Entenda-se por politicagem a malandragem que deturpa essências. É o mentiroso que, vestido com a roupa linda da verdade, oculta sua lepra moral. É o sorriso falso que envenena o olhar que o recebe. É o estelionato das emoções. O politiqueiro é um ladrão de sonhos, um gigolô de desejos. Quando o câncer da politicagem entra em metástase o primeiro a definhar é o voto. Aquele eleitor sincero, que sonha com um país honesto e digno é simplesmente assaltado em sua alma, tem sua retina prejudicada pelas luzes ofuscantes dos espetáculos que os magos da politicagem promovem, cujo ápice do show é a mágica de sumir com o dinheiro público.
Política é (um pouco) diferente. Nela cabem alguns honestos (note: alguns!). A política é uma arte, e como toda arte exige talento – e talento é para poucos. A verdadeira política é ambiente de pessoas com vocação política democrática, nunca de aproveitadores. É lugar de se trabalhar com projeções, com esperanças e futuro. É um híbrido de profetismo com poesia. É para alguns.
O que temos hoje é muita politicagem e pouca política. Muita ilusão e mentiras, pouca verdade. É o voto como barganha, negociação desprezível. Moeda de troca. É o politiqueiro em sua irritante mania de achar que pode dispor da população e de seu voto como bem entender, que faz de seu mandato um passeio pela terra da falta de vergonha.
Quem sabe nestas eleições 2016 o eleitor acabe com a politicagem, começando por não reeleger ninguém que teve a oportunidade de fiscalizar e fazer política para a população, como os vereadores, mas que preferiu cuidar só dos seus próprios interesses... até lá Oremos!
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