.

Em destaque

Uma notícia boa! Arrecadação federal chega a R$ 2,65 trilhões em 2024

Publicado em 30 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email A alta representa 9,62% em relação ao mesmo perío...

Mais visitadas