Romulo Faro
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), da deputada federal baiana e senadora eleita Lídice da Mata, surge como nova força, em nível nacional, no âmbito dos partidos aliados à nova presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que almejam pelo menos dois ministérios da atual cota do PMDB (Integração Nacional e Cidades).
Com a nova musculatura – elegeu seis governadores, a maioria na região Nordeste –, rumores dão conta de que socialistas baianos desejam o Ministério da Integração Nacional, posto, diga-se de passagem, hoje dirigido por um peemedebista baiano - João Santanal.
A briga, sem dúvida, tende a ser boa, afinal o partido de Geddel Vieira Lima já deixou claro que não pretende perder os cargos conquistados, mas sim ampliar os espaços no governo.
Conversas de bastidores, no entanto, ventilam que Lídice é o nome mais forte para ocupar a tão desejada pasta da Integração Nacional, tida como "menina dos olhos" de Geddel. A parlamentar, ao menos por enquanto, nega o desejo de ser ministra, sob alegação de que pretende dedicar-se ao seu primeiro mandato no Senado.
No entanto, já teria um nome a indicar. Ninguém menos que o ex-presidente da Infraero, o engenheiro civil Sérgio Gaudenzi. Lídice, através de sua assessoria, disse que “tudo agora não passa de especulações” e que, “por enquanto, é cedo” para pensar em tais coisas. “Ainda não houve conversa nesse sentido.
A única coisa que Lídice tem em mente no momento é assumir seu mandato de senadora”. Gaudenzi não aumentou as especulações, mas deixou claro que o convite seria bem-vindo.
“Isso (a recomendação do PSB-BA para os ministérios) depende da nossa senadora Lídice da Mata. É claro que eu ficaria feliz com a indicação, mas não há cogitação sobre o meu nome”, afirmou.
A Executiva Nacional do PSB realiza reunião hoje, em Brasília, para avaliar o resultado das eleições de 2010 e as perspectivas da legenda para os próximos anos. Além dos membros, estarão presentes os seis governadores, deputados e senadores eleitos e reeleitos. “Será um importante momento para avaliarmos todo o êxito alcançado nas eleições deste ano”, afirmou o primeiro secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Lúcio minimiza polêmica
O presidente do PMDB na Bahia, o deputado federal eleito Lúcio Vieira Lima, além de refutar as especulações com vigor, aproveitou para estocar os adversários. “Deixa a mulher (Dilma Rousseff) trabalhar, minha gente”, disse o dirigente. Lúcio afirmou ainda que, no momento, o PMDB está preocupado em “ajudar” Dilma a compor sua equipe de governo e alfinetou, sem citar nomes, outros partidos.
“Tenho visto muita briga nos outros partidos, mas o PMDB não está preocupado com isso. Nossa preocupação é ajudar Dilma a fazer um grande governo”, disparou Lúcio Vieira Lima.
Não custa lembrar que a legenda vai continuar com voz ativa no governo, afinal, o vice-presidente eleito, Michel Temer, é o presidente nacional do PMDB e foi escolhido para montar o “time de Dilma”. (RF)
Fonte: Tribuna da Bahia