Deu na Coluna do Estadão
A portaria n.º 666, publicada pelo Ministério da Justiça e que permite a deportação sumária de estrangeiro “perigoso” serviu para aumentar a pressão no mundo jurídico e político para que o ministro Sérgio Moro mantenha distância regulamentar do caso dos hackers, para o bem da investigação. Entre procuradores, a portaria foi interpretada como “vaga”, e a OAB pensa em recorrer contra ela. Na outra ponta da disputa, porém, a entrada em cena de Manuela D’Ávila foi comemorada pelo estafe de Moro: reforça a tese Laços.
Além de ter sido candidata a vice de Fernando Haddad (PT) em 2018, Manuela (PCdoB) é figura de destaque do movimento Lula Livre e foi saudada publicamente pelo ex-presidente como uma de suas sucessoras na esquerda.
NA INGLATERRA – Onde está… Manuela D’Ávila, citada pelo hacker como a pessoa que teria fornecido seu contato a Glenn Greenwald, está passando uma temporada na Inglaterra, onde fez um curso.
Justamente no dia do depoimento do hacker conhecido como “Vermelho”, a ex-deputada iniciava suas férias.
Na PF, impressionou o amadorismo dos hackers de Araraquara. Como exemplo contrário, um agente lembrou de uma quadrilha de traficantes que demorou quase 20 anos para ser presa, apesar de grampeada e monitorada.
IRMÃO FANTASMA – Na disputa pela presidência do diretório paulista do PSL, começa a circular o nome de Renato Bolsonaro como sucessor de Eduardo Bolsonaro, indicado pelo pai para a embaixada de Washington. Renato é irmão de Jair Bolsonaro e dono de uma loja de móveis no interior de São Paulo. Ele já participa do diretório estadual. O presidente da República ainda não teria sido consultado sobre a mudança.
E a exigência de compliance por parte de Jair Bolsonaro para continuar no PSL virou chacota entre as alas do partido menos alinhadas com o presidente. Fizeram montagens com reportagens que apontavam Renato, irmão do presidente Bolsonaro, como funcionário fantasma na Assembleia paulista.
PARA PIOR – Um conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) diz que, se a operação que prendeu os hackers mudar a reclamação disciplinar contra Deltan Dallagnol para alguma coisa, será para pior.
Na visão dele, a investigação só comprova que as conversas foram verdadeiras.