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Paulo Timm (Jornal Litoral Norte)
Carlos Newton
Professores decidem manter greve na Bahia; categoria sai em passeata em direção a Fonte Nova
por Patrícia ConceiçãoFoto: Tiago Melo / Bahia Notícias
Remédios sem receita poderão ser vendidos fora do balcão
Marcelo Auler (Jornal do Brasil)
Percival Puggina
Documentada, CPI do Cachoeira produz pouco
Comissão de inquérito ajudou a cassar Demóstenes Torres,
recolheu milhares de grampos e dados bancários, mas ela própria até
agora mostrou-se incapaz de produzir investigações novas. Desafio agora é
evitar esfriamento com período eleitoral
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Bandidos assaltam agência bancária e explodem caixas em Antas
Bandidos armados assaltaram uma agência bancária no município de Antas, no nordeste baiano, na manhã desta sexta-feira (27). Segundo informações da delegacia local, os criminosos explodiram os caixas eletrônicos e destruíram a fachada do banco. Ainda não há informações sobre valores roubados ou pessoas feridas. A quadrilha fugiu em seguida, sem deixar pistas, e a polícia realiza buscas pela região. Policiais estiveram na agência esta manhã e fecharam o local para realização de perícia. Informações do G1.Maioria dos presos de Sergipe não terá direito de votar
O Analfabeto Político
“O pior analfabeto é o analfabeto político”Poeta e dramaturgo alemão, Bertold Brecht nasceu em 10 de fevereiro de 1898 e morreu em 14 de agosto de 1956. Marxista, Brecht deixou a Alemanha com a ascensão do nazismo e exilou-se em vários países (Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e Estados Unidos). É considerado um dos principais dramaturgos do século XX, com textos que buscavam reforçar a conscientização política.
Em seu poema, “Analfabeto político”, ele sustenta a tese de que o cidadão que se aliena das discussões políticas é o maior responsável pela vitória dos corruptos e dos maus políticos.
O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política,
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
O GLOBO
Um tiro na nuca da nação
Ventos indulgentes batem na cela de Cachoeira
GUILHERME FIUZA, Jornalista
Carlinhos
Cachoeira disse que vai à CPI quando quiser, porque a CPI é dele. Quase
simultaneamente, um dos agentes federais que o investigaram é executado
num cemitério, enquanto visitava o túmulo dos pais. Al Pacino e Marlon Brando não precisam entrar em cena para o país entender que há uma gangue atentando contra o Estado brasileiro.
Em
qualquer lugar supostamente civilizado, os dois tiros profissionais na
nuca e na têmpora do policial Wilton Tapajós poriam sob suspeita,
imediatamente, os investigados pela operação Monte Carlo – alvos do
agente assassinado. Mas no Brasil progressista é diferente.
O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se pronunciou sobre o crime.
Declarou que "é leviano" fazer qualquer ligação entre a execução do
policial federal e a operação da qual ele fazia parte. E mais não disse.
Tapajós foi enterrado no lugar onde foi morto. Se fosse filme de máfia,
iam dizer que esses roteiristas exageram.
No enterro, alguém de bom senso poderia ter soprado ao ouvido do ministro: dizer que é leviano suspeitar dos investigados pela vítima, excelência, é uma leviandade. Mas ninguém fez isso, e nem poderia. O ministro da Justiça não foi ao enterro.
Wilton
Tapajós era subordinado ao seu Ministério, atuava na principal
investigação da Polícia Federal e foi executado em plena capital da
República, mas José Eduardo Cardozo devia estar com a agenda cheia.
(Talvez seja mais fácil desvendar o crime do que a agenda do ministro).
Por outro lado, o advogado de Cachoeira, investigado pelo agente
assassinado, é antecessor de Cardozo no cargo de xerife do governo
popular. Seria leviano contrariar o companheiro Thomaz Bastos.
Assim
como o consultor Fernando Pimentel (ministro vegetativo do
Desenvolvimento) e Fernando Haddad (o príncipe do Enem), Cardozo é
militante político de Dilma Rousseff e ministro nas horas vagas. O
projeto de permanência petista no poder é a prioridade de todos eles,
daí os resultados nulos de suas pastas. Cardozo anunciara que
ia se aposentar da política, e em seguida virou ministro. Lançou então
seu ambicioso plano de espalhar UPPs pelo país e se aposentou (da função
de cumpri-lo). Deixou de lado o abacaxi do plano nacional de segurança,
que não dá voto a ninguém, e foi fazer política, que ninguém é de
ferro. Para bater boca com a oposição e acusá-la de politizar a operação
da PF, por exemplo, o ministro não se sente leviano.
Carlinhos Cachoeira era comparsa da Delta, a construtora queridinha do PAC. O bicheiro mandava e desmandava no Dnit, órgão que, além de acobertar as jogadas da Delta, intermediava doações para campanhas políticas, segundo seu ex-diretor Luiz Antonio Pagot. Entre essas campanhas estava a de Dilma Rousseff, da qual Cardozo fazia parte. O policial federal assassinado estava entre os homens que começaram a desmontar o esquema Cachoeira-Delta, e seus tentáculos palacianos. O mínimo que qualquer autoridade responsável deveria dizer é que um caçador da máfia foi eliminado de forma mafiosa. Mas o falante ministro da Justiça preferiu ficar neutro,
como se a vítima fosse o sorveteiro da esquina. Haja neutralidade.
Montar golpes contra o Estado brasileiro é, cada vez mais, um crime que compensa. Especialmente se o golpe é montado dentro do próprio Estado, com os padrinhos certos. Exemplo: às vésperas do julgamento do mensalão, um conhecido agente do valerioduto acaba de ser inocentado, candidamente, à luz do dia.
Graças a uma providencial decisão do Tribunal de Contas da União – contrariando parecer técnico anterior do próprio TCU –, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil que permitiu repasses milionários à agência de Marcos Valério, não deve mais nada a ninguém. Os famosos contratos fantasmas de publicidade, que permitiram o escoamento sistemático de dinheiro público para o caixa do PT, acabam de ser, por assim dizer, legalizados. Nesse ritmo, o Brasil ainda
descobrirá que Lula tinha razão: o mensalão não existiu (e Marcos Valério se sacrificou por este país).
O melhor de tudo é que uma lavagem de reputação como essa acontece tranquilamente, sem nem uma vaia da arquibancada. No mesmo embalo ético, Delúbio Soares já mandou seu advogado gritar que ele é inocente e jamais subornou ninguém. O máximo que fez foi operar um pouquinho no caixa dois, o que, como já declarou o próprio Lula, todo mundo
faz. Nesse clima geral de compreensão e tolerância, o ministro do Supremo Tribunal Federal que passou a vida advogando para o PT já dá sinais de que não vai se declarar impedido de julgar o mensalão. O Brasil progressista há de confiar no seu voto.
Esses ventos indulgentes naturalmente batem na cela de Cachoeira, que se enche de otimismo e fala grosso com a CPI. Se o esquema de Marcos Valério está repleto de inocentes, seria leviano deixar o bicheiro de fora dessa festa.
Carta acusa Gilmar de receber do valerioduto
Nome do ministro do Supremo Tribunal Federal, que está prestes a julgar o caso do mensalão, consta da lista de beneficiários publicada pela revista; ele teria recebido R$ 185 mil da campanha de Eduardo Azeredo em 1998comentários
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